Arquivos mensuais: Agosto 2018

XACIMENTO ARQUEOLÓXICO (REBORDINHOS Nº 7)

.

    XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA36042020

                    REBORDINHOS Nº 7

               Está situado na parte interior, à altura do Côto dos Troncos, na ladeira sueste dunha altichaira.  Inscrípto tipoloxicamente como um assentamento ao ar libre, e adscrípto  à cultura da Idade do Bronce, de maneira indeterminada.  Parece ser um assentamento prehistórico de cultura pouco definida, aínda que poidera ser da Idade do Bronce.  O material arqueolóxico aparecido é muito escaso, se bem probabelmente se trate de um assentamento ao ar libre, como outros situádos nas suas proximidades.  

a irmandade circular

RICHARD RORTY (COMO MUDAR O RUMO À FILOSOFÍA)

.

               Este livro tem mais de história do que de argumento. A sua personaxem principal é um filósofo dificilmente classificável que se moveu por diversas áreas do pensamento e passou a vida a fuxir das etiquetas profissionais.  Debateu com filósofos analíticos, mas non foi um deles, pois non tentou definir o que é a verdade ou em que consiste o conhecimento.  Interessou-se por certos temas políticos, mas non foi um teórico em busca dos fundamentos da vida democrática.  Escreveu sobre literatura, mas non foi um crítico literário com um método definido e inovador.  Entón, que lugar ocupou Rorty?  Provavelmente nenhum.  Talvez tenha sido mais um pensador de encontros do que de posicionamentos, o que non significa que os encontros acabassem sempre em entendimentos.  Richard Rorty nasceu antes da Segunda Guerra Mundial e formou-se ao longo dos anos cinquenta e sessenta, até se tornar unha figura extremamente polémica nos anos de 1980.  Foi um escritor prolífico e minucioso e, além de utilizar técnicas argumentativas para defender as suas ideias, utilizou tácticas para fazer chegar a sua mensaxem tanto a outros grémios académicos como ao público em xeral.  Politicamente manteve unha posiçón que suscitou críticas de diversas facçóns: a direita considerou-o irresponsável, a esquerda moderada tomou-o por frívolo e a esquerda radical rotulou-o de cínico.  A dado momento, Rorty disse que o seu pensamento era mais típico de um “bricoleur” do que de um criador, o que é um pouco irónico, pois o seu modesto uso de ideias teve consequências enormes, de modo que acabou por se tornar um dos mais influentes pensadores norte-americanos do século XX.  Durante o último ano da sua vida, em 2007, declarou: “A funçón de um sincretista non orixinal como eu é fabricar narrativas que, fundindo horizontes, consigam ligar productos de mentes orixinais.  A minha especialidade son as narrativas que contam a ascensón e a queda de problemas filosóficos” (AI)1.  Neste livro apresentamos o seu pensamento de unha forma narrativa, tendo em conta a sua traxectória e os seus contínuos debates com outros filósofos da sua época.  Primeiro situá-lo-emos no panorama da filosofía do século XX, relacionando-o sobretudo com a série de movimentos e tendências que, a partir dos anos oitenta, tentaram impor outro ritmo e outra funçón à filosofía.  Também faremos unha retrospectiva dos dactos da sua vida que permitem entender melhor as suas idas e vindas, e analisaremos algunhas das suas ideias mais recorrentes.  Unha vez que é impossível fazer referência a todas as facetas e arestas do seu ideário, daremos aquí prioridade aos propósitos finais de Rorty em detrimento de todas as ferramentas que usou para os promover, ou sexa, daremos mais atençón ás suas ideias mais polémicas, como, por exemplo, o que é a filosofía para a cultura de hoxe ou o que foi a relixión para o Iluminismo.

RAMÓN DEL CASTILLO

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (62)

.

               Sibylla nova em Pontareas.  Desde que cheguei de Lisboa, até á presente data, tivem muitos contratempos,  enfermedades, e misérias físicas –  Ah!  Sabe Deus quando cesarán.   Mas o 15 de Abril de 1916, fún a Pontareas, tendo notícias que había nova sibylla (Barajera), saíndo picardías, doenças, etc…  E, que para as desfazer, tinha que traer-lhe terra de um Cemitério (de um ádro onde enterrasen mortos), um lenço, ou terra do pé dereito da rapariga, um ovo de galinha negra e um pano de mán meu.  Entregar-lhe tudo isto á Sibylla, que requería tamém, que tinha que o por três días ós pés da cama, onde dormira e tomar cuidado que non se rompera, que o ovo había de romper de seu, e tán pronto rompe-se, desfacía-se o encanto…  E a rapariga aparecía a buscarme na minha casa, etc…  Mas, que non podía casar mentras estive-se así…  E aínda que deixa-se a rapariga e busca-se outra, por forza que fixé-se todos os esforzos serían nulos, etc…  Á noite sonhei que iba eu com o seu pái e Isolina diante, mas non se me representou igual.   Minha nái enferma.  O 27 de Abril de 1916, deu-lhe mal a mama, e a doença foi a pior, até que se puxo fraca, seca, lábios morados, denegrídos, cor de negro-encarnado, encendida, vista lânguida esgaceada, quedqndo quase sem movimento.  Se estas sinais duran mais três dias, ela deixaba de existir.  E a mím, vêm-me um aímpo de chorar imenso, movido por impulso da alma, que non podía deixar de chorar.

