
HETERODOXOS (1)
Publicado o21/08/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

HEREXES LIBELÁTICOS: BASÍLIDES E MARCIAL
Durante a perseguiçón de Decio (antes do ano 254) coubo a triste sorte de inaugurar o catálogo dos “apóstatas” aos bispos Basílides de Astorga e Marcial de Mérida: caída muito ruidosa polas circunstâncias que a acompanharom. Cristianos pusilânimes e temerosos da perseguiçón, non duvidaron estes bispos pedir aos maxistrados xentís o que se chamaba um “libelo”, certificaçón ou patente, que os punha a coberto das perseguiçóns aos cristáns. Como se tivessem idolatrado. Mirabam os fieis com horror esta espécie de apostasía, ainda que arrincada pola forza das circunstâncias, aos reus de tal pecado chamabam “libelácticos”, para diferênciá-los dos que chegavam a adorar aos ídolos, e recebiam por ende o desonrroso nome de “sacrificados ou sacrifículos”. (…) Non se detiverom aqui Marcial e Basílides. O primeiro fixo actos públicos de paganismo, enterrando os seus filhos em lugares profanos, assistindo aos convites dos xentís e manchando-se com as suas abominaçóns, finalmente, renegando da fé ante o procurador “ducenário” da sua província. (…) As Igrexas de Astorga e Mérida acordarom a sua deposiçón, e reunidos os bispos comarcanos, “cum assensu plebis”, como era uso e costûme, elexirom como sucessores a Sabino y a Félix. (…) Mas, determinado Basílides a recobrar a sua cadeira, foi-se a Roma, onde com artifícios e falsas relaçóns conseguíu enganar o papa Estéfano I, que mandou restituir-lhe o seu bispado, por ser a deposiçón anticanónica. Esta foi a primeira apelaçón a Roma que encontramos na nossa história. (…) Metidas em tal conflicto, as Igrexas espanholas consultarom ao bispo de Cartago, San Cipriano, “lumbrera” da cristandade no século III. Entre Espanha e o que depois se chamou Mauritania Tingitana, as relaçóns eram fáceis e continuadas. (…) Consultou San Cipriano aos trinta e seis bispos de África, e foi decisón unánime que a deposiçón dos apóstatas era lexítima, sem que pudesse facer forza em contrario o rescripto pontificio, dado que estaba em vigor a constituiçón do papa San Cornelio, que non os admitía ao ministério sacerdotal. (…) Esta carta foi escrita no ano 254, imperando Valeriano, e é o único documento que temos sobre este asunto
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
…
HETERODOXOS (2) (ERROS COM RESPEITO À ENCARNAÇÓN DO VERBO)
Publicado o06/10/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

De certa “falsa decretal”, atribuída ao papa San Eutiquiano e dirixida ao bispo Juan e a outros prelados andaluces, parece deducir-se que algúns herexes, tinham semeádo pola Bética erros acerca da encarnaçón do Filho de Deus. A decretal está dactada no consulado de Aureliano e Tito Annonio Marcelino, que corresponde ao 276 da era cristán; mas resulta ser apócrifa, como tal reconhecida, e non será obxecto de fé. O feito da herexía pode, non obstânte, ser certo, polo que mais adiante veremos retonhar, mais de unha heterodoxia sobre o mesmo assunto.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
…
HETERODOXOS (CONCILIO ILIBERITANO)
Publicado o08/12/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

O concilio de Ilíberis, foi o primeiro dos celebrados na península, cuxas actas forom conservadas. Merece por vários títulos veneraçón assinalada e estúdo minucioso. Reuniu-se nos primeiros anos do século IV, a começos do império de Constantino, uns vintiquatro anos antes do sínodo Niceno. Assistirom a el dezanove bispos de diversas províncias hispânas, enumerados assim na subscripçón final: Accitano, Hispalense, Evagrense, Mentesano, Urcitano, Cesaraugustano, Toledano, Ossonobense, Eliocrocense, Malacitano, Cordubense (éra-o o insigne Osio), Castulonense, Tuccitano, Iliberitano, Emeritense, Legionense ou Asturicense, Salariense, Elborense e Bastetano. Ademais de Osio, só um destes bispos tem nome conhecido: Valerio o de Zaragoza, pertencente à casa mitrada, “domus infulata”, de que falou Prudencio. Com oitenta e um cánones, deron os Padres de Ilíberis a sua primeira constituiçón à sociedade cristán peninsular, fixándose. mais que no dogma, que entón non padecía contrariedade, nas costûmes e na disciplina. Condenarom, non obstânte, algunhas prácticas herécticas ou supersticiosas e vestíxios de paganismo: de tudo o qual importa dar notícia, sem perxuíço de insistir em dous ou três pontos quando falêmos das artes máxicas. Tratarom, ante tudo, os bispos de separar claramente o pobo cristán do xentío para evitar novas apostasías, caídas escandalosas e simuladas conversóns. Non estaba bastante apagado o fogo das perseguiçóns, para que puidéra xulgar-se inútil unha disciplina severa, que fortificá.se contra os perigos. Para condenar os apóstatas, escrebeu-se o canon numero um, que excluía da comunhón, inclúso na hora da morte, ao cristán adulto que se achegue aos templos pagáns e idolátre. Igual pena se impón aos “flámines” ou sacerdotes xentís que, depois de ter recebído o bautismo, tornen a sacrificar, ou se manchem com homicídio e fornicaçón; mas aos que non sacrifiquem com obras de carne nem de sangre, senón que se limitem a oferecer dons, outorga-se o perdón final, feita a debída penitência.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
…
HETERODOXOS HISPÂNOS (OSIO E O ARRIANISMO)
Publicado o31/01/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

OSIO NAS SUAS RELAÇÓNS COM O ARRIANISMO, POTAMIO E FLORENCIO.
Non precisamente para vindicá-lo, que non o necesita, pois xá o fixérom outros, especialmente Flórez e o P. Miguel José de Maceda, senón polo enlazada que está a sua história com a do arrianismo, e por ser propósito nesta obra non omitir personáxe algunha que com fundamento ou sim ele tenha sído tildado de heterodoxia, vou escreber brevemente sobre o grande Osio, aproveitando tán memorábel ocasión para refrescar a memória daquel ornamento da nossa Igrexa. Varón o mais insígne que toda Hispânia producíu desde Séneca até San Isidoro. O nome de Osio (santo) é grego, mas o que o levou pertencía à raza hispanolatina, posto que no concilio Niceno tivo que explicar-se por intérpretes, segundo resulta das actas. Nasceu Osio em Córdoba, se fazemos caso ao irrecusábel testemunho de San Atanasio e ao de Simeón Metafrastes, alá polo ano de 256, posto que morreu em 357, ós cento e um anos de idade com escasa diferência. Foi electo bispo de Córdoba polos anos de 294, posto que em 355 levava sesenta de bispado, segundo San Atanasio. Confesor da fé durante a perseguiçón de Diocleciano, padeceu tormento, cuxas marcas mostraba ainda em Nicea, e foi enviado ao desterro, conforme testemunha o santo bispo de Alexandría. Da confesón fala o mesmo Osio na carta a Constancio: “Ego confessionis munus explevi, primum cum persecutio moveretur ab avo tuo Maximiano”. Asistíu depois ao concilio de Ilíberis, entre cuxas firmas vem em undécimo lugar a sua, como non levava mais de nove ou dez anos de obispado. Saíu de Hispânia, non sabemos se chamado por Constantino, a quem acompanhava em Milán o ano 313. O Imperador tinha em muita estima os seus conselhos, sobre tudo em cousas eclesiásticas, e parece indubitábel que Osio o converteu ao cristianismo e acabou por decidí-lo em favor da verdadeira relixión, pois o pagán Zósimo atribuíe a conversón do césar a um exípcio da Hispânia, debendo-se entender a palabra “exípcio” no sentido de “meigo”, sacerdote ou sábio, como a interpretan quase todos os historiadores, quem assim mesmo convenhem em identificar a Osio com o “exípcio”, por non saber-se de outro catequista hispâno que seguíse a corte de Constantino naquela data. Levantou-se polo mesmo tempo em Àfrica a herexía dos donatistas, sustentada pola hispâna Lucila, de quem darei notícia em párrafo aparte. Desbancarom aqueles sectários ao bispo de Cartago Ceciliano, acusando-o de “traditor”, é dizer, de haber entregando aos xentís durante a última perseguiçón os libros sagrados, e elixírom anticanónicamente a Mayorino. Chegou o cisma a ouvidos do papa Melquiades, quem, chamando a Roma a Ceciliano com doze dos seus e outros tantos donatistas, pronuncíou sentênça em favor do lexítimo bispo, prévia consulta a três preládos das Galias e a quince italianos (313). Apelarom os donatistas, e forom condenados de novo o ano seguínte, e recorrerom a Constantino, o qual, lonxe de ouvílos, os ameazou com rigores. Vingaronse estes, acusando a Osio, conselheiro do Imperador, e ao papa Melquiades de “traditores”, partidários e cúmplices de Ceciliano. Mas xá dixo Santo Agostinho, no salmo “Contra Donatistas”: “Sed hoc libenter finxerunt quod se noverunt fecisse, quia fama iam loquebatur de librorum traditione, sed qui fecerunt latebant in illa perditione: inde alios infamaverunt ut se ipsos possint celare. De sorte que o crime estaba de parte dos Donatistas. Decían de Osio que tinha sído convicto de “tradición” polos bispos hispânicos e absolvídos polos das Galias, e que el era o instigador de Constantino contra os da facçón de Donato. Santo Agostinho declara calumniosas ambas acusaçóns, e na verdade que rifam com tudo o que sabemos da perseguiçón sufrída por Osio; sendo ademais de advertir que os seus enemigos, os arrianos, nunca repetirom o cargo formulado polos donatistas. Em ponto ao seu proceder com estes sectários, Santo Agostinho adverte que Osio torceu “in leniorem partem” o ânimo do Imperador, enoxádo com as cabezas e fautores do cisma.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
