ITÁLIA NO HORIZONTE (28)

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               O período passado em Dresden deve ter sido unha experiência extáctica e prolongada, na medida em que essa combinaçón é possível.  Pelo que nos cabe depreender das notas do próprio autor e de alguns testemunhos, estava radiante, fazia monólogos durante os passeios, que lhe serviam para modelar e estructurar as ideias, e enredava-se em longas discussóns em locais públicos frequentados por escritores.  Na apresentaçón, foi referido o afastamento por que passou a relaçón entre o edictor F. A. Brockhaus, de Leipzig, os seus sucessores e Schopenhauer.  O que non é de estranhar se xuntarmos ao seu carácter arrogante o facto de os seus livros só se terem começado a vender xá  a década de 1850 ia bastante avançada; simplificando, desde 1818, son quase quatro décadas de cartas muito impertinentes e saldos muito negativos.  Até 1828, quase todos os exemplares da primeira ediçón foram destruídos para, pelo menos, recuperar o papel.  Para isso, faltava ainda unha década e Schopenhauer acalentava grandes esperanças para o seu livro;  non contava com menos do que unha apoteose imediata.  De setembro de 1818 a agosto de 1819, ofereceu a sí próprio unha viagem a Itália, como prémio pelos anos de trabalho, com o non muito secreto desexo de ouvir, no país transalpino, os ecos da sua aclamaçón na Alemanha. Non ouviu nada, claro, mas visitou Veneza, Roma, Nápoles e Milán.  Ainda tivo tempo para se envolver em vários conflictos dialécticos (recorde-se, por exemplo, o que xá foi dito na apresentaçón a respeito do Café Greco de Roma) e para ter unha aventura galante em Veneza.  A mala xestón do capital que tinha investido nunha empresa de Danzig obrigou-o a regressar precipitadamente á Alemanha.  Confirmou que os seus anos de aprendiz de comerciante non tinham sido em van, tendo conseguido recuperar todo o seu dinheiro ainda que, para isso, tivesse de fustigar durante meses o desafortunado xestor.  O filósofo talvez tivesse um accesso privilexiado á “consciência melhor”, mas lidava igualmente bem com a “consciência empírica”.

joan solé

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