LITERATURA CLÁSSICA GREGA (HIPONACTE III)
Publicado o02/07/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

Há um paralelo notábel (e bastante suspeitoso) entre as biografías e actividade poética dos dous escritores de “yambos” mais famosos, Hiponacte e Arquíloco. Arquíloco, menospreçado por Licambes, volta a sua raiba satírica contra pai e filhas, os quais, segundo se conta, enforcarom-se coa vergonha. Hiponacte, insultado por dous escultores, Búpalo e Aténide de Quíos, que fixérom caricaturas dos seus rasgos pouco agraciados, forom conducídos ao suicídio polas suas imbestidas yámbicas. Só sabemos de Licambes e as suas filhas o que Arquíloco nos conta, mas a Búpalo e Aténide conhecemo-los por outras fontes; trabalharom nas ilhas do Exeo a mediados e finais do século VI a. C. Plinio desautoriza a história de que se colgaram – quod falsum est – e menciona unha estatua firmada por eles em Delos; Pausanias nos conta que houbo unha estatua das “Graças” obra de Búpalo na colecçón artística dos reis helenísticos de Pérgamo. A Aténide non se menciona a miúdo nos nossos fragmentos, mas o nome de Búpalo repéte-se unha e outra vez. Aparece no que probabelmente fora o primeiro verso do libro de Hiponacte; noutro lugar, a Búpalo se lhe acusa de dormir com a sua nái, e em outro fragmento Hiponacte imaxina um enfrentamento com el: “Suxeita o meu abrigo: que lhe vou a sacar um olho de um golpe a Búpalo”, verso que possibelmente conectaba com outro: “Pois podo xirar a esquerda e a dereita e ambas aterrizaram na diana”. Ademais dos dous escultores, um pintor, um tal Mimnes, também figura entre as víctimas das invectivas de Hiponacte. Reprocha-se-lhe, haber pintado unha serpente num barco de guerra em sentido contrário – mirando para atrás, para o timonel na popa, em lugar de para diante, enfrentando o enemigo. “Dexenerado Mimnes, non pintes unha serpe no costado de numerosos bancos de unha trirreme, parecendo que escapa desde o espolón cara ao piloto, pois sería unha desgraça e unha infâmia para o piloto, tú que nasceste escrávo e filho de escrávo, que unha serpente lhe mordera nos colhóns.” Outra personáxe desta saga da vida nos baixos fundos (non sabemos se com algún fundamento) é unha mulher cuxo nome homérico e programático se enfrenta singularmente com a sua conducta e entorno. Asocía-se com certo esquema fraudulento de Búpalo, mas em outros lugares aparece associada intimamente com Hiponacte: “Inclinando-se para mim sobre a lâmpara Arete…”, procede claramente de um contexto erótico e podería pertencer ao mesmo poema no qual Hiponacte afirma: “Ao anoitecer fun a casa de Arete, com unha garza voando à minha dereita e alí acampei.” “…bebendo de unha colodra, pois que ela non tinha copa, xá que o escravo caíu encima e a rompeu. …bebiam do caldeiro: unhas vezes el e outras brindava Arete.” “Hermes, querido Hermes, filho de Maya, nascido em Cilene, a tí dirixo as minhas súplicas, pois tenho um frío terríbel… Dalhe um manto a Hiponacte, unha túnica persa, unhas alpargatas e unhas sesenta estateras de ouro…”
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (LÍRICA CORAL ARCAICA)
Publicado o25/08/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

Desde Alcmán no século VII até Timoteo a princípios do IV, a lírica coral mantem-se como unha forma literária importante. Recitada por coros de cidadáns -homes, nenos, mulheres ou nenas-, assim como por corpos de professionais, estes poemas eram cantados por um coro de danzantes em festivais relixiosos públicos ou em importantes acontecimentos familiares, como casamentos ou funerais. Também celebram a vida cívica da polis os festivais na honra dos deuses, o canto coral tinha um papel importante de afirmaçón dos valores e da solidariedade da comunidade. A conecxón entre a música e os valores éticos, mantenhem-se com força durante os períodos arcaico e clássico. Como grande parte da poesía grega temperám, tem um aspecto mais público que pessoal, e o mesmo acontece com a sua expresón e orientaçón. Neste sentido difére da lírica monódica, que constitui muito mais a expresón da emoçón pessoal. As formas e subxéneros básicos da lírica coral xá están testemunhados em Homero e sem dúvida retrocedem até muito antes da evidência escrita. O “Escudo de Aquiles” na “Ilíada” descrebe um canto de casamento, um canto de colheita acompanhado de danças e unha elaborada representaçón de dança e canto a cargo de xóvens e doncelas em Cnosos. Na “Odisea”, o bardo Demódoco canta o famoso canto sobre o amor ilícito de Ares e Afrodita, mentras ao seu redor os xóvens feacios dançam ao seu ritmo. Estes pasáxes implicam unha íntima conexsón de música, dança e poesía na lírica coral. O lamento por Héctor na “Iliada”, Ilustra o “threnos” ou “endeixa” e também reflexa a sua estructura formal: um “cantor” (aoidos) “dirixe”; ele ou ela é seguido pola voz colectiva do coro, que se lhes xunta nunha espécie de estribilho. A frase formulária “respondendo com voz agradábel”, também pode indicar a divisón de este tipo de canto em estrofas. é dizer, em estâncias cuxa forma estabelecida, métrica e probabelmente coreográfica se repete com diferentes palabras. Só mais tarde, possibelmente com Estesícoro, a princípios do século VI, é desarrolhada a composiçón triádica. Trata-se de unha disposiçón em estâncias mais complexas, que se compón de unha estrofa, a antiestrofa correspondente a um epodo, este último com unha métrica relacionada mas lixeiramente diferente. Ademais do canto de casamento, a endeixa e o peán (canto na honra de Apolo), a lírica coral também incluie o canto de doncela (partheneion), o canto procesional (prosodion), o himno, o ditirambo (na honra de Dioniso). Um pouco mais tarde e com um carácter mais secular surxe o “enkomion” (canto de alabança aos homes, non aos deuses) e o “skolion” (canto popular entoádo em festíns e banquetes). A divisón entre a lírica coral e a monódica é conveniente, mas artificial, pois muitos poetas compuxerom cantos de ambos tipos. Alcmán, principalmente poeta coral, compuxo cantos de amor, algúns dos quais puiderom ser monódicos. Os monodistas Safo, Alceo e Anacreonte compuxérom obras corais: cantos de boda, himnos e partheneia. O elexíaco e yambógrafo Arquíloco puido compor ditirambos. Os numerosos festivais locais e relixiosos – as Carneas e Jacintias em Esparta, as Adrasteas em Sición, as Yoleas em Tebas, as Adonidias em Lesbos – proporcionabam as ocasións públicas para o canto coral. A lírica coral também tinha um importante papel nas grandes celebraçóns cosmopolitas, como as de Delfos ou Olimpia, ou ainda o festival de Delos na honra de Apolo Délio, graficamente descrípto no “Himno Homérico a Apolo”. Com a paixón dos gregos polos concursos, os poetas e os coros a miúdo competíam por prémios.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ALCMÁN)
Publicado o08/10/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

A lírica coral primitiva só começa a ter unha realidade literária com Alcmán. Foi o primeiro poeta coral do qual se conserva algo substancial. Tanto as datas como as orixens som controvertidas. As datas tradicionais varíam entre o princípio e o fim do século VII; os dactos mais recentes suxérem que será mais bem ao final que ao princípio do século VII. Também se discutíu desde a Antiguidade se era um nativo laconio ou lidio. “Non era rústico nem torpe… nem um tesalio de raza, nem um pastor de Erisique (em Acarnania), senón da altiva Sardes”, foi interpretado autobiograficamente, probabelmente sem razón. O perxuíço contra a possibilidade de que Esparta puidéra dar ao mundo um poeta nativo como Alcmán púido contribuir também ao conceito do nascimento lidio. A utilizaçón por Alcmán do dialecto local, a intensa familiaridade com as costûmes locais e o seu enterramento perto do sepulcro de Helena em Esparta, favorecem a nacionalidade espartana, ou ao menos laconia. Desde logo, é possíbel que nascera em Sardes de pais laconios ou emigrados a Esparta durante a sua infância. A questón segue sem resolver. A Esparta de Alcmán era um lugar muito diferente da sede da sociedade austera e militarista em que se transformou tempos mais tarde. A finais do século VII e princípios do VI, Esparta e Corinto, non Atenas, eram os centros culturais da Grecia continental. As excavaçóns da British School no santuário de Ártemis Ortia perto de Esparta documentárom ampliamente o vigoroso florescimento das artes alí, especialmente entre 650 e 550. O êxito da Segunda Guerra Mesenia, cuxo espírito marcial cantou Tirteo, trouxo consigo um período de prosperidade, expansón, alegría de viver. A Esparta de Alcmán estava adornada com grandes templos e estátuas de mármore, marfim, bronce e terracota. O templo de Ártemis Ortia continha numerosas ofertas votivas de elegante desenho, xóias elaboradas em prata e ouro e importaçóns do Exípto e Próximo Oriente. A cerámica, a escultura e as placas de marfim mostram as figuras imaxinativas da arte orientalizante: escenas míticas vivas, inventivos desenhos xeométricos e fabulosas criaturas de todo tipo. A sinxéla elegancia, alegría, enerxía audaz, vigor e orixinalidade na cerámica laconia da época están embuídos de um espírito paralelo ao da poesía de Alcmán. A finais do século VII e princípios do VI, Esparta seguía atraíndo a poetas e músicos: ademais de Alcmán, ouvímos falar de Terpandro, Taletas de Gortina, Clonas de Tebas ou Tegea, Xenócrito de Lócride, Polimnesto de Colofón e Sácadas de Argos. Cantarom em festivais como as Carneas, as Xacintias e as Gimnopedias, e outros. Incluso no seu período posterior mais austero, Esparta mantívo a reputaçón dos seus brilhantes coros. Perto do final do século V, Aristófanes reproducíu um canto coral laconio na sua obra “Lisístrata”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ALCMÁN 2)
Publicado o15/12/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