…
HETERODOXOS HISPÂNOS (LUCILA E OS DONATISTAS)
Publicado o19/04/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

“Levantou-se polo mesmo tempo em África a herexía dos “donatistas” sostída pola hispânica Lucila”. Depuxérom aqueles sectários ao bispo de Cartaxo Ceciliano, acusando-o de “traditor”, é dizer, de ter entregado aos xentís durante a última perseguiçón, os libros sagrados, e elexírom anticanónicamente a Mayorino. Chegou o cisma a ouvidos do papa Melquiades, quem, chamou a Roma a Ceciliano com doze dos seus e outros tantos donatistas, pronunciou sentência a favor do lexítimo bispo, prévia consulta a três prelados de las Galias e a quinze italianos (ano 313). Apelaron os donatistas, e forom de novo condenados no ano seguinte, e recorreron a Constantino, o qual, lonxe de ouví-los, os ameazou com os seus rigores. Vingáron-se acusando a Osio, conselheiro do imperador, e ao papa Melquiades de “traditores”, partidários e cúmplices de Ceciliano. De sorte que o crime estaba da parte dos donatista. Afirmabam que Osio, que fora convícto de “tradición” polos bispos espanhois e absolvído polos das Galias, e que era o instigador de Constantino, contra os partidários de Donato. Aquí combém constatar sobre o cisma que promoverom em Cartago, unha espanhola rica, chamada Lucila, mulher altiva e devóta, mas non muito escrupulosa nas suas devoçóns. Aborrecera de morte a Ceciliano, bispo de Cartaxo, porque este a repreendera pelo culto quase idolátrico que tributaba às relíquias de um mártir non canonizado. Enoxáda Lucila, “potens et factiosa femina”, como lhe chama Optato Milevitano, uníu-se ao bando de Donato de las Casas Negras e outros descontentos pola eleiçón de Ceciliano, comprou grande número de partidários, prodigando o seu dinheiro a máns cheias, e producíu um cisma, que por muitos anos dividíu a Igrexa africana. Xuntos os cismáticos, em número de uns setenta, celebrarom conciliábulo em Cartaxo, depuxérom a Ceciliano e nomeárom em seu lugar a Mayorino, criádo de Lucila, acusando a Ceciliano de “traditor”, para cohonestar o seu atropelo. Ao cisma adxuntarom alguns erros dogmáticos, como o de afirmar que só no seu partido e seita estaba a verdadeira Igrexa, do qual deducíam que debía ser baptizado todo aquel que chega-se a eles, porque fora da Igrexa non sería válido o baptismo. A Igrexa Donatista, levantada contra Roma, foi unha das infinitas formas do espírito de rebeldía em todos os tempos, mas dogmáticamente tivo pouca influênça. Xá temos feito mérito dos primeiros concílios que a condenárom e das voces que os cismáticos espalharom contra Osio. Entre os impugnadores da sua temeridade, distinguíu-se Olimpio, bispo de Barcelona, que em companhía de Eunomio passou a África, comisionado polo imperador para apaciguar aqueles escândalos. A Mayorino había sucedido um segundo Donato, home de agudo enxenho, que espalhou doutrinas arrianas. Santo Agostinho, tivo ainda non pouco trabalho para acabar com os restos desta herexía.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS (ARRIO)
Publicado o21/06/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Da saudábel e enérxica influênça de Osio no ânimo de Constantino, responde a lei de “manumissionibus in Ecclesia”, a el dirixida, que se pode ler no código Teodosiano. Maior perígo que o do cisma de Donato foi para a Igrexa a heresía de Arrio, presbítero alexandrino, cuxa história e tendências será exposta quando cheguemos à época visigoda. Aquí basta recordar o que todo o mundo sabe, é dizer, que Arrio negaba a divindade do “Verbo” e a sua consubstancialidade com o “Pai”. Osio foi enviado a Alexandría para acalmar as disenssóns entre Arrio e Santo Atanasio, non conseguíu reduzir a Arrio e decidíu-se pola celebraçón de um concílio. Xuntárom-se estes em Nicea de Bitinia o ano 325, com a assistência de 318 bispos, presididos polo mesmo Osio, que é o primeiro em firmar, depois dos legados do papa, desta maneira: “Hosius episcopus civitatis Cordubensis, provinciae Hispaniae, dixit: Ita credo, sicut superius dictum est. Victor et Vincentius presbyteri urbis Romae pro venerabili viro papa et Episcopo nostro Sylvestro subscripsimus, etc…” Aquel concilio, o primeiro dos ecuménicos, debe ser tído polo feito mais importânte dos primeiros séculos cristáns, em que tanto abundarom as maravilhas. Víu-se à Igrexa sacar incólumne da aguda e sofística dialéctica de Arrio o tesouro da sua fé, representado por um dos dogmas capitais, o da divindade do “Logos”, e assentá-lo sobre fundamentos firmíssimos, formulando-se em termos claros e que cerrabam a porta a toda anfiboloxía. A Igrexa, que xamais introduz nova doutrina, non fixo outra cousa que definir o princípio da consubstâncialidade tal como se lê no primeiro capítulo do Evanxélio de San Xóan. A palabra “homoousios” (consubstâncial), empregada a primeira vez polo Niceno, non é mais que unha paráfrase do “Verbum erat apud Deum et Deus erat Verbum. O cristianismo non variou nem variará nunca de doutrina. ¡Que gloria cabe ao nosso Osio por haber dictado a profissón de fé de Nicea, símbolo que o mundo cristán repite hoxe como regra de fé e norma de crênça! “Acreditamos em um Deus, Padre omnipotente, criador de todas as cousas vissíbeis e invissíbeis, e em Xesucristo, filho de Deus, unixénito do Pai, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, nascído, non feito, “homoousios”, isto é, consubstâncial ao Pai,por quem forom feitas todas as cousas do céu e da terra…” Que Osio redactou esta admirábel fórmula, modelo de precisón de estilo e de vigor teolóxico, afirma expressamente San Atanasio. Foi subscrípta por 318 bispos, abstendo-se de fazê-lo cinco arrianos somênte. Em alguns cánones disciplinários do concilio Niceno, especialmente no terceiro e no décimo oitávo, parece notar-se a influênça do concilio Iliberitano, e polo tanto a de Osio.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (FLORENCIO E POTAMIO)
Publicado o13/08/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Potamio, bispo de Lisboa, defensor da fé católica ao princípio, prevaricou depois, por amor de um “fundo fiscal” que desexaba adquerir. Osio, bispo de Córdoba, descubríu a sua maldade e fixo que as igrexas da Espanha o declarásem impío e heréxe. Mas, o mesmo Osio, chamado e ameazado polo imperador Constâncio, e temeroso, como velho e rico do desterro e da pérda dos seus bens, rendeu-se à impiedade. Prevarica na fé ao cabo de tantos anos e volta para Espanha com terríbel autoridade réxia para desterrar a todo bispo que non admitisse a comunhóm aos prevaricadores. Chegou aos ouvidos de Santo Gregório, bispo de Ilíberis, a notícia da impía prevaricaçón de Osio, e negou-se com fé e constância à sua nefanda comunicaçón… O vicário Clementino, a demanda de Osio, e obedecendo ao mandamento imperial, chamou a Gregório a Córdoba…, e perguntábam-se as xentes: ¿Quem é este Gregório que se atreve a resistir a Osio? Porque muitos ignorabam a fraqueza de Osio e non tinham bem calibrada a virtude do Santo Gregório, a quem xulgabam prelado novel e bisonho… Chegam à presença do vicário, Osio como xuíz, Gregório como reo… Grande inquietude entre todos por ver o fím daquel sucesso. Osio, com a autoridade das suas canas; Gregório, com a autoridade da virtude. Osio, posta a sua confiança no rei da terra; Gregório a sua no Rei sempiterno. Um apoiádo polo rescrípto imperial; o outro, na divina palabra… E vendo Osio que levaba a pior parte na disputa, porque Gregório o refutaba com argumentos tomados dos seus próprios