A RAIZ QUÁDRUPLA DO PRINCÍPIO DE RAZÓN SUFICIENTE (43)
.
Schopenhauer desexa encontrar o núcleo central, a essência mais íntima, da realidade para compreender e explicar o que é o mundo e o que é ele mesmo enquanto idivíduo. Trata-se, assim, de unha questón de conhecimento. Sistemático e consequente, o filósofo pergunta o que é o conhecimento e, responde conhecer algo é explicá-lo; em seguida, define o conceito de explicaçón; explicar algo é encontrar a causa por que esse algo é como é e non de outra forma. Essa “causa” é o que, na filosofia do século XIX, se chama “princípio de razón suficiente”. Schopenhauer entende que esta explicaçón (este princípio da razón suficiente) non é sempre a mesma para tudo o que se analisa, mas que apresenta diversas variedades ou modalidades segundo o âmbito em que se desenvolva a explicaçón ou conhecimento, como deixou xá enunciado na sua tese de doutoramento, “A Raiz Quádrupla do Princípio de Razón Suficiente” (publicada em 1813 e reedictada, revista e aumentada, em 1847):
-No mundo físico, a razón suficiente tem a forma de causalidade: um facto A dá orixem a um facto B. Todos os factos son produzidos por outros factos (…) Pode conhecer-se todo o universo físico e o seu conteúdo no nível manifesto (fenoménico) mediante a aplicaçón do princípio da causalidade. A bioloxia e a física de Newton som exemplos (…) destacados da aplicaçón deste princípio explicativo, que funciona em todas as ciências naturais.
2 – As ciências matemáticas puras da aritmética e da xeometria desenvolvem-se, respectivamente, no espaço e no tempo, que como sabemos, son formas “á priori” da sensibilidade e, como tal, son anteriores á experiência, pelo que non necessitam de ser aplicadas empiricamente no mundo. (…) O princípio da razón suficiente no tempo e no espaço, como formas “á priori” da sensibilidade (isto é, na aritmética e na geometria), é matemático.
3 – Outro âmbito diferenciado é o dos “conceitos” e dos xuízos abstractos que, como também sabemos, pertence à razón. Combinamos conceitos ou ideias para produzir ideias novas. Aqui, non nos questionamos acerca da causa dos factos físicos que conhecemos na intuiçón sensível, nem acerca da causa dos factos matemáticos que conhecemos pela intuiçón pura. Aqui, questionamo-nos acerca da razón e da validade do nosso conhecimento. Os conceitos seguem-se uns aos outros e mantêm entre eles relaçóns de dependência causal. Podem estar xustificados ou non, ser verdadeiros ou non. A análise da ligaçón entre os conceitos oferece-nos unha verdade lóxica ou, se for das leis que rexem essas ligaçóns, unha verdade metalóxica.
Schopenhauer mostra que nenhum dos três é capaz de proporcionar accesso ao núcleo da realidade, á essência íntima do mundo, que é o que ele persegue na sua filosofia. Nenhum dos três pode superar os limites da representaçón, isto é, do fenómeno. Non podem tocar a realidade, son-lhe externos. (…) Os três conhecimentos oferecem razóns para factos, segundo o princípio da causalidade mas, em última instância, se se chegar ao início da corrente causal, observa-se que partem de premissas ou fundamentos non xustificados nem demonstrados. O conhecimento obxectivo non pode alcançar nunca o em si das cousas, o númeno, e fica sempre do lado de fora, no fenómeno. A representaçón non pode levar-nos para além da representaçón: “non se consegue acceder á essência das cousas a partir do lado de fora; por muito que se investigue, non se consegue mais do que imaxes e nomes. A filosofia (metafísica) aspira a outro tipo de conhecimento que começa onde acabam os três anteriores. Sabemos que o conhecimento que verdadeiramente nos pode revelar o fundo substancial, o nível ontolóxico ou a essência íntima da realidade, deve ser, orixinalmente, unha intuiçón imediata, non um conceito ou um princípio construído. (…) Existe algum tipo de experiência que nos permita franquear a esfera da representaçón fenoménica e entrar no misterioso âmbito numénico da cousa em si? Que xá non se centre no poquê (causa) mas no quê (realidade)? Schopenhauer responde afirmativamente: existe um quarto tipo de conhecimento. Este é o célebre “pensamento único” do autor, a grande revelaçón ou iluminaçón que teve a sua vida, “a pedra fundamental” de todo o seu sistema filosófico.
joan solé
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.