DAVID HUME (PORQUE CONTINUAMOS A LÊ-LO?)
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David Hume levou às suas conclusóns lóxicas o empirismo de John Locke e George Berkeley. isto é, culminou unha tradiçón filosófica e, com isso, tornou impossíbel a metafísica, o postular e defender teorias que fossem para além da experiência. Mas Hume é mais do que o estado último de unha tradiçón, é mais do que o pensador que despertou Kant do seu sono dogmático ou o precursor do positivismo lóxico do século XX. O nosso desafío deve ser estudá-lo em sí mesmo, tentar compreender como via ele o seu proxecto filosófico. E, neste sentido, non pode fazer-se maior injustiça ao pensamento de Hume que “fatiá-lo”, que negar-se a vê-lo como um proxecto integral e excepcionalmente coherente. Infelizmente, foi muitas vezes isso que aconteceu, tornando-o assim, irreconhecíbel. Se algo há de orixinal neste libro é a tentativa de ver como os diferentes temas se ván sucedendo uns aos outros, como cada um ocupa aquilo a que podemos chamar “o seu lugar”, constituindo assim unha verdadeira teoría da natureza humana e de todas as dimensóns em que esta se desdobra. A este propósito, Hume pensava que a natureza dizia aos homens para se entregarem à sua paixón pola ciência, mas pedia-lhes para a ciência “ter unha relaçón directa com a acçón e com a sociedade”, algo que expressou na sua famosa afirmaçón “sê um filósofo, mas no meio de toda a tua filosofía, non deixes de ser um home”. Cumprindo este desígnio, e como “anatomistas” da natureza humana. Hume estuda o funcionamento do entendimento e o seu alcance, as cousas que está preparado para conhecer e aquelas para que non está; desta forma, estuda as nossas paixóns e, por tudo isso, sentir-se-á bem preparado para procurar de seguida os fundamentos da sociedade e defender um modelo realista de convivência humana que torne possíbel o progresso. Neste ponto, há que ser muito claro: ater-se à experiência non significa ser conformista, aceitar simplesmente o existente, por exemplo, “a ordem dada”. A razón pode organizar a realidade, mas debe fazê-lo pondo os seus cálculos ao serviço da satisfaçón dos nossos desexos e aspiraçóns. Este é o sentido de outra das suas teses mais conhecidas, aquela que afirma que “a razón é, e só pode ser, escrava das paixóns”.
gerardo lópez Sastre
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