O XOSÉ DO CABO

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               José Maria Bouzó Argibay, agora que está “Jubilado”, e podia disfrutar descansando prazenteiramente dos abatares da vida.  É “presunto implicado”, num “Proxecto de Dessarollo Local”, para a sua aldeia de Guillade.  A el que gosta de decir que é um aldeano incrustado a duras penas na cidade, sempre tivo em mente a preocupacion pela sua tribu , lugar onde nasceu e passou os anos mais felizes da sua vida.  Voltou com um proxecto cooperativo,  para tentar melhorar o seu país pequeno, que se atopa num calamitoso estado de  desorganizacion.  Filho e herdeiro de famílias emigrantes em Lisboa por três xeracions consecutivas, foi capaz de levantar em Vigo um pequeno império escolar.  Nasceu em 1933, na sua casa do Cabo de Reimonde, porque ainda que os seus pais estavam em Lisboa, queriam que os seus filhos nasceram na sua terra, para o qual sua nái retornou temporalmente para o parto en Guillade.  A emigracion a Portugal vêm do tempo do seu bisavô, que deixou para o seu avô duas “carboarias”, e umas tabernas, onde se comprava o carbon para cozinhar e ó mesmo tempo se levava o vinho prás comidas, aproveitando que arrimados ó monstrador tamém se tomavam uns “copos” a modo de aperitivo.  O velho corazon da antiga Lisboa, antes cheia de “carboarias”, foi evolucionando para as “casas de pasto”, “petiscos”, “comes e bebes”, e “restaurantes”,  acabando por desenvocar na cuidada hostelaria actual.  Viviam no Largo Silva Albuquerque, ó lado da Praça da Figueira, e do Rossio, recordando ainda de neno ás sete da manhan o movimento dos carros e aquel grito cada dia de um vendedor: “Quem quer figos, quem quer almoçar?”   Mas na realidade onde passou a maior parte da sua infância foi em Guillade, com os seus avós, nunha

escola de catorze nenos, de várias idades.  Durante a Guerra Civil certas casas forom muito sacrificadas porque tiveron que contribuir ó sosten do exército, primeiro com o ouro que tinham, e depois com os bois…   mas ficaron com as suas veigas e o seu ânimo de subsistir.  A sua avó contava com um nutrido “Corpo de Bens”, que ainda que de pequenas parcelas, axudava muito á economia de autoconsumo, fortalecida pelas axudas que vinham de Lisboa.  “O meu avô, chegou a levar para Lisboa uns trinta galegos, para trabalharem com el, porque confiava mais neles para o trabalho duro, xá que estavan acostumados ás rudas xornadas das labores agrárias.  Eu estava muito bem, quando iva a Lisboa, ainda que gostava muito mais de viver em Guillade, mas chegou um momento em que dixeron que tinha que estudar, habia que decidir-se Lisboa ou Vigo, e se fora em Espanha deberia ir interno a um colégio de Vigo.”  “O maior de todos os traumas, estava por vir, porque da vida livre dos nossos campos, passei a água com patacas, ou patacas com água…  e um bolo de pan para as três comidas.   Claro, que eran tempos de postguerra, cheguei ó coléxio em 1943 e em Vigo comia-se mal;  na aldeia tinhamos, quem mais, quem menos algúm porco, algunha vaca, coelhos, galinhas…   O que nos chegava ó coléxio das casas, era a nossa esperanza.  Non vou decir o nome do coléxio, mas passei alí dez anos muito disgustado e sain com a conviccion de que nunca permitiria que ningúm dos meus filhos se fora interno a um centro educativo.  Soportei unha discíplina férrea, á base de golpes e patadas no cú, que era o que se entendia por educacion nesse momento.”   “De aviador, nada”. “Feita a “Reválida” acabei a escola, e sentin como se saíra de unha cárcel.  Quedei em Vigo, a viver no bairro de Casablanca, por onde está agora o “Corte Inglés”.  Na verdade queria ser aviador, mas isso implícava trasladarme a Madrid, e o meu pái dixo que de ningúm modo, que acabara o “Bachillerato” e despois se veria, isso de ir a Madrid.  Na casa queriam que fixera “Comercio”, porque deberia facerme cargo das cousas da avó, usufructuária de todos os negócios que deixara o avô:  um comercio de calzados e fazendas, e um “almacén de vinhos” que exportava para a América.  Tudo em Lisboa.  Sendo eu, o único neto varón…”   “Recordo os “bailes” de xuventude naquel Vigo pueblerino, “Las Cabañas”, “Jardin Park”, “El Suévia”, as verbenas, “O Grímpola”, a terraza do último piso do Hotel Moderno com bailes os sábados, onde vinham as “chicas bien” e até alguma vez o rei Juan Carlos, que estudava em Marín e tinha como amigo na escola a Pérez  Moreiras, companheiro meu tamém dessa vida.  Estava o “Club Náutico”, o Casino, “O Club de Campo,  “O Aero Club”,  etc…   Nalgunhas destas sociedades classistas dependia para entrar de que aparecera ou non unha bola negra que che vetara a entrada”.  “Foi em 1957 quando a minha avó me mandou a Lisboa para atender aqueles negócios que, ainda que estaban alí o meu pái e o meu tio, os tinham na man de apoderados e eles vivíam regaládamente das suas rendas.  Ir alá com a autoridade delegada da minha avó, com a ordem de que debian dividir e resolver, non era nada fácil, sendo eles os meus maiores.  ¿Quem és tu para pedirnos contas?, me decian.  Conseguim meter ainda um contable que foi pondo os negócios em ordem, e convencim a avó que vendera os seus numerosos pinheiros em Pontareas, para que sacara um dinheiro para ela e repartira com os filhos…  A min non me deixou nada, mas sim muito carinho e, sobre tudo, rezou muito por min.  Tanto ela como a minha tía-avó.   Em 1958 a  avó convenceu o meu pái a comprar um edifício na rua Lóriga, de cuxa compra me encarguei eu mesmo.”   “Trabalhei primeiro nos Correos em 1957 ganhando 1600 pesetas, mas isso gastava-o eu quase na pension, assim que colhin representacions de máquinas de pesar, bolsos, zapatos, hebillas, cordas, etc…”   “Como eu queria ganhar mais dinheiro, alá por 1959  entrei a trabalhar na Academia Octavio, que se tinha separado do Colégio Muro, e alí comecei a dar classes de cálculo.  Ou sexa que facia o meu horário em Correos e no tempo libre tinha as minhas representacions, e ainda dava classes.  Passei da pendonaria xuvenil, ao trabalho sem límites”.  “Nascim na aldeia, e á aldeia voltei.  Vivim todo o inmenso câmbio na Espanha desde a Guerra Civil, a solidariedade que havia com a xente daquel rural e, quando me “Jubilei” em vez de descansar, ideei um proxecto para o meu povo de Guillade.  Intento, contando com a xente d’alí, mudar a fisionomia dos montes e da natureza circundante, este ano plantamos mais de mil árbores, nogais, cereixos, castanhos e avelhanos.  Procuramos unha cooperativa com o sessenta por cento do povoado, com objecto de limpar os montes e eliminar o eucalipto, rarear as plantacions de pinheiros, etc, etc…   Em definitiva, organizar e conservar os manantiais de água, para futuras plantacions de frutais, cultivos agrícolas e abastecimento das vivendas.  Desexando que tudo vaia no sentido do “Bem Comum” de todas as nossas xentes.”

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a irmandade circular

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