KANT (CONSIDERAÇÓNS)
.
É possível oferecer unha visón panorâmica correcta (non completa: a bibliografía interpretactiva sobre Kant continua a crescer) do conteúdo da Crítica da Razón Pura só com ideias e unha exposiçón clara, porque tem como obxecto o conhecimento científico; por outras palabras, para entendê-la, temos apenas (se bem que sexa um grande “apenas”) de estar atentos, espremer o cérebro e esmifrar os miolos. A ética kantiana está num gráu de formalismo semelhante, mas, embora num segundo gráu de abstraçón, refere-se à vida e às acçóns dos seres racionais; por isso, sem trair o espírito teórico, procurou-se, neste libro, as implicaçóns empíricas desta doutrina, com casos concretos, extraídos tanto da vida e da história como do cinema e da literatura, para pôr em evidência, muito claramente, as proxeçóns prácticas da teoria. A filosofía moral kantiana é muito teórica, mas foi concebida para ser aplicada à vida concreta. Unha introduçón ao pensamento de um filósofo pode entender-se como o mapa de um território. Há mapas de diversas escalas, desde os que apenas desenham a traço grosso os principais accidentes xeográficos (montanhas, rios, lagos, etc…) até aos que descrevem minuciosamente todos os detalhes (grutas, riachos, casas…) e incluem curvas de nível para indicar alturas e encostas. O mapa incluído nesta introduçón é mais xeral e funciona como se fosse unha vista aérea, mas reduziu-se a escala nos aspectos que pareciam mais significativos e relevantes para a nossa época: especialmente a ética. Esta última observaçón faz-nos passar da escala ao ponto de vista. Obviamente, manteve-se a óptica profissional do biógrafo (na parte dedicada à sua vida) e do historiador e do analista (na parte dedicada às ideias). Mas non se renunciou à do simples interesse humano que procura bases intelectuais para se apoiar. Non se tratou Kant como unha peça de museu ou um peixe tropical exótico – curiosos, interessantes e fechados nunha vitrina hermética -, antes se procurou no seu pensamento os elementos vixentes que possam axudar-nos a orientarmo-nos na nossa época, sem dúvida algunha, deveras escura.
joan SOLÉ
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.