manuel calviño souto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

pronto rompe-se, que se desfacía o encanto…  E que a rapariga aparecía na minha casa a buscar-me, etc…  Pois, que non me podía casar, mentras estivesse así…  E aínda que deixase aquela rapariga e buscase outra, por forza que fixé-se, todos os esforzos, serían nulos, etc… De noite, sonhei que iba eu com a seu pai e Isolina diante, mas non se me representou igual.  Minha nái doente.  O 27 de Abril de 1916, deu-lhe mal á minha nái, e a doença foi a pior, até que se puxo fraca, seca, lábios morados, denegrídos, cor negro-morado, encendida, vista languida-esgaceada, quedando quase sem movimento.  Se isto durase mais três días, deixaba de existir, e a mim vêm-me um aímpo de chorar imenso, movido por impulsos da alma, que non podía deixar de chorar. 

manuel calviño souto

GEORGE BERKELEY (A VIRTUDE DO EMPIRISMO)

.

               Quantas vezes o fascinante e aquilo que nos parece irrelevante andam de máns dadas, sem que demos por isso.  O fascinante de George Berkeley é ter sabido manter a compostura apesar de ter vivido entre duas grandes personalidades da filosofía britânica e empirista como John Locke e David Hume.  E o irrelevante é, sobretudo, unha impressón, unha aparência sintetizada no facto de que pouquíssimos mencionaríam Berkeley se lhes fosse pedida a lista de pensadores favoritos.  A ideia que se costuma ter de George Berkeley é a de um obscuro filósofo empirista que viveu entre dous xigantes.  Dizia o pensador neoplatónico do século XII, Bernardo de Chartres, que os leitores dos clássicos son como anóns aos hombros de xigantes e que podem ver mais, e mais lonxe do que eles, non pola agudeza da sua visón, nem pela dimensón do seu corpo, mas porque son erguidos  pela sua grande estatura.  Neste caso, os ombros dos xigantes Hume e Locke non deixaram ver a verdadeira dimensón daquele a quem calhou estar situado entre ambos.  Nas palavras do professor José Manuel Bermudo, George Berkeley representou o lado mais fraco do empirismo, precedido pela figura histórica de John Locke e sucedido pela enormidade crítica de David Hume, o céptico que foi capaz de, nada mais nada menos, acordar o próprio Immanuel Kant do seu “sono dogmático”.  No entanto, ao contrário de Kant, Berkeley, que esgarafunchou nas feridas metafísicas do pensamento, na mente, na imaxinaçón e nas ideias, teve vida e história.  A sua afirmaçón poética “o curso do império dirixe-se para occidente” tornou-se popular entre os colonizadores norte-americanos que emigraram para a costa do Pacífico, e a cidade de Berkeley – e consequentemente a sua reconhecida universidade – acolheram o seu nome como tributo ao autor de palavras que pressaxiavam que o futuro da civilizaçón occidental passava pela América.  Além de ideias preconcebidas e de percepçóns estereotipadas, podemos afirmar que nos encontramos perante um empirista singular.  Alguém que discordou de Newton com argumentos sérios e que se tornou predecessor das propostas de Albert Einstein: defendeu a existência de um banco central para evitar as crises económicas e enfrentou o colonialismo inglês na Irlanda.  Foi um grande prosista. que criticou a cultura do luxo porque criava desigualdade, e embarcou no fabrico de um remédio capaz de curar as doenças epidémicas que assolavam aquela Irlanda imersa na pobreza.  Sobre ele disse o poeta Alexander Pope que estava guarnecido de todas as virtudes que existem à face da terra, apesar de, obviamente, também ter muitos dos defeitos que existem à face dessa mesma terra.

luis alfonso iglesias huelga

ASTRONOMÍA (AMÉRICA DO NORTE)

.

               Neste artigo, de certo modo, demasiado breve e estrafalário, vamos pondo no conhecimento das xentes que mostran algunha preocupaçón, por um planeta do sistema Solar chamado Terra, e que para nós galegos ésta palabra atesoura um significado demasiado íntimo.  Neste caso, falaremos do continente da América do Norte, levantando o seu passado, e o futuro que se nos depara.  Nasceu há muito tempo, com erupçóns vulcânicas massivas, que expulsaron lava durante miles de anos, nas quais morreron plantas e animais, o que levou a unha perda de metade da vida existente neste pequeno mundo.  Unha “pluma mantélica”, acabou por dividir Panxeia em duas partes, separadas por um novo oceano chamado Atlântico, e unha grande cadeia de vulcâns, a “dorsal centro aceânica”,  que separan as placas americana e euro-africana.  Mas, um dos grandes problemas para a vida, está forxando-se por debaixo da América do Norte, na forma de unha ruptura do continente em duas partes, á altura das Montanhas Rochosas, que evoluccionaría derivando unha metade para oriente, e a outra caminhará cara a nós, para confluir na formaçón do super-continente previsto, e xá conhecido como Eurásia.  Há 70 milhóns de anos, o mar interior desapareceu e como causa emerxirón as Montanhas Rochosas. Aproximadamente há 25 milhóns de anos, enormes erupçóns vulcânicas depositáron nas côncas do Waiomi, grandes quantidades de lava e cinzas. Depois, com o passo dos milénios, a erosón acabou por reducir as Montanhas Rochosas á metade do seu tamanho orixinal, formando unha das rexións mais espectaculáres do nosso planeta.  Enormes glaciáres, formaron os canhóns em forma de “u”, que deixaron as suas cicatrices grabadas na pel do continente. Logo, derretidos os glaciáres, vinheron as torrentes do rios, lagos e mares interiores.  Na parte sul das Rochosas, xá se vai notando um aumento da actividade vulcânica, e unha enorme racha, que irá irremissivelmente partir o continente norte américano, e formar um mar interior, que o separaría em duas partes.  A povoaçón, non têm muita idéia déstas cousas, e tampouco convêm alarmar muito, pois poderíam escapar todos prá cá, o qual provocaría unha nova ondanada de inmigrantes, aínda que estes, como tenhém bastante dinheiro, seguro que seríam recebidos com os brazos abertos. 

