Arquivos mensuais: Decembro 2017

SEGUNDA CRÍTICA À METAFÍSICA (ANTROPOMORFISMO) (49)

.

               Unha segunda crítica à metafísica de Schopenhauer, depois da exposta nas páxinas 81-82, é a de antropomorfismo.  Segundo esta interpretaçón, extrapolar a essência que desexa do homem a toda a natureza signifíca atribuir falaciosamente características humanas ao que é extra-humano. Percebe-se unha perspectiva antropomorfista na afirmaçón de que o mesmo princípio que anima e dá forma ao homem está no interior de unha pedra, de um carvalho, do vento. É certo que a palavra “vontade” tem conotaçóns, e até um sentido explícito, que associamos de imediato ao carácter humano, a unha característica ou faculdade sua muito consciente, tal como se entende ao dizer que alguém tem muita força de vontade.  Há quem opine, por este motivo, que Schopenhauer non esteve muito bem ao elexê-la para designar um princípio universal.  De qualquer modo, devemos ter presente que os textos do autor son inequívocos:  a vontade está em tudo e unha componente deste tudo é o ser humano.  Non se antropomorfiza o universo, integra-se o homem no conxunto.  E quanto ao suxeito humano, non deveria dizer-se que tem muita força de vontade, mas que sofre muito a força da vontade, porque se manifesta nele mesmo sem ter sido convocada.  Da vontade descoberta mediante introspecçón como essência querente do nosso ser e existência passámos, por analoxía, à essência (idêntica) de todos os seres e factos.  A vontade é o substracto ontolóxico do mundo.  Todos os corpos, obxectos e factos son manifestaçón desta grande vontade xeral “Wille” é a essência do mundo e de todos os seres:  Schopenhauer, embora advirta que é quase um pleonásmo, unha redundância, também lhe chama “vontade de viver” (Wille Zum Leben), unha expressón que se xustifica pelo seu carácter enfáctico ou intensificador e explicativo.

joan solé

EM NOME DE GUILLADE (XXV)

.

                          TERRITÓRIO

               Esta demarcaçon atópase atravessada de norte a sul polo extenso e fértil val que conforma o río Tea e os seus tributários, mas a súa configuraçón física caracteríza-se pola hetereoxeneidade, xa que ó lado de formas montanhosas dunha altitude considerável, aparecen terras muito baixas, situadas case ó nível do mar.   Ao longo do território municipal pódense atopar diferentes unidades. No sector noroccidental é onde se rexistran as máximas alturas, debido a que por esta zona se estenden os montes graníticos da serra do Galleiro, que serven de límite natural cos concelhos de Pazos de Borbén e Mos e que acadan o seu cume máximo no coto de Cales (742 metros).   Ao leste tamén existen algúns residuos montanhosos cunha escasa altura, correspondentes aos somontes da serra da Paradanta (con cotas que non superan os 500 metros), onde se localiza A Picaraña (458 metros), na que se atopan dúas moles graníticas.  A súa parte central está formada por um âmplo espazo, máis baixo, que coincide coa fractura de falha que aproveitan o río Tea e os seus afluentes para abrir o val que van percorrendo de norte a sul, formando terrazas fluviais e glaciais.  En conxunto, Pontareas presenta unhas características dum bloque muito fracturado, muito afectado pola tectónica e cum aspecto perfeitamente delimitado pola depresón lonxitudinal que foi criando a erosón fluvial; a súa altitude média apenas supera os 100 metros porque, malia existir algunhas elevaçóns superiores, a maior parte do território está ocupada pola chaira que regan os diferentes leitos.   Póde-se afirmar que a súa paisaxe se define pola alternância de outeiros e vales; estes últimos están muito afectados pola acçón do home, xa que neles predomina o espazo cultivado e é onde se sitúa a maior parte das vivendas.   Seguindo a Henri Nonn, os factores condicionantes da morfoloxía do municipio son os comúns ós do batólito do Porriño, que se caracteriza por unha litoloxía favorável á erosión diferencial, unha tectónica que reforza as diferenzas litolóxicas e unha presenza de dominios morfoclimáticos durante o terciário e o quaternário.   Dende o punto de vista litolóxico, destaca a presenza do granito intrusivo herciniano, que domina sobre toda a extensón superficial.   É possível diferenciar, así mesmo, granitos de dúas micas com textura non orientada e de gran grosso e meio nos bordos montanhosos, que coinciden cos límites municipais leste e norte.   No resto do termo atópase o típico granito de biotita.   Existen, ademais, outros afloramentos graníticos de menor extensón que se misturam cos depósitos aluviais e coluviais que dán lugar ás terrazas fluviais.   Em quanto à edafoloxía, predominan os solos ácidos, cunha textura areenta ou franca-areenta.   Os máis frequentes pola súa extensón son o tipo Samarugo, cun ph compreendido entre o cinco e o cinco e meio e cunha escasa matéria orgánica (sempre inferior ó 10%);  o Sargadelos, semelhante ó anterior, incluso con menor quantidade de matéria orgánica no seu contido;  o Tebra, que se assenta em pendentes elevadas, o que provoca a apariçón de litosolos;  o Meixente, de textura franca e com um contido em matéria orgánica que pode acadá-lo 12%;  e o Goián, de características parecidas ao anterior, mas cunha escasa superfície.

