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Arquivos diarios: 01/12/2018
INTRODUÇÓN CONCEITUAL E HISTÓRICA DA FILOSOFÍA HELENÍSTICA
Qualquer pessoa com unha fraca e vaga ideia da história e da cultura gregas tende a considerar o pensamento do período helenístico como o declínio de um grande esplendor, o crepúsculo de um dia glorioso para o espírito humano. Este período – compreendido entre a morte de Alexandre Magno, em 323 a. C., e a batalha de Ácio, em 31 a.C., na qual Octávio derrotou Cleópatra e Marco António, anexando o Exipto ao Império Romano – tardou muito em receber a atençón que hoxe em dia nos merece. Porém, durante séculos foi digna dela, non só nos meios cultos extra-académicos, como até entre os melhores e mais brilhantes investigadores helenistas, nunha fase de ressaca ou, porventura, de abandono, xulgou-se que depois de a filosofía ter atinxido o seu auge especulativo com o pensamento idealista de Platón (c, 427-347 a.C.), a conxectura histórica e talvez um certo cansaço de espírito nos tivessem levado do ímpeto optimista e confiante do conhecimento do mundo exterior (Ideias e mundo) a unha viraxem do indivíduo sobre si próprio. Esta é, mais ou menos, a noçón superficial que costuma prevalecer sobre as escolas filosóficas mais representativas do período helenístico: a cínica, a epicurista, a estoica e a excéptica. Segundo esta concepçón, a filosofía, que atinxira esforçadamente o auge do conhecimento com os seus dous pensadores mais ilustres, acabaría por se despenhar pela ribanceira oposta com essas escolas mais humildes. Existe algunha verdade nesta percepçón, porque mesmo os lugares-comuns costumam ter algo de verdade. Se considerarmos a filosofía como unha actividade puramente teórica, centrada num conhecimento desinteressado das ideias e da realidade, como unha vontade de descoberta sempre submetida a um método rigoroso, à imaxem da ciência, mas dirixida à última essência da realidade, as escolas helenísticas representam, efectivamente, algunha decadência substancial no que diz respeito aos pensamentos platónico e aristotélico. Estes apontam para a plenitude da razón teórica na sua actividade cognitiva, e mesmo quando esses dous enormes sistemas procuravam fins mais prácticos ou ético-políticos, o seu voo epistemolóxico era tán alto, longo e confiante como o de unha águia imperial que, com as suas grandes asas estendidas, observa, a seu bel-prazer, tudo aquilo que se inclui dentro dos limites do seu vasto horizonte. No aspecto teórico, nem os estoicos nem os epicuristas voaram tán alto, nem viram tán lonxe. Non construíram grandes sistemas interpretativos da realidade; até Epicuro se servíu de um xá existente, que lhe pareceu adequado, para explicar a essência do mundo. Non há dúvida que, no tocante à criatividade intelectual e voo teórico, os helenísticos ficam muito aquém do nível superior de Platón e Aristóteles. Poder-se-ia comparar esse voo da águia imperial a outro bem mais humilde, o do chapím-azul ou do pintassilgo, que pousam de galho em galho e non precisam de se elevar a grandes alturas para satisfazer as suas necessidades. O xénio especulativo de Platón e o rigor científico universal de Aristóteles atinxem, para quê negá-lo, pontos elevadíssimos na atmosfera do saber. Apenas unha ou outra “avis rara” terá conseguido voar tán alto ao longo dos séculos. Para entender a relevância das escolas helenísticas, deve adoptar-se o ponto de vista correcto, perceber aquilo que motivava a sua actividade intelectual. O que as estimulava non era um espírito especulativo ou teórico, mas o impulso da vontade de conhecer. O que procuravam e desexavam saber era apenas o necessário para satisfazer aquilo que experimentavam como unha necessidade premente: ter unha vida feliz de acordo com a natureza humana.
j. a. cardona
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