Arquivos diarios: 02/12/2025

NÓS CRIÁMOS A HISTÓRIA, NON É A HISTÓRIA A QUE NOS CRÍA A NÓS.

FRIEDRICH NIETZSCHE (DA CONCEPÇÓN CHRISTÁN DE DEUS)

Unha crítica da “concepçón christán de Deus” traz consigo unha conclusón semelhante. Um pobo que ainda tem confiança em si mesmo possue ainda um Deus que lhe é próprio. Venera n’esse Deus as condiçóns que o fazem victorioso, as suas virtudes (proxecta a sensaçón de prazer que se causa a si mesmo, o seu sentimento de poder n’um ser a que se pode dar graças por isso. “O que é rico, quer dar”; um pobo orgulhoso necessita um Deus a quem “sacrificar”… A relixión, sob estas condiçóns, é unha fórma de agradecimento. É um agradecido consigo mesmo: para isso faz falta um Deus. (Um Deus tal debe poder servir e perxudicar, debe poder ser amigo e inimigo) admira-se tanto no bem como no mal. A castraçón “contra natural” de um Deus para o converter n’um Deus do bem unicamente, achar-se-ia aqui fóra de tudo o que se pode desexar. Tanta necessidade se tem do Deus mau como do bom. Non se debe a própria existência precisamente á tolerância, á philanthropia… Que importa um Deus que non conhece nem a cólera, nem a vingança, nem a invexa, nem o engano, nem a astucia, nem a violencia, que ignorasse até as maravilhosas “ordens” da victória e da destruiçón? Um tal Deus, non se comprehenderia; entón para que o ter? (Sem dúvida, quando um pobo perece; quando sente desaparecer para sempre a sua fé no futuro, a sua esperança na liberdade; quando a submissón lhe parece ser de primeira necessidade; quando as virtudes dos submetidos entram na sua consciência, como condiçóns de conservaçón, entón é preciso também que o seu Deus se transforme. Torna-se entón santarrón, medroso, humilde, aconselha a “paz da alma”, a ausência do odio, as consideraçóns, até o “amor” tanto aos amigos como aos inimigos. Non fai mais do que moralizar, esconder-se na cova de todas as virtudes privadas, faz-se o Deus de toda a xente, retira-se à vida particular, torna-se cosmopolita… N’outro tempo representaba um pobo, a força de um pobo, tudo o agressivo e ávido de poder, procedente da alma de um pobo, agora xá non passa do bom Deus… Effectivamente non há outra alternativa para os deuses: “ou bem” som a vontade do poder (e todo esse tempo serám deuses populares) “ou bem” serám impotência do poder (e entón tornam-se “bons necessariamente).