AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (67)

.

               Há unha grande diferença entre maxía e feitizaría.  A maxía pode ser inspirada por Spiritos bondadosos e amantes da humanidade; a feitizaria nón, é fructo das relaçóns e evocaçón dos malos espíritos, e por isso só serve para fazer Sortiléxios dos quais resultam malefícios.  Chama-se demonoloxía ou arte de tratar e evocar os demónios.  Ademais disso, nas Sciências Sobrenaturais, a maxía ocupou sempre o primeiro lugar, por isso que nón era a feitizaría quem relacionaba as criaturas que a professabam, com os Spíritos superiores, habitantes das rexións Ethéreas ou Celestiais, senón que mandaba nos Spíritos inferiores, demónios e feiticeiros, que os podía obrigar a desfazer muitos encantamentos, sortiléxios e feitiços.  Ordináriamente a maxía divide-se em branca e negra.  Maxía branca é ainda hoxe a arte de produzir certos efeitos maravilhosos na apariência, mas na realidade  debidos a causas naturais.  Maxía negra ou maxía propriamente dita, polo contrário, produze efeitos sobrenaturais pola intervençón dos Spíritos, e dos anxos maus sobre tudo, sendo polo tanto a “Mater” dos feiticeiros e das bruxas e, de todos os que profesam qualquer arte oculta, ou Sciência que produce efeitos sorprendentes, e inacessíbeis à compreensón vulgar e ó critério de cada um, como: Quiromância, Buena Ventura,  a arte de ler na disposiçón da Baralha de cartas.  Acesório indispensábel ó mais rudimentar operador de prodíxios, xá que se atribuie a Satanás a invençón do xogo, e polo tanto também será o seu mais ventaxoso instrumento.

manuel calviño souto

Deixar un comentario