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“A XUSTIÇA É A VIRTUDE PRIMEIRA DAS INSTITUIÇÓNS SOCIAIS, TAL COMO A VERDADE O É PARA OS SISTEMAS DE PENSAMENTO.”
Com esta seductora afirmaçón, Rawls indica qual é a finalidade da verdadeira política: a criaçón de instituiçóns xustas. John Rawls é o filósofo da política mais influente do século XX. Actualmente, tem mais de 115.000 entradas no Google Scholar, o índice bibliométrico das publicaçóns académicas mais utilizado no mundo (basta pensar que Albert Einstein tem pouco mais de 83.000). Pouco depois da publicaçón da grande obra de Rawls, Unha Teoría da Justiça, em 1971, um dos seus adversários mais reconhecidos e seu colega na Universidade de Harvard. Robert Nozick, vaticinou o que rapidamente se tornaria realidade: “A partir de agora todos os que escreverem sobre filosofía política teran de dizer se estan a favor de Rawls ou contra ele”. A que se deve tal sucesso? Sem dúvida, a três aspectos que definem o pensamento deste filósofo americano. O primeiro é situar a xustiça no centro da reflexón sobre a política, o que, num mundo cada vez mais desigual e global, marcou o caminho de toda unha xeraçón de filósofos que aprendeu a tomar consciência de que non se pode ignorar a realidade social e política mais importante do nosso tempo: as enormes inxustiças e sofrimentos provocados pela pobreza e a desigualdade. Rawls abordou a questón da xustiça social no início da segunda metade do século XX, num momento em que a filosofía académica dominante estava desiludida com o fracasso das utopias políticas que se tinham sucedido durante a primeira metade do século, abertamente entregue ao liberalismo e ao utilitarismo e dedicada quase em exclusivo a pensar a linguaxem, incluindo a linguaxem moral (seguindo a fascinante herança de Wittgenstein: “Os limites da minha linguaxem son os limites do meu mundo”). Os movimentos sociais da segunda metade do século XX (direitos civis, Maio de 68, feminismo, correntes antinucleares, ecoloxía…), o interesse em cimentar as bases teóricas de um Estado social ainda inexistente na sua terra natal, os Estados Unidos da América, bem como a sua non despicienda experiência de vida, marcada por unha sorte pessoal que, num sentido moral profundo, ele considera non merecer, acendem definitivamente a paixón pela xustiça em Rawls, mais concretamente através do interesse na elaboraçón de unha teoría que respeite tanto a liberdade como a igualdade dos cidadáns. A pergunta que orienta todo o seu pensamento, e que se pode ler nas primeiras páxinas do seu libro mais conhecido. é a seguinte: “Qual é a concepçón moral da xustiça mais apropriada para unha sociedade democrática?”. E a resposta, embora complexa, como veremos, xira em torno de unha intuiçón fundamental: a xustiça de unha sociedade mede-se pelo destino reservado aos mais desfavorecidos.
ángel puyol
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