Arquivos diarios: 16/12/2018

ARISTÓTELES (VIDA, ÉPOCA E OBRAS)

.

               Aristóteles teve unha vida axitada, nunha era axitada.  Quando o filósofo nasceu (384 a. C.), as cidades-estado da antiga Grécia, as “poleis”, disputavam a hexemonia na Hélade, um conxunto de territórios que partilhavam a consciência de serem, ou de se considerarem, o “mundo civilizado”.  As poleis eram, a princípio, totalmente autónomas.  No entanto, ao longo da história, foram estabelecendo alianças que variavam de acordo com os seus interesses e os resultados dos diversos confrontos bélicos.  A Grécia entrara no século IV a. C., tendo Esparta como polis dominante, unha posiçón que Atenas ocupara nas últimas décadas.  A victória espartana na guerra do Peloponeso (431-404 a. C.) tinha posto fím a unha época de esplendor e supremacía atenienses, e inaugurado um período de gráve instabilidade no corazón da Grécia.  As hostilidades constantes entre as principais cidades – Esparta, Atenas, Tebas – acabariam por debilitá-las a todas e, consequentemente, por abrir um caminho franco aos macedónios, que há muito assediavam o Norte.  As campanhas macedónias, iniciadas em 359 a.C., Por Filipe II, e depois continuadas pelo seu filho Alexandre Magno, impuseram a lei do Império Macedónio a unhas poleis em pleno declínio e muito perto de perderem definitivamente a sua autonomía, boa parte das suas liberdades e um poder que xa non recuperariam.  Os cidadáns nascidos e educados nas poleis nunca perdoaríam a arrogância dos “bárbaros” macedónios em querer dominá-los, e Aristóteles sofrería este ódio dos gregos para com todo aquele que estivesse vinculado às cortes de Filipe II e do seu filho.  Por outro lado, paralelamente ao declínio das “poleis” gregas, iniciou-se um novo processo de colonizaçón da cultura helenística.  Pela mán de Alexandre Magno e dos seus exércitos, a influência grega estendeu-se por um império que incluía o Mediterrâneo oriental e boa parte do que hoxe conhecemos como Próximo Oriente, Pérsia incluída, até ao río Indo.  É neste turbulento contexto geopolítico que se desenvolve a vida de Aristóteles, cuxo relato se costuma dividir em quatro grandes etapas:  infância e adolescência; estada na Academía de Platón;  unha época de viaxens após abandonar a instituçón platónica e, finalmente o seu regresso a Atenas para fundar o Liceu, onde permaneceu como mestre e director até ao seu exílio “voluntário” e a sua morte, pouco  depois.

p. ruiz trujillo