Arquivos mensuais: Febreiro 2018

QUE NADA SE SABE (8)

.

               Eu o farei mais fácilmente.  “Ente” significa todas as cousas: home, cabalo, burro, etc… ; logo o home é “Ente”, assím como o cabalo e o burro.  Se negas o primeiro, non vou proba-lo, pois non sabería.  Prova-mo tú, se sabes.  Tampouco tú.  Por conseguinte, non sabemos nada.  Volto ós siloxismos, cuxa subtilíssima ciência vem-se toda abaixo. Xá dixem antes que uns nomes son comuníssimos, por exemplo, “Ente”, “Verdadeiro”; outros, menos comúns, por exemplo, “substância”, “qualidade”;  outros, menos comuns ainda, por exemplo, “Platón”, “Mitrídates”, e há muitos intermédios, que nem significan tantas cousas como aqueles nem tán poucas como estes;  por exemplo, “corpo”, vivente”, “animal”.  De aquí que resulte fácil a quem pergunta, se o home é “substância”, mostrá-lo así com unha só palabra.  “Substância” significa todas as cousas que son “per-se”; por tanto o home, a pedra, a lenha.  Logo o home é substância.  Mas eles, buscando embrolhos para que a sua ciência non caia no despreço, se é fácil, fan-na difícil e trabalhosa com um disfraze de palabras, e se vanaglorían de ter demonstrado  e probado cientificamente – em barbara, castelo inexpugnável – que o home é substância, da seguinte maneira: “todo animal é substância, todo home é animal, logo todo home é substância”.  Dixeche verdade, mas sem sabê-lo, e mais escuramente de como podía tela dito o que sabe.  Pois é como se dixeras que “substância” significa tanto os viventes como os que non viven, e que “viventes” significa home e cerdeira, e que, por conseguinte, desde o primeiro termo até ó último, “substância” significa home.  Mas através de tantos passos intermédios a mente queda confundida;  mais ainda, como consequência disso, duvída mais de cada um dos intermédios  ¿Non é isto o que noutra parte tinha afirmado o mesmo Aristóteles:  “o que se dí do predicado, isso mesmo se dí do suxeito”?  Tudo isto son propriedades dos nomes.  Assim como também aquilo: “o que se dí de muitas maneiras”;  “se o nome de home significa unha só cousa…”;  “Outro princípio se dí…”;  “em câmbio, cousa di-se de unha só maneira…”;  “natureza di-se de um só modo…”; “necesário di-se…”   Em definitiva, tudo o que há nos libros da sua Metafísica e nas demais obras é definiçón de nomes.  De onde resulta que toda questón é quase questón de nome:  se “substância” se dí de home, e assím noutros casos.  Como isto ninguém pode sabè-lo com certeza, tampouco há ciência algunha nim das cousas, nim das palabras.

francisco sánchez

 

DERIVA HISTÓRICA

.

    XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA36042059

MÂMOANº6 DAS CHANS DO CAMPO DO MOURO

              Situada quase a rás de chán, esta desafortunada mâmoa nº 6, apesar de non ser muito agraciáda e non dar por conseguinte nas vistas dos xábirus, isso non impediu, igual que quase todas as suas irmáns, que fora abordada pola característica pistinha, e que fosse violada por malfeitores, devidamente autorizados para o efeito.  Fái uns quantos anos, que procuramos a maneira de polas em valor, conxuntamente com a Comunidade de Mouriscados, mas para isso, faria falta unha sociedade mais avançada civilizacionalmente.  Que poida disfrutar  de unha  maneira respeituosa delas.  O primeiro passo, sería a formaçón no tempo, de um bosque com a categoria de chamar visitântes, e abrigar unha fauna harmoniosa, capaz à sua vez de xerar riqueza local.  Natureza, turismo e cultura nativas.  E xá que hoxe em día, quando se fala de turismo, é impossíbel non pensar na gastronomía do país, isso sí organizada baixo garantías comunais.             

a irmandade circular

.