Como os primeiros monodistas Safo e Alceo, mas à diferença da maioria dos poetas posteriores, Alcmán compuxo no seu dialecto local; também tomou libremente préstamos do armazém comúm da dicçón épica. Probabelmente compuxo uns poucos poemas em xónio, possibelmente como prelúdios (prooimia) de obras mais largas, unha práctica vagamente testemunhada para Terpandro e outros líricos primitivos. As suas obras forom recolhidas em seis libros de lírica e unha obra enigmática, “As mergulhadoras”, hoxe confirmada como poema solto polo recente descubrimento do final do libro VI nos Papiros de Oxirrinco, 3209. O seu carácter segue sendo um problema: as suposiçóns ván desde um poema sobre Leda a algún tipo de epitalamio. Alcmán foi especialmente celebrado pola sua poesia amorosa, da qual non toda tinha por que ser pessoal. Sem dúvida os temas eróticos eram importantes nos seus cantos nupciais ou “himeneos”, a causa dos quais também se fixo famoso, e nas suas “partheneia” ou cantos de doncelas, como podemos deducir dos fragmentos conservados. Destes últimos temos dous exemplares importantes: a sua obra mais famosa conservada, o “Partenio do Louvre”, chamado assim pola ubicaçón actual do papiro, descuberto em Sakkara no 1855 e publicado em París em 1863, e partes substânciais de um segundo “Partenio” procedente de Oxirrinco, publicado em 1957. Os papiros de Oxirrinco também enriquecerom o nosso conhecimento de Alcmán com um poema cosmogónico, importantes escolios sobre o Partenio do Louvre e outros fragmentos. Muitos fragmentos curtos, às vezes só unha palabra ou unha frase, citados por lexicógrafos ou metricistas polas suas anomalias formais, som atractivos, mas misteriosos. A graça, a viveza e a altura do estilo coral de Alcmán, percebem-se especialmente no “Partenio do Louvre”. Este foi composto para um coro de doncelas espartanas, para ser cantado num festival relixioso local, cuxa natureza exacta é incerta. A deusa à que as doncelas oferecem o seu canto e um “pharos” (xeralmente um tapiz ou vestidura sagrada, mas aquí glosado pelos escolios como um arado) é chamada Aotis e, como suxére o seu nome, podería ter algunha relaçón com o amanhecer e possibelmente com o matrimónio e a fertilidade (Som inválidos por razóns métricas e linguísticas os intentos de estabelecer unha referência a Ártemis Ortia. A nossa ignorância sobre o culto, a obscuridade de muitas das alusóns e o estado do texto, cheio de lacunas, deixam sem resolver muitos problemas. Ainda assim, temos unha boa imaxem de conxunto de toda a obra, e podemos apreçar a limpeza em xeral e a riqueza do estílo de Alcmán.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ESTESÍCORO)
Publicado o18/02/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

ESTESÍCORO
Estesícoro de Hímera, considerado na Antiguidade o sucesor de Alcmán dentro da lírica, é especialmente conhecido pola sua remodelaçón dos temas épicos em metros líricos. Nesta narraçón lírica extendida, Estesícoro non foi ao parecer único. Sácadas de Argos, que escrebeu em Esparta a finais do século VII a. C., compuxo um “Saqueo de Troia” com mais detalhe ainda que Estesícoro. Xanto de Lidia, outro predecesor bastante obscuro de Estesícoro, compuxo unha “Orestíada”, que puido ter influênça sobre este último. A popularidade dos temas míticos nos xarróns contemporâneos é paralela a este interesse em amoldar os mitos a novas formas mais vivas. As areias exípcias e a paciente habilidade dos papirólogos elevaron espectacularmente o nosso conhecimento da poesía de Estesícoro. Uns papiros recentemente publicados, adxuntaron à nossa bagáxem dos “Nostoi” a “Palinodia a Helena”, a “Orestía” e a “Caza do Xabalí de Calidón; e os últimos dez anos viron a apariçón de fragmentos importantes da “Xerioneida”, o “Saqueo de Troia”, a “Erífile”, e talvez o mais importante, um poema desconhecido até entón sobre a sorte da casa de Edipo e a luta de Polinices e Eteocles. Estes novos descobrimentos derom razón ao alto valor que os antigos críticos concedíam à obra de Estesícoro, confirmarom o seu papel como vínculo entre a narrativa épica e lírica, e probado a sua importância na representaçón dos mitos na arte do século VI. É necesária, non obstânte, certa cautela. Non há unanimidade absolucta sobre que todos os novos fragmentos troianos e tebanos pertençam a Estesícoro. Em especial alguns rasgos métricos do papiro “Lille” diférem da práctica probada de Estesícoro. A matéria temática e o estilo proporcionam um alto gráu de probabilidade, mas nunca certeza absolucta. A tradiçón biográfica dá como datas para Estesícoro 632/29-556/53 a. C., tornando-se contemporâneo aproximado de Safo e Alceo e unha xeraçón posterior a Alcmán. Está relacionado tanto com Matauro de Locros no sul da Itália como com Hímera na Sicilia, e afirma-se que foi enterrado em Catânia, onde a sua tumba foi muito celebrada arquitectônicamente. A maioría dos escritores antigos relacionam-no com Hímera, mas também com Matauro que tinha essa mistura de dórico e Xónico, tanto na fala como na literatura, que marca a sua poesía. A sincronía da sua morte com o nascimento de Simónides (556-53 a. C.) pode considerar-se significativa de unha divisón importânte entre os estilos velho e novo. Simónides mesmo cita a Estesícoro como autoridade estabelecida, à altura de Homero. Éupolis, nos “Hilotas” (424 a. C.), une os cantos de Estesícoro com os de Alcmán e Simónides como “velhos”. Os novos fragmentos probam a importância de Estesícoro para o desarrolho da narrativa lírica extensa em Baquílides e para as odes de Píndaro, como a “Pítica”. Os seus poemas, parece, eram probabelmente mais pausados nos seus movimentos e mais chegados à corrente épica que às técnicas altamente selectivas da lírica de finais do século VI e princípios do V a.C. Os novos textos também prantexam um problema importânte. ¿Como se cantavam e executavam estes poemas? ¿Eram corais? A “Xerioneida”, por exemplo, debeu de ter polo menos 1.500 versos, o qual a faría três vezes e meia mais larga que a quarta “Pítica” de Píndaro, a ode coral mais larga que se conserva. Esta obra, nunha estimaçón aproximada, requeriría polo menos quatro horas para a sua representaçón, mais tempo do que um coro puidéra dançar em boa lóxica. A liberdade e a flexibilidade do metro, suxérem que Estesícoro cantaba estes poemas com a sua própria lira, sem acompanhamento coral. Esta poesía, herdeira da recitaçón épica ou rapsódica, é chamada “citárica”. À diferênça da obra do rapsóda, é unha composiçón orixinal; a diferênça da do monodista, é narrativa e longa, non pessoal e tampouco breve. “O Saqueo de Troia” de Sácadas e “A Orestía” de Xanto, mencionadas “supra”, probabelmente están dentro da mesma categoría.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (A MONODIA)
Publicado o13/04/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

A monodia o canto em solitario foi producto de poetas do século VI habitantes das ilhas do Exeo. Os mais notábeis forom Safo e Alceo de Lesbos, e Anacreonte e Íbico na corte de Polícrates de Samos. A poesía distinguía-se pola sua métrica, dialecto e material temático e também polas condiçóns da sua representaçón, do verso “elexíaco” e “yámbico”, por unha parte, e da lírica coral por outra. Os poetas usabam breves estrofas de métrica variada, e cantabam os cantos acompanhando-se com a lira, presumibelmente repetindo a melodía para cada estrofa. Na maioría dos casos compunham nos seus próprios dialectos, Safo e Alceo em eolico, Anacreonte em xónico, mentras que os escritores da lírica coral utilizabam unha linguáxe artificial que se distinguía por algúns rasgos característicos do grupo ocidental de dialectos. Probabelmente o público compunha-se de um pequeno círculo de amigos que compartíam os intereses literários ou políticos do poeta ou vivíam na corte dos seus patróns. A poesía de Safo e Alceo é a monodia mais antiga que se conserva, mas tivo os seus antecedentes na música e na poesía anteriores de Lesbos e nas composiçóns de Arquíloco. Lesbos no século VII era famosa polos seus músicos Terpandro e Arión, e, ainda que escreberon poesía de diferêntes tipos que Safo e Alceo e conseguirom a fama em outros lugares do mundo grego, som testemunhas da façanha musical e poética da ilha. Arquíloco menciona o “peán lésbico”, e Safo afirma que os cantores lésbicos eram superiores aos de outras terras. Arquíloco influíu sobre eles de maneira diferênte: os seus temas a miúdo eram amatórios, de banquetes ou políticos, e a sua poesía tem a intensidade e enerxía directa que marca a obra de Safo e Alceo. Só a sua métrica e acompanhamento musical os apartam do xénero da poesía lírica. Non podemos afirmar se foi Safo ou algún outro quem cantou por vez primeira cantos em estâncias repetidas: talvés non lográron sobreviver algúns exemplares anteriores, porque a escritura ainda non era de uso comúm, ou porque eram inferiores à poesía posterior.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
ATHINAI
Publicado o19/05/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

ATHINAI PRHOMAKOS
Atenas, foi elexída há 160 anos, como capital da Grécia. Quando era apenas um vilório de 6.000 habitantes. Hoxe em día é unha caótica urbe com perto de 10.000.000 de pessoas, carente de planificaçón, tráfico e ruído infernal e unha contaminaçón galopante. Muitas das cousas da Acrópolis, som meras cópias e os orixinais están a bom recaudo em Londres, onde chegarom nos enormes baúles do Conde de Elgin, ou protexídas do tempo e da contaminaçón, no Museo da Acrópolis. Athinai, foi tán constantemente saqueada, xá desde os tempos romanos que, parece um milágre que ainda poidamos ver algo de pé. Também é notábel que as ampliaçóns a partir do seu núcleo orixinal, desilusionem profundamente os visitantes. Ampliaçóns, que derom à cidade um aspecto desordenado e o que é pior, impessoal, indiferente. É verdade, que a grande cultura clássica do período ático, encontra-se mais nos libros, que nesta cidade moderna. Sobram os decadentistas, que em lugar de encontrar-se com os efêbos descendendo cerimoniosamente, polos caminhos das Panatenaicas, correm o perigo de encontrar-se com unha procesión a Santa Bárbara, encabezada por barbudos popes. A Athinai Mediéval, concentrada entre os despoxos da cidade clássica: entre as ruínas da Ágora, amontoam-se igrexas bizantinas, mezquitas, banhos, madrazas, tendas e tabernas, qual cerimónia da confusón e do despropósito. Espectáculo, contemplado permanentemente polas heróicas reminiscências da Acrópolis, forom os séculos em que Athinai deixou de parecer-se a sí mesma, para parecer-se mais ao mundo.

