RORTY (VOLTAR AO PRAGMATISMO?)

.

               O problema non acabava aí.  Tal como outros pensadores da sua xeraçón, promoveu a restauraçón de um movimento intelectual norte-americano que desde a Guerra Fría tinha passado para segundo plano, o pragmatismo.  Quando Rorty começou a comentar ideias e lemas desta tradiçón intelectual, a campanha neopragmatista xá estava em andamento.  Todavía, assim que Rorty começóu a participar nela, a sua defesa dessa tradiçón foi considerada unha traiçón, de modo que a causa pragmatista acabou dividida em sí própria.  John Dewey, o fundador do pragmatismo xuntamente com Charles Sanders Peirce e William James, tinha sido um intelectual da envergadura de Bertrand Russell, com muitas facetas e grandes aspiraçóns, com afán teórico e repercusón práctica.  E esperáva-se muito da sua resurreiçón. Dewey – diziam muitas vozes – non tinha sido “só” um educador, um psicólogo social, um politólogo, um polemista, um cronista ou um historiador, mas também um pensador com unha terminoloxía profunda e especial e unha autoridade semelhante à de um grande pensador europeu.  A sua reanimaçón podía inspirar unha nova filosofía, entendida como visón total e non como unha mera técnica pericial ao estilo analíctico.  No entanto, Rorty acrescentava a sua nota dissonante ao acordo nacional e proclamava, sem rodeios, que xá tinha passado a época dos grandes pensadores, tal como tinha acabado o mundo das grandes ideoloxías e da História. O mundo tinha-se complicado enormemente, e se os filósofos podíam continuar a ser úteis, non era desenhando grandes visóns teóricas nem  adoptando o papel de figuras exemplares ou de líderes morais.  Dewey dissera muito sobre o passado e o futuro das democrácias, contudo, non fazía sentido evocá-lo como um grande teórico, mas apenas – julgava Rorty – como um imaxinativo cronista da sociedade pós-ilustrada e como um crente no seu país, entendido como unha experiência e non como um Destino ou unha Excepçón.  O conflícto de interpretaçóns estava servido, porque os lemas do pragmatismo eram extremamente vagos.  Os velhos pragmáticos tinham dito cousas como: a funçón da mente non é reflectir de forma passiva a ordem do universo, mas desenvencilhar-se engenhosamente com as cousas, entendendo “cousas” na acepçón comum da palabra (precisamente a que os gregos atribuíam a prágmata: assuntos entre máns, problemas, tarefas, planos).  Também afirmaram que, as ideias abstractas têm significado se forem traduzidas em acçóns, e que a ciência é unha empressa falível, experimental e criativa.  Todos estes lemas poderiam associar-se a unha teoría do conhecimento pragmatista da mesma forma que outros lemas, também vagos, poderíam associar-se a unha teoría política pragmatista; por exemplo, que a democrácia non consiste apenas em deliberar nem em chegar a acordo, mas em fazer essas cousas em certas condiçóns, num determinado clima de diálogo e com certas disposiçóns aprendidas, ou que a política non é possíbel sem educaçón e, a educaçón non é possíbel sem política (dialéctica?), ou que os problemas sociais requerem um tipo de investigaçóns que non depende apenas de especialistas.

ramón del castillo

Deixar un comentario