 

UM FILÓSOFO PARA TODOS E PARA NINGUÉM (1)

.

Algunha vez nos queixámos de ser mal entendidos, pouco conhecidos, confundidos, difamados, pouco escutados e ignorados?  Eis precisamente a nossa sina… e por muito mais tempo ainda!  Digamos, para sermos modestos, até 1901.

(A Gaia Ciência)

               Friedrich Nietzsche é, certamente, o mais polémico dos filósofos.  Ninguém como ele é capaz de ganhar unha admiraçón tan apaixonada e, ao mesmo tempo, despertar tanta rexeiçón. Pode dizer-se, tomando emprestado o subtítulo de “Assim Falava Zaratustra, que é um filósofo “para todos e para ninguém.  No seu quase século e meio de história, as ideias nietzschianas (subversivas, reacionárias, elitistas, estecticistas, antissemitas, misóxinas, anarquistas, irracionalistas, emancipadoras…  para citar apenas alguns dos qualificativos que receberam) foram defendidas e atacadas a partir de posicionamentos muito diversos, muitas vezes contradictórios entre sí.  Semelhante disparidade na recepçón indica um pensamento fuxidio, como se partilhasse as raras qualidades de um animal que non se deixa capturar.  De que modo devemos, pois, aproximar-nos de Nietzsche?  Como podemos ler o crítico mais radical e impiedoso da filosofía, da ciência, da relixión e da moral, tal como as conhecemos? Com que actitude abordar um filósofo tan incómodo, que foi, além disso, um filólogo invulgar, um psicólogo subtil e, acima de tudo, um enorme escritor?  Seria um erro cair na tentaçón de abordar os seus livros com a intençón de tomar partido.  Para começar, é mais do que discutível a existência de um único lugar, canónico e privilexiado, a partir do qual alguém possa proclamar-se nietzschiano.  Polo menos, non com a mesma certeza com que podemos considerar que a nossa forma de pensar é platónica, kantiana ou marxista.  É o próprio Nietzsche quem nos convida a descartar a estratéxia de tomar partido quando afirma:  “Pelo contrário, unha dose de curiosidade, como a que nos desperta unha planta exótica, xuntamente a unha resistência irónica, parecer-me-ia unha posiçón incomparavelmente mais intelixente”.  E, no entanto, os anteriores conselhos son demasiado tímidos.  Encontramo-nos, sem dúvida, perante unha “planta exótica”.  Mas também perante um autor que reconhece filosofar “às marteladas”, alguém que, em certa ocasión, disse de sí mesmo: “Eu non son um home, eu son dinamita”.   Para Nietzsche, o conhecimento é unha operaçón perigosa da qual unha pessoa non sai incólumne.  Non  é um frio processo mental em que adquirimos informaçóns que aperfeiçoam a nossa visón do mundo e em que nos consolidamos (nos reconhecemos) na nossa condiçón de seres racionais.  Pelo contrário,  o autêntico conhecimento é baseado nunha experiência após a qual non voltamos a pensar nem a sentir da mesma forma.  O acto cognoscitivo que Nietzsche propón aproxima-se mais da fascinante vivência de submerxir-se nunha paisagem natural ou nunha obra de arte do que da aprendizaxem técnica ou científica.  Ao conhecer, sofremos um abanón que altera profundamente a nossa visón, como se se partissem para sempre os óculos com que, a nível individual e social, estamos acostumados a ver(-nos).  Nietzsche concede os seus livros como artefactos destinados, no seu conteúdo e na sua forma, a provocar esse tipo de conhecimento transformador.  Por isso, devemos enfrentá-los com a actitude de quem entra num laboratório, preparados para fazer experiências connosco mesmos.  O leitor deve adentrar-se na sua obra com unha mistura de curiosidade e ironía, sim, mas sobretudo partilhando com o autor unha determinada abertura de espírito, unha disposiçón para a aventura que lhe permita exclamar:  “Queremos ser as nossas próprias experiências e cobaias!”.

toni llácer

VECINHOS DE GUILLADE VIXIAN A TALA ILEGAL DE PINHEIROS NO MONTE COMUNAL

.

