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A partir de entón, Schopenhauer levou unha vida de inflexível isolamento e de obstinada timidez, tendo como grandes escapes a música (tocava flauta e assistia a concertos), a escrita e a leitura, os passeios, o teatro e, por último, mas non menos importante, os prazeres sensuais da boa comida e dos bons charutos. Concebeu o proxecto de traduzir várias grandes obras literárias para aleman, xá que o seu xénio estilístico e o completo domínio do inglês e do francês o colocavam numa excelente posiçón para desempenhar essa tarefa. Entre as obras que se propôs traducir estavam os “tratados sobre relixíón” do céptico escoçês David Hume e “A Vida e as Opinións do Cavalheiro Tristan Shandy”, do anglo-irlandês Laurence Sterne, um extraordinário romance cómico que Schopenhauer considerava a melhor obra narrativa xuntamente com o “Quixote”, com a “Nova Heloísa”, de Rousseau, e o “Wilhelm Meister”, de Goethe; nenhum destes proxectos encontrou um edictor receptivo. Também propôs a um editor inglês traduzir para a sua língua “A Crítica da Razón Pura”, de Kant, o que, se tivesse sido aceite, teria sido magnífico para a história da filosofia, xá que ao profundo conhecimento das línguas de partida e de chegada acrescentava-se o facto de Schopenhauer ter sido um dos maiores conhecedores de todos os tempos do idealismo transcendental de Kant. A sua proposta de traduzir Goethe para francês também non encontrou eco. A única traduçón que acabou por fazer, para alemán, foi de “A Arte da Prudência”: Oráculo Manual, do xesuíta aragonês Baltasar Gracián, um “manual de sobrevivência” ou breviário ético que, a partir de unha visón extremamente pessimista da natureza humana, dá concelhos e regras para sair o mais ileso possível das relaçóns sociais e passar por este mundo de unha forma decorosa e sem dor. Entre autor e traductor, deve ter sido o combinado com maior concentraçón de pessimismo de toda a história literária.
joan solé
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