.
Os primeiros vinte anos do xovem Platón decorreram conforme o que se podería esperar de um xovem aristócrata grego da época: desporto e preparaçón física, música e poesia, e os primeiros passos no âmbito para o qual parecía estar necessariamente predestinado alguém com unhas orixens familiares como as suas: a política. Todavía, na década que vai dos vinte aos trinta anos, suceder-se-án unha série de acontecimentos que mudaram para sempre a vida do futuro filósofo, imprimindo unha marca indelével no seu carácter e pensamento. O primeiro é a desilusón com a política. O nascimento do filósofo coincidiu com a morte de Péricles (429 a. C.), pelo que ao xovem Platón lhe coube assistir à decadência da outrora luminosa democracía ateniense, agora nas máns de demagogos como Cléon ou Hipérbolo ou de personaxens pouco edificantes como Alcibíades (de quem se diz que cortou o rabo ao seu cán em público e, quando lhe perguntarom o porquê dessa acçón tán censurábel, respondeu com o argumento de que enquanto o povo falava do seu cán non criticaba a sua xestón), O que começa mal, mal acaba e o fim non foi outro que a derrota ateniense na Guerra do Peloponeso, ponto final da hexemonia da cidade Ática, e a instauraçón do rexime oligárquico filoespartano dos Trinta Tiranos, responsábel, por sua vez, por todo o tipo de abusos e arbitrariedades. Como se as baixezas e as mostras de incompetência non tivessem sido suficientes, a restauraçón da democracia desembocou num dos piores crimes possíbeis aos olhos de Platón: a sentença à morte de Sócrates, o sábio, o mestre, o farol que tinha iluminado e mudado o rumo da sua vida. Com isso, era desferido o golpe de misericórdia à confiança do filósofo nas formas políticas em uso na pólis.
e. a. dal maschio
Publicado en Uncategorized