               Os vecinhos da aldeia de Guillade, e a Comunidade de Montes Vecinhais em Man Comun, vixian atentamente desde onte unha das suas propriedades conhecidas com o nome de “Monte Albelle”, xá que foi onte quando descobriron a tala ilegal de 15 a 20 pinheiros com destino á venda de madeira, mentras que outros tantos permanecen marcados com o obxectivo de ser cortados. Ó parecer, este saqueo, debe-se a um acordo subscrito entre o Concelho e dous vecinhos do lugar e, que se venden para fins lucrativos dos referidos.

ANGELA PEREIRA (GUILLADE ANO 1992)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

               Entre os anos 1977/1980, o Concello de Pontareas vendeu, baixo determinadas condiçóns, 20.000 metros quadrados de terreno do Monte Comunal “Albelle” a dous vecinhos da aldeia.  Desta negociaçón, Felís Sebastián – presidente da Comunidade de Montes Vecinhais em Man Comum- dí que ningúm vecinho tivo conhecimento dela.  “Saíu no Boletín Oficial e no tabuleiro de anúncios do Concelho, mas quando nos demos conta, o negócio estava feito”, sinalou.  Nesta venda non se incluían as árbores, que continúan pertencendo aos habitantes de Guillade, polo que a devandita corta é ilegal.  Ante esta situaçón delictiva por parte dos proprietários do terreno, os vecinhos retiraron a madeira num camión, e a guardaron em lugar seguro, até que o negócio se aclare.  A pretensón da Comunidade de Montes, e dos vecinhos, é recuperar os 20.000 m de terreno, basândo-se em que non foron cumpridas as condiçóns estipuladas no contracto de venda.  Que era a de empregar cinquenta operários, no galpón que este recinto possee. A Comunidade de Montes Vecinhais, tem previsto demandar os proprietários deste solar por apropriaçón ilegal das referidas árbores.  Segundo informou o Felís, a fábrica que sopostamente recolheria a madeira, non está implicada no furto” posto que ó conhecer os factos, e a problemática com os vecinhos suspendeu o negócio.  Ante esta actitude, os proprietários decidiron talar por sua conta os pinheiros e levá-los eles mesmos á fábrica”, cousa que resultou impossível, xá que os vecinhos retiraron a madeira do monte.

xosé da casquilla  (guillade-1992)

 

A CONDIÇÓN PÓS-MODERNA (VII)

.

