
O início desta história está envolto em mistério. Há perto de duzentos mil anos surxíu em África, unha nova espécie de hominídeo. Ninguém sabe ao certo onde, ou quem eram os seus antepassados imediatos. Os membros desta espécie, que agora designamos “seres humanos anatomicamente modernos”, ou “Homo sapiens”, ou apenas nós próprios, distinguiam-se por terem o crânio arredondado e o queixo pontiagudo. Eram menos pesados do que os seus parentes e tinham os dentes mais pequenos. Embora a nível físico, non fossem muito atraentes, eram, ao que parece, excepcionalmente intelixentes. Fabricavam ferramentas que, de início rudimentares, tornarom-se cada vez mais sofisticadas. Conseguiam comunicar non só através do espaço, mas também do tempo. Eram capazes de viver em climas muito diversos e, o que também era importante, conseguiam axustar-se a diferentes tipos de alimentaçón. Onde a caça era abundante, caçavam; onde habia disponibilidade de marisco, optavam por consumi-lo. Estábamos no “Plistoceno”, unha época de glaciaçóns recorrentes, quando grande parte do mundo estaba coberta por vastos mantos de xelo. No entanto, há perto de cento e vinte mil anos (talvez até antes), a nossa espécie, que xá non era assim tán nova, começou a rumar a norte. Os seres humanos chegaram ao Médio Oriente há cem mil anos, à Austrália há perto de sessenta mil anos, à Europa há quarenta mil anos e às Américas há vinte mil anos. Algures ao longo deste percurso (provavelmente no Médio Oriente), o “Homo sapiens” deparou-se com os seus primos mais atarracados, o “Homo neanderthalensis”, mais conhecidos por “neandertais”. Os seres humanos, e os neandertais tiveram relaçóns entre si (embora sexa impossíbel precisar se consensuais ou forçadas) e xeraram filhos. Polo menos alguns destes descendentes devem haber sobrevivido o tempo suficiente para também xerarem filhos, e assim por diante através das xeraçóns, porque hoxe em dia a maior parte dos habitantes da Terra, alberga um punhado de xenes neandertais. Entón, algo aconteceu e os neandertais desaparecerom. Talvez os seres humanos tenham dado cabo deles de forma activa. Ou apenas os tenham superado. Ou entón, como um grupo de investigadores da Universidade de Stanford aventou recentemente, os seres humanos eram portadores de doenças tropicais, com as quais os seus primos, mais adaptados ao frio, non conseguiram lidar. Sexa como for, o que aconteceu aos neandertais envolveu quase de certeza aos seres humanos. Como me confessou um dia Svante Pääbo, investigador sueco que xefiou a equipa que decifrou o xenoma dos neandertais, “a pouca sorte deles fomos nós”.
ELIZABETH KOLBERT