alberte reboreda carreira

TUDO É UM (48)

.

               Schopenhauer identificou a inescrutável cousa-em-si com a muito experimentável vontade na essência mais íntima e irreductível do seu próprio ser:  desexo num corpo, logo existo.  Experimentou-o ou percebeu-o no seu sentido interno, de modo non conceptual-abstracto, mas ituitivo e directo.  Seguidamente, dá um salto ontolóxico e, por analoxía, concebe (agora no âmbito da representaçón) que esta mesma  e idêntica vontade, que é a sua essência, é também a essência de todos os seres humanos, que podem experimentar-se no seu foro interno como querer e que son um corpo material que desexa.  O filósofo capta a identidade profunda de todas as pessoas na sua essência metafísica encarnada nos corpos individuais; a vontade.  Se o primeiro círculo concêntrico do lago incluía o suxeito cognoscente, o segundo abarca os seus conxéneres.  O salto non se detém na concepçón da vontade como fundamento de todos os humanos; a analoxía estende-se a toda a realidade,  O pensamento fundamental (a descoberta de um buraco de verme que conduz à dimensón numénica da própria individualidade, ao outro lado do espelho, e nela descobre unha essência que é o querer,  a vontade) estende-se como chave interpretativa a todos os fenómenos do mundo.  Schopenhauer concebe a interioridade humana como um microcosmos da interioridade do universo, ou macrocosmos, e de todos os seus conteúdos particulares.  O “abre-te sésamo” universal que é a introspeçón intuitiva dá-nos acesso à identidade volitiva de tudo.  Non se trata apenas de humanos quererem, mas de, essencialmente, serem querer, vontade.  Também o son todos os animais, as plantas, o inorgânico, as forças elementares da natureza.  Tudo tem como essência, como cousa-em-si, a vontade, tudo é querer:  um can concreto, um lírio concreto, unha pedra, a força da gravidade, Vénus, a agulha da bússola que aponta o Norte, o pinheiro que resiste ás chicotadas do vento, o vento que chicoteia o pinheiro.  Tudo é vontade obxectiva enquanto manifestaçón percebida na representaçón, vontade metafísica enquanto força que desexa.  O universo é também, ao mesmo tempo, fenómeno percebido no plano sensível-empírico e cousa em si metafísica oculta para os sentidos:  Quando contemplamos o ímpeto poderoso e irresistível com que as águas se precipitam para as profundezas e o imán se volta unha e outra vez para o Polo Norte, a ânsia com que o ferro corre para o íman, a violência com que os polos eléctricos se atraem, e que, tal como os desexos humanos, se intensifica com os obstáculos;  quando vemos como o cristal se forma rápida e subitamente, com unhas linhas tan regulares que evidenciam claramente unha aspiraçón em diferentes direçóns, muito decidida, determinada, precisa, e dominada e retida pela solidificaçón;  quando percebemos a selecçón com que os corpos, postos em liberdade em estado líquido e arrancados aos laços da solidez, se procuran e se reúnem, se unem e se separam; (…) entón non nos custará grande esforço de imaxinaçón reconhecer, mesmo a tanta distância, a nossa própria assência, o mesmo que em nós persegue o seu fim à luz do conhecimento, mas que aquí, nos seus fenómenos mais débeis, só actua de forma cega, surda, unilateral e invariável.  (MVR1,140-141)

JOAN SOLÉ

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (12)

