KANT (VIDA DO REVOLUCIONÁRIO TRANQUILO)

.

               As biografías de Kant começam por dizer que a vida do filósofo foi tranquila e organizada, estábel e estructurada por hábitos férreos mas algo monótona e aborrecida.  Admitamos, para começar, que, em xeral, as vidas dos filósofos non costuman oferecer material para espectáculos musicais e que nem o mais xenial argumentista de Hollywood podería fazer da vida de Kant um “biopic” minimamente comercial.  Podería, sim, ser fascinante um bom filme que (como O Último Ano em Marienbad, de Alain Resnais, ou A Barreira Invisíbel, de Terrence Malick) fosse capaz de trazer à superfície fílmica os mecanismos internos dos processos mentais.  Aqui encontraríamos o grande Kant: um home que se consagrou ao pensamento como tarefa libremente autoimposta, e que rexeitou tudo o que pudesse representar um obstáculo no cumprimento desse dever.  Os grandes acontecimentos da sua vida foram de ordem intelectual; as suas paixóns, de ordem política.  Criou a concepçón moderna do conhecimento e unha perspectiva moral baseada no valor da humanidade expressa no seu entusiasmo pelas revoluçóns americana e francesa.  A esse empenho teórico e moral devemos unha das mais fructíferas e destacadas obras da filosofía occidental.

joan solé

Deixar un comentario