escritos, gritou ao vicário: “Xa vés como este resiste aos preceitos legais; cumpre o que está ordenado, envía-o ao desterro.” O vicário, ainda que non era crstán, teve respeito à dignidade episcopal, e respondeu a Osio: “Non me atrevo a enviar um bispo para o desterro: da tú antes sentença de deposiçón.” Vendo Santo Gregório que Osio ía pronunciar a sentença, apelou ao verdadeiro e poderoso xuíz, Cristo, com toda a vehemência da sua fé, clamando: “Cristo Deus, que virás xulgar aos vivos e aos mortos, non permitas que hoxe se dé sentença contra mim, indigno servo teu, que som perseguído pola confesón do teu nome. Non porque eu tema o desterro, pois todo suplício me é doce por teu amor, senón para que muitos se librem da prevaricaçón ao ver a túa súbita e prestíssima vinganza.” E foi assim que repentinamente a Osio, que ía dar a sentênça, se lhe torzerom a boca e o pescoço e caíu por terra, onde morreu, ou como outros afirmam, quedou sem sentido. Contam logo que o vicário se arroxou aos pés do Santo, suplicândo-lhe por perdón.” “Non quedou impune (prosigue afirmando) a prevaricaçón de Potamio. Morreu quando se encaminhava para aquel “fundo” que tinha obtído do imperador em pago de unha subscripçón impía, e non víu, nem por asomo, os frutos da sua vinha. Morreu de um câncer naquéla língua impía com que tinha blasfemado.” “Também foi castigado com novo xénero de suplício Florencio (bispo de Mérida), que tinha comunicado com os prevaricadores Osio e Potamio. Quando quixo ocupar a sua cadeira diante do pobo, foi arroxádo dela por um poder misterioso e começou a tremer. Intentou outra vez e outra, e sempre foi rexeitado como indigno, logo de caído por terra, retorcía-se e tremía como se interiormente e com grande dureza o atormentáram. De alí o sacarom para enterrá-lo”. De Florencio e Potamio, pouco mais sabemos, e por isso non fago deles capítulo aparte. Probabelmente forom bons cristáns, libres da terquedade e bárbara intolerância dos cismáticos luciferianos. San Febadio fala de unha epístola, De possibilitate Dei, que os heréxes fotinianos fixérom correr a nome de Potamio.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
.
HETERODÓXOS HISPÂNOS (LUCIFERIANOS: VINCENCIO)
Publicado o28/10/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Quando no conciliábulo de Rímini, celebrado no ano 359, subscribírom alguns prelados unha profissón de fé arriana, saltou um notábel escândalo no orbe cristán, e muitos bispos excomulgarom aos prevaricadores. Lucifero, bispo de Caller em Cerdenha, foi mais lonxe, e negou-se a comunicar com os arrianos nem a recibí-los em modo algúm a penitência. Sostída com pertinência esta opinión, realmente oposta ao espírito evanxélico, que non quer que o pecador morra, senón que se convirta e viva. Nasceu unha seita mais cismática que heréctica, a qual foi refutada por Santo Xerónimo no diálogo “Adversus Luciferianos”. Algúns quixérom supor que Santo Gregorio Bético pertencéu a esta seita, apoiados no libelo de Marcelino, do qual dei notícias quando falei de Osio; na carta de Eusebio Vercellense, peça a todas luzes apócrifa, e finalmente em estas palabras de Santo Xerónimo: Lucifer Calaritanus Episcopus moritur, qui cum Gregorio Episcopo Hispaniarum et Philone Lybiae, numquam se Ari, anae miscuit pravitati. Resulta de aquí que Gregorio e Filón non se misturarom com os arrianos, nem caírom na sua impiedade, mas non que acordaram com Lucifero negarlhes a penitência. De Lucifero só, non dos demais, prosegue afirmando Santo Xerónimo: Ipse a suorum communione descivit. Non sei que pensar do presbítero Vicente, cuxa história se conta assim no libelo dos luciferianos: “¡Quanto sofreu em Espanha Vicente por non consentir a maldade dos prevaricadores, nem querer seguí-los nela, e por ser da comunhón de Santo Gregorio! Foi acusado primeiro ante o gobernador consular da Bética. Acudiron logo um Domingo, com grande multidóm, à igrexa, e non encontrarom a Vicente, que xá suspeitaba e tinha anunciádo ao pobo o que podía acontecer… Mas eles, que vinham preparados para a vinganza, por non deixar sem emprego o seu furor, golpearom com estacas a certos ministros do Senhor, que non tardarom em expirar”. Contam, logo os autores do libro que aqueles arrianos prenderom a alguns dos principais da cidade e matarom a poder de fáme e frío a um deles que se mantívo na fé. Autores deste tumulto, e ainda da profanaçón da igrexa, forom os dous bispos Lucioso e Higino. A plebe retirou-se com Vicente e levantou templo aparte num caminho perto da cidade. Com o qual, irritados de novo os maus bispos, chamarom em sua axuda aos decurións e à plebe, e, dirixindo-se à capela recêm fundada, quebrarom as portas. roubarom os vasos sagrados e puxérom o altar cristán aos pés dum ídolo. Tudo isto debe ser história arranxáda polos luciferianos à medida do seu desexo, pois em ningunha outra parte há notícia de semelhantes atropelos, nem se diz em que cidade aconteceu. Houbo um Higinio, bispo de Córdoba, que foi famoso no tempo dos priscilianistas. O presbítero Vicente ou Vincencio resulta tán obscuro, que non há por que deter-mo-nos na sua vindicaçón, quando faltam dactos suficientes e non podemos afirmar nem negar que fosse luciferiano. Pouco importa. De algum dos relatos anteriores habemos de inferir que xá por estes tempos había arrianos na Espanha; mas non se conservam mais notícias que as indicadas, e por isso non lhes dedico capítulo aparte. Neste momento pois, quando a discordia crescía entre os nossos bispos e se afloxába o lázo de unión entre as igrexas; quando o grande Osio tinha xá morto e os seus sucesores se batíam em encarnizada guerra, e arrianos e luciferianos convertíam em campo de batalha o templo mesmo, e de África chegabam ventos donatistas, levantou a cabeça o priscilianismo, a primeira das grandes calamidades que tívo que superar a Igrexa espanhola no longo e glorioso curso da sua história.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (A GRANDE SERPE GNÓSTICA)
Publicado o16/12/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

As seitas heterodoxas que baixo o nome de “agapetas” e “priscilianistas” se extenderom pola Hispânia romana eram os últimos aneis da “grande serpente gnóstica”, que desde o primeiro século cristán, vinha enredándose ao robustro tronco da fé, procurando afogálo com os seus pérfidos lazos. E o “gnosticismo”, non é herexía particular ou ailhada, senón mais bem um conxunto ou “pandemonium” de especulaçóns teosóficas, que concordam em certos princípios e se enlazam com dogmas anteriores à predicaçón do cristianismo. Convêm investigar primeiro as doutrinas comuns e logo dar unha ideia das particulares de cada escola, sobre tudo das que de algunha maneira inspirarom a Prisciliano. Todos estes heresíarcas respondíam ao dictado xeral, e para eles honorífico, de “gnósticos”. Aspirabam à ciência “perfeita”, à “gnosis”, e tinham por rudes e ignorantes aos demais cristáns. Chamam-se “gnósticos”, afirma San Juan Crisóstomo, “porque pretendem saber mais que os outros”. Esta portentosa sabiduría non estaba fundamentada no racionalismo nem em ningunha metódica labor intelectual. Os gnósticos non discutem, afirmam sempre, e a sua ciência esotérica ou vedada aos profanos, receberom-na ou da tradiçón apostólica ou de influxos e comunicaçóns sobrenaturais. Chamados “gnósticos” ou “pneumáticos”, apartam-se sempre dos “psyquicos”, suxeitos todavía às trébas do erro e aos estímulos da carne. O gnóstico possee a sabedoría reservada aos iniciados. ¿Era nova a pretensón a esta ciência misteriosa? De ningunha maneira: os sacerdotes orientais, brahmáns, magos e caldeios, exípcios, etc…, tinham sempre, como depósito sagrado, unha doutrina non revelada ao vulgo. Na Grécia, estabam os mistérios eleusinos, no que cabe à relixión, e na filosofía as iniciaçóns pitagóricas e a separaçón e deslinde que todo mêstre, até Platón, até Aristóteles, facía dos seus escriptos em “exotéricos” e “esotéricos” (externos e internos). Indicam em menor gráu a mesma tendência, nascida unhas vezes do orgulho humano, que quere dar mais valor à doutrina, baixo a escuridade e o simbolismo. E, em outras ocasións, do temor ou do desexo de non ferir de frente as crênças oficiais e o rexíme do Estado. O que no Oriente foi orgulho de casta e interesse político, e na Grécia procedeu de algunha das causas ditas, ou talvés dunha intençón “estéctica” de dar maior valor ao ensino, banhando-o nessa penûmbra de mistério.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
.