Zeus, todo poderoso, pai de todos os gregos, ordenou a “Philoksenia”, ou sexa, o amor para com os extranhos (apesar das malas experiências habídas com quase todos os extanxeiros, que visitarom Grécia durante milénios). Mas, as malas línguas, atrevem-se a afirmar que, o que Zeus quería era outra cousa. Nas terrazas das casas, depois de tomar a séxta nacional, a xente espreguiça-se em pixama. É unha maneira de sobreviver aos rigores do calor. Os pátios frescos das casas e os xardins Nacionais, som também lugares de refúxio durante o abrasador meio-dia. As mulheres costuram e os velhos xogam eternamente nos cafés. O ailhamento e a solidón (Monaxia), som para um grego quase um pecado. Estar só, é um símbolo de fracasso! Os gregos están sempre em “Parea”, que signifíca malta ou grupo de amigos e familiáres. Na Praça Kolonaki, em cafés de estilo francês, reunem-se os intelectuais, para intentar arranxar o mundo e tomar um café. “¡¡Se xuntas quatro gregos, teis cinco presidentes!!”. A música grega, é como se albergára no seu cerne unha glorificaçón da dor. O grego é muito supersticioso, tem miles de remédios contra o mal-de-olho, todos da côr azul (excepto as pessoas de alhos azuis, que som “cenizos”). Contas, rosários, cruzes, circulos pintados nas paredes e sobre tudo, non tenhem repáros nem discreçón, à hora de cuspir contra o mal-de-olho.

Os turcos! A dominaçón turca durou mais de 400 anos. Os turcos, para os gregos é um tema tabú! A sua tolerância ao extranxeiro acaba com o turco! É visceral, e está à flor de pel! Até há alguns anos, non existía um “café grego”. Bebía-se “café turco”, feito com pó fino, fervído na água, lixeiramente doce, servído em taça pequena e com os pousos no fundo. Hoxe, ninguém o bebe. Agora, consumem-se litros diários de “café grego”, feito com pó fino, fervído na água, lixeiramente doce, servído em taça pequena e com pousos no fundo

NOTAS TOMADAS DE UNHA XORNADA EM ATHINAI
Às seis horas da manhám. Visita ao Mercado de Abastos, para purgar-se com um caldo de tripas, os cheiros fortes, as cores da madrugada e o barulho infernal do mundo.
Às oito da manhám. Pequeno almorço no “Bretania”, café popular tradicional, para descansar e admirar o movimento da Praça Omonia.
Às nove da manhám: Comprar um chapeu de palha e unhas boas sandálias no Bairro de Kolonaki, e maiormentemente para os ceguinhos também uns óculos de sol. Depois iniciar a visita à Acrópolis, passando antes polo Templo de Zeus e polos Teátros de Dionisos e Herodio (assistir durante os Festivais de Verán de Atenas a unha traxédia clássica ou a unha comédia de Aristófanes, nas ruínas de um velho teátro, resulta unha experiência singular para unha vida humana).
À unha da tarde: aperitivo na Praça de Adrianou, frente à Ágora Velha (os Domingos há feira).
Às três da tarde: Comer na Praça de Plaka, entre o ir e voltar dos viandântes.
Às quatro da tarde: retiráda estratéxica para o Hotel ou para um Xardím Nacional, é o “Toque de Séxta”, nada debe bulir debaixo dos aterradores calores!
Às nove da noite: Comer peixes e mariscos, nos numerosos restaurantes do Porto do Pireo (ir de Metro desde o centro da cidade). Desde aquí, pode-se programar visitas às ilhas gregas, tais como Mikonos, Santorini, Rodas, Creta, etc…
Para finalizar, um pequeno passeio profiláctico pola praia, non convém abusar, pois a funçón clorofila, solta demasiádo carbono pola noite dentro. Logo de tomar unha copita de águarrás, chamada “retsina”, nos retirámos penso eu que de Metropolitano.
LÉRIA CULTURAL
…
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (SAFO)
Publicado o14/06/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Safo nasceu probabelmente sobre o 630, na cidade de Ereso, costa occidental de Lesbos, mas ao parecer passou a maior parte da sua vida em Mitilene, a principal cidade da ilha. Estívo exiliáda em Sicilia durante algúm tempo, no período entre 604-603 e 596-595, polo qual é probábel que a sua família ou a do seu marido, tivéram que ver com os asuntos políticos de Lesbos (no fragmento 71 aparece falando com hostilidade da nobre família de Pentilo, no seio da qual se casou o político Pítaco. No fragmento 58, podería referir-se à sua própria velhice, afirma-se que Ródopis, a cortesán com a qual esteve relacionado o seu irmán Caraxo, tivo o seu esplendor baixo o reinado de Amasis de Exípto, que chegou ó trono em 568 a. C. A Suda relata que o seu marido, Cercilas, era um rico comerciante de Andros, mas pensou-se que o seu extranho nome e a sua procedência se deben a algúm escritor cómico. Seguro é, que tivo unha filha, da que fala com afecto na sua poesía. O amor é o mais importânte dos seus temas, e a miúdo expressou fortes sentimentos homosexuais. O seu público estaría composto usualmente de um círculo de mulheres e raparigas: No fragmento 160, onde afirma “Agora cantarei estes versos belamente para deleitar ós meus companheiros”, o termo usado para “companheiros” indica que eram mulheres. Pode que ensinara as suas artes poéticas e musicais a membros do seu grupo: a Suda menciona a três “alumnas”, todas de ultramar, e um comentarista da sua poesía afirma que educou à flor e nata das raparigas locais e também às procedentes de Xónia; a referência a “a casa das que serven às Musas”, suxére algúm tipo de asociaçón literária, ainda que informal. As suas amigas eram cantoras, e sabemos que había grupos rivais. Só unha pequena parte da sua obra parece pensada para um público mais grande: epitalamios, talvés escrítos para casamentos autênticos e para o culto de Adonis. Algúm estudoso alexandrino repartíu os seus poemas em nove libros, seguindo principios métricos, e o libro noveno continha os epitalâmios excluídos dos outros libros por motivos métricos. Só o primeiro libro tinha 1320 versos, é dizer, 330 estrofas sáficas, talvez 60-70 poemas, mas o libro oitavo era só unha décima parte do primeiro. Somênte conservamos um poema completo seu, a plegária a Afrodita, mas temos partes substânciais de unha dozena mais. O poema completo, conservou-se no texto de Dionisio de Halicarnaso, como exemplo de estilo “pulido e exhuberante”:
“Inmortal Afrodita, de policromo trono, filha de Zeus, trenzadora de enganos, eu te suplico que non domes, Senhora, o meu ânimo com penas nem angustias, senón que venhas aquí, se algunha vez no passado ouvíste a minha voz desde lonxe e asentíste e viéstes, deixando a casa dourada de teu pai, com o carro uncído: fermosos gorrións lixeiros de asas zumbantes e de batido rápido trouxérom-te sobre a escura terra desde o Céu a través do ar médio, e chegarom logo; e tú, bendita, com unha sorrisa na tua cara inmortal perguntás-te que me tinha passado esta vez e por quê te chamei esta vez e que é o que no meu enlouquecido corazón desexaba mais que me sucedera: “A quem tenho que convencer esta vez para que te corresponda com o seu amor? ¿Quem te preocupa, Safo? Se ela escapa, pronto te perseguirá; se non recebe ofrendas, quê: ofertas dará a câmbio; se non ama, pronto amará incluso em contra da sua vontade”. Vem a mim agora de novo e libérame das angustias opressoras; cumpre com tudo o que o meu corazón desexa, e tu mesma sé minha companheira de luta.”
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ALCEO)
Publicado o10/08/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Dionisio de Halicarnaso, comentando o estilo de Alceo, afirma que a miúdo, se sacáramos o metro, encontraríamos retórica política. E Horacio, buscando um epíteto único para os cantos de Alceo, os chamou de “minaces” (ameazantes). A turbulenta política de Lesbos foi a fonte imediáta de inspiraçón de talvez a metade da sua poesía conservada. Toda unha xeraçón antes do seu nascimento, a aristocrática família dirixente dos Pentílidas, que rastreabam a sua xenealoxía a través de Pentilo até Orestes e Agamenón, foi derrocada, e os tiranos que lhes sucederam, Melancro, Mírsilo e Pítaco, som mencionados nos fragmentos dos poemas de Alceo. El mesmo pertencéu a unha nobre família que lutou sem êxito polo poder político em Mitilene; acabou exiliado três vezes, e por fim foi perdoádo por Pítaco. A data do seu nascimento está em torno do 620 antes de Cristo, talvez inclúso 630, e a sua referência a um “peito gris” suxére que non morreu novo. Um dos pasaxes mais longos que se conservam da sua poesía, dá-nos ideia do vigoroso estilo testemunhado polos críticos antigos: Alceo, exiliado em algún lugar de Lesbos, pede axuda a Zeus, Hera e Dioniso: “Com ânimo benévolo escuitai a nossa súplica e librai-nos destas penalidades e do amargo exilio. Que se abata sobre o filho de Hirras a fúria vingadora, xá que xurámos um dia non entregar nunca a ningún companheiro, senón morrer e ficar revestidos de terra, derrubados polos homes que entón mandabam, ou matálos e libertar ao pobo dos seus males. Mas entre eles o Panzudo non falou de corazón, senón que pisoteou alegremente os xuramentos e está devorando a nossa cidade.” Non tudo está claro em detalhe, mas parece que Pítaco (filho de Hirras), tinha conspirado xunto com Alceo e outros contra Mírsilo e había desertado da aliança. Os insultos de Alceo contra aquel estám escrítos com mán firme: as alternativas de morte ou victória, estám claramente estabelecidas, dous versos para cada unha, e as expressóns “revestidos de terra”, “pisoteou alegremente os xuramentos” e “devorando a nossa cidade” som chamativas. “Panzudo” é um dos variados epítetos oprobiosos que aplicou a Pítaco: Dióxenes Laercio menciona também “de pés esmagados”, “de pés agretados”, “fanfarrón”, “tripudo”, “comedor na escuridade” e “porco”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ÍBICO)

