Arquivos diarios: 25/02/2018

QUE NADA SE SABE (10)

.

               ¿Que direi, pois, que non sexa suspeitoso de falsidade? Porque para mim todas as causas humanas son suspeitosas, e sem ir mais lonxe estas mesmas que estou escrebendo.  Mas non calarei.  Proclamarei libremente ó menos isto:  que non sei nada.  E isto para que non te esforzes em ván buscando a verdade com a esperanza de poder possuíla claramente algúm día.  E se despois me ponho a discutir xunto com os demais algo do que há na Natureza, suposto o que acabo de decir, fíate, se queres, mas non é xá assunto meu.  Pois tudo é vaidade, decia aquel sapientíssimo Salomón, o mais douto de quantos em tempo passado confíou ó nosso recordo, o que claramente demostram as suas obras, entre as que obstenta a primacía aquel librinho de ouro chamado “Eclessiastés o Predicador”.  Mas voltemos à ciência.  Mais adiante, onde trato do modo de saber, mostrarei que levou a Aristóteles a disertar tantas veces e tán amplamente sobre a trabaçón das palabras, que o fixo inventar aqueles universais, e mostrarei também se podemos saber algo sem tudo isso.  Por de pronto, del non se saca ciência algunha.  Fixa-te: a ciência obtem-se por demostraçón.  ¿E que é demonstraçón?  Um sonho de Aristóteles, que non é diferente da “República de Platón”, do “Orador de Cicerón”, do “Poeta de Horácio”.  Non há ningunha em ningunha parte.  Certamente el a describíu com discurso bastante prolixo, mas nunca proporcionou ningunha, nem ninguém despois del; e se non, proporciona-ma tú, manda-ma.  Non a teis, xá o sabia.  Mas nunca compuxo siloxismos alguém, mais que quando ensinou a construí-los, e entón non o fixo com termos significativos, senon com os elementos A, B, C…, e isto ainda com dificuldade.  Porque se tivera usado termos significativos, nunca tería rematado a obra.  ¿Para que servem, pois, estes siloxismos?  ¿Por que se esforzou tanto em ensiná-los?  ¿Por que, despois del, tanto se esforzan ainda os demais?  Ó escrever non os usamos, nem sequer el.  Ningunha ciência se logrou por meio deles, e incluso muitas se perderon e perturbaron por sua causa.  Ó argumentar e ó disputar, satisfeitos com a mera consequência, usamo-los todavía menos, pois de outra maneira a disputa xamais terminaría e sempre havería que estar litigando em torno á reducçón do siloxismo a um modo, a unha figura, em torno á conversón e a outras infinitas nimiedades.  Incluso alguns estúpidos o fán hoxe e negan tudo o que non esté posto em modo e figura.  Tán grande é a sua estupidez, assim como a subtileza e utilidade desta ciência siloxística, que, se esquecem por completo das cousas, e se dedican ás sombras. 

francisco sánchez