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Xa se muda a devesa en brisa palpitante
alí onde os dedos piden clarexar
ángulos, sombras, nomes, fantasías.
Xa pousan o seu po de día rutineiro
nos poros anhelantes de luz íntima
porque os corpos reclaman o tremor
que pervive no tempo máis inmóbil.
Raudo medra o desexo e busca cego
en verde entraña branco sol de infancia.
Sobe un silencio ilícito ata os labios,
un fervor. Esta fronte xa non pensa:
só hai lampos acurtados polo olvido,
lampos e un canto breve coma a morte.
!Como cantan os grilos!
Brilla tamén a sombra. Pero escoita:
neste abandono limpo en que xacemos
quizais nos queden voces imprevistas:
paxaros azuis, chuvia, bosque antigo.
FRANCISCO XOSÉ CANDEIRA
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A psicanálise foi, claramente, uma criaçao de Sigmund Freud. De facto, pode-se inclusivamente datar com exactidao a primeira vez que o nosso autor se referiu á sua recém-criada técnica com o nome de psicanálise: foi num artigo publicado a trinta de março de 1896. Escusado será dizer que, naquela ocasiao, o seu método de análise da alma – é o que significa etimologicamente o neologismo – nao estava ainda suficientemente desenvolvido. Freud vislumbrava unicamente um horizonte muito prometedor. E podemos afirmar que o tempo acabou por lhe dar razao. Mas como chegou Freud a formular esta revolucionária teoria sobre a psique humana? Antes de começar a detalhar o périplo que levou Freud á descoberta da psicanálise, é importante esclarecer que aquí só analisaremos a psicanálise tal como a concebeu e practicou Sigmund Freud durante toda a sua vida. De facto, ainda no tempo de Freud, a escola psicanalítica diversificou-se notávelmente. Autores que num primeiro momento se situaram ao abrigo das ideias freudianas, começaram a separar-se do mestre e a propor novos princípios e formulaçoes. Em sentido estricto, falar da psicanálise actualmente seria falar das diversas escolas psicanalíticas existentes. Porém, o nosso objectivo incidirá apenas na compreensao desta primeira e mais genuína versao da psicanálise, a freudiana, que, como em breve descobriremos, foi concebida como método inteiramente terapêutico para tratar doentes de neurose e, pouco a pouco, foi evoluindo até se converter em toda uma filosofia do sujeito e da cultura.
marc pepiol martí
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