INOCENCIO M

               Recordaçón de Ponte. Carpinteiro.  O dia nove de Agosto de 1905 (quarta feira) principiei a trabalhar de carpinteiro em Ponte co meu mestre D. Ricardo, meu padrinho, que me tinha sacado algunha ferramenta a fiado na Casa de Romero, sendo as primeiras nocións de carpintaría, ganhando 5,10 reais. O día vinte e vintium de Agosto de 1905, neste dia celebrou-se a festa de San Roque no bairro da Ponte (Ponte) eu assistín a ela e os meus companheiros, tendo eu um convite ad conxugalema.  Spírito malo, por los días 18, 20, 23, 26 de Agosto de 1905, vem-me inquietar.  O dia 27 andei no trabalho doente, parecia que todo o corpo me estremecia, e até os mesmos ossos, ó deitar-me aliviou-se-me algo, de noite vem o Spírito inmundo inquietarme, nos momentos que me deixaba chamei duas veces em alta voz, mama, mama!  E ó momento me recordou que estava solinho e em terra extranha, e logo caín no sono, acabei perdendo um quarto de día, e para mais, tivo que chamar a pousadeira por mim.  Pelexa.  Acometeu-a comigo um companheiro meu e chegamos a andar a zocos até que o mestre começou a berregar.  Á noite de incomodado rasguei um libro de Cirurxía e demais obxectos.  Ó outro día, ó vir pola casa encontrei minha nái com unha bróa, unhas poucas peras, e unha camisa que vestín no meio daqueles montes.  Houvo um grande eclípse de Sol, e trabalhei meio día.  O día 24 de Agosto de 1905, polas doze da noite, fún molestado polo Spírito malo.

manuel calviño souto

¿PODERA-SE PASSAR PARA O OUTRO LADO DO ESPELHO?

.

               Os críticos de Schopenhauer detectam unha inconsistência grave na sua abordagem metafísica, concretamente no “milagre” de que o suxeito cognoscente e o suxeito conhecido sexam um só e o mesmo suxeito.  Assinalam que a percepçón intuitiva e imediata na introspeçón non deixa de ser representaçón de um fenómeno e que, deste modo, a pretensa grande descoberta da sua filosofia é errónea e fraudulenta.  Adaptando unha crítica que Schopenhauer faz á doutrina kantiana, seria como se um homem desexoso de ter unha aventura extraconxugal estivesse num baile de máscaras, seduzisse unha mulher e, quando esta retirasse a máscara, percebesse que é a sua esposa.  Non se pode saltar além da própria sombra.  Schopenhauer admite que, ao perceber num plano metafísico a vontade no nosso interior, permanecemos no plano da representaçón (no nosso lado do espelho), mas obtemos vislumbres, visóns parciais da natureza interna do mundo.  Os críticos non aceitam esta explicaçón e insistem que esta é a lacuna de todo o sistema, por onde entra água até fazer virar o barco.  Segundo eles, non saímos em nenhum instante da representaçón empírica (ainda que sexa interior) e, portanto, non podemos acceder ao plano metafísico.  Seríamos como Ulisses atado ao mastro do barco: ouvimos o canto das sereias que nos atrai irresistivelmente, quisemos precipitar-nos até ao ponto de orixém do canto, mas non conseguimos libertar-nos dos cabos que nos mantêm inmobilizados.  Estamos atados á percepçón empírica, à representaçón.

joan solé

DERIVA HISTÓRICA

.

                 OS TUNEIS SEGREDOS

               D’esta, vamos andar arrastados, cegos como toupeiras, por debaixo do chan de Guillade percorrendo os tuneis segredos. Sabido é, de quase todos, que debaixo nossa há unha rede subterrânea de passadizos, construídos por diversos motivos.  Uns, para enterrar becerros d’ouro, lonxe dos olhares cobiçosos. Outros, para poder escapar ás iras tumultuosas dos populares.  Uns outros, para levar os cabalos a beber ó rio, de unha maneira diferênte.  Etc…  Um perigoso trabalho nos espera, só para xente valorosa e destemida, ou sexa, a xuventude incauta, que non têm medo de nada.  Pois, sempre pode haver algum derrumbe, ou animais doutra espécie diferente da nossa.  Ás veces, fai-se necessário rastexar, e “quanto mais se lhe mira, menos se lhe vê”.  Alguêm que tivera ganas de morrer, sería o ideal.  Pois, poderia iniciar sistemáticamente, unha viáxe ó Tártaro, percorrendo o nosso infra-mundo.  Há várias bocas do inferno, unha delas, talvez a mais famosa de todas, fica no mato da Namora, e adentra-se por debaixo da igrexa. Despois, há outra que tem escaleiras, e baixa até ó rio.  Outra, que vêm da Pena e toma a direcçón da igrexa, na qual entrei eu de pequeno, mas, xulgo que non cheguei ao fim (porque ainda sigo vivo).  Agora, têm muitos derrumbes, pois vai quase á superfície do monte, e está techada de pastas, que se van partindo a causa dos muitos tractores.  Parece ser, que existe um que fai o caminho entre a casa do  abade e a igrexa, para que, em caso de muito tráfico, el poida chegar a tempo á misa.  Di o Xosé da Masquina, que passa xusto debaixo do andén da Cruz do Balado.  E por fim, o pái de todos os túneis, que chegaría até ó Coto da Pedreira. Por falar na Pedreira, também na falda da Coalheira há unha mina seca, com água no seu interior, oculta na encosta, á qual Felís Sebastián mandou fazer um borde de tixolo, para evitar que todo tipo de animais poideran cair dentro.  Sempre me intrigou este lugar, non tem saída de água, mas quando se atira unha pedra para o seu interior, comprova-se que é profunda.  E, prontos (non para acometer este negócio), mas, para ver se aparece alguém o suficientemênte destemido, para afrontar tal acometida, com garântias de éxito.

