AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (76)

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                  HIMNOS QUE TRIBUTABAM

               As invocaçóns eram diferentes, unhas ó Sol Levante e outras ó Sol Poênte.  Nos hipoxeos reais (tumbas) de Tébas, vê-se o Deus Solar ó amanhecer, no momento em que surxe de Oriente e é saudado pelos outros  Deuses, nestes termos:  “Tu, que nasces de teu próprio nascimento, e que és o ser perfeito dono do Céu, que o firmamento sexa a tua alma, e a terra o teu corpo. Tu, és o dono da perfeiçón, que navegas no horizonte”   Nas cerimónias fúnebres, dirixía-se-lhe ésta pregária em nome dos mortos:  “¡Oh Sol! Dono de todas as cousas, e vós todos os outros Deuses que dais a vida ós homes, recibide-me e fazei que sexa admitido na sociedade dos Deuses Eternos”   Em Nova Caledónia, para esconxurar o mal tempo orabam:  “¡Oh Sol! O que fago é para que sexas tán ardente, que consumas as nubes que están no Céu”.   Num himno ó Sol, atopado nas inscripçóns Caldeias de mais de dous mil anos lê-se:  “¡Oh tu, que disipas as mentiras, tu que desfás as malas influênças dos prodíxios, dos prognósticos sinistros, dos sonhos, e das malas apariçóns;  tu, que desconcertas o complot dos malos, que levas à perdiçón os homes e os povos, que se entregam ós sortiléxios e ós malefícios.  Sostêm a minha mán, sostêm a luz do universo, Sol!”   “Sol, tu brilhas no mais profundo dos Céus, tu descorres as trancas que pecham os altos Céus; tu abres a porta do Céu; – Sol, que voltas a tua face cara à superfície da terra;  – Sol, tu estendes sobre a Terra, a maneira de coberta os Céus infinitos”.  Nos Psalmos, o Sol dispersa as tébras por ordem da Luz, personificada em Jeová:  “¡Oh fogo, supremo senhor que te elevas sobre a Terra; pola tua chama chispeânte alumías a mansón das tébras, e fixas um destino a todos os que levam um nome –  Tu, és aquel que mistura o cobre com o estanho e o que enche de terror o peito do malvado durante a noite.”

manuel calviño souto      

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