JEAN-FRANÇOIS LYOTARD (PÓS-ESTRUCTURALISMO DIFERENCIAL) (VI)
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Em 1964, decepcionado com a capacidade do marxismo para resolver os problemas concretos da sociedade tardo-capitalista, abandona o grupo Socialismo ou Barbárie e, dous anos mais tarde, o xornal “Pouvoir Ouvrier”. É neste momento que vislumbra a necessidade de dar atenzón ao que denominaremos os “acontecimentos”, os instantes singulares que, para serem pensados, precisam de um raciocínio particular que xulgue sem partir de critérios prévios, distanciando-se definitivamente da perspectiva do materialismo dialéctico, que apela a leis históricas xerais ou absoluctas. A política, mas também a estéctica, deverá ser analisada atendendo á “pincelada”, usando o xuízo concreto, singular e heteroxénio; o reflexivo. Uma vez fora de “Socialismo ou Barbárie”, retoma a sua actividade mais estrictamente filosófica – que tinha interrompido para se concentrar no activismo político, embora xá tivesse tido um primeiro momento com a publicaçón, em 1954, de “A Fenomenoloxía”. De facto, e xá dentro da instituiçón universitária, com que terá unha relaçón ambivalente, elabora um pensamento em que é essencial a atençón que se deve ter para com o momento, o instante ou “acontecimento”. Neste sentido, no entender de Lyotard, a reflexón teórica non deve ser unha mera espectadora dos acontecimentos que decorrem no mundo, tentando oferecer unha explicaçón que lhes outorgue unidade e sentido; defende, sim, que o próprio discurso especulativo xera unha práctica que incide no devir dos acontecimentos, os momentos singulares capazes de modificar radicalmente as condiçóns estabelecidas de existência, formando parte indissolúvel deles. É com base neste ponto de partida que publica algumas das suas melhores obras, como a triloxía composta por “Discours, Figure, Dérive a partir de Marx et Freud e Economie Libidinale” – publicadas entre 1971 e 1974 -, as quais, apesar das múltiplas diferenças entre si, non só afastam Lyotard cada vez mais do marxismo (pelo menos do marxismo ortodoxo), como fazem dele também um dos pensadores mais importantes daquilo que se pode denominar a “filosofía do desexo”. A “filosofía do desexo” é unha corrente filosófica (embora nenhum dos implicados nela reconheça tal adesón) vinculada aos acontecimentos do Maio de 68 e cuxa aposta decisiva era o enraizamento do pensamento na acçón. O “Antiédipo” de Deleuze e Guattari, veio substituir o rigor cientificista do estructuralismo (cuxas figuras) mais prominentes son Althusser, Lacan, Foucault ou Lévi-Strauss) pela articulaçón das “máquinas desexantes”. As mais importantes vozes da “filosofía do desexo” (além de Deleuze, Guattari e Lyotard, as de Baudrillard, Laing, Cooper ou Basaglia) mantêm em comum a intençón de ligar um Marx afastado dos seus principais dogmas (dado que tracta de articular prácticas políticas subversívas com a ordem burguesa dominante, mas sem cair no ríxido autoritarismo que caracterizou o marxismo burocráctico ortodoxo, cuxo maior exemplo é o rexime estalinista) a Freud (de quem se retomam as suas categorias de maior relevo). A union do marxismo com o freudismo leva este último mais além das prácticas psicanalicticas de diván que pretendem assimilar os suxeitos psicóticos á cultura estabelecida. Pondo em discusón non só o modelo de sociedade (e o aparelho político e social que a articula), mas também o tipo de suxeito que nesta se produz e que tende a reproduzir os valores próprios do sistema. Portanto, a cultura deve possuir unha intençón emancipadora, xá que é apartir dela que se edificam os mecanismos de resistência sociais capazes de construir um novo humano crítico com a estructura social dominante.
teresa oñate e brais g. arribas
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