léria cultural

JOHN RAWLS (UNHA TEORÍA DA XUSTIÇA)

.

“A XUSTIÇA É A VIRTUDE PRIMEIRA DAS INSTITUIÇÓNS SOCIAIS, TAL COMO A VERDADE O É PARA OS SISTEMAS DE PENSAMENTO.”

               Com esta seductora afirmaçón, Rawls indica qual é a finalidade da verdadeira política: a criaçón de instituiçóns xustas.  John Rawls é o filósofo da política mais influente do século XX.  Actualmente, tem mais de 115.000 entradas no Google Scholar, o índice bibliométrico das publicaçóns académicas mais utilizado no mundo (basta pensar que Albert Einstein tem pouco mais de 83.000).  Pouco depois da publicaçón da grande obra de Rawls, Unha Teoría da Justiça, em 1971, um dos seus adversários mais reconhecidos e seu colega na Universidade de Harvard.  Robert Nozick, vaticinou o que rapidamente se tornaria realidade:  “A partir de agora todos os que escreverem sobre filosofía política teran de dizer se estan a favor de Rawls ou contra ele”.  A que se deve tal sucesso?  Sem dúvida, a três aspectos que definem o pensamento deste filósofo americano.  O primeiro é situar a xustiça no centro da reflexón sobre a política, o que, num mundo cada vez mais desigual e global, marcou o caminho de toda unha xeraçón de filósofos que aprendeu a tomar consciência de que non se pode ignorar a realidade social e política mais importante do nosso tempo: as enormes inxustiças e sofrimentos provocados pela pobreza e a desigualdade.  Rawls abordou a questón da xustiça social no início da segunda metade do século XX, num momento em que a filosofía académica dominante estava desiludida com o fracasso das utopias políticas que se tinham sucedido durante a primeira metade do século, abertamente entregue ao liberalismo e ao utilitarismo e dedicada quase em exclusivo a pensar a linguaxem, incluindo a linguaxem moral (seguindo a fascinante herança de Wittgenstein:  “Os limites da minha linguaxem son os limites do meu mundo”).  Os movimentos sociais da segunda metade do século XX (direitos civis, Maio de 68, feminismo, correntes antinucleares, ecoloxía…), o interesse em cimentar as bases teóricas de um Estado social ainda inexistente na sua terra natal, os Estados Unidos da América, bem como a sua non despicienda experiência de vida, marcada por unha sorte pessoal que, num sentido moral profundo, ele considera non merecer, acendem definitivamente a paixón pela xustiça em Rawls, mais concretamente através do interesse na elaboraçón de unha teoría que respeite tanto a liberdade como a igualdade dos cidadáns.  A pergunta que orienta todo o seu pensamento, e que se pode ler nas primeiras páxinas do seu libro mais conhecido. é a seguinte: “Qual é a concepçón moral da xustiça mais apropriada para unha sociedade democrática?”.  E a resposta, embora complexa, como veremos, xira em torno de unha intuiçón fundamental: a xustiça de unha sociedade mede-se pelo destino reservado aos mais desfavorecidos.

ángel puyol

LITERATURA (GUSTAVE FLAUBERT)

.

               Em França, o românce realista criado por Balzac e Stendhal tivo a sua continuaçón em Gustave Flaubert.  Non há na prossa françesa do século XIX um maior empenho por alcançar a perfeiçón formal que neste mestre que sonhava em fazer “um libro sem atadura externa, que se sustentara por sí mesmo, pola forza interna do estilo”.  Mas os logros de Flaubert non son só formais, porque a estructura dos seus românces é tan acabada como a da prossa e o seu conteúdo tan profundo como poida sê-lo o dos melhores romancistas da literatura universal.  A tenacidade no trabalho e as ânsias de perfeiçón artística foron os signos da sua indiscutíbel xenialidade.  “Sou somente um burguês que vive retirado na campinha, ocupado na literatura e sem esixír nada dos demais, nem honras nem estima”.

r.b.a. editores, s.a. – barcelona

.

.

.

.

BLAISE PASCAL (O HOME É UNHA CANA QUE PENSA)

.

