Arquivos diarios: 27/12/2017

DERIVA HISTÓRICA

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                 OS TUNEIS SEGREDOS

               D’esta, vamos andar arrastados, cegos como toupeiras, por debaixo do chan de Guillade percorrendo os tuneis segredos. Sabido é, de quase todos, que debaixo nossa há unha rede subterrânea de passadizos, construídos por diversos motivos.  Uns, para enterrar becerros d’ouro, lonxe dos olhares cobiçosos. Outros, para poder escapar ás iras tumultuosas dos populares.  Uns outros, para levar os cabalos a beber ó rio, de unha maneira diferênte.  Etc…  Um perigoso trabalho nos espera, só para xente valorosa e destemida, ou sexa, a xuventude incauta, que non têm medo de nada.  Pois, sempre pode haver algum derrumbe, ou animais doutra espécie diferente da nossa.  Ás veces, fai-se necessário rastexar, e “quanto mais se lhe mira, menos se lhe vê”.  Alguêm que tivera ganas de morrer, sería o ideal.  Pois, poderia iniciar sistemáticamente, unha viáxe ó Tártaro, percorrendo o nosso infra-mundo.  Há várias bocas do inferno, unha delas, talvez a mais famosa de todas, fica no mato da Namora, e adentra-se por debaixo da igrexa. Despois, há outra que tem escaleiras, e baixa até ó rio.  Outra, que vêm da Pena e toma a direcçón da igrexa, na qual entrei eu de pequeno, mas, xulgo que non cheguei ao fim (porque ainda sigo vivo).  Agora, têm muitos derrumbes, pois vai quase á superfície do monte, e está techada de pastas, que se van partindo a causa dos muitos tractores.  Parece ser, que existe um que fai o caminho entre a casa do  abade e a igrexa, para que, em caso de muito tráfico, el poida chegar a tempo á misa.  Di o Xosé da Masquina, que passa xusto debaixo do andén da Cruz do Balado.  E por fim, o pái de todos os túneis, que chegaría até ó Coto da Pedreira. Por falar na Pedreira, também na falda da Coalheira há unha mina seca, com água no seu interior, oculta na encosta, á qual Felís Sebastián mandou fazer um borde de tixolo, para evitar que todo tipo de animais poideran cair dentro.  Sempre me intrigou este lugar, non tem saída de água, mas quando se atira unha pedra para o seu interior, comprova-se que é profunda.  E, prontos (non para acometer este negócio), mas, para ver se aparece alguém o suficientemênte destemido, para afrontar tal acometida, com garântias de éxito.

a irmandade circular

 

O SER HUMANO É BIDIMENSIONAL, VIVE NA VONTADE E NA REPRESENTAÇÓN (46)

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NON DISTINGUE ENTRE CORPO E ALMA OU MENTE               .

               Schopenhauer é monista ou antidualista na sua visón do corpo e do seu princípio de animaçón ou enerxia.  Non distingue entre corpo e alma ou mente, mas expón um contínuo indivisível corpo-vontade.  A vontade non é algo que primeiro desexe e depois orixine um movimento ou unha pulsón no corpo.  O querer é a dimensón interna da acçón ou pulsón, non é unha causa temporalmente ou loxicamente anterior a elas.  A acçón do corpo tem dous aspectos: um interno (o que recebemos na nossa representaçón cerebral, xá ao nível do fenoménico).  Mas estes dous aspectos formam parte de um único feito.  A consciência está no cérebro (corpo) e non pode existir fora dele: quando o corpo perece, a consciência individual desaparece.  A razón como funçón cerebral responde a necessidades biolóxicas, físicas.  Este monismo é decisivo para compreender a filosofia schopenhaueriana.  O querer é ao mesmo tempo físico e metafísico, o corpo físico é vontade metafísica.  O aspecto físico coloca o ser querente (corpo) no plano fenoménico, o aspecto do desexo coloca o ser corporal no plano numénico.  Ambos os aspectos se coimplicam, pressuponhem-se, están correlacionados um com o outro, como o están também o suxeito cognoscente e o obxecto conhecido. Assim toda a acçón do corpo é um acto de vontade, mas non no sentido em que haxa unha relaçón causa-efeito entre o segundo e o primeiro;  a vontade non ordena (como causa) que o corpo realiza unha acçón (como efeito), a vontade (o querer metafísico) está em cada acçón do corpo.  Se existisse unha relaçón de causalidade, poderiamos pensar a vontade, mas ao pensá-la regressaríamos (pelo buraco do verme) ao âmbito da representaçón, xá non a experimentaríamos directamente.  O suxeito vive-a de um modo muito distinto. (…)  O ser humano é bidimensionalidade, vive na vontade e na representaçón.  É, para si mesmo, vontade e representaçón.

 

joan solé