a irmandade circular

 

O SER HUMANO É BIDIMENSIONAL, VIVE NA VONTADE E NA REPRESENTAÇÓN (46)

.

NON DISTINGUE ENTRE CORPO E ALMA OU MENTE               .

               Schopenhauer é monista ou antidualista na sua visón do corpo e do seu princípio de animaçón ou enerxia.  Non distingue entre corpo e alma ou mente, mas expón um contínuo indivisível corpo-vontade.  A vontade non é algo que primeiro desexe e depois orixine um movimento ou unha pulsón no corpo.  O querer é a dimensón interna da acçón ou pulsón, non é unha causa temporalmente ou loxicamente anterior a elas.  A acçón do corpo tem dous aspectos: um interno (o que recebemos na nossa representaçón cerebral, xá ao nível do fenoménico).  Mas estes dous aspectos formam parte de um único feito.  A consciência está no cérebro (corpo) e non pode existir fora dele: quando o corpo perece, a consciência individual desaparece.  A razón como funçón cerebral responde a necessidades biolóxicas, físicas.  Este monismo é decisivo para compreender a filosofia schopenhaueriana.  O querer é ao mesmo tempo físico e metafísico, o corpo físico é vontade metafísica.  O aspecto físico coloca o ser querente (corpo) no plano fenoménico, o aspecto do desexo coloca o ser corporal no plano numénico.  Ambos os aspectos se coimplicam, pressuponhem-se, están correlacionados um com o outro, como o están também o suxeito cognoscente e o obxecto conhecido. Assim toda a acçón do corpo é um acto de vontade, mas non no sentido em que haxa unha relaçón causa-efeito entre o segundo e o primeiro;  a vontade non ordena (como causa) que o corpo realiza unha acçón (como efeito), a vontade (o querer metafísico) está em cada acçón do corpo.  Se existisse unha relaçón de causalidade, poderiamos pensar a vontade, mas ao pensá-la regressaríamos (pelo buraco do verme) ao âmbito da representaçón, xá non a experimentaríamos directamente.  O suxeito vive-a de um modo muito distinto. (…)  O ser humano é bidimensionalidade, vive na vontade e na representaçón.  É, para si mesmo, vontade e representaçón.

 

joan solé

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (11)

AVIGAIRA.

               Eu Salvaxe em Vigo.  O dia 27 de Março de 1905, saín de Guillade ás duas da tarde (estaba a Teixucha a berregar com a minha nái) dormin em Ponte e pola manhán fún dereito a Porrinho, cheguei ás duas da tarde a Vigo, ás 5.15 da tarde, partin para Cangas, o outro dia pola manhán regressei para Vigo, e no outro partín de Vigo para Guillade, gastei 40 reais.  Pelexa. Os de Cumiar.  O dia 30 de Abril de 1905 ó vir da festa das Angustias, eran as dez da noite, e os de Cumiar, pois as raparigas no serán, tinham-lhe posto alcunhas a todos, e por isto implicaron comigo, botando-me as culpas a mim.  O 12 de Maio de 1905 eu fún ás vispras de Vila Coba na companhia do Inocêncio do Fadista, e ó vir de volta destruimos a ponte de madeira, cheguei á casa ás duas da noite, e encontrei Avelino Carraceda a dormir no meu quinteiro, e assustei-me quando vin um home tirado alí no chan, e por pouco non lhe dei com um pau na cabeça, dormiu comigo e pola manhán levou-me enganado a Trancoso e dalí a Ponte, por via d’unha máquina de solfatar que tinha alí a gobernar.  Desde Ponte fún a Vilacoba com dous rapazes de San Lourenzo, ó chegar á festa vin que tinha os pantalóns descosidos no cú, porque estaban muito apertados (traxe branco) feito pola mulher de José Rey Fernandes (lavativa), eu cheguei á festa e marchei acto seguido…

manuel calviño souto

O MUNDO COMO VONTADE: A METAFÍSICA SEM CÉU (45)

.

