SIGMUND FREUD (SEXUALIDADE E LIBIDO)

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               Á luz destes dois modelos teóricos da psique humana que Freud concebeu, podemos concluir que o homem nao age usando a razao, isto é, examinando com neutralidade e moderaçao as possibilidades que se lhe afiguram, mas age determinado por uma série de pulsoes e de severos imperativos inconscientes que escapam por completo ao controlo do eu racional.  Sem dúvida, o “Id” exerce uma força determinante sobre o “Ego”, e este domínio expressa-se sobre tudo, segundo Freud, no que concordaríamos em chamar sexualidade.  Com efeito, o estudo psicanalítico de um grande número de pacientes com algum tipo de patologia psíquica (histeria, neurose, psicose…)  convenceu Freud de que a sexualidade era o núcleo gerador dessas disfunçoes.  Por trás dos comportamentos neuróticos dos pacientes, Freud encontrava, sem excepçao, algum aspecto relacionado com o sexo, ora um desejo nao realizado ou reprimido, ora uma experiência traumática ou uma frustraçao.  Era como a Tebas das cem portas: pode entrar-se na cidade pela porta que se quiser, mas vai-se sempre parar ao mesmo lugar, ao centro da cidade (neste caso, ao núcleo da psicanálise freudiana, a sexualidade humana).  Mas nao é só isso:  a teoria da sexualidade alçava-se num dos elementos-chave para explicar o comportamento geral das pessoas sans, permitindo, em último análise dar conta dos seus verdadeiros desejos, das suas motivaçoes e das suas variadas opçoes vitais…  Freud dizia que nos neuróticos tudo o que havia era o reflexo amplificado dos desejos e perturbaçoes que, num momento ou outro da vida, qualquer pessoa podia experimentar ou sofrer…     …para Freud, entre saúde e doença mental nao existia um salto qualitativo, mas meramente quantitativo, de intensidade…  Freud foi buscar o termo “libido” á tradiçao latina, onde significava literalmente “desejo” ou “ânsia”; até mesmo, em certas ocasioes, poderia ser entendido por libido uma espécie de desejo desenfreado.  Em termos gerais, poderia aceitar-se que, para Freud, a “libido” era uma espécie de “dynamis” ou “energia” de carácter sexual;  de facto, para o pai da psicanálise acabou por representar a força mais paradigmática das pulsoes da vida (ou eróticas) que, como acabámos de ver, alimentam as camadas mais profundas da psique humana, ou “Isso”.

 

marc pepiol martí

 

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