Íbico, igual que Estesícoro, procede da Magna Grecia: nasceu em Regio e foi enterrado na mesma cidade, mas cambiou Occidente pola corte de Polícrates, tirano de Samos, entre o 533 e 522 a. C., aproximadamente. Non é seguro que escrebera monodia. Foi conhecido como compositor de poemas narrativos com os mesmos temas e no mesmo estilo de Estesícoro, e o longo fragmento em papiro que lhe é atribuido (282a) tem a estructura triádica da poesía coral. Mas a natureza fortemente pessoal e erótica dos seus fragmentos mais conhecidos (286, 287) e o feito de que o companheiro de íbico em Samos fora Anacreonte, a maior parte de cuxa obra é monódica, deixa lugar à possibilidade de que parte da sua obra fora para executar em solo. O fragmento 286 pode considerar-se como unha reelaboraçón da comparaçón de Safo do amor com um vento de grande forza:
“Em primavera, os marmelos regados polas aguas correntes dos regatos, alí no xardím intácto das Virxens florecen, e rebrotan e crecen os cachos debaixo dos talos umbrosos dos pâmpanos. Mas conmigo o amor non descansa em ningunha estaçón, senón que, como o trácio Bóreas inflamado polo raio, precipita-se desde a casa de Cipris com abrasadores delirios, tenebroso e impertérrito axita com forza desde a raíz o meu corazón.”
Íbico contrasta a regularidade estacional da natureza com o seu amor omnipresente que non conhece estaçóns, e pôm ademais em contraste a tranquilidade da natureza, que ilustra com a repetida aliteraçón vocálica dos seis primeiros versos, e a dureza do ataque do amor. Resulta adequada a imáxe de que o amor “non descansa” en ningunha data. Ao descreber o vento do amor, íbico intercala os seus epitectos: “obscuro”, suxerindo as nubes arrastadas polo vento, mentras que “desvergonhado”, refére-se mais bem a um Amor personificado por Cipris. A imaxinaría do fragmento 287 resulta igualmente chocante:
“Outra vez Eros me mira com lânguidos olhos debaixo dos seus párpados azuis, e com múltiples feitiços me lança nas redes inmensas de Cipris. Tremo na verdade quando se acerca, como um cabalo de carreiras ganhador de trofeios antâno que, em torno da velhice, volta renuênte a competir com os carros veloces.”
A metáfora da caza na qual Eros conduce à presa às redes de Afrodita vai seguida suavemente pola imáxem da carreira de cabalos, e há tanto “humor” como “pathos” na descripçón do cabalo velho, victorioso em dias passados, mas agora renuênte para a competiçón.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ANACREONTE)
Publicado o12/12/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Anacreonte nasceu na cidade xónia de Teos, na Ásia Menor, e quando Harpagón, xeneral de Ciro, atacou as cidades costeiras gregas, navegou com o resto dos teanos para a Tracia, onde fundarom Abdera no 540 a. C. Logo o encontramos na côrte de Polícrates de Samos, cuxa tiranía está fechada nos anos 533-522, e trás o assessinato do seu patrón foi conducido a Atenas por Hiparco, filho de Pisístrato, o qual durante a tiranía do seu irmán Hipias, era o responsábel das questóns culturais. É possíbel que Anacreonte vinhera a Atenas trás o assessinato de Hipárco em 514, ou que marchara a Tesalia: som-lhe atribuídos epigramas escrítos para o dirixente tesalio Equecrátidas e a sua mulher Diseris. Parece verdadeiro que visitou Tesalia, e debeu voltar para Atenas, passando alí grande parte do resto da sua vida. Onde parece que entoou cantos a Crítias, avô do político ateniense do mesmo nome, e que disfrutou com a poesía de Esquilo. Nascería sobre o 570 e morrería no 485; também afirmam que viveu 85 anos. A maioría da sua poesía trataba do amor e do vinho: Máximo de Tiro falaba do “cabelo de Esmerdies e Cleóbulo, os caramilhos de Batilo e o canto xónico”, mas Cicerón esaxéra, quando diz que era toda erótica. Os banquetes dabam ocasión para que se representara; desde logo, Critias chamou-lhe “a provocaçón do banquete”. A política samia aparece duas vezes nos fragmentos; conservamos um poema satírico e há dactos sobre outros. Também sabemos que escrebeu poesía coral, aínda que non se conserva nada, excepto um fragmento duvidoso dos cantos de doncela. Anacreonte non escrebe com o estilo rico e sensual de Íbico, mas apoia-se para o seu efeito num trabalho cuidadoso, a elegância e o enxenho. Estas qualidades podem verse na sua invocaçón a unha xovem, escríta com um ritmo trocaico alegre, que contribuie muito para dar-lhe viveza: “Potrinha tracia, ¿por qué me miras de lado e despiadada escapas e pensas que non sei nada sábio? Pois tem por seguro que muito bem podería pôrte freio e brida e com as rendas na mán fazerte dar a volta ao estadio; pastas nos campos e xogas, brincando lixeiramente porque non teis um xinete hábil que te cabalgue.”
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ANACREONTE II)
Publicado o06/02/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Anacreonte e outros poetas da segunda metade do século VI em diante, mostram duas actitudes com respeito a beber vinho. Aínda que dentro de unha exhortaçón directa à orxía sem restriçóns, um pequeno grupo dos poemas de Anacreonte aconselham a moderaçón: queda prohibida a parranda com alboroto e gritos ao estilo escítio, em favor do beber moderadamente e cantar fermosos himnos; e em dísticos elexíacos, à maneira usual para a poesía reflexiva e a escritura estabelecida, afirma: ”Non amo o home que mentras bebe o seu vinho xunto ao recipiente de misturar, cheio fala de pancadaria e tristes guerras, senón ao que misturando os esplêndidos dons das Musas e Afrodita mantém a festa agradábel na sua mente.” A poesía amorosa, aquela pola que Anacreonte mesmo foi tán famoso, é o que debería cantar o bebedor civilizado, non poesía de tema épico ou os cantos de política violenta de Alceo. Quando Anacreonte escolhe um tema político, escrebe um himno no seu metro lírico acostumado: ”A tí imploro, cazadora de cervos, dourada filha de Zeus, Ártemis soberana, Senhora das feras montarázes. Tú que agora, sem dúvida, observas vixilante desde arriba, sobre as águas turbulentas do Leteo, a um pobo de valentes, alegre, porque non pastoreas um rebanho de selváxens cidadáns.” O poema debía de continuar com unha petiçón a Ártemis para que defendera ao pobo de Magnesia, a cidade do río Leteo, perto da qual había um templo de Ártemis Leucofriene. Anacreonte fala deles como valentes e civilizados para recordar que som gregos, cidadáns de unha cidade grega, aínda que no presente soportabam o xugo persa e Magnesia era o quartel xeral de um sátrapa persa. Como sempre, Anacreonte escrebe com punho firme, deixando clara a sua intençón com a aliteraçón do verso e a metáfora da pastora, apropriáda para Ártemisa.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
NIETZSCHE (DEMASIADO HUMANO)
Publicado o25/02/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

