NIETZSCHE (A MÁSCARA DE ZARATUSTRA)
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No início de 1883, Nietzsche termina a primeira parte de “Assim Falava Zaratustra”, após ter passado um dos momentos mais críticos da sua vida. Entón confessa: “O salvador da minha vida chama-se Zaratustra, o meu filho Zaratustra”. O protagonista de “Assim Falava Zaratustra” toma o seu nome a partir de unha misteriosa personaxem persa que fundou o “zoroastrismo”. Esta antiga relixión, que influenciaría decisivamente o islán e a tradiçón xudaico-cristán, acredita que o motor do mundo é a luta entre o Bem e o Mal. O zoroastrismo inaugura assim “o erro mais fatal de todos”: transformar a moral num princípio metafísico. Para emendar esse erro, Nietzsche cría o excêntrico profecta Zaratustra, um antagonista filosófico do Zaratustra orixinal que baptiza com o mesmo nome. O Zaratustra nietzschiano é unha pessoaxem literária na qual se cristaliza a necessidade de deixar para trás todas as ideias que esgotam a força vital. Nietzsche tenta abrazar a vida e apagar qualquer resto da intoxicaçón metafísica que tinha sofrido depois de se alimentar durante anos das obras de Wagner e Schopenhauer. Tenta forxar um pensamento próprio, ao mesmo tempo que combate os sintomas de decadência que observa na cultura do seu tempo e em si mesmo. O combate, xá antigo, e que se estenderá durante o resto da sua vida, encontra nos discursos de Zaratustra a sua expressón mais completa. No seu último més de lucidez, Nietzsche reconhece que ele próprio é filho do seu tempo e é portanto “décadent”. Non obstânte, ao compreendê-lo, defendeu-se contra essa decadência: “O filósofo que há em mim opón-se a isso”. Zaratustra é o nome do filósofo que habita em Nietzsche.
toni llácer
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