Arquivos diarios: 12/08/2018

BERTRAND RUSSELL (A FILOSOFÍA ANALÍTICA)

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               Bertrand Russell quis tanto compreender o seu mundo e o seu tempo como transformá-lo.  Todas as suas actividades son rexídas por esta inquietaçón em entender o seu sentido, xustificaçón e verdade.  A sua obra “Os Problemas da Filosofía” começa com unha pergunta que o define: “Existe algum conhecimento no mundo tan firme e seguro que nenhum home razoável o possa questionar?”  Esta pergunta está  presente em toda a sua traxectória filosófica, nas suas conquistas e frustraçóns, e nas alteraçóns que sofreu com o tempo.  Para Russell, compreender é vislumbrar as razóns que suportam unha ideia, e conhecer as razóns implica reconstruir o edifício no qual se apoiam.  Esta paixón conduziu-o a um estilo de indagaçón lóxica, matemática e linguística que hoxe conhecemos como filosofía analítica.  Efectivamente, apesar de toda a controvérsia em torno das conquistas particulares da filosofía de Bertrand Russell, non se pode negar que foi um dos criadores da análise filosófica.  Xuntamente com o alemán Gottlob Frege e o também inglês (e amigo de Russell) George Edward Moore, deu início a um modelo de filosofía que determinou o pensamento contemporâneo.  Na “Filosofía do Atomismo Lóxico”, afirma: “Filosofar correctamente consiste sobretudo, na minha forma de ver, em passar das cousas imediatamente manifestas, imprecisas e ambíguas, e ao mesmo tempo daquelas em que nos sentimos relativamente seguros, a algo preciso, claro e definitivo, que,  graças à reflexón e à análise, descobrimos estar envolvido na imprecisón de que partimos, o que constitui, por assim dizer, a autêntica verdade de que tal imprecisón era unha espécie de sombra.”  A filosofía e a vida de Lorde Bertrand Russell son inconstantes e estáveis.  “Eadem mutata resurgo” (“Modificada, ressurxo a mesma”), defendeu Jacques Bernoulli (1654-1705, matemático suíço, membro de unha ilustre família de cientistas, os Bernoulli), que viveu enredado na espiral logarítmica.  A mesma frase pode ser aplicada às duas dimensóns de Russell.  Mudou várias vezes de filosofía (era acusado de tirar da manga um sistema filosófico de tempos a tempos), e também de profisón: começou por ser matemático, trocou a matemática pela filosofía académica, abandonou a filosofía académica para se dedicar à divulgaçón e à vida de conferencista, para regressar à universidade e mais tarde à vida pública.  Porém, em todas estas mudanças Russell manteve um mesmo desexo de verdade, de tolerância e de racionalidade tenáz.

fernando broncano