               Pascal é um daqueles pensadores que a história oficial da filosofía costuma manter ocultos. O motivo desta omisón non tem que ver com o facto de as suas ideias non merecerem um papel ilustre na disciplina, mas por o seu pensamento constituir unha anomalía, e o anómalo, ao interromper o curso da narraçón estabelecida, costuma ser rexeitado e relegado para segundo plano.  Muitos xustificaram esta decisón referindo que a obra de Pascal non se situa no campo filosófico, mas que pertence mais, por um lado, ao da ciência e, por outro, ao da apoloxética cristán.  Mas Pascal, que podía ser comparado a um raio, tanto pela curta duraçón da sua vida – morreu com apenas 39 anos -, como pela força do seu pensamento, xustifica totalmente que visitemos esse segundo plano e que nos aproximemos da sua obra, que, sem dúvida, é de natureza filosófica.  Isso é tán evidente que Pascal podería ser um dos interlocutores mais estimulantes da história do pensamento.  A sua filosofía non é fácil, pois parece-se mais com unha floresta escura que obriga a visitar espaços normalmente ignorados. Pascal faz um dos retractos da condiçón humana mais duros e implacáveis que a filosofía nos deu, e ninguém que o contemple com atençón pode sair incólume.  Há quem tenha qualificado o seu pensamento de “anti-humanista”, e o poeta Paul Valéry até acusou o filósofo de ser um “inimigo do xénero humano”.  Mas é necessário que o leitor conheça o pensamento pascaliano:  cheio de variaçóns, matizes e contraluzes, non tem apenas unha leitura. Non podemos esquecer que este filósofo é filho do século XVII, um momento histórico em que a Revoluçón Científica, a fé, a razón e a superstiçón coexistiram de unha forma muito peculiar, envolvidas nunha tensón que formou a cultura e o pensamento da época.  Em todo o caso, se Pascal atacou o xénero humano foi por considerar que este, ébrio de unha soberanía sem limítes, se tinha autoproclamado dono e senhor do mundo, e assumiu a tarefa de o derrubar de um trono que non lhe pertencia.  Assim, a sua filosofía procura relembrar ao homem qual é a sua medida.  Portanto, mostrou-lhe a sua miséria, mas também a sua grandeza: o pensamento.  Deste modo, a filosofía de Pascal destaca-se por ser um exercício soberano e inconformista que tem como obxectivo responder a unha única pergunta: o  que é o homem?  O seu inconformismo está na rexeiçón de qualquer resposta fácil, de qualquer fórmula que non indique tudo o que somos.  Como é evidente, foi crítico para com os filósofos que engrandeceram o homem até fazerem dele um deus na Terra, mas também o fez com aqueles que o rebaixavam até pô-lo ao nível dos animais.  Para Pascal, o homem é um ser paradoxal, e a sua filosofía move-se e cresce dentro deste princípio: nem anxo nem besta.

Gonzalo Muñoz Barallobre                    

 

 

 

A ESCOLA DA SEGUNDA REPÚBLICA (TEMPOS DE ILUSIÓN E DE ESPERANZA)

.

               A escola experimentou un profundo cambio, coa chegada da Segunda República, pois puxeronse en práctica principios avanzados como a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primario ata os doce anos, a liberdade de cátedra, a coeducación, o laicismo escolar, a democratización das institucións educativas e a construción de novas escolas. Segundo o art. 48 da Constitución de 1931 o servizo de cultura era “una atribución esencial del Estado, y lo prestará mediante instituciones educativas enlazadas por el sistema de escuela unificada”.  A República fixo un grande esforzo por ampliar a escolarización, creando novas escolas e contratando mestres e mestras en condicións laborais dignas.  Para elo púxeron en marcha o Plan Quinquenal de creación de 27.151 novas escolas.  A educación definíase como activa e social, e ocupábase tamén das persoas adultas.  As Misións Pedagóxicas chegaban ás aldeas.  Os Institutos Obreiros puñanse á disposición do ensino secundario.  Todo o profesorado recibiría  unha renumeracíon similar, como consequencia da escola única ou “unificada”.  Nos artigos dedicados á educación na Constitución Republicana de 1931 é palpable a pegada da pedagoxía da Institución Libre de Enseñanza, de figuras como a de Lorenzo Luzuriaga e das asociacións de maxisterio.  Estes cambios xeraron un profundo rexeitamento entre os grupos sociais mais reaccionarios.  O 14 de abril de 1931, cando quedou proclamada a Segunda República, era día de feira en Ponteareas, un martes para a historia.  En “O Condado na IIª República (1999), Francisco Candeira Mosquera – historiador e exalcalde de Ponteareas que nos acompanhou nos referidos Actos da Memoria Histórica -, analiza en profundidade aquelas datas.  Ao día seguinte da proclamación da República, o novo alcalde, Emilio Garra Castellanzuelo, anunciaba a boa nova.  Baixo os compases de “A Marsellesa”,a banda de música ponteareá xunguíase aos acontecimentos.  Na zona do Condado-Paradanta, durante o primeiro bienio azañista (1931-1933), na distribución de Bibliotecas do Padroado de Misións Pedagóxicas por localidades, temos rexistrados envíos para as escolas de Angoares, Arbo, Areas, A Cañiza, As Neves, Folgoso, Guláns, Meder, Moreira, Mouriscados, Pesqueiras, Ponteareas ou Taboexa.  En 1934, houbo unha Misión Pedagóxica no Partido Xudicial da Cañiza (A Cañiza, Arbo, Covelo e Crecente).  Baixo a orientación da renovada Inspección, celebráronse Quincenas e Semanas Pedagóxicas e organizáronse os Centros de Colaboración Pedagóxica para combater o illamento do maxisterio.  Á zona do Paradanta chegaban dende Catalunya as Técnicas Freinet co mestre José Benito González Álvarez, que puxo en marcha en 1934  o xornal Faro Infantil cos nenos da súa escola, cuxa difusión chegaba a Ponteareas (Porto Ucha e Vázquez Ramil 2017).  Por estas terras destacou naquel tempo a presenza sindical de mestres comprometidos, como Victor Fraiz Villanueva de A.T.E.V. (Asociación de Traballadores do Ensino de Vigo, mestre de Coia, fusilado en 1937 ou Luis Soto Fernández de A.T.E.O. (Asociación de Traballadores do Ensino de Ourense, con escola en Mondariz Pobo).  A nivel local e asociativo, José Pino Expósito, da Graduada de Ponteareas e Gabino Fernandez Filgueira, da escola de nenos de Guláns, encargábanse respectivamente da presidencia e secretaría da Asociación do Maxistério.  Na Casa do Maestro de Pontevedra, foi nomeado vogal para a nova Sección de Iniciativas (que integraba excursións e misións pedagóxicas; veladas e festas; certames e exposicións, información, propaganda e prensa)  Gonzalo Pardellas Puga, mestre da escola de Arcos.     