A GRANDE SERPENTE GNÓSTICA (II)
Publicado o12/02/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Base das doutrinas gnósticas foi, pois, o orgulho desenfreádo, a aspiraçón à sabeduria oculta, e a tendência a colocar iniciaçóns e castas, num dogma onde non cabíam. O segundo carácter comúm a todas estas seitas foi o misticismos; misticismo de mala lei e heterodoxo, porque, sendo danificada a árbore, non podíam ser santificados os frutos. Os gnósticos partem do racionalismo para matar a razón. É o caminho dereito. Non probam nem discutem, antes construiem sistemas a “priori”, como os idealistas xermânicos do primeiro terço deste século. Se encontram algum axioma de sentido comúm, algum dos elementos essênciais da consciência que parece pugnar com o sistema, deixam-no à parte, retorcem-no e alteram, ou o tenhem por filho do entendimento vulgar, que non chegou ainda à “gnósis”, como se dixéramos, à visón de Deus em vista real. Admitíam em tudo ou em parte as Escrituras, mas aplicândo-lhes com enteira liberdade a esexése, que para eles consistía em refutar todo libro, parágrafo ou capítulo que fosse contrário às suas imaxinaçóns, ou em interpretar com violência o que non rexeitavam. Marción foi um destes esexetas. O gnosticismo, polas suas aspiraçóns e procedimentos, resulta unha “teosofía”. Os problemas que principalmente atira a resolver som três; a orixe dos seres, o principio do mal no mundo, e a redençón. No que toca ao primeiro, todos os gnósticos som “emanatistas”, e substituiem a criaçón polo desarrolho eterno ou temporal da essência divina. Logo veremos quantas enxenhosas combinaçóns imaxinárom para expô-lo. Polo que concerne à causa do mal, todos os gnósticos som “dualistas”, com a diferênça de supôr uns eternos, o principio do mal e o do bem e dar a outros unha existência inferior e subordinada, como dependentes de causas temporais, à “raíz” da desordem e do pecado. No que mira à redençón, quase todos os gnósticos a extendem ao mundo intelectual ou celeste, e no demais som “dóketos”, negando a unión hipostática e a humanidade de Jesuscristo, cuxo corpo consideram como unha espécie de fantasma. A sua “christoloxía” mostra os matices mais variádos e as mais peregrinas extravagâncias. No que respeita à moral diférem muito os gnósticos, ainda que non especularom sobre ela de propósito. Várias seitas proclamam o ascetismo e a maceraçón da carne, como meios de vencer a parte “hylica” ou material e emancipar-se dela, ao passo que outras ensinárom e practicárom o princípio de que, sendo tudo puro para os puros, depois de chegar à perfeita gnóse, pouco importabam os descarrios da carne. Neste sentido forom precursores do “molinosismo” e das seitas “alumbradas”.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (OS PRECEDENTES DA GNOSE)
Publicado o07/04/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Muitos forom os que contarom entre os precedentes da “gnose”, o mesmo Matter na primeira ediçón do seu excelente libro a “Cábala”, cuxos principios tenhem realmente grandíssima analoxía com os que vamos a estudar. “O rei da luz”, ou “Ensoph”, de quem tudo emanou; os “Sephirot”, ou sucessivas emanaçóns: o “Adam Kadmon”, tipo e forma da existência universal, criador e conservador do mundo; o principio maléfico, representado polos “Klippoth” e o seu caudilho “Belial”, principio que há de ser absorbido polo principio do bem, resultando a “palingenesia” universal; a distinçón dos quatro principios (“Nephes” o apetitivo, “Ruaj” o afectivo, “Nesjamah” o racional e “Jaiah” o espiritual) na alma do home; o conceito da materia como prisón do espírito…, tudo isto se asemelha com os gnósticos, com os “eones” e os “pleroma”, com a “Sophia” e o “Demiurgo”, com as duas raízes do maniqueísmo. Mas hoxe, que está demonstrado “usque ad evidentiam” que a “Cábala” non se sistematizou e ordenou até aos tempos médios e que o mais famoso dos libros em que se contem, o “Zohar”, fora escrito por Moisés de León, xudeu espanhol do século XIII, ainda que as doutrinas cabalísticas tiveram antecedentes nos tempos mais remotos do xudaísmo, temos de confesar que a “Cábala” será um resíduo e mistura non só de “zoroastrismo” e de tradiçóns talmúdicas, mas também de gnosticismo e neoplatonismo, em cuxa transmissón debeu influir non pouco o libro emanatista do nosso Avicebrón entitulado “Fuente de la vida”. No “gnosticismo sirio”, entrarom muitas doutrinas persas e, sobre tudo, a reforma “mazdeísta”, xá modificada polo “parsismo”. O “Zrwan Akarana” (eternidade); o dualismo das suas emanaçóns, “Ormud e Ahrimanes, está puntualmente copiado em quase todas as herexías dos primeiros quatro séculos: os espíritos bons “Amhaspands”, “Izeds” e “Feruers” e os maléficos ou “devas” figuram, com diversos nomes, na “Kabala” e na “gnose”, e a mesma similitude há na parte atribuída a um espírito ignorante ou malvado, mas sempre de classe inferior (chamado polos gnósticos “Demiurgo”), na criaçón do mundo e na do home. Outro tanto afirma da restauraçón da ordem, ou da “palingenesia” final, que acabará com o império do mal no mundo.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODÓXOS HISPÂNOS (A GNOSE EXÍPCIA)
Publicado o10/06/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

A “gnose exípcia”, mais rica que a siríaca, arroxou-se também os despoxos dos antigos cultos daquela terra. Também alí había um “deus oculto”, chamado “Ammon ou Ammon Ra”; mas a xerarquía celeste era muito mais complicada que entre os persas. Os gnósticos imitarom ponto por ponto a destribuiçón popular das deidades exípcias em tríadas e em tétradas, para o que eles chamarom “syzygias”; convertírom a “Neith” em “Ennoia”; conservarom a “Horus”, variando um pouco os seus atributos; adoptarom os símbolos de “Knuphis” e de “Phta”, e algunhas das lendas de “Hermes”, a quem identificárom com o seu “Christos” antes que tivéssem vindo os “neoplatónicos” para apoderar-se do “mito hermético” para atribuir-lhe libros, nem os “alquimistas” a supô-lo inventor da “pedra filosofal”. Em resumo, os gnósticos do Exípto fixérom unha tentativa audaz para cristianizar a confusa e antiga relixión do país, mas o cristianismo rechazou essa doutrina sincrética, cuxos elementos panteístas e dualistas vinham turbar e empanar a pureza da sua fé. Na realidade, os gnósticos non eram cristáns mais que de nome. Non podería haber cousa mais oposta à sóbria e severa ensinança das Epístolas de San Paulo, ao “non magis sabere quam oportet sapere”, que esas teosofías e visóns orientais, que pretendem revelar o indescifrábel. Era destino do cristianismo lidar em cada unha das duas grandes rexións do mundo antigo com enimigos diversos. No Occidente tivo que vencer o paganismo oficial e à tiranía cesarista. No Oriente, a guerra foi de princípios. E non era a mais temíbel a dos xudeos recalcitrantes, nem a dos sacerdotes persas ou sírios, nem a dos filósofos alexandrinos, mas a que cautelosa e solapadamente emprenderam os gnósticos, misturados com o pobo fiel, e partícipes em aparência da sua linguaxe e ensinança. Os primeiros vestíxios desta contenda, encontram-se no Novo Testamento. Xá San Paulo descrebeu com vivíssimas cores aos gnósticos do seu tempo e díxo a Timóteo: “Depositum custodi, devitans prophanas verborum novitates et oppositiones falsi nominis scientiae”, condenando noutro lugar da mesma epístola os “mitos y xenealoxías interminabeis”, que debem ser os “eones-sephirot” dos gnósticos, conforme sentem os antigos expositores. Na Epístola aos Colosenses refuta mais de propósito opinións que, se non pertencem aos gnósticos, hán de atribuir-se aos padres e mêstres inmediatos de tais herexes. O Evanxelho de San Xoán, sobre tudo no primeiro capítulo, vai dirixido contra os nicolaítas e os cerintianos, duas ramas do primitivo gnosticismo. (…) Quem desexa conhecer as fontes, deberá consultar a “Pistis Sophia”, atribuída por erro ao heresíarca Valentino; algúns evanxélios apócrifos, nos que quedarom vestíxios dos erros que cito; os cinco libros de San Ireneo contra as herexías; os “Stromata” de Clemente Alexandrino; as obras de Oríxenes, Celso e Marción, os “Philosophoumena”, que com escaso fundamento lhe som atribuídos; os “himnos antignósticos” do sírio San Efrén; o tratado das “Herexías” de San Epifanio; o das “Fábulas heréticas” de Teodoreto; e, no que aos latinos se refére: os libros de Tertuliano contra Valentino e Marción; e os “catálogos de herexías” compilados por Filastro de Brescia e San Agostinho. Se a isto se agréga a refutaçón das doutrinas gnósticas feita polo neoplatónico Plotino; e as colecçóns de pedras e amuletos usados polos partidários da gnóse exípcia; teremos todos os materiais, postos até agora à disposiçón dos históriadores destes heréxes.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (SIMÓN DE SAMARIA)
