CARL GUSTAV JUNG (A LIBIDO)
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Em 1913, rompeu com o freudismo e continuou as suas investigaçoes por conta própria. Os interesses de Jung eram muito mais espirituais do que os de Freud, um estricto materialista. O psiquiatra suiço sentia-se completamente fascinado pelo mundo das religioes, das tradiçoes mitológicas e do misticismo em geral. Através das suas indagaçoes, Jung postulou a existência de um “Inconsciente colectivo” na psique humana, um substracto comum de natureza supra pessoal e de carácter hereditário. Alí residiriam uma série de arquétipos ou figuras simbólicas universais que se expressariam no sonho e nas grandes tradiçoes espirituais da humanidade. A caracterizaçao claramente sexual da líbido feita por Freud também lhe valeu alguns desencontros com a comunidade psicanalítica, já que nem todos os especialistas concordavam em afirmar o carácter genuinamente sexual da “libido”. Por exemplo, C. G. Jung apresou-se a apostar na sua des-sexualizaçao. Em 1911, o psiquiatra e psicanalista suiço publicou “Transformaçoes e Símbolos da Libido”, uma obra com a qual pretendeu ampliar o conceito de “libido”; propunha considerá-la simplesmente uma espécie de “tensao” em geral, um “apetite” ou “tendência” indefinida própria da natureza humana. Porém, Freud nao estava disposto a transigir num ponto tao essencial da sua teoria psicanalítica, um facto que acabou por precipitar a ruptura com Jung, um dos seus discípulos mais queridos. Assim, para Freud, nao havia discussao possível: era necessário considerar a “libido” uma energia inequivocamente sexual, embora fosse verdade que podia ser canalizada através de actividades diversas. Uma determinada relaçao de amizade, a paixao pela arte ou por algum campo do saber, a dependência do trabalho, etc., deviam compreender-se como manifestaçoes disfarçadas desta mesma força erótica. Nesses casos tratavam-se de “sublimaçoes”, ou seja, de realizaçoes secundárias e parciais, essas, sim, socialmente muito mais aceitáveis, deste impulso libidinal básico de origem sexual. Uma vez definida a “libido” como alimento e motor da sexualidade humana, é imprescindível analisar a sua dinâmica interna, isto é, determinar de que maneira tal energia é capaz de agir no corpo humano, se nos é permitida a expressao, de sexualizá-lo. Chegados a este ponto, e para avançar na caracterizaçao da “libido”, deveremos pedir a Freud que nos esclareça mais algumas ideias sobre a sua visao da natureza humana.
marc pepiol martí
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