               “A Condiçón Pós-Moderna”, que tem unha continuaçón esclarecedora, publicada em 1986, “O Pós-Moderno Explicado ás Crianças”, serve de motivo áquela que talvez sexa a obra mais relevante (filosoficamente falando) de Lyotard, “Le Differend”, publicada em 1983, neste  texto, é unha realidade ver que foram definitivamente postos em causa os grandes relatos da modernidade e a ideia substancial que se esconde por trás deles (que existe unha razón única capaz de definir obxectivamente o que quer que sexa da realidade), a filosofía do pensador françês abre-se á defesa da heteroxeneidade,  da pluralidade das racionalidades, que se ponhem em xogo na diversidade de discursos linguísticos, que son incomensuráveis entre sí.  A abundância de xogos de linguaxem através dos quais o ser humano expressa o mundo e a variedade de racionalidades que estes mostram, fazem com que Lyotard defenda, face ás narrativas totalizantes, a atençón precisa aos acontecimentos singulares, aos mais íntimos e, aparentemente, triviais.  Com isso, aproxima-se de Kant quando este assinala que o xuízo reflexivo é a síntese que realizamos a partir de dados fortuítos sem a axuda de regras pré estabelecidas de ligaçón.  Trata-se de um renunciar a “saber” – ao esti-lo obxectivo – para se embrenhar na exuberância “dos pensamentos”.   Non há unha “Lei” do pensamento, um critério fixo que nos permita decidir entre os que son bons ou os que son maus.  A única lei do pensar e a que nos exorta a explorar a diversidade e a incomensurabilidade dos discursos.  Lyotard reclama non dominar o pensamento, non ser “seu dono”, pedindo antes que apenas o “habitemos”.  Para isso, é necessário guiar-se pelos sentimentos, que, por sua vez, son muito difíceis de xulgar.  Seguindo esta linha, o “último” Lyotard aproxima-se novamente da estéctica, e o “sublime” passa a ser o seu conceito capital.  Com esta categoria remete-nos para o sentimento simultâneo de prazer e de dor que se experimenta perante o infinito, perante a magnitude e o poder de obxectos que mostram a limitaçón da mente.  Esta vivência, que abala radicalmente o ser humano, permite desconfiar de todas as instituçóns da homoxeneidade.  Em contra partida, a estéctica do sublime experimenta a “diferença”, expressando-a enquanto desacordo e conflicto.  Nos seus últimos anos, sendo xá unha das figuras essenciais da filosofía contemporânea, mantém unha grande actividade literária, tal como testemunham as diversas obras que van aparecendo sucessivamente tanto nos finais dos oitenta como durante a década de noventa.  Nelas continua a destacar-se o seu espírito combativo, a sua grande capacidade crítica e a sua defesa das pequenas racionalidades, múltiplas e diverxentes entre sí.  Lyotard morre a 21 de Abril de 1998, aos setenta e três anos, e é sepultado no famossíssimo cemitério parisiense de Pére Lachaise.  O seu nome ficará para sempre ligado á história da filosofía.

teresa oñate e brais g arribas

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (24)

.

               Lisboa.  O sete de Xaneiro de 1910, saín para Lisboa, nesta tarde e nos dous días anteriores chorei amargamente, eu punha resistência para non chorar, mas saíam-me uns suspiros e choros que me descontrolavan.  Cheguei a Lisboa á unha da noite do día oito, andei 14 días sem trabalho, e despois entrei para unha taberna, o 22 de Xaneiro de 1910, na rua do Bemformoso nº 280.  O 25 de Xaneiro de 1910, xá a minha sorte foi tan boa que toda a noite andiven de diarreia, e quedava sem forzas, o sono era irressistível.  O 28 de Xaneiro, começou o patrón a embirrar comigo e despois, tomou por vício que berregava sempre, tanto quando tinha razón como quando non, o día 28 pola tarde, estando eu a barrer a cozinha, atacaron-me uns suspiros até que quedei em pranto.  O 3 de Febreiro fún notificado para sacar a matrícula, e polo día 22 de Maio fún a Belem à casa do patrón, que tinha alá a mulher.  Pois estando eu desconsolado e despavorido, dirixín o cântico seguinte ás flores.  Cântico:   Oh querida Galicia./ Oh Bosques e Vales,/ Montes floridos que derramais as mais deliciosas flores./ É impossível que cese a dor que me acompanha por tí./  Pátria querida, a todos os momentos por tí estou dando suspiros,/ introducindo-se na minha alma o pavor angustioso que move no meu corazón, / as mais doloridas penas.   Despedida do Patrón, o día 21 de Maio de 1910 axustei contas com o meu patrón, tan canalha foi, que me impuxo uns gastos enormes, até de um copo que partiu o cozinheiro, e non recebim senón 15 reis em cinco meses.  Eu neste mesmo día fún trabalhar prá rua de Santa Xusta, no Hotel Frane-Fort, onde trabalhei oito días, e deu-me tan forte enfermedade, que tivem que abandonar o dito Hotel até hoxe.  Ós poucos días entrei no Hospital de San Xosé, o día 28 de Maio de 1910 e alí estivem oito días, onde vinha xunto de mim o Spírito malo, entón suspeitei que a enfermedade non era natural, e lisquei do Socorro.   Eu tinha mil variados sonhos, que andava xunto da minha casa, por aqueles caminhos.  Polas duas da tarde do mesmo día fún até ó Alto de San Xoán.  O día três de Xunho de 1910, fún visitar as Serras de Monsanto, e despois de recorrer estas, fún ter á estaçón de Campolide e dalí vinhem até Lisboa.  O día 6 de Xunho dirixim-me ó Consul Espanhol……… partín de Lisboa ás 9,30 da noite e cheguei a Tui ás 4,30 da tarde, logo colhin a pé desde Tui para Guillade, chegando a casa ás 11 horas da noite, deitei-me, e non me levantei da cama até transcurridos dous meses.  Sentia a interxeiçón “Chaca”, etc…  muito a meudo.  O día 20 de Xunho, andando eu a fazer um trabalho lixeiro, caín aturdido e pensei que morria, sentindo unha dor nas partes, que me tiveron que levar a casa amparado, ivase-me a vista, de noite sonhei que via a caixa mortuária e variada xente passando por mim, eu passei sem decir nada, o outro día estava de cama.

