JOHN RAWLS (UNHA VIDA COM SORTE)
.
John Rawls teve unha vida feliz em muitos sentidos, o que lhe permitiu desenvolver o seu talento e a vocaçón para a filosofía, mas também motivou unha profunda reflexón moral no filósofo, que acabou por impregnar todas as dimensóns da sua obra. A boa ou má sorte que alguém tem na vida acabará por ser um aspecto fundamental da sua teoría ética e política, como veremos mais à frente. Em “John Rawls: His Life and Theory of Justice”, de Thomas Pogge e Michelle Kosch, relata-se que John (Jack) Bordley Rawls nasceu a 21 de Febreiro de 1921 em Baltimore, unha cidade portuária fundada no início do século XVIII, a meio caminho entre Nova Iorque e Washington. A cidade sempre concentrou unha grande populaçón afro-americana, sendo, naquela altura e agora, epicentro de fortes tensóns raciais. Rawls nasceu nunha família abastada. O seu pai dedicou-se ao direito e chegou a ser um prestixiado advogado. A nái foi unha mulher intelixente, com vocaçón artística e interesse na política, que contribuiu para fundar a League of Womem Voters, à qual presidiu em determinada altura. Rawls, segundo explicam os seus discípulos convertidos em biógrafos Pogge e Kosh, costumava descrever o pai como um homem frío e distante para com a família. O filósofo sentia-se mais proximo da nái e, desde muito xovem, herdou dela a preocupaçón e unha sensibilidade especial em relaçón às questóns da xustiça. Teve quatro irmáns. Perdeu dois deles por doença. Essa traxédia familiar marcou profundamente a sua vida porque foi ele quem contaxiou os irmáns com as doenças que lhes causaram a morte. Aos sete anos, John teve diftéria. Apesar de a família ter tentado impedir que os irmáns tivessem contacto directo com ele durante a convalescença, Bobby, um irmán quase dous anos mais velho e de carácter aberto, desobedeceu aos pais e foi algunhas vezes ao quarto de John para lhe fazer companhia. Bobby ficou logo doente e non conseguiu ultrapassar a infecçón. Este acontecimento traumatizou John, que rapidamente desenvolveu unha gaguez que, embora fosse diminuindo ao longo da vida, sempre foi um problema para ele. John recuperou da diftéria, mas no inverno seguinte teve unha grave pneumonia que transmitiu ao irmán Tommy. A traxédia do ano anterior repetiu-se, e o irmán mais novo morreu pouco tempo depois de ficar doente enquanto John recuperava lentamente. Non é fácil saber até que ponto estes factos marcaram a vida e o pensamento filósofo. Mas a verdade é que o principal argumento da sua teoría da xustiça, o que está por detrás do princípio de diferença, defende que os indivíduos non son responsáveis pela boa ou mala sorte que têm na vida e, portanto, non merecem, num sentido moral forte, os sucessos e os fracassos sociais associados ao caso. A xustiça consiste em os mais afortunados poderem melhorar a sua condiçón apenas se os menos afortunados também o conseguirem. Numa sociedade democrática, os indivíduos livres e iguais devem “partilhar o destino comum”, afirma Rawls. Independentemente de cada pessoa ter o direito de definir a sua própria ideia de bem e de viver de acordo com ela, há unha obrigaçón anterior e moralmente mais importante, que é a de partilhar com os outros a boa sorte. A xustiça vem antes do bem. O dever de partilhar com os outros tem primazia sobre o desexo de vivermos como quisermos.
ángel Puyol
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.