               Schopenhauer entende, imediata ou intuitivamente, que a sua essência numénica, sua em si, é o querer, o desexar, a vontade.  Latente, palpitante em todas as manifestaçóns dos fenómenos do seu ser no nível da representaçón (sexam estas acçóns ou pensamentos) está a vontade.  A sua descoberta decisiva  non se deveu a nenhum conhecimento obxectivo ou abstracto, nem a um sentimento relixioso, mas, sim, à experiência interior ou autoconsciência, que o colocou em contacto com o mais particular, individual e íntimo.  A sua metafísica non excede o âmbito da experiência, mas a experiência xá non se limita à representaçón: segundo Schopenhauer, pode ir para além dos seus limites.  Outro filósofo tinha procurado, através da introspecçón, o fundamento de todo o conhecimento no seu próprio interior.  René Descartes acreditou econtrar dentro de si unha certeza incontestável: posso duvidar de tudo menos do facto de estar a duvidar.  “penso, logo existo”, a minha essência, o meu dado e feito básico e orixinal, é pensar.  Schopenhauer opôn-se a esta abordaxem racionalista a partir da que se recebe pela experiência intuitiva interior: a essência do suxeito, sentida com honestidade na autoconsciência, non é racional, mas, sim, um querer permanente, a vontade; querer é o mais natural ao homem.  O querer, e non o pensar, é o feito fundamental, o dado básico.  A vontade actua a partir dos motivos que lhe mostra a mente, mas é prévia ao aparecimento destes na consciência.  Non há nada que possamos experimentar de mais imediato do que a vontade, non há nada que permita explicá-la (conhecê-la) além de um puro querer.  Precisamente porque o suxeito do querer se dá imediatamente na autoconsciência, non se pode definir nem descrever melhor o que é o querer; bem pelo contrário, este conhecimento é o mais imediato de todos, é, inclusivamente, o que, pelo seu imediatismo, lança a luz sobre todos os outros, que son muito mediáticos. (RS. 43)

JOAN SOLÉ

EM NOME DE GUILLADE (XXIV)

 

             O CATÁSTRO DE ENSENADA

               A realidade física e imaxinária, reflectirá-se no catástro do Marquês de Ensenada, realizado entre 1749 e 1759.  Este interrogatorio do século XVIII convertiria-se na principal fonte documental para achar os limites das aldeias, reflectindo nos seus fólios a realidade histórica dos lindes entre aldeamentos e montes.  O catástro vinha a confirmar a longa tradiçón dos limites , dos deslindes realizados entre vecinhos, dos acordos eclesiásticos, dos pleitos vecinhais pelos montes do comúm.  O interrogatorio do catástro manterá-se ainda no século XIX como referência básica da realidade histórica das aldeias.  Deste xeito, à excepçón dalguns casos, cando os concelhos tomam por sua conta os expedientes de exclusón de venda dos baldios comunais, a sua inspiraçón está no interrogatorio do Catástro de Ensenada. Xunto com este interrogatorio incorporarom-se outros materiais como o Real de Legos, no qual figura o listado dos montes do comúm.  Sendo esta unha informaçón complementária da riqueza de datos do interrogatório, convertidos em material imprescindível para conhecer com precisón a existência histórica dos montes Vecinhais em Man Comúm, orgulho civilizacional de todos os  Guilladenses.

a irmandade circular

O BURACO DE VERME (44)

.