A imaxem do “super-home” que nos oferece Zaratustra está traçada com base em metáforas. Noutras ocasións, Nietzsche delineia esta figura servindo-se de personáxes históricas, imaxinando o “super-home” como unha espécie de “César romano com alma de Jesus Crísto”, ou um cruzamento entre Goethe e Napoleón. Non obstânte, os grandes nomes da história som manifestamente insuficientes quando se imaxina o novo ideal da humanidade. Zaratustra diz-nos que víu o “home-grande” e o “home-pequeno” nus: “Demasiado semelhantes som ainda entre sí. Em boa verdade, também achei o maior… demasiado humano!”. Ainda non hoube, pois, nenhuma realizaçón de “super-home” sobre a Terra. Apesar de às vezes cortexar o darwinismo (recordemos a comparaçón do macaco e do home), Zaratustra deixa claro que alcançar esse tipo supremo de indivíduo non é unha questón de evoluçón biolóxica. O profeta non só nos diz que o home vai ser superado, como “terá de” ser superado. O “super-home” é um ideal que há que alcançar no nosso futuro como espécie, um mandato moral que temos de cumprir para nos realizarmos como seres humanos. Como é sabido, o Terceiro Reich tentou criar unha espécie de “super-home” nazi, inspirado em certos traços do turbio pensamento nietzschiano (a apoloxía da força, a recusa da compaixón, “o triunfo da vontade”, etc…). A este respeito cabe destacar à partida que, para Nietzsche, a valia do “super-home” está baseáda na grandeza do espírito, que non depende de características raciais. Se bem que Nietzsche, nunha passaxem que suscitou muita polémica, se refíra a certas “raças nobres” e a unha “magnífica besta loura”, e de seguida ofereça exemplos (“a nobreza romana, árabe, xermânica, xaponesa”) que deixam claro que a aristocracia que reivindica, non está fundada nunha carga xenética específica. A superioridade do “super-home” radica na sua capacidade de deixar para trás a metafísica e o idealismo. E é claro que a ideoloxía do nazismo non pode entender-se sem tais hábitos de pensamento, como é evidenciádo pola sua exaltaçón de realidades transcendentes: a raça, a nazón, o pobo, etc…
TONI LLÁCER
.
ARISTÓTELES (FILOSOFIA NATURAL)
Publicado o08/03/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Aristóteles é acima de tudo, um cientista. Talvez o primeiro a questionar a aventura do conhecimento como um percurso sistemático e munido de método. De facto, a palabra “método” provém do grego “methodos” que significa “caminho” ou “via” para chegar a um lugar… ou a um fim. Alêm de ser pioneiro no uso de unha metodoloxía mais ou menos “científica”, apoiada na observaçón empírica e na deduçón lóxica, Aristóteles também é considerado como o fundador de diferentes disciplinas, entre as quais consta a bioloxía. Neste campo, foi o primeiro a classificar os seres vivos, dividindo-os em clásses. Apesar de nem sempre ter atinado ao classificar certas espécies, a sua relevância radica no facto de ter aplicado sempre um critério racional, a partir da observaçón das suas características fundamentais. É possíbel quel, na actualidade, esta metodoloxía possa parecer óbvia. acostumados como estamos a classificar tudo, mas nem sempre foi assim. Aristóteles foi o primeiro a classificar de maneira científica (por exemplo, os animais e as plantas). Há quem, partindo de posturas “pós-modernas”, como a de Michel Foucault, se tenha referido a ela precisamente para criticar a nossa mania classificatória e para reforçar unha tese idealista, de acordo com a qual as nossas classificaçóns non se baseiam em algo real que estexa nas cousas, mas que, polo contrário, inventamos divisóns do mundo com o único desexo de exercer o nosso poder sobre a realidade.
P. RUIZ TRUJILLO
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ESCOLIOS)
Publicado o04/04/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Algúns dos cantos de bebedores dos monodistas eram correntes na Atenas do século V baixo o denominador de “escolios”. Um fragmento dos “Convidados” de Aristófanes afirma: “Toma um dos escolios de Alceo ou Anacreonte e cánta-mo”, e nas “Avispas” a habilidade para cantar escolios apresenta-se como marca do hóspede civilizado nunha festa de bebedores. Ateneo conserva unha colecçón de vinticinco “escolios áticos”, a maior parte dos quais tivéron que compôr-se em Atenas a finais do século VI ou principios do V. A maioría som estâncias de quatro versos com ritmo eolio, e probabelmente se cantabam com unha ou duas melodias estândard. Os mais conhecidos tenhem contído político: o austero lamento por camaradas mortos em Leipsidrio pertence claramente aos círculos alcmeónidas, mentras que o canto de Harmodio, do qual se conhecem varias versóns, talvés pertença a facçóns que recusárom apoiar aos alcmeónidas para o estabelecimento da democracia: “Levarei a minha espada nunha rama de louro, como fixérom Harmodio e Aristogitón quando matarom ao tirano e tornárom Atenas nunha cidade com igualdade de dereitos.” A amizade leal, um tema favorito de Alceo, ensalzada em quatro cançóns, e também há pregárias a Atenea, a Deméter e a Perséfone para que protexam a cidade. As estâncias em dísticos som mais lixeiras de tôm: “Oxalá puidéra converter-me nunha bonita lira de marfím, e que fermosos mancébos me leváram até ao coro de Dioníso.” Ateneo afirma que os escolios podíam cantarse em coro ou sucesivamente em torno à mesa, ou polos melhores cantores entre os presentes, e fai proceder a palabra “cantos torcidos”, do seu curso irregular entre os hóspedes. Nas “Avispas” de Aristófanes, ao velho Filocleón pide-se-lhe que “recolha” escolios dos seus companheiros de festa, e improvisa o segundo verso, cada vez que se lhe dá o primeiro. Qualquer que sexa a sua orixem, a colecçón de Ateneo tinha-se convertído em tradicional, xá fora por razóns de conteúdo político ou pola alta qualidade da sua concísa expresón lírica.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (A LÍRICA CORAL DO SÉCULO V)
Publicado o29/05/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

O desarrolho da lírica monódica no século VI cara a unha maior variedade, expressibidade e flexibilidade em poetas como Safo, Alceo, Íbico e Anacreonte non pode probar-se no caso da lírica coral. Xá sexa por accidente histórico, pola popularidade da monodia ou pola decadência real do xénero, conservou-se muito pouca lírica coral entre Estesícoro e Simónides. Temos alguns versos de Laso de Hermíone, do qual se afirma que introduxo os concursos ditirâmbicos em Atenas, baixo Pisístrato e competíu contra Simónides. Também escrebeu um poema asigmático, Centauros, e um poema sobre a morte dos filhos de Niobe. Um peán de um tal Tínico de Calcis, talvés no século VI, ganhou a admiraçón tanto de Esquilo como de Platón, mas só se conserva unha pequena frase. Seguramente non disminuírom as ocasións relixiosas e sociais para a poesía coral. Polo contrário, as repressentaçóns e concursos musicais seguirom tendo um papel importânte na vida cultural dos séculos VI e V em Grecia, tanto em festivais públicos, xa foram locais ou panhelénicos, como nas Côrtes ou casas de tiranos e nobres, unha importânte fonte de patronazgo para poetas viaxeiros, Himnos, peanes, ditirambos e partenios seguirom representândose em celebraçóns relixiosas, mentras que os encomios, endeixas, epitalamios e odas de victória eram encargados por dirixentes ou nobres para festas privadas. Muitas destas últimas, como veremos no caso de Píndaro, se alargabam ao público em xeral, como oferta da magnificiência que mostraba a alta categoría do organizador dentro da comunidade. Axudada pola expansón dos grandes festivais públicos, como as Dionisíacas e Panateneas atenienses no século VI, e estimulada polos axitádos acontecimentos políticos de princípios do século V (o ascenso dos poderosos Estados tirânicos sicilianos, a derrota dos persas e dos cartaxinêses, a afirmaçón conseguinte da polis grega e das suas tradiçóns), a lírica coral alcançou um novo florecimento na metade do século V, na obra de Simónides, Píndaro e Baquílides. Xunto com os numerosos festivais locais para os quais forom compostos os seus cantos, poetas corais como Alcmán ou Estesícoro, os quatro grandes festivais internacionais, Olímpicos, Píticos, Nemeos e Ístmicos, cobraron unha importância especial para a lírica coral do século V. Celebrarom-se com um elaborado cuidado as victórias atléticas, reservando para todos os tempos a gloria num monumento cantado imperecedeiro. A maioría das odas de victória ou epinicios de Píndaro, o mais grande corpus de unha só pessoa que se conserva na lírica coral, celebraban victórias destes quatro festivais. Desde os tempos helenísticos, os poemas están divididos em quatro libros de acordo com o festival em questón. Encargadas polo vencedor ou pola sua família, estas odas eram representadas no festival ou, mais comúnmente nas celebraçóns das cidades orixinárias do vencedor ao seu retorno triunfante. Se o vencedor era um dirixente, como Hierón de Siracusa, Terón de Acragante ou Arcesilao de Cirene, as celebraçóns podíam ter categoría importânte de festivais estatais, e o poeta apuntaba entón para a grandeza e solemnidade apropriádas para a ocasión. Ainda que a lírica coral neste período, continua reflexando os temas relixiosos e o tôm dos seus inicios, cantos de celebraçón dos deuses, existe um interesse mais consciente pola arte literária, a seriedade moral da poesía e as preocupaçóns intelectuais, políticas ou estécticas.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (SIMÓNIDES DE CEOS)
Publicado o02/08/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Simónides de Ceos, é um bom exemplo de como funcionaba dentro do seu marco relixioso o espírito humanístico da lírica coral de finais do século VI e princípios do V. A sua longa vida (557-56 até 468), foi testemunha tanto do florecimento da última arte arcaica, como da turbulência e câmbios que levarom ao período clássico. Grande viaxeiro, instalado tanto nas côrtes dos tiranos como na Atenas democrática, recebeu encargos para importântes epigramas dedicatórios durante as Guerras Médicas, e foi celebrado pola sua sabiduría em negócios prácticos tanto como pola habilidade da sua arte. Simónides non tem unha influênça importante sobre a poesía de Baquílides (seu sobrinho) e sobre Píndaro, senon que também pode reivindicar o dereito a ser considerado precursor da ilustraçón sofística. Non se conserva ningúm poema completo. O fragmento mais importânte, é parte de unha oda dedicada a Escopas de Tesalia (542). Platón, cita longos passáxes do poema, como mostra de habilidade interpretativa de Protágoras. Pola natureza da referência e a nossa ignorância sobre o xénero ao qual pertênce (as possibilidades mais probábeis apontam para o encômio e a endeixa) há muitas incertidûmes. A opinión mais difundida (muito apoiáda polo novo fragmento de Oxirrinco, 541) é que Simónides está criticando a definiçón tradicional do home “bom”, “nobre” ou “com êxito” (agathós, esthlós). Essa “bondade” ou “nobreza” dependem de consecuçóns e possesóns externas (riqueza, honra, proezas em batalha), que som demasiádo inseguras para formar unha base real da excelência humana. Em seu lugar, Simónides valóra a intençón, a xustiça que benefícia a cidade, o reconhecimento da fraxilidade da vida: “Alabo e quero a todo aquel que non fai por seu gosto mal a ninguém (aischrón), mas contra a necessidade nem sequer os deuses lutam… Bastame o que non sexa demasiádo indefenso (apálamnos), o que sabe que xustiça benefícia a cidade, o sensato e sán. Non reprocharei, porque o número de nécios é infinito. Tudo o que se tenha enfrentado com o mau (tà aischrá) é nobre (kalá)”. Aos absoluctos heroicos da tradiçón aristocrática, opón Simónides unha ética tolerante, flexíbel, que tem plenamente em conta a tensón entre a probidade interna e a incertidûme da fortuna. Por esta razón o poema podería interesar a Protágoras. Píndaro também pode desafiar os valores de um mecenas, como nos seus conselhos a Hierón nas Píticas 1 e 2. Ainda assim, Píndaro identifica-se com a ética heroica, mentras Simónides adopta um vocabulário só para analizá-lo e dar-lhe um novo valor, como fai no caso de palabras como “agathós”, “kakós”, “aischrós” (“agradábel”, “mezquinho”, “vergonhoso”). O seu estilo bruscamente antitéctico expressa esta mesma tensón entre o novo e o tradicional. Podemos notar o contráste entre a formulaçón homérica de “todos os que de nós disfrutamos dos frutos da terra extensamente assentáda” e o coloquialismo quase despreocupado de “quando o encontre (ao home sem mácula), mandarei-vos notícias”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (SIMÓNIDES DE CEOS II)
Publicado o06/10/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