anxo serafín porto ucha e raquel vázquez ramil

HUSSERL E GADAMER (FENOMENOLOXÍA E HERMENÊUTICA)

.

               Toda a filosofía de hoxe, excepto a que se baseia na análise da linguaxem (natural ou artificial), é fenomenoloxía ou hermenêutica. A fenomenoloxía foi fundada por Edmund Husserl em 1900;  Martin Heidegger – até certo ponto, discípulo de Husserl – fundou a hermenêutica em 1927, mas esta só passou a um primeiro plano graças a um discípulo de  Heidegger, Hans-Georg Gadamer, em 1960.  Na verdade, há antecipaçóns das duas tendências contemporâneas desde Platón, mas acompanhá-las sería unha longa história e de momento, pouco apaixonante.  Quando Husserl foi entendido, os filósofos reaxiram com um entusiasmo que non era sentido no seio do grémio desde as críticas kantianas, um século antes.  Era como se o mundo e a vida humana se afigurassem outra vez novos ao olhar do assombro.  Era como se na filosofía se tivesse de súbito começado a practicar unha técnica de exame do real, paralela à que o expressionismo desenvolvia na pintura.  Unha segunda (ou, talvez terceira) inocência.  O interesse mundial pela nova filosofía alemán cresceu aínda mais quando Heidegger publicou “Ser e Tempo”.  De imediato se começou a falar de unha transformaçón da fenomenoloxía em existencialismo.  Hoxe, unha vez que os trabalhos de Gadamer foram alvo de ampla difusón, é muito frequente ouvir falar da viraxem que a fenomenoloxía deu até se converter em hermenêutica.  A convicçón do autor deste livro é que essa viraxem non existe: unha coisa é haver pensadores que se convençam da superioridade das teses de Heidegger a respeito das de Husserl, e outra, que esta superioridade se dê realmente e sexa tán global e tán decisiva a ponto de xá ninguém poder lexitimamente preferir continuar a trabalhar a partir das bases definidas por Husserl em vez de no âmbito da hermenêutica.  A fenomenoloxía procura captar sem pressupostos prévios como vivemos tudo o que de facto vivemos; a hermenêutica renuncia a este programa, que non lhe parece sensato, e trata a vida do indivíduo em analoxía com a interpretaçón de um texto.  E quando lemos a vida e o mundo,  a nossa compreensón apoia-se num leito de pressupostos e de crenças – a tradiçón – ao qual devemos até as perguntas que fazemos à vida e ao mundo.  O leitor leia e pense, ou sexa, pergunte…

miguel garcía-baró

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (61)

.

               Sonho Lisboa.  Sonhei que estaba eu em Lisboa, e passeando por unhas ruas, tivem unha discusón com rapazes que non conhecía, e dêm uns paus num deles.  Despois, vím para baixo e fún ter a um sítio que me pareceu por intuiçón a Praça da Figueira, onde encontréi minha nái vendendo peixe ou cousa parecida, e non sei que mais…   Estaba lamentando-se de ter ído para-lá, e eu non tinha dinheiro para mandála de volta, mas tinha a intuiçón de que ela quería vir.  Perguntei-lhe se lhe chegava o dinheiro, e orientei-a para como había de fazer o viáxe, mas vín-na tán fraca, marchita e desfigurada, como se estivéra morta de oito días, mais que pessoa viva, e entre todas estas voltas, apareceu-me unha intuiçón de Isolina.  

manuel calviño souto 

.