               A física que postula a existência de diferentes universos paralelos introduz unha ideia que parece criada à medida para explicar o “pensamento único” de Schopenhauer.  Um buraco de verme é um túnel que liga dous pontos do espaço-tempo ou dois universos paralelos.  Ficou assim conhecido pola analoxía com o buraco que um verme faz dentro de unha mazán para ir de um lado ao outro em vez de deslizar pela sua superfície.  Os buracos de verme son atalhos na malha do espaço-tempo, tendo unha entrada e unha saída em planos diferentes do espaço-tempo.  Unem dous pontos remotos e permitem transitar entre eles mais depressa do que se se percorresse o universo à velocidade da luz.  Até agora, nunca ninguém viu um buraco de verme, nem demonstrou a sua existência, mas os matemáticos dizem que, em teoria, són possíveis, tal como a existência de universos paralelos.  É importante reter a ideia do “buraco de verme” para compreender um quarto tipo de conhecimento situado num plano diferente dos outros.  Entre este e os três, existe unha diferença substancial, non de grau, mas tan grande que se pode falar perfeitamente de “salto quântico”.  Non é exterior nem derivado, como os três anteriores (factos empíricos captados na intuiçón sensível, verdades matemáticas captadas na intuiçón pura e conceitos construídos pela razón).  O quarto tipo de conhecimento, o “buraco de verme”, consiste em que um ser individual intua (non pense conceptualmente) no seu interior as causas, razóns ou motivos das suas próprias acçóns, a fim de tomar unha consciência directa, non conceptual, do que opera na sua dimensón interna ou numénica e, assim, descobrir a essência íntima do seu próprio ser.  (…)  A interiorizaçón conduz-nos do mundo fenoménico ao mundo numénico.  É como se transitássemos entre dous universos diferentes e paralelos.  O grande achado metafísico de Schopenhauer é o “buraco de verme” que permite deslocar-se entre o universo fenoménico, o mundo como representaçón, e a enigmática “cousa em si”. (…)  A essência é o desexar:  a realidade fundamental do ser é o facto de querer.  A este desexar, Schopenhauer chama “vontade” (Wille) e vê-o como fundamento ontolóxico de tudo.  Passamos da teoría do conhecimento à metafísica.

joan  solé

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (10)

VIGO CAMINHO

                Serán de Lira.  O día 13 de Novembro de 1904 fún a Oliveira a unha festa de pandeiros que facia a família do Sr. Pintos (que neste tempo era Cura de Oliveira) eu e Avelino passamos um rato alegre, despois fomos ó Madrileno pedir para cortar pinheiros, onde o Spírito malo me veio inquietar, no día a seguir fomos roubar mazáns e despois alá nos fomos ó Serán de Lira; o 23 polas nove fomos tronzar pinheiros e logo fomos ó devandito Serán; o 24 fomos ó Serán de Celeiros, ó vir pola casa arriba da Capela, vin sair dum pinheiro tantos corvos que parecia que todo o pinheiro se desfacia em corvos, croando e desaparecendo a unha distância de 3 ou 4 metros, o ruido que facian era idéntico.  Música Academia.  O 25 DE Novembro de 1904 comecei a estudar música em Celeiros; o día 3 de Decembro,  fixem inxuriar a minha tía, e despois em companhia de Carracedo fún ó Serán de Celeiros, a minha tía tinha-me botado pragas, chegando ó Serán, um filho da puta de Arcos revolucionou-se conmigo, despois levantando-se todos em revoluçión, eu escapei sem novidade.  Chegando á casa xá estaban as raparigas tocando a pandeireta, serian as dez ou once da noite.  Mama em Vigo.  O día quatro de Decembro de 1094 polas seis e trinta e cinco da manhán levantou-se a minha nái e a minha tía (Maria) e se foron assanhadas a Vigo.  O día 8 choveu assombrossamente, nessa noite passei-a toda na cozinha, até ás 3,40 quando quedei dormido sobre um banco, e entón vem o Spírito malo inquietarme, o oito fún á Procesión a Cumiar com unha roupa velha; e o dez recibim do Senhor Carraceda vinte reais polos pinheiros cortados e alá vem o Spírito malo inquietarme.  As duas festas. Dor de cabeza.  O día oito de Xaneiro de 1905 habia festa em Oliveira, Capela, pola ter gobernado, em Guillade de arriba gaiteiro, em Guillade de baixo música. Nesse polas 2,50 assaltou-me unha grande dor de muelas, e non fún a ningunha festa, e toda a noite desse día estiben na cama dando voltas, com áis e suspiros, de maneira que o dia seguinte atacába-me o sono, o día nove fún ó Cirurjáno (rula) para arrancar a dita moela, pois á maneira que me íba aproximando á casa, a dor iba passando, ó bater a primeira pancada no portal, desapareceu a dor por completo, parecia cousa diabólica; pois ó arrancá-la, partiu polo meio e quedou a metade dentro da boca e a úlcera tamém.

manuel calviño souto

A RAIZ QUÁDRUPLA DO PRINCÍPIO DE RAZÓN SUFICIENTE (43)

.