manuel calviño souto

QUE NADA SE SABE (7)

.

               Isto, polo que se refere a “hábito”, e agora, ¿Que é isso de demonstraçón?  Voltarás a defini-la así:  siloxismo que enxendra ciência.  Incorreste em círculo, e por isso enganaste-me e enganaste-te a tí mesmo.  Mas ¿que é siloxismo?  ¡Admirável!  Empinas as orelhas, soltas as redeas à fantasía, pois talvez non poida abarcar tantas palabras.  ¡Quan subtíl, quan vasta, quan difícil é a ciência dos siloxismos!  Que dúvida cabe de que a ciência dos siloxismos é fútil, vasta, fifícil e nula.   ¡Ah!  Blasfemei.  É verdade, porque dixem a verdade.  Entón mereço ser lapidado.   Tú, em câmbio, apaleado, xá que enganas.   Pois a ignorância fai-se acreedora na certa medida ó perdón; a falácia, ó castigo.   Vamos ver:  proba que o home é “Ente”.  Dices así: “o home é substância, esta é “Ente”, logo o home é “Ente”.  Duvído do primeiro e também do segundo.   Tú probas: “o home é corpo, este é substância, logo o home é substância”, duvído tamém de ambas cousas.  Dís:  “o home é vivente, este é corpo, logo o home é corpo”.  Também duvído dessas igualmente:  “o home é animal, este é vivente, logo o home é vivente”.  ¡Deus soberano, que retaínha, que fárrago, para probar que o home é “Ente”!  É mais obscura a proba que o que se quere probar.  Ademais, nego que o home sexa animal. ¿Que vás decir?   E non há mais xéneros.  ¿A onde fuxirás?  Á definiçón de animal, que é “vivente capaz de mover-se e sentir”; “tal é o home”.  Nego ambas cousas.  Sigue: “vivente é um corpo que se nutre tal é o animal, logo…  Próba-o.  “Corpo é unha substância que consta de três dimensóns, o vivente é tal, logo…”. Ambas cousas son falsas, “Substância é Ente” “per-se”, corpo é isso, logo…”   Também me gostaría que se probá-se isto.  Xá non podes mais ¿Que é, ó fim, o “Ente”?  Non o sabes, como antes.  ¿Que consegui-ches com estes siloxismos?  Non probá-ches que o home é “Ente”, e isso é o primeiro que eu tinha pedido.  Mas ainda: xá baixando, xá subindo por essa linha tua para acercar-me áquel alto “Ente”, pondo-te em gravíssimo perigo – e a mim no temor – de que, ó cair, quedaras todo em anácos e, se me tivéras pilhado debaixo, tamém a mim.  Mas deixá-ches a questón, em definitiva, tán duvidosa como estava antes, se non mais.  É isso que em todo momento che parecia que probavas somente as primeiras proposicóns, por que as segundas nin sequera as tocas-te.  Que se houberas probado as primeiras e tivesse-mos passado para as segundas, néstas estarías mais desconcertado.  ¿Por que, pois, me enganas com essas tuas retainhas de palabras?

