Arquivos diarios: 20/10/2018

AS MANCEBÍAS (XOGO E PUTARÍAS)

.

               Digamos que a prostituiçón ía da mán do xogo.  Na mancebía de Sevilha – o célebre Compás -, na Olivera de Valência, no Patro de Córdoba, no Corrillo de Valladolid, no Barranco de Lavapiés de Madrid, alternabam “garitos” com “casas llanas” e “casas de gula” ou bodegóns.  E xogaba-se em quase todos os estabelecimentos.  A prostituiçón era nutrida, e pecaminosa, naquéla sociedade sexual e hipócrita, calcula-se que a princípios do século XVII había em Madrid unhas 30.000 mulheres públicas -, bem solapadas.  Había muitas clásses de meretrices, como as habia de xogadores.  A “manceba” vivía com um home maritalmente: habia-as que sostinham um largo concubinaxe, mas outras que se alugavam por meses, e se chamabam “amessadas”.  A “cortesana” que tinha  pretensóns de um certo dissimulo, que também se chamabam polas suas aspiraçóns “Tusonas” ou damas do “Tusón” (polo Toisón de Ouro, máxima ordem de cabalaría).  Logo as “rameras” ou “marcas”, que poderíam ser de unha certa categoría,  “marcas godenhas”, “damas de achaque”, “damas de meio manto”, ou “rameras” simplesmente.  Estabam logo as “busconas”, que vivían fora da “Casa Llana”, que poderíam ser “cantoneras”, que acechabam os passeantes nos cantóns ou esquinas, “mozas do partido”, “niñas do agarro”, etcétera…  Finalmente, nas ínfimas mancebías ou como busconas, estabam “as ízas”, “as rabizas”, “as golfas”, etc…  As Casas Llanas estabam gobernadas polo “padre da mancebía”, ou “padre das mulheres”, chamado também “tapador”, que estaba nomeado polo dono da casa e tinha que ser aprobado o seu nomeamento polo Concelho da cidade.  Em algunha ocasión o “padre” era axudado por algunha “madre”, e em raros casos, a “madre” era “tapadora única”.  Os propietários das mancebías, podíam ser xentes de qualidade.  Rodriguez Marín, aporta um documento sevilhano de 1571, em que “Marco Ocaña, alguacil da Xustiza, como senhor e proprietário de once casas, nomea por “madre” para elas a Mari Sánchez de Marquina, mulher velha e antiga no referido ofício, que têm dentro da mancebía a sua casa e habitaçón.”  Os burdeis conheciam-se com inumerábeis eufemismos: câmbios, cercos, cortizos, devessas, manfías, montanha, aduana, berreadeiro.  Também se conheciam por “o guisado”.  O postigo da casa, chamaba-se “el golpe” – nombrando-se así também as portas das cárceres – e botar o golpe, era cerrar a casa.  O mozo ou porteiro, era apodado “mozo de golpe”, guardadamas ou guardapostigo.  A ganância no trato, chamaba-se “caire”, “cairo”, “cairón” e, “mandel” ou “trainel” o mozo de recados.

ramon fernandez pickford

ARISTÓTELES (INTRODUÇÓN)

.

               “Todos os homens, por natureza, desexam conhecer”  É assim que começa unha das obras fundamentais de Aristóteles. a Metafísica, com unha afirmaçón que, além de conter algunhas das chaves da teoría do conhecimento do Estagirita, nos serve para introduzir o autor: o homem que quis saber. o colecionista de dados. o investigador metódico, o filósofo que abordou e estudou tudo aquilo que a sua visón, o sentido privilexiado entre os gregos cultos, e a sua mente lhe ofereceram.  De facto. o pensamento aristotélico é um sólido sistema que abarca conceptualmente grande parte da realidade, tendo determinado, em boa medida, a evoluçón da filosofía e da ciência occidentais durante mais de dois mil anos.  Nenhuma outra filosofía teve a influência tan profunda e tan prolongada.  Mas, tal como nos explicam os filósofos, nada surxe por xeraçón expontânea; sería um grave erro iniciar um libro dedicado a Aristóteles sem fazer unha referência muito explícita àquele que foi o seu mestre da xuventude, Platón, tal como dificilmente se pode conceber que um libro sobre Platón non se ocupe no início do seu próprio mestre, Sócrates.  E isto por dous motivos: um histórico e outro estrictamente filosófico.  Sócrates, Platón e Aristóteles representam por si mesmos o esplendor do período clássico da filosofía grega, isto é, da filosofía clássica occidental.  Três mentes, três espíritos, três temperamentos e três caracteres bem diferenciados, apesar de idênticos na sua paixón pela investigaçón, na sua pesquisa da verdade.  Esta aspiraçón dominante é o que une as suas vidas e os seus destinos, a sua prolongada influência nos séculos posteriores, apesar de as suas naturezas e as respectivas doutrinas serem muito dispares.  Pouco podemos dizer, com rigor, sobre Sócrates, de quem non conhecemos directamente nenhum escrito, se é que hoube algunha vez, e de cuxas opinións só sabemos o que Platón lhe atribui nos seus diálogos.  De Platón e Aristóteles sabemos muito mais, non apenas polos seus escritos, mas também polo que fomos conhecendo ao longo destes vinte séculos em que a humanidade os continua a ler e a comentar. 

p. ruiz trujillo