“Mais triste que as lágrimas de Simónides”: esta expressón proverbial reflexa a celebridade das endeichas de Simónides (thrénoi) e o poder dos seus “pathos”. Dionisio de Halicarnaso cita um fragmento de vintiseis versos que descrebe a Dánae abandonada com o seu filho pequeno Perseo. Dionisio admira a fluidez e unidade dos ritmos, mas o pasaxe é igualmente notábel polos seus contraste entre o mar selváxem e escuro e o neno dormido, e entre o escenário elaboradamente descrito e a sinxeleza das palabras iniciais de Dánae: “Oh, filho meu, que pena tenho; mas tú dormes, menino de peito, querido, dormitas…” (…) Foi esta habilidade para apresentar situaçóns humanas básicas afectando sinxeléza, mas com a proporçón xusta de detalhe poético, o que lhe valeu a Simónides o seu grande predicamento como escritor de epigramas funerários. Com Simónides, o epinicio, ou oda à victória, é reconhecido como forma literária completa, coincidindo com a crescente importância das competiçóns atléticas do século VI. Dos epinicios de Simónides, non obstânte, só se conservam uns retazos diminutos (incluíndo os axádos de papiros recentes). (…) Simónides também compuxo poemas corais sobre temas históricos relacionados com as Guerras Médicas, como a “Batalha de Artemision”, a “Batalha de Salamina” e a “Endeixa polos caídos das Termópilas”. (…) Os fragmentos existentes revelam um rico repertório de temas míticos, que ván das lendas heroicas familiares, como as dos “Argonautas”, “Teseo”, ao fantástico: “Talos guardando Creta” ou “as filhas de “Anio”, que mudam tudo o que tocam em vinho, azeitonas e grán. (…) Conservam-se alguns versos explêndidos que descrebem os páxaros e os peixes que seguem a Orfeo quando canta, e um estremecedor pasáxe dactílico pronunciádo por unha mulher abandonada, como Dánae: “o ruxído do mar ascendente rompendo por todas partes me sobrecolhe”. Ainda que Simónides usa adxectivos compostos e epítectos decorativos e coloristas que caracterizam a poesía lírica arcaica final, resulta igualmente notábel pola sua moderacón e equilibrio. Os críticos da Antiguidade admirabam a sua “suavidade e elegância”, e a sua “composiçón suave e decorativa”. Ao lado dos detalhes sensuais de pasáxes como: “Andurinha azul escuro, gloriosa mensaxeira da primavera de suave perfume”, ou a decripçón dos “dias tranquilos”, mantém-se o austero estilo gnómico da oda sobre os mortos das Termópilas, com a sua sucesón de breves cláusulas antitécticas e pesados nomes, a sua parquedade adxectival e a sua quase total ausência de linguáxe figurativa. O fragmento pode ilustrar a alabanza de Dionisio a Simónides pola sua “eleiçón de palabras e a sua exactitude para combinálas”: “Sendo humano, non digas nunca o que vai passar manhán, nem, se vés feliz a um home, quanto tempo lhe durará a fortuna. Porque nem sequer o movimento da mosca de finas asas é mais rápido que o mudar dos mortais”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (PÍNDARO)
Publicado o12/12/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Píndaro é o mais brilhante dos poetas corais do século V. Nasceu perto de Tebas, probabelmente sobre o 518 a. C., recebeu parte da sua educaçón em Atenas e escrebeu unha ode temperám, para o alcmeónida Megacles no ano do ostracismo de éste (486 a. C.). O medismo de Tebas nas Guerras Médicas debeu supor unha tensón para os que tinham fortes simpatías polos valores gregos de ordem, disciplina e valor na batalha. Segundo unha anécdota na Vita, Tebas multou-o com mil dracmas (dez mil em Isócrates) por compôr um ditirambo a Atenas. Certo número de pasáxes expressam a sua incomodidade nestes anos. Possíbelmente estas tensóns provocarom a sua estância em Sicilia, entre 476 e 474, onde compuxo a “Olímpica I” para Hierón de Siracusa e as “Olímpicas II e III” para Terón de Acragas. A obra de Píndaro abarca meio século. Escrebeu a sua primeira oda em 498, e a última em 446. As odes mais maxestuosas datam das duas décadas entre 480-460: entre as últimas, som especialmente impresionantes as odes 7 e 8. As datas dos epinicios, non obstânte, som a miúdo incertas. Os escolios ficam muitos sem datar, e quando é proposta unha data, non sempre resulta fiábel. Ainda que há muitos fragmentos de poemas perdidos, especialmente dos Peanes, os epinicios som a obra mais importânte de Píndaro e constituiem com muito o corpus de poesía coral grega de leitura constante mais grande desde a Antiguidade clássica á era bizantina e desde o Resurximento até ós nossos dias. Desde Horacio até Hölderlin, e incluso depois, até Ezra Pound, influírom poderosamente sobre o conceito moderno de “oda” e o alto estilo da inspiraçón poética. Para os críticos da Antiguidade, Píndaro representaba o estilo “severo” ou “rude”, difícil pola sua audaz ordem de palabras, abruptas transiçóns, altura no pensamento e na expressón. Horacio compára-o com unha águia remontando o voo e unha torrente precipitando-se; Longino equipára-o a um vasto incêndio. Ateneo fala de Píndaro o da “grande voz”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (BAQUÍLIDES)
Publicado o04/02/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Até 1897, quando F. G. Kenyon publicou um papiro que continha partes substânciais de quatorze epinicios e seis ditirambos, Baquílides era pouco mais que um nome. Poucos descobrimentos resultarom tán sensacionais para a recuperaçón de um poeta de alta qualidade virtualmente desconhecido. As datas de nascimento e morte de Baquílides som incertas. Mais xovem que Píndaro, e sobrinho de Simónides, nasceu em Ceos, talvés por volta do 510 a. C. A maioria das suas obras parece que datan de entre 485 e 452, mais ou menos, aínda que som as datas mais tardías que podemos fixar. Desde que “Longino” estabeleceu a sua pouco lisonxeira comparaçón, entre a suavidade completa de Baquílides e o ardor que abarca toda a obra de Píndaro, Baquílides sofreu com a comparaçón com o seu grande contemporâneo. Mas talvés sexa mais honesto, considerar a Baquílides como o sucesor da tradiçón de Estesícoro, de lírica narrativa extensa, mais que como rival de Píndaro. Preocupa-o mais que a Píndaro narrar histórias “per se”; e as características da recitaçón oral som bastante mais evidentes na sua poesía: a sua narrativa está marcada por unha ociosidade graciosa, unha plenitude de claridade e detalhe e unha confiânça profunda pola composiçón pechada (repetiçón verbal que assinála a reposiçón de um tema depois de unha digresón nunha espécie de efeito “da capo”). A arte do rapsoda, podemos recordar, floreceu com força em vida de Baquílides. Os mitos de Baquílides distinguem-se non só pola sua fluidez e graça de movimento, mas também polo seu “pathos”, com alta proporçón de discurso directo e especialmente pola riqueza e lustre dos seus epítetos. Non há diferença apreciábel entre os seus epinicios e os seus ditirambos em quanto ao estilo, excepto que os últimos tenhem unha proporçón maior de narraçón. As suas virtudes aparecem especialmente em “Odas 3, 5 e 17”, que relatam respectivamente as histórias de Creso na pira, o encontro de Heracles e Meleagro no Hades e o reto de Minos a Teseo. De especial interesse som também as Odas 11(a loucura das filhas de Preto), 13 (a queima polos troyanos das naves gregas), 15 (Ulises e Menelao em Troia para xestionar a volta de Helena), 16 (Deyanira para untar a túnica de Heracles com o filtro máxico da sangre de Neso). Interesante resulta a Oda 18 pola sua forma: um diálogo entre Egeo e o coro relata as façánhas xuvenís de Teseo a medida que se aproxima a Atenas.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLASSICA GREGA (AS POETISAS: CORINA, MIRTIS, TELESILA E PRAXILA)
Publicado o08/04/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Conservamos fragmentos de quatro poetisas beocias ou do Peloponeso: Corina de Tanagra, Mirtis de Antedón, Telesila de Argos e Praxila de Sición. Delas, a mais importânte e enigmática foi Corina, cuxa obra está representada por troços significativos de três poemas que se conservam em fragmentos de papiros (654-55). Estes poemas, em dialecto beocio, parecem pola sua ortografía pertencer ao século III a. C., e non há referências a Corina em ningúm escritor anterior ao século primeiro a. C. Por outra parte, unha tradiçón tardía fai dela unha contemporânea de Píndaro. Se a dita tradiçón está no certo, presumibelmente non a reconhecerom os erudíctos alexandrínos a causa do carácter provinciano da sua linguáxe e da sua matéria temática, mas foi redescoberta e copiáda por razóns locais em Beocia durante o século III. A alternativa está em acreditar que de feito escrebeu no século III e que foi incorporáda muito mais tarde como décimo poeta ao canon helenístico de nove. Ainda hoxe aparecem divididos os estudosos, entre a primeira e a segunda data, (há unha tendência, especialmente em Inglaterra, a optar pola tardía) Non só as circunstâncias da alegada transcripçón som suspeitosas, senón que a referência ao voto secreto suxére familiaridade com unha instituiçón que, até onde sabemos, só se desarrolhou em Atenas a meiádos do século V. Plutarco, non obstânte, rexistra unha curiosa anécdota na qual aparece como mentor maior de Píndaro, e a Suda apressenta-a derrotando cinco vezes a Píndaro. Pausanias víu unha pintura em Tanagra que a descrebía no acto de ser coroáda pola sua victória sobre Píndaro. Non obstânte, estas lendas pudérom surxir em Beócia num momento de autoconsciência política e cultural do século III. A questón das datas de Corina continua por resolver. Non é completamente seguro que toda a poesía de Corina sexa coral, mas as referências a coros de raparigas no poema mais recentemente descoberto, suxére que probabelmente assim sexa. Na primeira parte do chamado papiro de Berlím, o texto mais longo, Corina descrebe um concurso de canto entre os Montes Helicón e Citerón.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (CORINA DE TANAGRA)
Publicado o09/06/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Na primeira parte do chamado papiro de Berlím, o texto mais longo, Corina descrebe um concurso de canto entre os Montes Helicón e Citerón. Este canta a história hesiódica da ocultaçón de Zeus a Cronos. Ganha, e o Helicón, com infantil frustraçón, arroxa ó aire unha rocha, destrozándo-a em mil pedaços. Non obstânte, nunha reconstruçón recente, os dous competidores som heróis míticos, Helicón e Citerón; Helicón non lanza unha rocha, senón que se lanza a si mesmo pola ladeira da montanha, e da sua morte toma o Monte Helicón o seu nome. Um mito etiolóxico deste tipo, mais tem um aspecto helenístico que arcaico. Depois de um grande espáço de texto barbaramente mutilado, o papiro continua com um diálogo entre o deus rio Asopo, em dôr polas suas filhas, e o profeta Acraifen, que tranquiliza a Asopo sobre o destino das mesmas e conta a história do templo oracular de Apolo, situado no Monte Ptoon, perto de Tebas. No terceiro fragmento, o de mais recente descobrimento, Corina fala em primeira pessoa e conta o prazer que deu à sua cidade com as lendas dos heróis beocios como Céfalo e Orión. Parece que se limitou a mitos beocios. Incluso o seu Orestes ( se os poucos versos que se conservam se lhe podem atribuir) parece que tívo um escenário beocio, probabelmente a presença de Orestes num rito de primavera de Apolo em Tebas. A pesar do pouco familiar dialecto vernacular beocio, o estilo de Corina resulta lúcido e sinxélo. Utiliza cláusulas curtas e frases paratácticas. Há poucas metáforas e poucos tropos de qualquer tipo. A narrativa tem unha viveza e um fresco encanto que suxére a poesía folklórica. Há toques de humor: os elaborados procedimentos de votaçón no Olimpo ou possibelmente a grotesca antropomorfizaçón do Monte Helicón “presa de duras dores” quando lançou a sua rocha, grunhindo “penosamente”. Utiliza uns poucos epítetos compostos do tipo que nos é familiar por Baquílides; mas aparte de “engatusando com altos tôns”, non som especialmente rebuscados (“de mente artesana”, “brilhante como o ouro”, “vestida de branco”). Os seus metros som sinxélos e regulares, um feito que pode suxerir arcaísmo, ou, à inversa, a simplificaçón métrica do período posterior. Dada a sinxelêza do estilo de Corina e as suas restriçóns materiais, resulta interesante, por non dizer enigmático, que conseguíra cinco victórias (unha com Pausanias), sobre tudo esta, contra o seu brilhante concidadán beocio.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
ARÍSTOCLES (PLATÓN), (ACERCA DE EROS)
Publicado o14/06/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