francisco sánchez

FERMÍN DOMÍNGUEZ FERNÁNDEZ

.

                            DEMOCRACIA

Yo no soy político

ni enemigo de los ricos,

pero digo lo que veo

y lo que escucho y leo.

 

De los Mundiales y la Expo

todo el mundo quedó harto,

porque ahora los señores señoritos

se lo quieren recaudar por otros sitios.

 

Nos ponen tantas cosas de moda

para poder gastar más el dinero,

pero ¿dónde está el dinero?

si el poco que tenemos

nos lo llevan los taberneros.

 

Dicen que con la democracia

todo el mundo estará drogado,

por el alcohol y las drogas

que se mandan los condenados.

 

Por donde quiera que paso

sólo miro salas de juego,

para así prostituir y

arreglar mejor el pueblo.

 

fermín  domínguez fernández

JEAN-FRANÇOIS LYOTARD (PÓS-ESTRUCTURALISMO DIFERENCIAL) (VI)

.

               Em 1964, decepcionado com a capacidade do marxismo para resolver os problemas concretos da sociedade tardo-capitalista, abandona o grupo Socialismo ou Barbárie e, dous anos mais tarde, o xornal “Pouvoir Ouvrier”.  É neste momento que vislumbra a necessidade de dar atenzón ao  que denominaremos os “acontecimentos”, os instantes singulares que, para serem pensados, precisam de um raciocínio particular que xulgue sem partir de critérios prévios, distanciando-se definitivamente da perspectiva do materialismo dialéctico, que apela a leis históricas xerais ou absoluctas.  A política, mas também a estéctica, deverá ser analisada atendendo á “pincelada”, usando o xuízo concreto, singular e heteroxénio; o reflexivo.  Uma vez fora de “Socialismo ou Barbárie”, retoma a sua actividade mais estrictamente filosófica – que tinha interrompido para se concentrar no activismo político, embora xá tivesse tido um primeiro momento com a publicaçón, em 1954, de “A Fenomenoloxía”.  De facto, e xá dentro da instituiçón universitária, com que terá unha relaçón ambivalente, elabora um pensamento em que é essencial a atençón que se deve ter para com o momento, o instante ou “acontecimento”.  Neste sentido, no entender de Lyotard, a reflexón teórica non deve ser unha mera espectadora dos acontecimentos que decorrem no mundo, tentando oferecer unha explicaçón que lhes outorgue unidade e sentido; defende, sim, que o próprio discurso especulativo xera unha práctica que incide no devir dos acontecimentos, os momentos singulares capazes de modificar radicalmente as condiçóns estabelecidas de existência, formando parte indissolúvel deles.  É com base neste ponto de partida que publica algumas das suas melhores obras, como a triloxía composta por “Discours, Figure, Dérive a partir de Marx et Freud e Economie Libidinale” – publicadas entre 1971 e 1974 -, as quais, apesar das múltiplas diferenças entre si, non só afastam Lyotard cada vez mais do marxismo (pelo menos do marxismo ortodoxo), como fazem dele também um dos pensadores mais importantes daquilo que se pode denominar a “filosofía do desexo”.  A “filosofía do desexo” é unha corrente filosófica (embora nenhum dos implicados nela reconheça tal adesón) vinculada aos acontecimentos do Maio de 68 e cuxa aposta decisiva era o enraizamento do pensamento na acçón.  O “Antiédipo” de Deleuze e Guattari, veio substituir o rigor cientificista do estructuralismo (cuxas figuras) mais prominentes son Althusser, Lacan, Foucault ou Lévi-Strauss) pela articulaçón das “máquinas desexantes”.  As mais importantes vozes da “filosofía do desexo” (além de Deleuze, Guattari e Lyotard, as de Baudrillard, Laing, Cooper ou Basaglia) mantêm em comum a intençón de ligar um Marx afastado dos seus principais dogmas (dado que tracta de articular prácticas políticas subversívas com a ordem burguesa dominante, mas sem cair no ríxido autoritarismo que caracterizou o marxismo burocráctico ortodoxo, cuxo maior exemplo é o rexime estalinista) a Freud (de quem se retomam as suas categorias de maior relevo).  A union do marxismo com o freudismo leva este último mais além das prácticas psicanalicticas de diván que pretendem assimilar os suxeitos psicóticos á cultura estabelecida.  Pondo em discusón non só o modelo de sociedade (e o aparelho político e social que a articula), mas também o tipo de suxeito que nesta se produz e que tende a reproduzir os valores próprios do sistema.  Portanto, a cultura deve possuir unha intençón emancipadora, xá que é apartir dela que se edificam os mecanismos de resistência sociais capazes de construir um novo humano crítico com a estructura social dominante.

