PARERGA E PARALIPOMENA (35)
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Em 1851, publicou-se “Parerga e Paralipomena” (título em grego que significa “fragmentos e omissóns”), um extenso conxunto de textos de temas muito variados: sobre tudo ética, mas também história da filosofía, críticas à universidade, valoraçóns literárias, reflexóns sobre a relixión e a imortalidade, o sexo e muitos outros assuntos. Son, como anunciava o subtítulo, escritos filosóficos menores, se é que están dentro do âmbito da filosofia; em suma, como dizia o seu autor, era a sua “filosofia para o mundo”. Son, antes de mais, reflexóns dispersas e sem ligaçón directa, escritas ao longo dos seis anos anteriores e compilados nesta ediçón. O opúsculo mais longo deste livro variado é “Aforismo sobre a Sabedoria da Vida” (ou “Sobre a Arte de saber viver”), um conxunto de reflexóns bastante pessimistas sobre o mundo e o modo de evoluir nele, unha “filosofia práctica” para sobreviver na sociedade moderna. Bastante pessimistas, mas non tanto como a filosofia séria de “O Mundo”. Em “Aforismos”, a negatividade aparece atenuada. Há, por assim dizer, um fundo duplo: demonstra-se que, apesar de tudo, é possível seguir em frente. É o texto mais conhecido do autor e também o mais citado. Em parte, este sucesso é lamentável na medida em que, non pertencendo ao corpo central da filosofia de Schopenhauer, os “Aforismos” eclipsaram a sua obra principal. Non son verdadeiramente filosofia porque non formam um sistema coherente e articulado, faltando-lhes unha base metafísica. Son unha série de comentários escritos por um autor intelixente e um observador atento, mas non por um pensador xenial. É como se Mozart fosse conhecido pela “Pequena Serenata Nocturna”, que é bastante bonita mas unha insignificância ao lado das suas várias peças mais importantes; é como se Beethoven fosse conhecido por “Para Elisa”. É precisamente devido ás suas debilidades que os “Aforismos” son mais fáceis de compreender e, por isso, son a sua obra mais popular. “Parerga e Paralipomena” foi um éxito de vendas dos finais do século XIX. Este sucesso de vendas arrastou-se aos livros anteriores, que foram reedictados a pedido de um público subitamente entusiásta. Depois de unha vida de ostracismo sombrio, o filósofo ficou bastante agradado com a repentina fama e a afluência de visitantes, alguns de bastante lonxe de Frankfurt; costumava dizer que “O Nilo chegou ao Cairo”. No meio século após a sua morte foi um dos escritores mais conhecidos da Europa.
joan solé
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