Arquivos diarios: 31/12/2017

SEGUNDA CRÍTICA À METAFÍSICA (ANTROPOMORFISMO) (49)

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               Unha segunda crítica à metafísica de Schopenhauer, depois da exposta nas páxinas 81-82, é a de antropomorfismo.  Segundo esta interpretaçón, extrapolar a essência que desexa do homem a toda a natureza signifíca atribuir falaciosamente características humanas ao que é extra-humano. Percebe-se unha perspectiva antropomorfista na afirmaçón de que o mesmo princípio que anima e dá forma ao homem está no interior de unha pedra, de um carvalho, do vento. É certo que a palavra “vontade” tem conotaçóns, e até um sentido explícito, que associamos de imediato ao carácter humano, a unha característica ou faculdade sua muito consciente, tal como se entende ao dizer que alguém tem muita força de vontade.  Há quem opine, por este motivo, que Schopenhauer non esteve muito bem ao elexê-la para designar um princípio universal.  De qualquer modo, devemos ter presente que os textos do autor son inequívocos:  a vontade está em tudo e unha componente deste tudo é o ser humano.  Non se antropomorfiza o universo, integra-se o homem no conxunto.  E quanto ao suxeito humano, non deveria dizer-se que tem muita força de vontade, mas que sofre muito a força da vontade, porque se manifesta nele mesmo sem ter sido convocada.  Da vontade descoberta mediante introspecçón como essência querente do nosso ser e existência passámos, por analoxía, à essência (idêntica) de todos os seres e factos.  A vontade é o substracto ontolóxico do mundo.  Todos os corpos, obxectos e factos son manifestaçón desta grande vontade xeral “Wille” é a essência do mundo e de todos os seres:  Schopenhauer, embora advirta que é quase um pleonásmo, unha redundância, também lhe chama “vontade de viver” (Wille Zum Leben), unha expressón que se xustifica pelo seu carácter enfáctico ou intensificador e explicativo.

joan solé