DERIVAS: (A QUESTÓN DO CONXUGAR MARX COM FREUD.) DESEXO (VIII)

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               No caso de ser necesário um pouco de história, a deriva começou para min no início dos anos cinquenta, quando embarquei na nave desses loucos que editaram a revista “Socialismo ou Barbárie” e o xornal “Pouvoir Ouvrier”, e que naufragaram ou fizeram escala nos anos 64-66, após quinze de navegaçón em alto-mar.  Como é costume, a nossa divagaçón era toda ela sabedoria;  encontramo-nos cada um por seu lado, aproximadamente ao mesmo nível no movimento de 68, que nos parecia fazer e dicer em grande aquílo que tinhamos esboçado em palabras e acçóns em miniatura e pós premoniçón, e que inventou, contudo, muito mais cousas belas em que nós nem sequer tinhamos pensado.  Os membros de “Socialismo ou Barbárie” passam a desenvolver individualmente, cada um a sua própria produçón teórica,  sem deixarem de ser radicalmente críticos com o capitalismo, que continua a ser considerado um rexime que non só reproduz unha persistente desigualdade económica como ainda ampara e promove um modo de vida que regula totalmente as existências.  Este segundo elemento torna-se essencial para Lyotard, dado que ao analisar o control do “desexo”, encontra-se como forza que palpita em toda a actividade humana os mecanismos que permitem a ordenaçón e as disciplinas sociais.  Segundo o pensador francês, as formas de exploraçón capitalistas non devem ser unicamente localizadas ao nível da produçón, quer  dizer, na esfera do trabalho, a alienaçón estende-se antes á totalidade das estructuras sociais.  Esta crítica, central para as reivindicaçóns elaboradas no contexto do Maio de 68, estende o seu campo de acçón a unha grande quantidade de questóns ás quais unha teoría revolucionária deve responder, se quiser dissolver o basto catálogo de repressóns que a difusón do capitalismo acarreta (que xá non é visto só como um sistema económico, mas como um estílo de vida total, com os seus valores, normas, conductas aceites, e cuxa força maior é a instruçón de um tipo de subxectividade assimilada por tal sistema, unha subxectividade que, alêm disso, lutará ferozmente pela sua reproduçón). Para responder ao control instaurado pelo capitalismo, unha das principais estratéxias a desenvolver será a edificaçón de unha forma alternativa de existência que evite o economicismo, unha vez que é considerado o esquelecto subxacente ás diversas prácticas que articulam o tipo de vida capitalista, cuxa moral têm como referentes básicos a competictividade, a rentabilidade e a felicidade através do consumo ilimitado de obxectos.  Lyotard, por seu lado, defende a necessidade de inverter esta equaçón, e considera que o capitalismo (apesar da liberdade que diz defender, non é por acaso que a  filosofía com que se xustifica é o liberalismo) se constituiu como unha estructura carcerária, tendo em conta o seu poder para regular totalmente as nossas vidas.  Efectivamente, a cousa mais perigosa do capitalismo é a sua capacidade para se constituir como a “sociedade da planificaçón total das existências”, construindo um modelo de vida em que a possibilidade de decidir sobre os fins que devem conduzir a sua vida é arrebatada ao ser humano, xá que están todos totalmente submetidos ao primado do ciclo produçón-consumo, o que estabelece audazmente unha estructura universal de opressón e repressón das melhores qualidades humanas.  Para o filósofo francês, o economicismo, o cientificismo instrumentalista e o materialismo son estructuras que facilmente se transformam em formas autoritárias ou em mecanismos que, embora possam implicar um maior bem-estar material, provocam miséria, ao impossibilitarem o ser humano de ser capaz de decidir por sí próprio acerca do que realmente quer; trata-se agora, portanto, de subverter tal situaçón “reapropriando-se do mundo”.

teresa oñate e brais g. arribas

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