teresa oñate e brais g. arribas

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (23)

.

               Amor, Igrexa, acompanhado.  O día 11 de Maio de 1908, andava eu a serrar nos Aguieiros, e pegou-me unha dor insufrível polo quadril dereito.  O día 12 fún á Misa de Guillade, e fún acompanhado d’unha nena até á porta da Igrexa, e continuou así até à terceira vez com um amor sincero (era Maria Rosa da Irra), despois fún trabalhar para a Franqueira e andiven bem.  O 1º, 2º, e 3º día, o último sentin debaixo da minha cabeza a interxeiçón (pagª 11), eu estava inchado, sobre as 4 da manhan, deu-me unha aflicçón que houvem de vomitar, e do meu corpo desistía ar.  O día 12 de Xunho de 1908, andava a serrar p’ra Namora, passei uns poucos de días nas mais duras penas, sonhava sonhos malos, e logo esqueciam-me, por último sonhei com homes negros e unha culebra, eu queria-a matar, mas non puiden; e polo día saíndo para dentro do Eido, hora das 10, encontrei unha filha da……….acto annis habetur, muti, nec loquatur bene neque male, ego alteratum ibat ex fornicactione et aliis cogitationibus inmitantibus: ego abrazabit an canque furore pavunper, atque ne intravito internum, sed cucurrit pro me lacte amoris.   Adivinho, Fornelos.  O día 29 de Xulho de 1908, eu e a minha nái fomos a Fornelos xunto do adivinho.  O día 12 de Agosto de 1908 comecei a serrar com Avelino Carracedo, andando dez meses com el.  Tendo muitos sonhos com unha nena, vexa-se arriba Igrexa, despois deu-lhe mal ó meu companheiro, e eu mais quedei muito estéril dos nervos, sendo gravemente molestado pelo Spírito infernal.  O día 18 de Maio, polas 10 horas da manhán, andavan unhas poucas de galinhas fora, dentro do meu Eido, incomodando-me, eu atirei-lhes com unha pedra, quedando unha esterricada… ex seraphinam erat, todos estes días seguidos había sido molestado polo Spírito…   à noite tivem unha grande visón num sonho.  Visón Grandíssima.  Fún a Guillade de baixo, eu estava no meio dunha veiga, onde había um mato e vários regos, e a dita amada se me representou virada p’ra mim, muito triste, parecia um pouco escura; eu estava virado para ela, non podendo decir-lhe palabra ningunha; polo medio de nós passava um grande regato, e ó par do rego um mato que me separava dela, e ademais había várias lagoas, eu estava na parte norte, ela na parte do sul, o regato vinha desde oriente para poênte, mas era muito comprido, polo rego arriba vinha unha grán Serpe saindo da água e introducia-se no mato, facía outra grande volta, tocava a água e introducia-se polo meio do mato até à outra parte, parecia ter três cabezas, e dando outra grande volta polo dito mato, tocava a água e saía outra vez polo mato.  Também parecía ter três rabos; oito horas durou a visón; tan grande era que todavía non acabara de saír, com a dita amada estaba vária xente que eu non conhecia; eu queria matar a Serpe, mas rebeláva-se contra mim e non puidem matá-la, eu non podia ir para xunto do ente querido, nin ela podia vir para xunto de mím, por causa da serpente e do regato, ainda que este sí com custo, nin eu podía facer mal à serpente, nin esta se metia comigo, se queria passar para xunto da amada, a Serpe non me deixava, despois despertei.  Antes desta visón, tinha sonhado várias veces que estava a minha amada falando xunto da minha nái dentro da casa, eu estava um pouco retirado mirando para elas, mas esta visón da Serpe, foi a última vez que sonhei com ela.  San Mateo.  O día 17 de Xulho de 1909 (Sabado) eu e Avelino Gonzalez fomos a Ponte e de alí às vésperas a San Mateo.  O 1º de Agosto fomos ás vésperas a Uma.