MICHEL FOUCAULT E JACQUES DERRIDA

.

               O pensamento francês da segunda metade do século XX foi, muito provavelmente, a última grande corrente especulativa capaz de renovar por completo o palco em que se levantam os problemas e o modo de o fazer, a ponto de podermos dizer que, no que diz respeito aos nossos instrumentos conceptuais, vivemos no seu rescaldo.  A sua influência foi enorme, cobre toda a xeografía intelectual e abarca todos os âmbitos, desde a reflexón política à crítica e à experimentaçón artística.  Foram inúmeros. e de unha rara qualidade, os pensadores que levaram avante esta renovaçón e, entre eles, destacam-se especialmente Michel Foucault e Jacques Derrida.  Desde princípios do século que a filosofía francesa ficara fortemente marcada por duas perspectivas diverxentes: o vitalismo e o formalismo.  Em 1907, Henri Bergson publica “A Evoluçón Criadora”; cinco anos mais tarde, Léon Brunschwig publicará “As Etapas da Filosofía Matemática” (Les Étapes de la Philosophie Mathématique) – textos emblemáticos sobre o assunto.  Durante meio século, as duas tendências disputaram a hexemonía e os filósofos forom obrigados a posicionar-se em conformidade.  No final da década de 50, no entanto, a extrapolaçón dos métodos da linguística estructural para a etnoloxía abalou profundamente o panorama da filosofía e das ciências humanas.  A descoberta dos mecanismos insconscientes, que permitem a existência da significaçón e do sentido, até entón património substancial da consciência, provocou unha onda de choque de grande alcance.  Os filósofos que resolveram pensar a partir desses princípios acabarom por chegar a um ponto de equilíbrio entre formalismo e vitalismo que se revelou explosivo.  Por um lado, questionando o formalismo estructural e levando-o para lá de si mesmo; mas, por outro, a sua preocupaçón com o ser da linguaxem levou-os ao encontro do vitalismo nietzschiano, com todas as suas consequências.   Cada um à sua maneira, Foucault e Derrida proporcionarom um eminente exemplo desse esforço.  Como se verá, son muitas as diferenças que os separam.  Tentaram desdobrar-se no seguimento dos movimentos filosóficos que lhes son reconhecidos como próprios ao longo das suas sucessivas rupturas e reformulaçóns, no caso de Foucault, da arqueoloxía à xenealoxía e para além delas; transversalmente à torrente das prácticas desconstructivas, no caso de Derrida.  O obxectivo non era tanto oferecer unha interpretaçón, mas expor o seu pensamento da forma mais consistente e simples possível, com o mínimo de inferferências, recorrendo ás suas próprias declaraçóns quando era necessário um esclarecimento.  Apesar das suas diverxências, o ponto de partida é comum: a denúncia das premisas habituais de um determinado campo discursivo e a sua consequente suspensón ou colocaçón entre parênteses.  Poder-se-ia dizer que, decididamente, o que ambos denúnciam em primeiro lugar é o etnocentrísmo, embora non o façam da mesma forma.  E talvez sexa aí que as suas diferenças comecem a manifestar-se:  enquanto Foucault practica a análise histórica como se de unha etnoloxía interna à nossa cultura se tratasse, com o mesmo coeficiente de estranheza.  Derrida aplica-se à desconstruçón do logocentrismo e do falocentrismo, que se presumem encaixados desde sempre na metafísica occidental.  Nas páxinas seguintes, veremos onde os conduzem as suas respectivas descobertas. Começamos com unha panorâmica xeral da tradiçón de pensamento da qual emerxem.

miguel morey

DAS INCONVENIÊNCIAS DO CILICIO

.

