AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (4)

porteladous

               Pragas.  O dia dous de Decembro de 1903 saín a botar a toura, e pola traer algo cedo para a casa, porque estava frío, a minha nái começou a berregar comigo e a botar pragas decindo: malos caminhos tu leves, malas desgrácias eu vexa em tí, malas balas te taladrem, etc…  O dia vintinove de Maio de 1904 fun a Trancoso e dixerom-me vários rapazes que era cedo para a temporada, que non habia Senhores.  O día seis de Abril de 1904 (quarta feira) quatro días antes da festa das Angustias, vem o Queimadelos de Ponte, ordenan-me para seguir com a escola por conta da rexente quatro meses, fixome ir sete veces a cobrar e non cobrei nada, e só por manha lhe agarrei vinte reais, e despois deixeia até hoxe.  O quince de Xaneiro deste mesmo ano fun á festa a Sto. Amaro de Cumiar, e deixeime estár até ás dez da noite.  A xente de Guillade tinha marchado toda, non habia lua e facia um escuro horrível e chuviscava e quando vinha perdin-me no caminho, indo cair em regatos, atravessando cabadas, valados, etc…   Quando me dem conta onde estava aparecin na Rega-da-xeiras, sem saber por onde vinhera.  O oito de Abril de 1904 fún ó Serán-nocturno de Guillade d’arriba bailando muito com unha discípula (Maria Rosa da Lomba) e o dezanove do dito mes encontrei-me com um catarro, dor de cabeza, fríos, temblor no corpo, que me durou por nove días.

manuel calviño souto

Deixar un comentario