Publicado o13/08/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Considéra-se xeralmente como o primeiro caudilho dos gnósticos a Simón de Samaria, conhecído como Simón o Mago, aquel de quem nas Actas dos Apóstolos lê-mos que pretendeu comprar a San Pedro o dom de conferir o “pneuma” mediante a imposiçón das máns. Este Simón, modelo das especulaçóns teosóficas e máxicas do seu tempo, foi, mais que tudo, um teurgo semelhante a Apolonio de Tiana. Em Samaria era conhecído como o grande poder de Deus. O mesmo se apelidou, depois da sua separaçón dos apóstoles, “Virtude de Deus”, “Verbo de Deus”; “Paráclito”, “Omnipotente”, e incluso chegou a afirmar nalgunha ocasión: “Ego omnia Dei”, como pudéra dizer o mais cerrado panteísta xermánico do nosso século. O Ser inmutábel e permanente tinha, no conceito de Simón o Mago, diversas maneiras de manifestar-se nas cousas perecedeiras e transitórias; parecía-se à “Ideia” hegeliana, em torno da qual tudo é variedade e mudanza. Também se assemelhaba à “substância” de Espinosa, cuxos atributos som a “infinita matéria” e o “pensamento infinito”, posto que, segundo o taumaturgo de Samaria, a “raíz” do universo determina-se (como agora se diz) em duas clásses de “emanaçóns” ou desarrolhos, materiais e intelectuais, vissíbeis e invissíbeis. Noutros pontos faz Simón unha mistura de cistianismo e platonismo, atribuíndo a criaçón ao “logos” o pensamento divino. Deste “logos” fixo um mito semelhante ao de “Sophia”, supondo-a desterrada aos corpos humanos, suxeita a unha série de transmigraçóns e de calamidades até voltar à esfera celeste, e a simbolizou ou, melhor dito, a encarnou nunha escrava chamada Helena, que tinha comprado na Tróade e fixo sua concubina. Parece indubitábel que os discípulos de Simón, confundiam o “logos” com o “Pneuma” e com a “Sophia”. Polo demais, o mago de Samaria, era a todas luzes de espírito subtil e invencioneiro. Até adivinhou o princípio capital da pseudo-reforma do século XVI. Sabemos por Teodoreto que Simón exhortaba os seus discípulos a non temer as ameáças da lei, senón a que fixéssem libremente quanto lhes vinhéra em talante, porque a xustificaçón (afirma) procede da graça, e non das boas obras. Veremos quán fielmente seguirom muitos gnósticos este princípio. A seita dos “simoníacos” extendeu-se em Siria, em Frigia, em Roma e noutras partes. Dela nascerom, entre outras ramas menos conhecídas, os “dóketos” y “fantásticos”, que negabam que o “Verbo” tivésse tomado realmente carne humana nem participado da nossa natureza, e os “menandrinos”, assim chamados do nome do seu corifeo, que tomou, como Simón, ares de pseudo-profeta e se afirmaba enviádo polo poder supremo de Deus, em cuxo nome baptizaba e prometía inmortalidade e eterna xuventude aos seguidores.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
OS GNÓSTICOS CERINTO E SATURNINO
Publicado o14/10/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Mais gnóstico que todos estes foi o cristán xudaizante Cerinto, educado nas escolas exípcias, o qual consideraba como revelaçóns imperfeitas o “mosaísmo” e o “cristianismo”, e tinha entrâmbos Testamentos por obra e inspiraçón de espíritos inferiores. Para el, non era de essência divina, como para os demais gnósticos, senón um home xusto, prudente, sábio e dotado de grande poder taumatúrxico. Cerinto era, ademais “milenarista”, como quase todos os xudeos daquela época, e tinha escrito um “Apocalipse” para defender tal opinión. No século II da nossa era aparecerom xá constituídas e organizadas as escolas gnósticas. Podem considerar-se três focos principais: a “Gnose Siria”, a que Matter apelida da “Ásia Menor”; e a de “Itália”, que outros chamam “Sporádica”, por haber-se extendido por diversas rexións; e, finalmente a “Exípcia”. Adoutrinados os gnósticos sirios por Simón, Menandro e Cerinto, mostram nas suas teorías menos variedade e riqueza que os do Exípto, e insistem antes no princípio “dualista”, próprio do zoroastrismo, que na emanaçón por parexas, mais própria dos antigos adoradores da “Triada de Menfis”. O principio do mal non é unha negaçón nem um limíte, como no Exípto, senón principio “intelectual” e poderoso, activo e fecundo. Por el foi criádo o mundo inferior: de el emana quanto é matéria. Chame-se-lhe comúnmente “Demiurgo”. A escola siria, tende em todas as suas ramas, para o asceptismo. Saturnino, o primeiro dos seus mêstres, parece haber sído incluso místico. Na sua doutrina, o dualismo acentúa-se enérxicamente, e resulta vissíbel a influênça do Zendavesta. Os sete anxos criadores e conservadores do mundo vissíbel, e partícipes só de um débil raio da divina chama. Formarom ao home, digo melhor, a um “Homunculus”, espécie de vêrme, suxeito e ligado à terra e incapaz de levantar-se à contemplaçón do divino. Deus, compadecido do seu triste estado, enviou-lhe um sopro de vida, unha alma, chamada no sistema de Saturnino “pneuma”. O Satanás desta teoría é diverso do “Demiurgo” e dos sete anxos: é a fonte de todo mal como espírito e como matéria. Saturnino ensina a redençón no sentido “doketista” e a final palingenésia, voltando todo ser à fonte de onde brotou. A sua moral ríxida e sacada de quicios, veda incluso o matrimónio, porque contribuie à conservaçón de um mundo imperfeito.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
NAG HAMMADI (OS EVANXELHOS GNÓSTICOS)
Publicado o07/12/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Em Dezembro de 1945, um camponês exípcio chamado Muhammad Ali foi xuntamente com o irmán, à procura de “sabakh”, unha terra com que se fertilizavam os campos. Enquanto cavavam nas proximidades das grutas de Jabal al-Tarif, nos arredores de Nag Hammadi ( a uns oitenta quilómetros a norte de Luxor), encontrarom unha grande vasilha enterrada na areia. Para sua desgraça, no interior non encontrarom nem tesouros, nem ouro, nem riquezas, mas apenas um monte de libros de papiro embrulhados nunhas faixas de couro. Ainda assim, decidirom levar para casa o conteúdo da misteriosa vasilha, sem lhe atribuir grande importância (o próprio Muhammad Ali confessou, mais tarde, que a sua nai queimou alguns dos papiros para iluminar a casa). Quando, unhas semanas depois, os irmáns forom acusados de um estranho homicídio, entregarom os papiros a um sacerdote da localidade para que os escondesse. A partir daqui, iniciou-se unha história digna de um filme de Indiana Jones em que os manuscriptos sofrerom todo o tipo de vicissitudes: alguns forom vendidos no mercado negro, outros aprehendidos, outros postos à venda nos