A “prova” disto é a seguinte: ao longo da nossa vida vimos inúmeros obxectos iguais entre si a partir dos quais chegámos à ideia de igualdade; ora bem, como a “igualdade” non é algo que está no mundo da nossa experiência (non existe o obxecto “igualdade”), essa ideia non pode provir dos sentidos, polo que de algunha maneira tinha que estar na nossa alma xá antes de nascer. Conhecer (elevar-se até às Formas) é recordar: “Mas a alma que xamais observou a verdade nunca atinxirá a forma que é a nossa. E isto porque debe o home compreender as cousas de acordo com o que chamamos “Ideia”, que vai da multiplicidade das sensaçóns para a unidade, inferida pola reflexón. A tal acto chama-se “reminiscência” das realidades que outrora a nossa alma viu, quando seguía no cortexo de um deus”. Em O Banquete (Simpósio) encontramos outra doutrina tanto ou mais famosa do que a do auriga, unha doutrina que indubitavelmente preside ao pódio absolucto no grande prémio das “Ideias pervertidas e mal-interpretadas”: a do amor platónico. Mas, non estávamos a falar de ciência e conhecimento? Para que será agora para aqui chamado o amor platónico? É, e muito, porque a doutrina do amor platónico é essencialmente unha doutrina epistemolóxica, e a sua orixem pouco ou nada tem a ver com trovadores, suspiros apaixonados e baladas ao luar. No diálogo, é-nos relatado o encontro que teve lugar em casa do poeta tráxico Ágaton para celebrar a sua primeira vitória nas festas Leneias, e no qual participaram o próprio Ágaton, Fedro, Pausânias. Aristófanes e Sócrates (Alcibíades, embriagado, xunta-se no final do diálogo). Após o banquete, Erixímaco propón aos demais comensais conversar acerca de Eros, o amor, sobre o qual cada um dos assistentes deverá realizar um discurso. O último a falar é Sócrates, que nos diz que o que tem para explicar sobre Eros, aprendeu-o de unha estranxeira de Mantineia, chamada Diotima (“entendida no amor e em muitas outras cousas”), que o instruiu sobre a questón quando se encontraram anos atrás. Começa assim a descrever a xenealoxía mítica de Eros, que apresenta como sendo filho de “Penia” (pobreza) e de “Poros” (o enxenho, a oportunidade): “Condenado a unha perpétua indixência, está lonxe do requinte e da beleza que a maior parte das pessoas nele imaxina… Rude, miserábel, descalço e sem morada, deitado sempre por terra e sem nada que o cubra, é assim que dorme, ao relento, nos vâos das portas e dos caminhos: a natureza que herdou da sua nái fái dele um inseparábel companheiro da indixência. Do lado do pai, porém, o mesmo espírito ardiloso em procura do que é belo e bom, a mesma coraxem, persistência e ousadia que fazem dele o caçador temíbel, sempre ocupado em tecer qualquer armadilha; sedento de saber e inventivo, passa a vida inteira a filosofar, este hábil feiticeiro, mago e também sofista!
E. A. DAL MASCHIO
.
ARISTÓTELES (ENUNCIADOS E SILOXISMOS)
Publicado o24/06/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Vamos concluir a exposiçón dos elementos principais da lóxica aristotélica, xá vimos que as palabras isoladas, isto é, os “termos” com os quais formamos “enunciados”, após estarem despoxados de qualquer relaçón entre si, remetem para unha das “dez categorias”. No entanto, o que interessa a Aristóteles é saber (conhecer) a “verdade sobre o mundo”, e a forma mais elementar de conhecimento som as “proposiçóns”. Os “termos” desligados (“Xoán”, “ontem”, “foi”, “Barcelona”, “Sócrates”, “home”) non som, nem “verdadeiros” nem “falsos” e, portanto, dizem-nos pouco “sobre como o mundo é”. Quando afirmamos (ou negamos) algunha cousa, sobre algunha cousa, isto é, quando atribuímos um “predicado” a um “suxeito”, o que fazemos é emitir um “xuízo”. A “verdade” ou a “falsidade” dos nossos “xuízos” é o que nos permite “conhecer” a relaçón existente entre o “suxeito” e o “predicado”, e ter, desse modo, “informaçón” sobre a “realidade”. A análise dos “enunciados” é, portanto, o passo seguinte no esquema da “lóxica de Aristóteles” e materializa-se em “Da Representaçón”, onde, de resto, som tratados os diferêntes modos de “afirmar” ou “negar” algo, por exemplo, indicando “necessidade” ou “possibilidade” (é muito diferente “afirmar” que “Deus existe necessariamente” de dizer que “Deus pode existir”). No entanto, para orixinar “conhecimento” é necessário “raciocinar” ou, dito de outro modo, “ligar” entre si “xuízos” ou “proposiçóns”. Um “siloxismo” é um “raciocínio” no qual uns “enunciados” (“o consequente”) som “consequência necessária” de outros (“o antecedente”). Normalmente, um “siloxismo” está composto por três “proposiçóns”: dous “antecedentes” ou “premissas” e um “consequente” ou “conclusón”. O exemplo típico de “siloxismo aristotélico” é o seguinte: “Se, todos os homes som mortais.” “e, Sócrates é um home.” “Lóxico, Sócrates é mortal.” Se o “siloxismo” for correcto, das “premissas” derivará necessariamente a “conclusón”. Por isso, o que temos é unha “deduçón”: dos dous factos que constituem as “premissas” deduzimos o “consequente”. A análise dos siloxismos e das diferentes formas possíbeis nas quais se podem apresentar, de acordo com o modo como se colocarem os “termos” nas “proposiçóns” que formam o “siloxismo”, encontra-se na obra “Primeiros Analíticos”. Mas essa análise é feita nunha perspectiva puramente formal, isto é, atendendo exclusivamente à estructura dos “raciocínios”, prescindindo por completo do conteúdo dos “enunciados”, que tanto poderiam ser “verdadeiros” como “falsos”, porque o que interessa é a estructura. Dessa forma, Aristóteles concentra-se no modo como pensamos, non no “como” dos pensamentos, sem permitir que o “quê” dos mesmos o desvie do seu obxectivo.
P. RUIZ TRUJILLO
.
ARÍSTOCLES (A CIDADE-ESTADO DE ESPARTA) (1)
Publicado o30/08/2025por fontedopazo | Deixar un comentario
.

Os anos da xuventude de Platón coincidem com a decadência do esplendor político de Atenas, cuxo ponto final culmina com a derrota da cidade ática na guerra do Peloponeso à mercê de Esparta. Seguir-se-á um período efémero de hexemonía espartana sobre o mundo grego, anos nos quais será cristalizado o pensamento da maturidade de Platón. Non é de estranhar, por conseguinte, que aos olhos do aristócrata e elitista Platón, a nova potência emerxente se converta num modelo e fonte de inspiraçón para a sua teoría política, como se pode comprobar através da comparaçón do Estado ideal descrito em “A República” com muitas das instituiçóns de Esparta. Esparta era a capital da cidade-estado que se estendia pola Lacónia, na rexión sudeste do Peloponeso. As suas orixens remontavam ao século IX a. C., quando unha segunda vaga migratória dos povos dóricos chegou ao Peloponeso, ocupando os territórios nos quais viria a assentar a futura cidade-estado de Esparta. A sociedade espartana estaba presidida por unha clásse de “esparciatas ou homoioi”, chamados os “iguais”, únicos cidadáns de pleno direito, descendentes dos antigos conquistadores dóricos. O outro extremo estaba formado polos “hilotas”, descendentes dos pobos conquistados, que vivian baixo um rexíme de escravatura e absolucta submissón. No meio, estabam os “periecos” (literalmente, os que vivem em volta), pequenas comunidades libres, mas que careciam de autonomia política e militar. Nesta configuraçón, na qual unha reduzida “elite” dominante mantinha baixo o xugo da escravatura a unha populaçón muito mais numerosa, espalhada ao longo de um extenso território, constituía unha permanente ameaça para a casta dos “homoioi”: o risco de rebelión era continuádo. A soluçón que foi adoptada nos tempos arcaicos pola cidade de Esparta iria determinar para sempre o seu futuro, dotando-a das peculiaridades às quais debeu a sua fama, para bem e para mal. Com efeito, a resposta da elite espartana foi a constituiçón de unha sociedade fortemente militarizada, pensada única e exclusivamente para a guerra e para a violência, como única forma de conservar o poder e assegurar-se a submissón do pobo “hilota” conquistado.
E. A. DAL MASCHIO
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (AS POETISAS: MIRTIS, TELESILA, PRAXILA)
Publicado o10/08/2025por fontedopazo | Deixar un comentario
.