               O do Juanjo e do Chema na ducha, non parecía, segundo a filípica do padre espiritual, cousa do mundo senon da carne.  E aí nos perdiamos em labirintos dos que non sabíamos saír.  O mundo, na doutrina, estaba claro.  “O mundo som os homes malos, mundanos e perversos”, decía o catecismo do padre Astete.  E isso era, mais ou menos o que nós queriamos decir.  Logo, para o padre espiritual, o mundo primordialmente eran as mulheres, certo tipo de mulheres, non todas.  Tudo andaba um pouco revolto, as mulheres, o mundo e a carne.  Concupiscência, em suma, que decía o confesor, que podía ser o padre espiritual comúm, ou outro que um tinha escolhido porque lhe tinha mais confianza.  As mulheres descotadas e desmangadas eran mundo.  E as faldicurtas, o qual significaba toda a prenda que subisse um pouco por cima do tornozelo.  E isso que algúm político comezaba a falar xá da Espanha alégre e faldicurta, para demonstrar que os famentos espanhois caminhabam para o progresso.  Isto, tinha-o lído eu num xornal; a Espanha alegre e faldicurta.  Ós curas, o de alegre parecia-lhes bem; o de faldicurta, menos bem.  Dixéra quêm a dixéra aquela célebre frase, para os curas a roupa tinha que ser talar e por isso todos levavam sotana, posta como unha argola entre o colarinho cerrado da sotana e o pescozo presbiterial.  O mundo, para os confesores e professores do Seminário, eran esses corpos de mulher, fonte de todos os males.  Ou sexa, o que eu decía; que os curas assimilaban mundo e carne e as duas cousas a demónio, aínda que matizando; a carne própria era mundo para os demais e carne para um mesmo, enemiga da alma do que há que fuxir por partida dobre.  Resumían núm todos os enemigos da alma que, como se vê, eran três: mundo, demónio e carne.  Aínda que iguais, o mais perigoso era a carne, impossíbel de votar de nós, ó contrário do demónio e do mundo, que sí era possíbel; a aquel com oraçón e humildade; a este, desprezando as suas pompas e vaidades.  A carne era o pior e só se vencía mediante disciplinas e xexúns.  Tudo andaba bastante confuso, mas entendía-mo-nos.  Pronto saberíamos verdadeiramente que cousa era a carne e quanta razón tinham os professores para uní-la, subtilmente com o mundo.  O que non se podía entender era que aquélas desaçóns do corpo – carne, demónio ou mundo, daba igual -, naturais pois, estaban em nós, fossem pecado.  Tratar de descifrar estes mistérios de Deus, estábamos advertidos, podía ser pecado de orgulho.  Ou sexa, Lucifer.  Pese a tudo, com os alumnos de 1º e 2º de Humanidades non se usabam demasiádas truculências.  Em 3º, xa empezaba um rigor um pouco mais tirano.  E a partir de Filosofía a cousa podía ser bastante intransixente.  Até entón a educaçón era como um suave goteo, nada violento, para que calara fundo e sem traumas.  Despois, quando empezaram as esixências e as disciplinas, xá o corpo e a alma estabam preparados para tudo.  Mas entretanto, “despacito e buena letra”.  Inclúso as mortificaçóns e as penitências estabam baixo um control razoábel.  Os que nos dava a veleidade purificadora dos sacrifícios, o cilicio por exemplo, caía-nos unha reprimenda; como se estiveramos tentando a Deus com afáns excessívos de santidade, que também podíam ser pecado por falta de humildade.  Aquel cuidado para prevenir excessos estaba bem.  Porque o cilicio era unha cousa mala e parecía abdominábel invento do diábo.  Era unha cadeia cheia de pinchos que se punha ó redor do muslo, como unha grande pulseira.  E segundo estivesse de apertada, os pinchos cravában-se mais ou menos, e ou sangrava muito ou só unhas gotas de nada.  Era como unha coroa de espinhos de Cristo, de metal e colocada no muslo, em lugar de na cabeza.  Isso para um neno era unha barbaridade claro.  E os curas cuidabam de que ninguém se excedera nas suas ansias de santidade.  Deus chama-te e marca um destino, mas se tu non fás caso e vás por outro lado.  Ou sexa, que te descarrías e és traidor á vocaçón.  E os traidores á vocaçón, acaban todos mal; ou suicidándo-se; ou na impiedade.  Ó melhor non tanto; mas condenados ó fogo eterno, seguro.  Nésta questón, non había arrependimento nem perdón que valera.  Non había volta de folha; a expulsón dos dous teólogos e o traslado das monxas mais novas estaban relacionados.  A velhice das monxas parecían-me natural e seguíu parecendome despois do sucesso dos teólogos, aínda que um pouco menos.  Até á tarde aquela em que, sem querer lhe toquei o cú á irmán capelana.  Isto foi, polo menos, três anos mais tarde, na Abadía de Lebanza, um lugar remotíssimo, no corazón mais abrupto de unhas montanhas violentas e impossíveis.  

javier villán e david ouro

LEIBNIZ (ESSE GRANDE DESCONHECIDO)

.