               Schopenhauer desexa encontrar o núcleo central, a essência mais íntima, da realidade para compreender e explicar o que é o mundo e o que é ele mesmo enquanto idivíduo.  Trata-se, assim, de unha questón de conhecimento.  Sistemático e consequente, o filósofo pergunta o que é o conhecimento e, responde conhecer algo é explicá-lo; em seguida, define o conceito de explicaçón;  explicar algo é encontrar a causa por que esse algo é como é e non de outra forma.  Essa “causa” é o que, na filosofia do século XIX, se chama “princípio de razón suficiente”.  Schopenhauer entende que esta explicaçón (este princípio da razón suficiente) non é sempre a mesma para tudo o que se analisa, mas que apresenta diversas variedades ou modalidades segundo o âmbito em que se desenvolva a explicaçón ou conhecimento, como deixou xá enunciado na sua tese de doutoramento,  “A Raiz Quádrupla do Princípio de Razón Suficiente” (publicada em 1813 e reedictada, revista e aumentada, em 1847):

               -No mundo físico, a razón suficiente tem a forma de causalidade:  um facto A dá orixem a um facto B.  Todos os factos son produzidos por outros factos (…)  Pode conhecer-se todo o universo físico e o seu conteúdo no nível manifesto (fenoménico) mediante a aplicaçón do princípio da causalidade. A bioloxia e a física de Newton som exemplos (…) destacados da aplicaçón deste princípio explicativo, que funciona em todas as ciências naturais. 

               2 – As ciências matemáticas puras da aritmética e da xeometria desenvolvem-se, respectivamente, no espaço e no tempo, que como sabemos, son formas “á priori” da sensibilidade e, como tal, son anteriores á experiência, pelo que non necessitam de ser aplicadas empiricamente no mundo. (…) O princípio da razón suficiente no tempo e no espaço, como formas “á priori” da sensibilidade (isto é, na aritmética e na geometria), é matemático.

               3 – Outro âmbito diferenciado é o dos “conceitos” e dos xuízos abstractos que, como também sabemos, pertence à razón. Combinamos conceitos ou ideias para produzir ideias novas.  Aqui, non nos questionamos acerca da causa dos factos físicos que conhecemos na intuiçón sensível, nem acerca da causa dos factos matemáticos que conhecemos pela intuiçón pura.  Aqui, questionamo-nos acerca da razón e da validade do nosso conhecimento.  Os conceitos seguem-se uns aos outros e mantêm entre eles relaçóns de dependência causal.  Podem estar xustificados ou non, ser verdadeiros ou non.  A análise da ligaçón entre os conceitos oferece-nos unha verdade lóxica ou, se for das leis que rexem essas ligaçóns, unha verdade metalóxica.

               Schopenhauer mostra que nenhum dos três é capaz de proporcionar accesso ao núcleo da realidade, á essência íntima do mundo, que é o que ele persegue na sua filosofia.  Nenhum dos três pode superar os limites da representaçón, isto é, do fenómeno.  Non podem tocar a realidade, son-lhe externos. (…) Os três conhecimentos oferecem razóns para factos, segundo o princípio da causalidade mas, em última instância, se se chegar ao início da corrente causal, observa-se que partem de premissas ou fundamentos non xustificados nem demonstrados.  O conhecimento obxectivo non pode alcançar nunca o em si das cousas, o númeno, e fica sempre do lado de fora, no fenómeno.  A representaçón non pode levar-nos para além da representaçón: “non se consegue acceder á essência das cousas a partir do lado de fora; por muito que se investigue, non se consegue mais do que imaxes e nomes.  A filosofia (metafísica) aspira a outro tipo de conhecimento que começa onde acabam os três anteriores.  Sabemos que o conhecimento que verdadeiramente nos pode revelar o fundo substancial, o nível ontolóxico ou a essência íntima da realidade, deve ser, orixinalmente, unha intuiçón imediata, non um conceito ou um princípio construído. (…) Existe algum tipo de experiência que nos permita franquear a esfera da representaçón fenoménica e entrar no misterioso âmbito numénico da cousa em si?  Que xá non se centre no poquê (causa) mas no quê (realidade)?  Schopenhauer responde afirmativamente: existe um quarto tipo de conhecimento.  Este é o célebre “pensamento único” do autor, a grande revelaçón ou iluminaçón que teve a sua vida,  “a pedra fundamental” de todo o seu sistema filosófico.

joan solé

         

