Arquivos diarios: 14/10/2018

LITERATURA ( O OBLOMOVISMO)

.

               A figura do “home supérfluo”, non só interesou a Turguéniev.  Muitos outros escritores a reconheceron nas suas obras, aínda que ningúm como o fixera Iván Aleksándrovich Goncharov (1812-1891), narrador realista, rival e adversário de Turguéniev.  Goncharov era filho de um rico comerciante do Volga, estudou na universidade de Moscovo e trabalhou como traductor no Ministério das Finanzas.  Tivo unha temprana vocaçón literária e um longo aprendizaxe.  Entre 1832 e 1844 escrebeu versos e relatos de corte romântico.  Tambem cultivou outros xéneros como o ensaio, o conto e a poesía.  Mas Goncharov tem um lugar destacado na história da literatura rusa, porque é autor de três românces.  Três românces que non tenhem personaxes comuns mas que forman unha espécie de triloxía; unidas pola comúm circunstância de que o título ruso das três começa pela letra “O”:  Unha História Corrente (Obyknovennaia Istoriia), Oblómov, e O Precipicio (Obryv).  Aparte désta circunstância anedóctica, os três românces están compostos sobre um mesmo modelo, os ambientes e situaçóns som semelhantes.  Xunto ó herói principal sempre aparece um amigo, que é a sua contraimaxem: é indolente, o herói enérxico; representa o passado, o herói têm a vitalidade da nova classe burguesa.  Non obstânte, debido a que as obras se publicaron ao largo de muitos anos, a actitude do escritor non é sempre a mesma.  Sem dúvida, isto debe-se a que as posturas ideolóxicas de Goncharov evolucionaram até posiçóns cada vez mais conservadoras.  A personaxe central de “Unha História Corrente” (1847) é o xovem Aleksandr Adúev.  Educado na paz e ociosidade de um latifundio, convencido de que têm talento literário, Aleksandr marcha para a capital, onde espera encontrar cauces para os seus pláns de glória.  Quando ingresa na administraçón, comprende que non têm a forza de vontade necessária para fazer unha carreira burocrática e que por esse caminho só pode esperar unha vida de mediocre funcionário.  Entón Aleksandr, inducido polo exemplo do seu tio Piotr Adúev, vê que o arribismo é algo imposto pola época na que vive e chega á conclusón de que debe caminhar “ó ritmo do século”.  O seguinte românce de Goncharov foi publicado doze anos despois, “Oblómov” descrebe a vida do terratenente Oblómov, desde os nove anos até aos trinta e três.  É a história de como um neno, cheio de curiosidade e enerxía se transforma num home incapaz de levantar-se do sofá.  A culpa dèsta situaçón têm-na a sua condiçón previléxiada, imbuído na ideia de que non nasceu para trabalhar e de que o trabalho é um castigo.  Oblómov tem um amigo, Andrei Stolz, educado de maneira diferente, no amor pelo trabalho. Désta maneira, Stolz, que persevera no logro dos seus obxectivos, converte-se na contraimaxem de Oblómov. Este último representa a velha aristocrácia, que perdeu a vitalidade.  Stolz adquere as características do home empreendedor da nova época industrial.  A vida que converte ó protagonista núm ser indolente, contaxía a todos os que se atopan perto.  Tal é o caso do servo Zajar, axuda de câmara de Oblómov.  Zajar é um criádo entregado por completo ó seu amo.  Mas na vida quotidiana é preguizoso, e rouba dinheiro ó amo para emborrachar-se.  O terceiro românce, O Precipício, foi publicado em 1869, vinte anos despois de que o escritor o concebera.  Inicialmente, a novela debía contar um só personaxe central, Raiski, home com talento de pintor, mas que nunca chegará a nada.  Segundo o próprio autor, este personaxe é um trasunto de Oblómov, do qual se diferença no feito de que “non está dormido como Oblómov, aínda acaba de despertar-se”.  Raiski é o típico home supérfluo, que ó largo da redaçón da obra se mostrou habitando um espaço literário demasiado pobre. A realidade tinha-se feito complexa, pelo qual Goncharov, tivo que conceber um novo personaxe, Mark Vólojov, nihilista, home que rexeita todos os princípios estabelecidos, e para quêm o único programa político se define na frase de Proudhon, segundo a qual a propriedade é considerada como um roubo.  O românce foi mal recebido polos críticos mais influêntes da época, que consideraron que Válojov era unha deformaçón caricaturesca da xuventude democrática.  Na verdade Válojov diferença-se  obstentoriamente dos outros personaxens de Goncharov, o escritor non simpatiza com el, nem tampouco com esta nova xuventude dinámica que encarna.  Hoxe, quando se lê a Goncharov com a serenidade que proporciona o transcurso do tempo, aprecía-se que a sua literatura é a de um cronista fiel, de unha época de profunda críse social e a de um grande mêstre do estilo.

r. b. a. editores, s. a. -barcelona