
Terán os Celtas deixado vestíxios xenéticos da sua passaxem e poderán os estudos de ADN antigos e modernos esclarecer a sua orixem e as zonas onde mais se implantaram? E, sobretudo, como é que as análises xenéticas se articulam com os dados arqueolóxicos e linguísticos? A arqueoxenética, termo acunhado e bem desenvolvido polo arqueólogo Colin Renfrew, trata da aplicaçón de técnicas de xenética de populaçóns (ADN) ao estudo das sociedades do passado. Há mais de duas décadas que fornece dados novos sobre a pré-história tardia e constitui unha excelente linha de investigaçón independente da arqueoloxía. Os dados arqueoxenéticos som tán revolucionários que se fala de “Revoluçón Arqueoxenética”, fazendo parte da chamada Terceira Revoluçón Científica da Arqueoloxía, pelo arqueólogo danês Kristian Kristiansen. E, como em qualquer revoluçón, as fases iniciais som confusas, assustam e suscitam receios. Se a isto xuntarmos o facto de a Internet, as redes sociais e os meios de comunicaçón social amplificarem os dados da investigaçón científica, mas muitas vezes distorcendo-os, esaxerando-os e enviesando-os, e considerarmos também a diversidade de abordaxens académicas aos Celtas, podemos ter unha ideia da extraordinária complexidade de os estudar arqueoxenéticamente e obter unha visón global. Os estudos arqueoxenéticos irromperam na arqueoloxía como um “elefante nunha cacharraría” e apresentam unha dificuldade inicial nas suas interpretaçóns (pré)históricas: nem os xenetistas dominam a literatura pré-histórica, nem os arqueólogos dominam a teoria e a metodoloxía paleoxenética. Há xá alguns anos que estudamos a linguaxem uns dos outros, em diálogo para melhor comprehender e interpretar o processo global que nos interessa: a mobilidade das populaçóns no passado e, sobretudo, as grandes migraçóns. Por isso, non é de estranhar que tenha habido mal-entendidos mútuos. Compreender a profundidade da realidade populacional da pré-história tardia resulta difícil e complexa (também para os arqueólogos) e abordar os cenários demográficos e de mobilidade do ponto de vista da arqueoxenética também non é tarefa fácil.
GONZALO RUIZ ZAPATERO