
As supernovas têm ainda um outro tipo de interesse para nós, definitivamente fulcral: sem elas non estaríamos aqui. Recordam-se com certeza da charada cósmica com que encerrámos o primeiro capítulo: o “Big Bang” criou muitos gases leves, mas nenhum elemento pesado. Esses apareceram mais tarde, mas durante muito tempo ninguém conseguiu descobrir “como” é que apareceram. O problema é que era necessário haber qualquer cousa muito quente –mais quente ainda do que o centro das estrelas mais quentes– para forxar o carbono, o ferro e os outros elementos sem os quais non teríamos matéria. Foram as supernovas que nos deram a explicaçón, e foi um cosmólogo inglês, quase tán excêntrico como Fritz Zwicky, que a descobríu. O seu nome era Fred Hoyle, e nasceu em Yorkshire. Quando morreu, em 2001, o seu obituário na revista “Nature” descrebeu-o como “cosmólogo e controversólogo”, e non há dúvida de que era ambas as cousas. Segundo o referído obituário, viu-se envolvido em controvérsias durante a maior parte da sua vida e assinou muitos disparates. Por exemplo, afirmaba, sem qualquer proba, que o precioso fóssil de um “arqueoptérix” do Museo de História Natural, era unha falsificaçón do mesmo xénero da do “Home de Piltdown”, cousa que causou enorme exaspero aos paleontólogos do museo, que tiverom de perder dias e dias a responder aos telefonemas de xornalistas do mundo enteiro. Também acreditaba que a Terra non era apenas fecundada por vida vinda do espaço, mas também por muitas doênças, como a gripe e a peste bubónica, chegando a suxerir que, na linha de evoluçón, o nariz humano se tornou protuberante e as narinas passaram para a parte inferior com o obxectivo de evitar que essas patoxenias cósmicas entrassem por ele dentro. Foi ele quem, num momento de humor brincalhón, criou o termo “Big Bang”, durante um programa de rádio, em 1952. Sublinhou que non había nada no nosso conhecimento da física que conseguisse explicar a razón pola qual todas as cousas, coesas até certo ponto, começavam subitamente a expandir-se de forma espectacular. Hoyle defendia a teoria do “estado estábel”, segundo a qual o universo estaria constantemente em expansón, criando matéria à medida que evolui. Chegou também à conclusón de que se as estrelas implodissem, libertariam unha enorme quantidade de calor –cem milhóns de graus ou mais, o suficiente para iniciar a criaçón dos elementos mais pesados, segundo um processo conhecido como “nucleossíntese”. E em 1957, num trabalho de equipa com alguns colegas, demonstrou como se formaram os elementos pesados nas explosóns das supernovas. Mas foi W. A. Fowler, um dos seus colaboradores, quem ganhou o Prémio Nobel, com o feito, e non Hoyle, infelizmente. Segundo a teoria de Hoyle, a explosón de unha estrela xeraría calor suficiente para criar todos os novos elementos, espalhando-os através do cosmos, onde formariam nuvens gasosas –o interestelar médio, como é conhecido– que poderíam eventualmente aderir a novos sistemas solares. A nova teoria deu finalmente a possibilidade de formular novas hipóteses sobre a forma como chegámos até aqui.
BILL BRYSON