De Mirtis de Antedón, non temos quase nada. Polo que mais se a conhece, é por um fragmento de Corina que a critica como mulher por aventurar-se a competir com Píndaro (664a): “Também atacou a Mirtis a de clara voz porque nascida mulher foi competir contra Píndaro.” Como Corina, parece ser que relatou lendas locais, como o amor de Ocne polo herói tanagro Eunosto, unha variaçón do motivo da mulher de Putifar. Telesila de Argos, escrebeu poemas, talvés corais, para Apolo e Ártemis. Um poema perdido contaba a história de Niobe (721). De Praxila de Sición, conserva-se um pouco mais. Escrebeu um “himno” a Adonis, do qual se conservam três melodiosos versos que derón lugar a um proberbio, “mais parvo que Adonis” (747). Ao ser perguntádo no inferno, que deitaba mais de menos, contestou Adonis: “O mais fermoso que deixo trás de mim é a luz do sol, / logo as brilhantes estrelas e a cara da lua / e os maduros pepinos, e mazáns e peras.” Non obstânte, estes versos som hexámetros dactílicos, e non qualquera dos metros corais habituais. Praxila também escrebeu um ditirambo sobre Aquiles, cuxo único verso conservado suxére que seguía de perto a Homero: “Mas nunca persuadirom ao espírito dentro do teu peito” (748). Conservarom-se aínda algúns retalhos de sabedoría proberbial (749-50). E, como Telesila, deu o seu nome a um tipo de metro (717, 754).
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (LÍRICA CORAL ATÉ FINAIS DO SÉCULO V)
Publicado o09/10/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Aínda que as odas de Píndaro e Baquílides marcan o final do período grande da poesía coral grega, como forma independente, esta continua escrebendo-se até finais do século V. A competiçón entre coros ditirâmbicos nos festivais dionísiacos de Atenas, asegurou unha produçón constante de ditirambos. A maioría dos escasos fragmentos que se conservan, por conseguinte, som de ditirambos. Também há restos de um peán de Sófocles, um epinicio para Alcibíades de Eurípides e dados sobre himnos, prosodia e encomios. Ión de Quíos, contemporâneo de Sófocles, escrebeu um ditirambo que narraba a morte de Antígona nunha versón bastante diferente da de Sófocles. Entre as peças mais antigas están quinze versos de Pratinas, conhecido principalmente polas suas obras satíricas. Este fragmento vivo ( que podería ser um coro de unha obra satírica) usa elementos extranos de unha forma que prelúdia a Timoteo, muito a fins do século. Queixa-se de que o acompanhamento musical dos flautistas começou a dominar a parte vocal do coro. Esta predominancia da música sobre a letra fái-se mais marcada na lírica coral do século V, especialmente no ditirambo, talvés por influênça das representaçóns tráxicas. O período a partir do 450 víu unha relaxacón xeral das velhas formas, tanto na música como no verso, e unha tendência para a dicçón esaxerada. A estricta composiçón estrófica do período anterior (estrofa, antistrofa, épodo) deixa passo ao verso libre ou “relaxádo”. Filóxeno de Citera é quem introduz monodias nos cantos corais dos ditirambos. No poeta cómico Ferécrates a música aparece no escenário denunciando a Melanípedes ante a xustiça por dirixir o movimento que a fái “perdedora”; e a continuaçón prosegue mencionando a Cinesias, Frinis e Timoteo, o pior de todos, com os seus trinos e arpéxios, como os retorcidos carreiros das formigas. Aristófanes proporciona unha deliciosa paródia de Cinesias ( As Aves), suxeríndo que este bardo etéreo encontraría asas especialmente apropriádas para os seus poemas “remoinhando no aire e levados pola neve”: “¿Por qué todo o nosso comercio depende das nubes; / que som os nossos mais nobres ditirambos senón cousas / de aire, e néboa, e profundidades centelheantes de púrpura, / e asas com remoinhos de plumas?”
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.
ARÍSTOCLES (A CIDADE-ESTADO DE ESPARTA II)
Publicado o15/11/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

A resposta da elite espartana foi a construçón de unha sociedade fortemente militarizada, pensada única e exclusivamente para a guerra e para a violência, como forma de conservar o poder e assegurar a submissón do pobo “hilota” conquistado. Um conxunto fundamental nessa estratéxia de sobrevivência era desempenhado polo sistema educativo da cidade, a famosa “agogê”. Com apenas sete anos, os xovens espartanos eram separados dos pais, para serem integrados nunha espécie de academia militar estatal, onde toda a educaçón era encaminhada no sentido de fazer deles temíbeis guerreiros, insensíbeis à dor e aos sacrifícios. Ali eram treinados para o combate e suxeitos a castigos extremos e penosas condiçóns de vida: protexidos com um simples manto, que deberia servir tanto para o inverno como para o vrán, sendo-lhes fornecida a comida estrictamente necessária para a sua sobrevivênça, xá que deberiam procurar o resto por sua própria conta e risco. Outra curiosa instituiçón era a da “Cripteia”, à qual pertenciam apenas os melhores: abandonados em localidades periféricas, com recursos limitados e armados com um punhal, os esparciatas podiam roubar e assassinar legalmente os “hilotas” com os quais se cruzaram, para poderem testar a eficácia da própria formaçón militar. Além da vida de quartel durante a infância e xuventude, a sociedade espartana era rexída através de um conxunto de medidas pensadas para promover o sentimento de coesón e pertença entre os membros dos “homoioi”. Todo e qualquer cidadán partilhaba mesa com os restantes membros do seu departamento e, no papel, a riqueza estaba prohibida para evitar que surxissem disparidades e que fixéssem desaparecer a rixidés das costûmes. Chegárom a prohibir o uso de moedas de ouro e prata e, em Esparta, apenas as de ferro eram permitidas, fazendo assim da cidade um destino pouco apetecíbel para mercaderes e comerciantes. Também a procriaçón e a natalidade foram albo da atençón lexislativa, algo lóxico para um Estado que descansaba sobre um pequeno grupo de populares e que fazia da guerra a principal actividade: assegurar o fornecimento de novos e bons soldados era unha questón crucial. Assim, as crianças que, ao nascer, apresentassem algunha deficiência ou fossem considerados de constituiçón fráxil eram deixadas morrer, ou atiradas do alto do monte Taígeto.
E. A. DAL MASCHIO
.
LITERATURA CLÁSSICA GREGA (LÍRICA CORAL DA TRAXÉDIA TARDIA)
Publicado o19/12/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

A lírica coral da traxédia tardia de Eurípides, mostra tendencias paralelas, e também provocou o fogo de Aristófanes na brilhante paródia das “Ráns” (1301-63). Por outra parte, o novo estilo tinha os seus admiradores. Aristodemo nos “Memorabilia” de Xenofonte sitúa a excelência de Melanípides no ditirambo à par da arte de Sófocles, Policleto e Zeuxis. O poeta cómico Antifanes tem unha alabança de carácter a Filóxeno pola sua invençón de novas palabras e os seus ritmos e melodias cambiantes. Filóxeno e Timoteo aínda eram populares nas escolas da Arcadia em tempos de Polibio. A maioria destes poetas parece que proseguirom com o ditirambo literário, como vímos em Baquílides, narram histórias míticas num estilo decorativo e com certa quantidade de diálogo. Atenea e Marsias, Perséfone, Peleo e Tetis. as Danaides, a resurreiçón de Hipólito por Asclepio, Endimión, som alguns dos seus temas. Licimnio de Quíos escrebeu sobre um tema quase histórico que recorda a Baquílides, a entrega de Sardes a Ciro à traiçón, pola própria filha de Creso, Nanis. A obra mais extensa de lírica coral tardía que se conserva, unha vez mais graças à sorte do descobrimento de um papiro, é “Os persas” de Timoteo. Esta obra é um “nomo”, unha forma antiga desarrolhada por Terpandro no século VII, mas em tempos de Timoteo unha composiçón bastânte libre, sem estrofas e dominada pola música. O seu estilo e técnica narrativa parecem-se de perto ao ditirambo “literário” de Baquílides e de outros posteriores. Mas a pompa e ampulossidade de Timoteo som unha lembrança lonxána, tanto da grandeza de Píndaro como do encanto de Baquílides. Prelúdiam os piores rasgos da poesía helenística. O vinho misturado com água é “sangre de Dionisio, misturada com as lágrimas recém vertidas polas ninfas”. Os dentes som “os filhos brilhantes de luz da boca”. Há toques ocasionais de solemnidade e “pathos”: o lamento das mulheres persas e a decissón heroica de Jerjes; mas o grego chapurreado das persas, afunda-se no passo do sublime para o ridículo, que resulta difícil de imaxinar num poeta anterior. Incluso o abrupto apartamento do mito, a defesa polo poeta da sua propria arte e a pregária final pola cidade, ilustrán a continuidade dos motivos tradicionais, aínda que neste estilo tardío e florido. A obra de Timoteo e do seu contemporâneo, Filóxeno de Citera, que escrebeu unha versón humorística dos amores de Galatea e Polifemo que se anticipa a Teócrito, revela unha das razóns do declive da lírica coral. O poeta xá non consideraba a sua arte com a alta seriedade de um Simónides o um Píndaro. Mais que um “profecta de las Musas” que busca interpretar os caminhos dos deuses e entender os límites da mortalidade, o poeta coral converte-se num mero entretengas. Perségue-o mais a novidade estéctica e a inxénuidade, que a fundura moral ou o poder relixioso; ou, como Platón denuncia nas “Leis”, o gosto formado polos valores aristocráticos, deu passo ao gosto formado polo populacho e a “teatrocrácia”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)
.