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Eu o farei mais fácilmente. “Ente” significa todas as cousas: home, cabalo, burro, etc… ; logo o home é “Ente”, assím como o cabalo e o burro. Se negas o primeiro, non vou proba-lo, pois non sabería. Prova-mo tú, se sabes. Tampouco tú. Por conseguinte, non sabemos nada. Volto ós siloxismos, cuxa subtilíssima ciência vem-se toda abaixo. Xá dixem antes que uns nomes son comuníssimos, por exemplo, “Ente”, “Verdadeiro”; outros, menos comúns, por exemplo, “substância”, “qualidade”; outros, menos comuns ainda, por exemplo, “Platón”, “Mitrídates”, e há muitos intermédios, que nem significan tantas cousas como aqueles nem tán poucas como estes; por exemplo, “corpo”, vivente”, “animal”. De aquí que resulte fácil a quem pergunta, se o home é “substância”, mostrá-lo así com unha só palabra. “Substância” significa todas as cousas que son “per-se”; por tanto o home, a pedra, a lenha. Logo o home é substância. Mas eles, buscando embrolhos para que a sua ciência non caia no despreço, se é fácil, fan-na difícil e trabalhosa com um disfraze de palabras, e se vanaglorían de ter demonstrado e probado cientificamente – em barbara, castelo inexpugnável – que o home é substância, da seguinte maneira: “todo animal é substância, todo home é animal, logo todo home é substância”. Dixeche verdade, mas sem sabê-lo, e mais escuramente de como podía tela dito o que sabe. Pois é como se dixeras que “substância” significa tanto os viventes como os que non viven, e que “viventes” significa home e cerdeira, e que, por conseguinte, desde o primeiro termo até ó último, “substância” significa home. Mas através de tantos passos intermédios a mente queda confundida; mais ainda, como consequência disso, duvída mais de cada um dos intermédios ¿Non é isto o que noutra parte tinha afirmado o mesmo Aristóteles: “o que se dí do predicado, isso mesmo se dí do suxeito”? Tudo isto son propriedades dos nomes. Assim como também aquilo: “o que se dí de muitas maneiras”; “se o nome de home significa unha só cousa…”; “Outro princípio se dí…”; “em câmbio, cousa di-se de unha só maneira…”; “natureza di-se de um só modo…”; “necesário di-se…” Em definitiva, tudo o que há nos libros da sua Metafísica e nas demais obras é definiçón de nomes. De onde resulta que toda questón é quase questón de nome: se “substância” se dí de home, e assím noutros casos. Como isto ninguém pode sabè-lo com certeza, tampouco há ciência algunha nim das cousas, nim das palabras.
francisco sánchez
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