Estados Unidos… Uns anos após a sua descoberta, a notícia de uns misteriosos códices achados no Exípto chegou aos ouvidos do historiador da relixión Gilles Quispel, tendo conseguido ver e descifrar alguns dos textos. O que leu neles deixou-o perplexo: “Estas som as palabras secretas que Jesus pronunciou e que o seu irmán xémeo Judas Tomé pôs por escrito”. Com a chegada de Nasser ao governo exípcio, os diversos conxuntos de manuscriptos forom reunidos e, desde entón, están bem guardados no Museu Copta do Cairo. O conxunto de Nag Hammadi (ou o que restou dele) é composto por uns quatrocentos papiros, agrupados em doze códices mais um décimo terceiro, do qual só dispomos de oito páxinas. Datados de algum momento do século IV, som traduçóns para copta de uns manuscriptos mais antigos, probabelmente do século II. O conxunto integra diversos códices de temática gnóstica cristán, motivo polo qual ficaram popularmente conhecidos como os “Evanxélhos Gnósticos”. Entre eles, destaca-se o Evanxelho de Tomé, o Evanxelho de Filipe, o Evanxelho da Verdade, o Evanxelho dos Exípcios (“o libro sagrado do Grande Espírito Invisíbel”) e o Apócrifo (ou Evanxelho Secreto) de Xoán, que abre com as seguintes palabras: “os mistérios e os factos mantidos em silêncio que Jesus revelou ao seu discípulo Xoán”. Quanto à sua orixe, o mais probábel é que se tratem de textos que pertenciam à biblioteca de unha comunidade gnóstica do Alto Exipto. Quando o cristianismo católico foi proclamado relixión oficial do Império, a posse de libros “heréticos” passou a ser um delito, polo que a maioria foi queimada e destruída. Algum membro desta comunidade exípcia (talvez um monxe do vizinho mosteiro de San Pacómio?) poderia ter decidido escondê-los, enterrando-os para garantir a sua preservaçón. Sexa como for, a descoberta e a sua publicaçón forom unha autêntica revelaçón para o conhecimento dos primeiros séculos do cristianismo, em xeral, e do gnosticismo cristán em particular. Efectivamente, tudo o que até entón se sabia sobre este capítulo da história tinha orixem nos polémicos panfletos dos Padres da Igrexa, cuxo conteúdo estava muito lonxe de ser imparcial e obxectivo.
E. A. DAL MASCHIO
.
HETERODOXOS (POLOS ANDARES DE VALENTINO)
Publicado o16/12/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

O “Demiurgo”, nascido de Sophia Axamoth, criou o mundo, separando o principio “psyquico” do “hylico”, confundidos antes no caos, e estabeleceu seis esferas ou rexións, gobernadas por sendos espíritos. Criou depois ao home, a quem Sophia comunicou um raio de divina luz, que o fixo superior ao Demiurgo. Ciumento este, prohibíu-lhe tocar a árbore da ciência, e como o home infrinxíu o preceito, foi arroxádo a um mundo inferior, e quedou suxeito ao princípio “hylico” e a todas as impurezas da carne. Dividíu Valentino aos mortais em “pneumáticos”, “psyquicos” e “hylicos”. A redençón dos primeiros verifica-se pola unión com el “Christos”. Non há para que insistir no “doketismo” que Valentino aplicou à narraçón evanxélica, nem na maneira como explicaba a unión dos seus três principios em Xesucristo. No esencial non difére dos outros “gnósticos”. Para os “hylicos” non admitía rescate; os “psyquicos” salvam-se polos méritos da crucificaçón padecida polo home Xesús, depois que se apartou dele o “Pneuma” e o “Christos”. O sistema termina com a acostumada “palingenesia” a volta dos espíritos a onde directa ou indirectamente tinham emanado. Nesta teoría, o principio do mal aparece muito pouco. É puramente negativo: redúcese às “trebas”, ao “vacio”, e a essa matéria inerte e confusa de que é artífice o Demiurgo. O despreço da matéria chega ao seu cûme nas seitas gnósticas, e de ahí essa interminábel série de “eóns” ou intelixências secundárias, até chegar a unha que dexenére e participe do elemento “hylico” e poida por tanto, empreender esa desditada obra da criaçón, indígna de que o “pai ignoto” nem as suas primeiras emanaçóns ponham nela as máns. A criaçón, afirmabam com frase poética, ainda que absurda, os valentinianos, é “unha nódoa nas vestiduras” de Deus. E non reparabam na inutilidade desses “eóns”, posto que, sendo atributos de Deus, ou, como eles afirmabam, “Deus mesmo”, tán difícil era para Sophia ou para o “Pneuma” contactar com a matéria, como para Bythos ou para Logos. ¡A tais absurdos e contradiçóns arrasta a afirmaçón da eternidade e independência da matéria, e a rechazar a criaçón “ex nihilo! O valentinianismo tivo inumerábeis discípulos em todo o mundo romano, mas logo se dividirom, formando seitas parciais, subdivididas até ao infinito. Cada gnóstico ou “pneumático” acreditou-se na possesón da ciência suprema, com o mesmo direito que os seus irmáns, e, como carácter da herexía, o variar de dogmas a cada passo, surxírom escolas novas e misteriosas asociaçóns. Nem Epifanio, nem Marco, nem Heracleon seguirom fielmente os passos de Valentino.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (DECADÊNCIA E RUINA DA GNOSE)
Publicado o12/02/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Os “ofitas”, assím chamados por ter adoptado como símbolo a serpente, considerabam qual espírito bom enviado pola celeste “Sophia” ao primeiro home para animá-lo a quebrantar os tiránicos preceitos de “Jaldabaoth”, ou sexa o “Demiurgo”. O dualismo, a antítese e o odio às instituiçóns xudaicas crescen nesta seita, mas non chegam ao ponto de delirio, ao qual chegarom os “cainitas”, cuxos adeptos emprenderom a vindicaçón de todos os criminais do Antigo Testamento (Caín, os habitantes de Sodoma, Coré, Datán e Abirón, etc…), víctimas, segundo eles, da sanha do vingativo e receloso “Demiurgo” ou “Jehovah” dos xudeus. A moral desta seita estaba de acordo com as suas apreciaçóns históricas. Facíam gala de cometer todos os actos prohibidos polo “Decálogo”, lei imperfeita, como emanada de um espírito mau, e seguir o que eles chamabam “lei da natureza”. Mas, forom superados polos “carpocratianos”, que proclamarom absolucta comunidade de bens e de mulheres e déron renda solta a todos os apetitos da carne. Polo que respeita aos dogmas, os “carpocratianos” reducíam toda a “gnose” à contemplaçón da “mónada primeira”, reminiscência platónica que non encaixa muito bem com o resto do sistema. A decadência e ruína da “gnose” chega ao seu final, com as escolas dos “borborios”, “phibionistas”, “adamitas” e “pródicos”, pobríssimas todas no que refere à doutrina e brutalmente extraviádas na moral. Os “adamitas” celebrabam o seu culto enteiramente despidos. Apenas é lícito repetir em língua vulgar o que San Epifanio dixo destas últimas asociaçóns. Dificilmente lograrón os edictos imperiais acabar com os nocturnos e tenebrosos mistérios de “cainitas”, “nicolaítas” e “carpocracianos”. Assím morreu a “gnose exípcia”, mentras que a de Persia e Siria, non maculadas por tais abominaçóns, legárom o seu “negro manto” a outros heréxes, se heréxes forom num princípio e non teósofos, educados fora da relixión cristán e do xudaísmo. Tais forom os “maniqueios”, de quem heide dizer pouco, porque o seu sistema non resulta complicado, e del têm notícia todo o que tenha recorrido as obras de Santo Agostinho. Passa por fundador desta doutrina o escrávo Manes, educado no “maxísmo”, non, nas ensinanças do Zendavesta cuxos princípios alterou com os da “gnose”, que tinha aprendido nos escrítos de um certo Scythiano. Como Simón o Mago e outros pseudoprofectas, apelhidou-se “Paráclito” e “Enviado de Deus”, e anunciou a “depuraçón do cristianismo”, que, segundo ele, tinha dexenerado nas máns dos apóstoles. Redúce-se a teoría maniqueia a um “dualismo” resolvído e audaz: “o bem contradíz o mal, as trébas à luz; Satanás, príncipe da matéria, ao Deus do espírito. Os dous princípios som eternos: Satanás non é anxo caído, senón o xénio da matéria, ou mais bem a matéria mesma. No “império da luz” estabelece Manes unha série de espíritos ou “eones”, que em última análise quedam reducídos a Deus, e non som mais que atributos e modos seus de existir, infinitos em número. Outro tanto acontece no “império das trébas”. Os campeóns do Ahrimán maniqueio, lidan com os de Ormud, incesantemente. Entre os espíritos maus estalou em certa ocasión a discordia; algúns deles quixérom invadir o reino do bem e assimilar-se aos “eones”, porque a tendência ao bem e à perfeiçón é, inxénita inclúso nos príncipes do caos. Deus, para detê-los, soltou unha nova emanaçón, a “nái da vida”, que entrará em contacto com a matéria e corrixíu o seu natural perverso. O filho desta nái, o “primeiro home”, enxendra a “alma do mundo”, que anima a matéria, a fecunda e alumía a criaçón. A parte dessa alma que non se mistura com o mundo vissíbel, torna às celestes rexións, e é o redentor, o salvador, o “Christos”, que tende sempre a recolher os raios da sua luz espalhados na criaçón.