manuel calviño souto

QUE NADA SE SABE (6)

.

               Também isto há de decir-se dos termos simples que chaman predicáveis, respeito dos quais, á sua vez se perguntam quantos, quais e que son.  Nada, sandeces. Ademais, a unhas expresóns chaman equívocas, a outras unívocas, análogas, denominativas, termos, voces, palabras, sentênças; a unhas expresóns chaman simples, a outras compostas; a unhas complexas, a outras incomplexas; mentais, vocais ou escritas;  convencionais ou naturais; de primeira intençón ou de segunda intençón; categoremáticas ou sincategoremáticas; vagas, confusas: e outras inumeráveis denominacóns de nomes, das que, á sua vez, dan outras.  Em torno a qualquer delas organizan discusóns muito subtís, tan subtís na verdade, que ó menor golpe as precipitas na nada.  ¿E a isto tú chamas saber?  Eu chamo-o non saber!  Mas é agora quando começamos; se xuntas unha palabra com outra, entón boa fixeches; constituiem um suxeito e um predicado, unha cópula, unha proposiçón, unha definiçón, unha divisón ou unha argumentaçón.  Do qual surxem á sua vez outras infinitas espécies, diferenças, condiçóns. ¿Que vou decir?  Mentras afirman que a mente se aperfeiçoa com a ciência, tornam-se loucos de remate; os que deberiam investigar – e assim o pregoam – as naturezas e as causas das cousas, inventan outras extranhas, e o que mais inventa e obscurece, esse é o mestre.  Por isso até dos sofismas escrebeu aquél unha ciência, assim unha ficçón acaba noutra ficçón, e um cravo saca a outro cravo.  Parecem-me semelhantes aos que se ocupam da nigromância e dos encantamentos, dos quais o mais hábil é, segundo din, o que elude as accçóns e intentos do outro, e os deixa sem efeito, anula-os e impede-os.  Isto obxectaron noutro tempo ó divino Moisés alguns impíos a propósito da serpente que devorou ás dos magos.  Outro tanto sucede com estes encantadores nossos que, confiados nas palabras, ainda que nada saben, alardean, sem embargo, de saber muitas cousas para non ser acusados de ignorância.  Eu, polo contrário, confeso de boa gana a minha ignorância, e de melhor vontade ainda ponho a sua ó descoberto.  Non sei nada!  Eles, menos!  ¿Por que, entón, nos embadurnam a mente com palabras obscuras?

francisco sánchez

                                                                                                                                                                                                        .