Arquivos diarios: 11/12/2017

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (6)

CATALINAIMG_1794

               Aproximandose o três de Abril Páscua de Ressurreiçón, polas três da tarde, chegou o nosso amantíssimo Jesus em máns de “supercheros”, dando as misteriosas visitas, estava a minha nái convalescente e tinha unha peseta, e eu tinha outra, mas como nos facia falta, e também non chegaba non lhe puxo dinheiro á Crúz, eu sain para detrás da casa e non biquei a Crúz, mas puxem-me a escuitar a conversa, como non viron dinheiro saíron furiosos pola porta fora, entón foron ó Cotinho, e ó vir de volta com rosto carrancudo.  “Bem, sabes unha cousa; pois há que confessar-se e administrar-se, entendes, quanto mais antes-; Arre Corno! Dixo o Cura, Vilar, pagou trinta mil”.  Questóns embrigueiras.  O vintiseis de Abril de 1904, eu ainda andava descalzo, tinha uns zapatos velhos e dixo-me o zapateiro  Xavéco que mos gobernava e que aguardaria polo dinheiro, tan pronto gobernados, fixo-me pagalos no acto.  pedindo-me unha galinha a por ovos.  Eu roguei a Deus e ó demónio.  Pola alta noite, vem unha cousa p’orriba da casa dando pios como a rapinha e ó mesmo tempo imitando unha voz chorosa, aguda e rápida, e ás duas da noite continuava.  O dia doze de Maio de 1904 (Ascensón) levantei-me sem novidade, mas pensando na minha sorte;  a camisa que vestia era unha arruga; fretin duas sardinhas e depois de almorzar fun na direcçón de Fontan, encontrando vários pequenos e pequenas no caminho com os quais me divertin um pouco.   Profecia Realizada.  Nunha noite sonhei que andava dançando com unha rapariga chamada Maria Rosa do Irra, mais tarde fun a unha festa em Guillade; chamei unha a dançar e non quixo vir, chamei outra sem saber quem era, só despois vim que era a que fora sonhada,  noutras tivem mais sonhos que quedaron esquecidos;  sentia unha desconsolaçón imensa, unha pena interna; a minha nái queixava-se que lhe tinham inchado os pés, e tivem medo que morrera, ós poucos dias puxo-se pior, levantou-se polas dez da manhan e todo o dia estivo ó arredor do lume, acto seguido, voltan os seus lábios a dedicar-se ás pragas.

manuel calviño souto