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (OS AGAPETAS)
Publicado o29/04/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

A meádos do século IV, apareceu na Península, vindo da Galia aquitânia, onde tinha conseguido grande séquito, sobre tudo entre as mulheres, um exípcio chamado Marco, natural de Menfis e educado probabelmente nas escolas de Alexandría. Este Marco, (a quem em modo algúm há de confundir-se com outros gnósticos do mesmo nome, entre eles Marco de Palestina, discípulo de Valentino) era maniqueo e, ademais, teurgo e cultivador das artes máxicas. Derramou a sua doutrina, que foi catalogada como “mistura singular de gnosticismo puro e de maniqueísmo”, mas da qual ningunha notícia temos precisa e exacta. E só a poderíamos xulgar por inducçón sacada do priscilianismo. Atraíu Marco ao seu partido a diversas personáxes de conta, especialmente a um rectórico chamado Elpidio, dos que tanto abundabam nas escolas hispânas e também na Galia narbonense. Mas, sobre tudo, unha nobre e rica matrona chamada Agape. Foi muito destacado o papel das mulheres nas seitas gnósticas: recordemos a Helena de Simón Mago, a Philoumena de Apeles, a Marcellina dos carpocracianos, a Flora de Ptolomeo; e, ainda que saíndo do âmbito gnóstico, encontramos a Lucilla dos donatistas e a Priscilla de Montano. Fundarom Marco e Agape a seita chamada dos “agapetas”, quem (se temos de basar-nos nos brevíssimos e obscuros escrítos dos eclesiásticos) se entregabam nos seus nocturnos conciliábulos a abdominábeis excesos, de que tinha dado exemplo a mesma fundadora. Isto levaría a suspeitar que os “agapetas” eram “carpocracianos” ou “nicolaístas”, se por outra parte non constara a sua afinidade com os “priscilianistas”. Lonxe de estar confirmado, que todas as seitas gnósticas dexenerarom nos seus últimos tempos, até converter-se em sociedades secretas, com todos os inconvenientes e perígos anéxos a tais reunións. Entre os perígos e a murmuraçón dos profanos. ¡Qui male agit, odit lucem! Se os discípulos de Marco forom realmente “carpocracianos”, como se inclina a acreditar Matter, nada de extranho tem que seguíssem a “lei da natureza” e ensinássem que “tudo era puro, para os puros”. Isto é tudo quanto sabemos deles, e non vou a deturpar com conxecturas próprias, o silêncio dos antigos documentos.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (HISTÓRIA DE PRISCILIANO)
Publicado o29/06/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

¡Lástima que a autoridade quase única neste asunto sexa o extranxeiro e retórico Sulpicio, e que tenhámos que caminhar quase a cégas polas asperezas e dificuldades, sem ter a seguridade em nomes e em feitos! Procurarei apurar a verdade, dado que tán poucas notícias nos quedam. Baixo o consulado de Ausonio e de Olybrio (ano 379, começou a predicar doutrinas heréticas um discípulo de Elpidio e de Ágape chamado Prisciliano, natural da Galiza, de raza hispanorromana, se hemos de xulgar polo seu nome, que é latino, de igual sorte que os de Priscus e Priscilla. O retracto que del facía Sulpicio Severo nos aporta pouquíssima luz, como obra que é de um pedagogo do século V, servilmente calcada, até nas palabras, sobre aquela famosa “etopeya” de Catilina, por Salustio. Era Prisciliano, segundo afirma o retórico das Galias, de família nobre, de grandes riquezas, atrevido, facundo, erudicto, mêstre na arte de declamar e na disputa; felís, certamente, se non se deitara a perder com as suas malas opinións. As suas grandes dotes de alma e de corpo; Velaba muito, era sofredor da fame e da sede, nada cobiçoso, sumamente parco. Mas, com estas qualidades misturaba grande vaidade, orgulhoso com a sua ciência profana, posto que tinha conhecido as artes máxicas desde a sua xuventude. Desta série de lugares comúns, somente sacámos em limpo duas cousas: primeiro, que Prisciliano albergaba grande eloquência, facilidade de enxenho e vária doutrina, necessária a todo corifeu de seita; segundo, que se tinha dedicado à maxía desde os seus primeiros anos. Dificultoso é hoxe em dia dizer que espécie de maxía era a que sabía e practicaba Prisciliano. ¿Seríam as superstiçóns druídicas célticas, de que aínda hoxe quedam e perduram restos na Galiza? ¿Ou das doutrinas arcanas do Oriente, às quais parece aludir San Xerónimo, quando chama a Prisciliano “Zoroastris magi studiosissimum”? Talvés se poidam conciliar âmbas, supondo que primeiro sería a máxia da sua terra, e mais tarde aprendería a da Persia e a do Exípto, que em xeral, non deixaríam de ter algunha semelhança. Consta por Sulpicio Severo que Prisciliano, empenhado em propagar a “gnose” e o “maniqueísmo”, non como os tinha apreendido de Marco, senón com variantes substânciais, recebeu no seu partido um grande número de “bons homes” e também plebeios, arrastados polo prestíxio do seu nome, pola sua eloquência e polo brilho da sua riqueza. Acudiam, sobre tudo as mulheres, ansiosas sempre de cousas novas, víctimas da curiosidade, e pola discrepçón e cortesía do heresíarca galego, brando em palabras, humilde e modesto no ademán e no traxar: meios próprios para cautivar o amor e veneraçón dos seus adeptos. E, non só mulheres, senón bispos, seguíam o seu parecer, entre eles Instancio e Salviano. Estendeu-se rapidamente o priscilianismo da Gallaécia à Lusitânia, e de alí à Bética, polo qual, receloso o bispo de Córdoba Adygino ou Higino, sucesor de Osio, acudíu em queixa a Idacio ou Hydacio, metropolitano de Mérida, segundo o texto de Sulpicio “Emeritae civitatis, ou Emeritae aetatis”. Começou Idacio a proceder contra os priscilianistas da Lusitânia com extremado celo, o qual, segundo o parecer de Sulpicio Severo, que merece nisto escasa fé, por ser enemigo capital seu, foi causa de acrescentar-se o incêndio, persistindo no seu erro Instancio e os demais gnósticos que se tinham conxurado para axudar a Prisciliano. Trás longas e rixas contendas, foi necessário, para atalhar os progressos da nova doutrina, reunir no (ano 380) um concílio em Zaragoza. A el assistirom os bispos de Aquitânia e mais dez espanhois, entre eles Idacio, que firma em último lugar. Excomulgados forom por este sínodo os prelados Instancio e Salviano e os laicos Helpidio e Prisciliano. Os oito cánones em Zaragoza promulgados o quatro de Outubro da dita era, únicos que hoxe conhecemos, mas, que se referem à parte externa da herexía e non aos seus fundamentos dogmáticos.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (PRISCILIANO II)
Publicado o16/08/2025por fontedopazo | Deixar un comentario
.

