
Nestes textos, Ortega desenvolve unha espécie de filosofia do quotidiano, um pensamento que se embrenha na experiência da nossa mais imediata quotidianidade e que estabelece unha ligaçón particular com o leitor. Com isso, o filósofo madrileno impón um imperativo singular: cada pessoa debe trabalhar polo desenvolvimento da sua própria perspectiva, por aquela que se axusta aos seus mais íntimos interesses, com o obxectivo de alcançar unha orientaçón moral xenuína, afastada da mera abstraçón. A meta: o nosso autoconhecimento, desentranhar as possibilidades da nossa situaçón, própria e social. Estudar Ortega, nos nossos dias significa ter em conta a filosofia como um mundo de ideias que non encerra apenas unha ascenssón, unha espécie de contemplaçón asséptica: o movimento intelectual non é um puro conhecimento, um êxtase, pois devolve o indivíduo ao mundo com forças renovadas. Pensa-se para viver, e como xá escreveu o poeta alemán Novalis, “a paz só pertence aos deuses”, “a nossa vida está na acçón”. A filosofia de Ortega non é imaculada, separada do nosso meio; o seu deber baseia-se em que cada suxeito se instale com todas as consequências na sua própria perspectiva, e esse esforço non está na argumentaçón filosófica ou na força da retórica, mas na capacidade de mostrar ao leitor (e de este se mostrar a si mesmo) unha determinada sensibilidade. Trata-se, em última instância, da libertaçón sem imposiçóns, da demonstraçón da capacidade de cada um para desenvolver as suas potencialidades vitais. Debemos realizar o nosso caminho singular, integrando os nossos valores nas nossas actitudes e experiências. Como o nosso protagonista refería em “O Tema do nosso tempo” (1923), “queremos propriamente quando, para além de desexar que as cousas sexam de certa forma, decidimos realizar o nosso desexo, executar actos eficazes que modifiquem a realidade (…) Só quisémos plenamente e sem reservas” (continua Ortega) “quando achamos que nos adaptámos a unha norma da vontade que existe independentemente de nós, para lá da nossa individualidade”, ou sexa, quando levamos a cabo a potência da nossa circunstância na nossa existência.
CARLOS JAVIER GONZÁLEZ SERRANO