DERIVA HISTÓRICA

             OS TESOUROS DO FEITICEIRO

               Tudo começou nunha manhán de nevoeiro, de princípios do século vinte. quando um cidadán português deâmbulava por unha libraría de París.  Encontrou um curioso livro, cheio de nomes de aldeias galegas: Moreira, Guillade, Uma, Sobroso, etc…   E ademais, unha larga lista de tesouros escondidos.  Descoberto, por mera casualidade, “Os Tesouros do Feiticeiro” San Cipriano, acabou por ter unha fama considerável, eu diria que por todo o mundo (Brasil).  É suposto, que foram escondidos precipitadamente, a raíz da fuga ocassionada pela invasón mourisca da península, e que se pensavam recuperar quando o perigo passára, e os senhores voltaram á sua terra.  Claro, que a história está muito bem contada, agora, poderá ser verdadeira, ou, seguramente falsa.  Mas, como sempre existiron, e é muito probável que seguirán existindo, muitas almas cândidas, sobre tudo cobiçosas, a história tornou-se eterna. O maior de todos os tesouros, está enterrado em Uma. Bem sepultado diria eu, escondido a sete homes de profundidade, por unha raínha, mulher de um rei local, que andaria ocupado em outras guerras.  Repousa, no cruze dos dous caminhos de carro principais.  Em princípio, parece bastante fácil dar com el,  qualquer home intelixente, poderia localizá-lo.  Agora, aquí, levantam-se dous escolhos difíceis de solucionar, o primeiro é encontrar um home medianamente intelixente.  E o segundo, e non menos embarazoso, é, que, um home intelixente se interesse por estes temas.  Havería que sopessar tudo muito bem, se por muito ouro que haxa enterrado, valeria a pena cavar em terreno endurecido polos séculos, sete homes de profundidade?  Se compensa, fazer o ridículo, para que depois o Feitiçeiro se quede a rir de nós na sua tumba?

léria cultural

NON CONHECEMOS AS COUSAS COMO SON EM SI, MAS APENAS COMO NOS APARECEM (42)

.

      FENÓMENO, NÚMENO OU COUSA EM SI.

               Podemos xá abordar a decisiva diferenciaçón que Kant enunciou entre fenómeno e cousa em si ou númeno.  Foi decisiva a tal ponto que marcou grande parte da teoría do conhecimento depois dele.  É fácil enunciar o sentido deste binómio:  “non conhecemos as cousas como son em si, mas apenas como nos aparecem”.  Fenómeno é tudo o que está na minha representaçón, tudo o que se rexista na minha consciência.  A cousa em si é o mesmo que o fenómeno, mas fora da minha representaçón, como o lado oculto da Lua.  Olho para unha cadeira e o que vexo é o fenómeno, a representaçón:  Kant diz-nos que, além disso, existe ainda um númeno ou cousa em si, que é esta mesma cadeira, mas fora do fenómeno ou percepçón, enquanto autónoma e independente da consciência.  O que pode ser o que está fora da minha representaçón?  O que é a cousa em si?  Kant teve unha intuiçón xenial, deixando um enigma opaco para os filósofos posteriores, mas non se preocupou demasiado em clarificar qual era o conteúdo concreto dessa cousa em si.  Talvez tivesse suposto que, non sendo possível conhecer o númeno – xá que está fora das nossas representaçóns, que son os fenómenos -, o lóxico seria deixá-lo de lado como algo inalcançável.  Schopenhauer ficaria fascinado pelo mistério da cousa em si, a qual, como iremos ver, seria determinante para iluminar a sua intuiçón decisiva.  Deixou expresso num manuscripto:  “A minha maior glôria acontecerá quando se diga de mim que resolvi o enigma proposto por Kant.”  Kant dá ao fenómeno um tratamento simplesmente descriptivo (fenómeno é a forma como as coisas se mostram ou aparecem, o que, naturalmente, é coherente com a etimoloxía da palabra grega, “aparência”, “manifestaçón”); em Schopenhauer, o fenómeno adquire um valor negativo; é o aparente enganador.  O binómio fenómeno-númeno aplica-se ao ser humano além de ao mundo físico exterior, e á filosofia moral, além de ao mundo sensível.  Cada pessoa tem, para si mesma e para os outros, unha dupla dimensón ou habita em duas dimensóns: unha fenoménica e outra numénica.  Enquanto corpos, pertencemos ao mundo natural rexido por unha ferrea lei da causalidade e tudo é causa e consequência de algo; non existe a liberdade.  Enquanto seres dotados de interioridade espiritual, estamos num mundo numénico (incognoscível para nós próprios), livre dessas correntes causais fenoménicas.  Há, pois, um suxeito intelixível e um suxeito empírico.  Schopenhauer parte da visón fundamental de Kant, do ser humano dividido entre dous reinos, como ser fenoménico e como ser numénico, eliminando por completo do segundo a componente relixiosa, tan essencial em Kant;  como reza o título do capítulo seguinte, a metafísica de Schopenhauer é unha metafísica sem céu.

joan solé