Tras largas e renhidas contendas, foi necessário, para atalhar os progressos da nova doutrina, reunir no ano 380 um concílio em Zaragoza. A el assistirom dous bispos de Aquitânia e dez das espanhas, entre eles Idácio, que firma em último lugar. Excomulgados forom por este sínodo os prelados Instancio e Salviano e os laicos Helpidio e Prisciliano. Os oito cánones de Zaragoza promulgados o quatro de Outubro da dita era, únicos que hoxe conhecemos, mais se referem à parte externa da herexía que aos seus fundamentos dogmáticos. O primeiro veda às mulheres a predicaçón e ensíno, de igual maneira que a assistência a licçóns, prédicas e conventículos “virorum alienorum”. O segundo prohíbe xexuar, por persuassón ou superstiçón, em Domingo, nem faltar à igrexa nos dias de quaresma, nem celebrar obscuros ritos nas cavernas e nos montes. Anatematizou-se no terceiro aquel que receba na igrexa e non consuma o corpo eucarístico. Ninguém se pode ausentar da igrexa (afirma o quarto) desde o dezaseis das calendas de Xaneiro até ó dia da Epifania, nem estará oculto na sua casa, nem irá à aldeia, nem subirá aos montes, nem andará descalzo… sob pena de excomunhón. Ninguém pode arroxar-se o título de doutor, fora de aquelas persoas a quem foi concedido. As virxens non serán veladas antes dos quarenta anos. Tenha-se em conta todas estas modificaçóns, que utilizaremos em lugar oportuno. Agora basta fixar-se na existência de conciliábulos mixtos de homes e mulheres, no sacrílego fraude com que muitos recebíam a comunhón e a ensinanza confiáda a legos e mulheres, como na seita dos agapetas. De outro canone deu xá memória Sulpicio Severo: o que prohíbe a um bispo receber a comunhón o excomulgado por outro; copia textual de um dos decretos de Ilíberis. Contra o ascetismo que afectabam os priscilianistas é arremessado o sexto, que aparta da Igrexa ao clérigo que, “por vaidade e presunçón de ser tído em mais que os outros, adoptase as regras e austeridades monásticas”. Firman as actas Fitadio, Delfino, Eutiquio, Ampelio, Augencio, Lucio, Itacio, Splendonio, Valerio, Symposio, Carterio e Idacio. A notificaçón e cumprimento do decreto que excomulgaba aos priscilianistas com expressón dos seus nomes, como textualmente afirmam os Padres do primeiro concilio Toledano, confiou-se a Itacio, bispo ossonobense, na Lusitânia, a quem temos de guardarnos de confundir com Idacio o de Mérida, a pesar da semelhança dos seus nomes e doutrinas e vecindade de obispados. Non se tinha mantído constante na fé o bispo de Córdoba Higino, que fora o primeiro em dar alarma contra os priscilianistas; antes prevaricou com eles, razón para que Itacio o excomulgase e depusse-se, apoiádo no decreto conciliar, sem que saibamos os motivos da caída do prelado bético, natural non obstânte, dentro das condicçóns da humana fraqueza, e non difícil de explicar, se acreditamos que Prisciliano era tán eloquente e persuassivo como nos descrébem os próprios enemigos. Se com a deposiçón de Higino perdiam um bispo, outro pensarom ganhar os gnósticos Instancio e Salviano, elevando anticanónica e tumultuariamente á cadeira de Avila o seu corifeo Prisciliano, persuadidos do non leve apoio que as suas doutrinas alcanzaríam se armassem com a autoridade sacerdotal a aquel heresiarca hábil e manhoso. Redobrarom com isso a perseguiçón Idacio e Itacio, empenhados em destrozar a mala semênte, e acudirom (parum sanis consiliis, afirma Severo) aos xuízes imperiais. Estes arroxárom das igrexas a alguns priscilianistas, e o mesmo emperador Graciano, nessa altura reinante, deu um rescripto em 381 que intimaba ao desterro “extra omnes terras” aos herexes da Península. Cederom algúns, ocultárom-se outros, mentras passaba a tormenta, e pareceu dispersar-se e desfacer-se a comunidade priscilianista.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.
HETERODOXOS HISPÂNOS (OS GNÓSTICOS E PRISCILIANO)
Publicado o08/11/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Non eram Prisciliano, Instancio nem Salviano homes que se aterrasem com decretos emanados daquela liviana côrte imperial, em que a xustiça era de compra e venda. Esperabam muito no poder das suas artes e das suas riquezas, bem confirmado polo suceso. Obcecábaos por outra parte o erro, para que nem de agrado nem por força, voltássem ao redil católico. Saírom pois das Espanhas, com o firme propósito de obter a revocaçón do edicto e esparcer de passada a sua doutrina entre as multidóns de Aquitânia e da península itálica. Muitos prosélitos fixérom entre a plebe Elusana e de Burdeos, pervertindo em especial a Eucrocia e à sua filha Prócula, em cuxas possesóns dogmatizarom por longos dias. Entrambas os acompanharom na viáxe a Roma, e com elas um esquadrón de mulheres (turpis pudibundusque comitatus, afirma Sulpicio), com as quais era fama que mantinham os priscilianistas relaçóns non de tudo platónicas, nem edificantes. De Prócula tivo um filho o mesmo autor e fautor da seita, entre cuxas ascéticas virtudes non figuraba polo visto a continência, ainda depois de ter cinxído a sua cabeça com as sagradas ínfulas, por obra e graça de seus patróns lusitanos. Na forma sobredíta chegou o novo bispo a Roma, viáxe na verdade excusada, posto que o grande pontífice San Dámaso, que, como espanhol, debía ter boas notícias dos seus intentos, negou-se a ouvir as suas disculpas e a dar-lhe audiência. Só quem ignore a disciplina daqueles séculos poderá extranhar que se limitase a isto e non pronunciáse novo anatema contra os priscilianistas. ¿A que habería de interpor a sua autoridade em causa xá xulgada pola Igrexa espanhola reunida em concilio, constando-lhe a verdade e o acerto desta decisón e sendo notorios e gravíssimos os erros dos gnósticos que tiraba a resuscitar Prisciliano? Novo desengano esperaba aos nossos heréxes em Milán, onde encontrarom firmíssima oposiçón em San Ambrosio, que lhes pechou as portas do templo, como as había de pechar ao grande Teodosio. Mas tinham Prisciliano e os seus áureas chaves para o alcázar de Graciano, e muito cedo foi sobornado Macedonio, “magister officiorum”, que obtivo do emperador um novo rescripto, a teor do qual tinha que ser anulado o anterior e restituidos os priscilianistas às suas igrexas. ¡Tan desditados eram os tempos e tán funestos resultados aparecerom sempre da intromissón do poder civil (resistida onde queira pola Igrexa) em matérias eclesiásticas! Pronto respondeu a execuçón ao decreto. O ouro dos galaicos amansou a Volvencio, procónsul de Lusitânia, antes tán decidido contra Prisciliano; assim este como Instancio voltarom às suas igrexas (Salviano tinha falecido em Roma), e deu começo unha persecuçón anticatólica, em que sobre tudo corría perigo Itacio, o mais acre e resolvido dos contradictores da herexía. Oportuno xulgou fuxir para as Galias, onde interpuxo apelaçón ante o perfeito Gregório, o qual, pola autoridade que tinha em Espanha, chamou ao seu tribunal aos autores daquelas tropelias, non sem dar parte ao Imperador do acontecido e da mala fé e venalidade com que procedíam os seus conselheiros no negócio dos priscilianistas.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO
.