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A denominaçao do “existencialismo” parece mais complicada, já que o termo se converteu numa miscelânea em que se incluem filósofos, poetas, e romancistas. Sem dúvida, entre Heidegger e Jaspers, por exemplo, há tanta distância como entre Sartre e Camus. Centramo-nos no existencialismo de Sartre, a partir da sua explicaçao em “A Propósito do Existencialismo”, onde estabelece que: O existencialismo defende (…) que no homem (…) “a existência precede a essência” que, no mesmo sentido, “o homem deve criar a sua própria essència”, e “define o homem pela acçao”, e, para terminar, deve entender-se que “o existencialismo nao se apraz com o que é sombrio, que é antes uma filosofia humanista da acçao, do esforço, do combate, da solidariedade”. (…) De repente, o mundo parece explodir. A Alemanha hitleriana estivera a olear a sua maquina bélica. A França entra em conflito armado com a naçao vizinha: profere-se a ordem de mobilizaçao geral a 2 de setembro de 1999. Sartre é destinado a um campo de previsoes meteorológicas. Começa o que em França se conhece como “drôle de guerre” (o que significa mais ou menos guerra tola, inútil). Mas nao é inútil para Sartre, que, de braços cruzados practicamente todo o dia, dedica o seu tempo a ler e escrever. Meses mais tarde, fatidicamente no dia em que faz 35 anos, é detido pelos invasores alemaes e transferido, pouco tempo depois, para o campo de concentraçao de Tréves, onde permanece até março de 1941. Quando é libertado regressa a Paris. É nos anos seguintes que entra em contacto com Heidegger, a segunda grande influência presente na sua filosofia. O filósofo alemao publicou em 1927 a sua obra-prima, “Ser e Tempo”. O que propoe Heidegger? Ou, por outras palavras, quais sao os aspectos da obra citada que chamam a atençao de Sartre, já que ele próprio as inclui de forma mais ou menos clara na sua própria matriz filosófica, e que se podem identificar sem muita dificuldade seguindo os apontamentos reunidos nos chamados “Diários de Uma Guerra Estranha”, a primeira parte dos “Cadernos de Guerra”? Para responder satisfactoriamente á pergunta precisamos de ter em conta varias questoes. Em primeiro lugar, parece inevitável destacar o método que vai reivindicar Heidegger para o análise daquilo que considera objecto fundamental da filosofia. (…) um retorno á análise das “próprias coisas” (…) partir de zero para restaurar a importância da filosofia, destronando as crenças estabelecidas. (…) Mas qual é o objecto fundamental da filosofia? Esta é a segunda questao; perguntar o que é o ser e acima de tudo, perguntar-se pela natureza do que está ali, em frente dos nossos olhos. (…) que o primeiro aspecto relevante é compreender que a existência precede a essência, ou seja que esvaciada a consciência, esta começa a ser alguma coisa quando se interroga sobre a essência do mundo, das coisas. Entao o que começa a consciência vazia a descobrir?
J. L. RODRIGUEZ GARCIA
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A separación – que ben pode ser partículas
de pole dunha mesma flor –
deriva de visións dispares
ou descoñecidas entre si.
O punto de comunicación
depende da coincidencia de retencións.
A memoria pode ser insolidaria
e, logo, o diálogo imposíbel
ou estéril (a felicidade mentira,
a guerra adulterada).
E aínda sendo a memoria
compartida, pode suceder
a insatisfacción ou o matiz
diferente: insuficiencia
onde dous puxan por distintos
extremos dunha nube para desvelar
a luz do acibeche
ou o movemento infixável
dos átomos, punto
de discordia e relatividade,
cosido dos deuses,
olvido sabio dos homes,
imprevisibilidade suposta e sorprendente.
francisco candeira
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