Arquivos diarios: 09/12/2017

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (5)

CARBALHAS DOU

               Eu estava enxuíçado porque tinha que ir ó tribunal de sesións, por via do “Sorteo militar” que se verificava o dia vinticuatro de Xaneiro de 1904 e estava na mais pura desgrácia e pobreza infinita, e o dia 18 apurei a minha nái (Febreiro) que me afiança-se pra Buenos Aires ó que ela se negou, e ós poucos dias, eu puxem-me mais doente, com o mesmo catarro, etc…  O vintisete de Abril de 1904 caíu a minha nái doente, aumentando-lhe a enfermedade de forma perigosa e permaneceu enferma cinquenta e sete días, sem ter recursos ninguns.  Despois de passar oito días, trouleava, decindo cousas surpreendentes, quando eu estaba entretido, e quando eu escuitava, ela calaba, no meio da enfermedade quedou sem fala completamente por uns oito dias.  Eu non fixem sacrifícios ninguns, senon colher unha vela, logo ó redor dela lin-lhe unha oraçón misteriosa.  Levantou-se pola primeira vez o trinta de Março de 1904, quedando impossibilitada para o trabalho leve por alguns meses.  O dia vintisete de Março de 1904 assistín na Igrexa de Guillade com o meu primeiro ramo, cheguei ás doze á casa e encontrei a minha nái queixando-se com o mal que traía, despois eu fun para Matamá e fixem unha vinha, despois retornei prá casa e fun escribir unha carta á Carmela da Furuda,  sendo causa de eu perder o rosário aquel día.  O vintioito de Março de 1904, tinha ido por unha arada (cabar) até ás doze, acto seguido entrei na casa e como demorei vinte minutos, começou a minha nái, a que fosse botar a toura, e a botar pragas que era um barbarismo, pois pra facela calar foi preciso bater-lhe, parecia que estava endemoniáda, quedei tan inxuriado que quixem ir ó Serviço Militar voluntáriamente…

manuel calviño souto