               Unha das teses de Leibniz mais citadas e menos compreendidas é, sem dúvida, a que dá título a este livro e que contribuiu para qualificar de optimista a filosofía leibniziana.  Esta interpretaçón deve-se sobretudo a Voltaire, que, no seu ensaio (publicado sob pseudónimo) Cândido ou O Optimismo (1759), ridiculariza Leibniz pondo na boca do doutor Pangloss a afirmaçón de que “vivemos no melhor dos mundos possíveis”.  O terramoto de Lisboa (1755) tinha literalmente abalado o filósofo francês; por esse motivo, xuntamente com outros iluministas, Voltaire ironiza sobre a Divina Providência que tinha permitido que morressem cem mil pessoas na catástrofe, e para isso agudiza o seu sarcasmo nunha máxima que o pensador alemán tinha criado meio século antes contra o voluntarismo de Descartes, que defendía que Deus, na sua omnipotência, podía ter criado á sua vontade o mundo que quisesse, independentemente da sua perfeiçón.  Para Leibniz, bem pelo contrário, se Deus existe, nunca podería deixar-se levar pelo seu poder ou capricho ao criar, sem se deixar guiar pela razón suficiente e pela conveniência na sua obra, pois há sempre “razóns” que orientam tanto o comportamento divino como o humano.  A favor de Voltaire debemos dizer que Leibniz non era unha figura que os seus contemporâneos conhecessem bem.  Algunhas das suas ideias foram transmitidas por um discípulo, Christian Wolff, que as adaptou á sua medida no que ficou conhecido nessa época como “filosofía leibnizo-wolffiana”, o que fez pouca xustiça ao nosso autor, que tinha publicado muito pouco em vida.  Além de alguns artigos em latim que saíram em revistas académicas recém-criadas.  Leibniz só entregou à gráfica em francês, para um público mais amplo, a sua Teodicea (1710), xá que non quixo publicar os Novos Ensaios Sobre o Entendimento Humano (1705) após a morte do seu adversário, Locke, e o libro só apareceu meio século depois, postumamente.  Mas o leitor non deberá pensar que Leibniz escreveu pouco, antes pelo contrário é um dos autores mais prolíferos da história da filosofía; calcula-se que tenha chegado a escrever unha média de quinze folhas por día, entre as quais se incluem as cartas que enviou a mais de 1100 correspondentes de dezasseis países diferentes – entre os quais se encontravam mais de duzentas mulheres erudictas -, e também centenas de ensaios sobre os assuntos mais diversos.  Tanto os seus manuscritos, redixidos essencialmente em latim, francês e alemán, embora também em inglês e italiano, como a sua biblioteca privada foram depositados na Biblioteca Real de Hanôver, actualmente a Biblioteca Nacional da Baixa Saxónia, onde se encontra a sede central do Arquivo Leibniz, encarregado de conservar a sua obra e, desde 1901, de dirixir a sua edicçón canónica.  Desde que saiu o primeiro volume, em 1923, apareceram cinquenta volumes divididos em oito séries diferentes que englobam escritos políticos, históricos, matemáticos, filosóficos, linguísticos, científicos e técnicos (ver secçón “Obras Principais”).  Trata-se de unha obra importante pela sua variedade, as suas dimensóns e o facto nada menosprezável de se ter mantido intacta apesar de ter passado por duas guerras mundiais; unha obra que, à medida que se vai publicando, revela mais um pouco do enorme icebergue que esconde e do qual até pleno século XX non se conhecía mais do que unha pequena amostra, por intermédio de ediçóns críticas levadas a cabo por grandes especialistas e bem trabalhadas em língua portuguesa.  Podemos dizer, sem receio de nos enganarmos, que o melhor do pensamento de Leibniz é concebido no diálogo com os outros, através das controvérsias e correspondências mantidas com os seus contemporâneos.  Tudo está relacionado com tudo, e em cada sistema, hipótese, explicaçón ou argumento há unha parte de verdade que cada um expressa a partir do seu ponto de vista (perspectivismo) e que é compactível com a verdade universal – que non é absolucta nem única – no seu conxunto.

concha roldán

A FAMÍLIA DA “TEORÍA M” (F3)

.

                A FAMÍLIA DA “TEORÍA M”

               A “Teoría M”, non é unha teoría no sentido habitual do termo, senón toda unha família de teorías diferentes, cada unha das quais proporciona unha boa descripçón das observaçóns mas somente num certo domínio de situaçóns físicas.  Vem a ser como um mapamundi:  como é bem sabído, non podemos representar a superfície de toda a Terra num só mapa.  A proxeçón Mercator utilizada habitualmente nos mapamundis fái que as rexións do mundo pareçan ter áreas cada vez maiores á medida que se aproximan ó norte e ao Sul, e non cubre os polos Norte ou Sul.  Para representar fielmente toda a Terra debe-se utilizar unha colecçón de mapas, cada um dos quais cobre unha rexíon limitada.  Os mapas solapan-se entre sí e, onde o fán, mostram a mesma paisaxem.  A “Teoría M” é parecida a isto.  As diferentes teorías que constituiem a família da “Teoría M” podem parecer muito diferentes, mas todas elas podem ser consideradas como aspectos da mesma teoría subxacente.  Son versóns da teoría aplicábeis tán só em domínios limitados, por exemplo quando certas magnitudes como a enerxía son pequenas.  Tal como ocurre com os mapas que se solapan nunha proxecçón Mercator, alí onde os domínios de validez das diferentes teorías se solapan, éstas predicen os mesmos fenómenos.  Mas assím como non há ningúm mapa plano que represente bem o conxunto da superfície terrestre, tampouco há unha teoría que proporcione por sí sola unha boa representaçón das observaçóns físicas em todas as situaçóns.  Describiremos como a “Teoría M” pode oferecer respostas  á pergunta da criaçón.  Segundo as predicçóns da “Teoría M” o nosso universo non é o único, senón que muitíssimos outros universos foron criádos da nada.  A sua criaçón, sem embargo, non requere a intervençón de ningúm Deus ou Ser Sobrenatural, senón que a dita multitude de universos surxe naturalmente da léi física:  son unha predicçón científica.  Cada universo tem muitas histórias possíveis e muitos estados possíveis em instantes posteriores, é decir, em instantes como o actual, transcurrido muito tempo desde a sua criaçón.  A maioría de tais estados serán muito diferentes do universo que observamos e resultarán inadequados para a existência de qualquer forma de vida.  Só uns poucos deles permitirian a existência de criaturas como nós.  Assím pois, a nossa presença selecciona deste vasto conxunto só aqueles universos que son compativeis com a nossa existência.  Aínda que somos pequenos e insignificantes a escala côsmica, isto nos fái num certo sentido senhores da criaçón.  

stephen hawking e leonard mlodinow