Arquivos diarios: 13/04/2017

SIGMUND FREUD (UMA INTERPRETAÇAO DA CULTURA)

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               Que a espessa folhagem da sexualidade nao nos impeça de vislumbrar com clareza o bosque da psicanálise!  Recapitulemos brevemente antes de prosseguirmos.  Até agora, examinámos de que maneira a psicanálise se estabeleceu, no início, como uma forma de terapia para tratar os doentes de neurose, e como, a posteriori, se tornou numa completa teoria filosófica do sujeito (sobre a estructura da mente e os fundamentos principais da acçao humana,  determinados quase por completo por instâncias inconscientes).  Contudo, Freud desejava continuar a saciar esse impulso humano, e tao genuinamente filosófico, que é a curiosidade intelectual;  foi, entao, que, por fim, dirigiu o seu perspicaz olhar para a cultura.  O nosso autor viu que as suas teses psicanalíticas, para lá da realidade concreta do sujeito, podiam ser elevadas a uma dimensao cultural e, até mesmo, histórica;  começou a entrever que a psicanálise nao só prometia a compreensao profunda da natureza humana, como também a possível resoluçao de muitos dos mais inquietantes enigmas da cultura e da sua evoluçao.  O seu modelo teórico podia enraizar-se nos mais diversos campos do saber social e humanístico – a história, a antropologia, a sociologia e, inclusive, na teoria da arte -, e dar novos e deliciosos frutos.  Na primeira década do século XX, Freud começou a interpretar a sociedade no seu conjunto a partir dos mesmos estractos e forças que compareciam no sujeito.  Foi assim que  “Eros e Thanatos”, a “libido”, os processos de repressao ou o “Supereu”, desta vez sumamente reverberados, apareceram de novo em cena.  Conforme esta linha de pensamento, era possível entender a evoluçao cultural dos povos, desde as origens até á forma actual,  tendo em conta a evoluçao psíquica do sujeito, desde o nascimento até á sua configuraçao adulta.

 

marc pepiol martí

 

FENTOS QUE LLE TENDES

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– Fentos que lle tendes

medo aos autos

– Fentos que lles temos

medo ao lume

– Non gustades

desta charla, xa vexo

– Non gustamos,

gustamos da man

que nos aloumiña

co sangue da comprensión

– O voso talo medra quente

– E no outono fala ruibo escuro.

 

francisco candeira