
As suas convicçóns mudaram pouco com os anos, embora tenham hesitado entre polos mais ou menos conservadores e alguns abertamente radicais. No entanto, o seu activismo torna-se muito mais atractivo debído à sua capacidade de xulgar politicamente as situaçóns, mesmo quando embarcava em causas pouco populares. No início das guerras dos Bóeres (a segunda, 1899-1902) manteve um certo sentimento patriótico, que depois se transformou nunha oposiçón aberta ao imperialismo britânico. Na Primeira Guerra Mundial, como xá sabemos, militou com a minoria que se opôs de forma activa à guerra e ao recrutamento em massa. Também aqui os seus sentimentos se dividirom entre a ligaçón aos seus compatriotas e a recusa das manobras e da propaganda do governo, que lhe pareciam simétricas às dos aliados austro-xermânicos. Após a Revoluçón Russa visitou Moscovo, em 1920, com unha delegaçón do Partido Trabalhista, onde, como em muitos outros partidos, había entusiasmo polo que estaba a acontecer. Como vimos, percebeu rapidamente as tendências autoritárias do domínio bolchevique. O seu relatório da visita, “Práctica e Teoria do Bolchevismo” (1920), afastou-o definitivamente da ideoloxía do comunismo soviético. Resulta curioso e sintomático que o anarcossindicalista espanhol Ángel Pestaña, ao regressar da Rússia no mesmo ano, enviado pola Confederaçón Nacional do Trabalho (CNT), tivesse manifestado opinións semelhantes. No final da Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra Fría, Russell conquistaría com este relatório a simpatía das ideoloxías conservadoras, que lhe perdoarom as veleidades morais. Porém, non era assim tán facilmente domesticábel. A actitude política de Russell non abedecía a conformidades fáceis, e pola sua amplitude e radicalidade, podia incorrer facilmente em certas incoherências. Como xá referimos, no fim da Segunda Guerra Mundial, a desconfiança com relaçón ao sistema soviético levara-o a pensar, e inclusivamente a dizer em determinada ocasión, que apoiaría o uso de armas nucleares para deter o expansionismo estalinista. Depressa se arrependeu até de o ter pensado, tendo-se tornado um dos propagandistas mais activos a favor do desarmamento nuclear. Em Dezembro de 1954, afirmou nunha intervençón na BBC: “¿Poremos fim à espécie humana ou a humanidade renunciará à guerra? A segunda é o que teremos perante nós se escolhermos o progresso contínuo na felicidade, o conhecimento e a sabedoria. ¿Escolheremos, polo contrário, a morte por non conseguirmos esquecer as nossas lutas? Apelo como ser humano aos seres humanos: lembrem-se da vossa humanidade e esqueçam o resto. Se conseguirem, o caminho está aberto para um novo paraíso; se non conseguirem, nada haberá à nossa frente a non ser a morte universal. (Emissón de rádio na BBC, a 23 de Dezembro de 1954)”
FERNANDO BRONCANO