
Ás duas da tarde colhemos unha carruaxem, passamos pola aldeia de Maiquetia, situada a poucas quadras de La Guayra, à beira do mar, e começamos a ascensón da montanha. O caminho, no qual se empregam seis horas, resulta realmente pintoresco. O eterno aspecto da montanha, mas realzado aquí pola vexetaçón, os cafetais cubrindo as ladeiras, e aquelas xigantescas escalinatas talhadas no cerro a fim de obter, planos para a cultura, que recordam os curiosos sistemas dos indios peruanos baixo a monarquia incásica. Subir, baixar, voltar a subir, e a cada momento unha nova perspectiva apresenta-se à mirada. Todo este caminho desde La Guayra até Caracas, está regado com sangre venezolana, derramada na longa luta da independência, mas a maior parte nas terríbeis guerras civis, que asolárom este fermoso país, impedíndo-lhe tomar o posto que lhe correspondia pola extraordinária riqueza da terra. Nada mais delicioso que o câmbio de temperatura à medida que se ascende. Desde a linha tropical, vímos respirando unha atmôsfera abrassadora, que era quase infernal em La Guayra. Na montanha, o ar puro refresca a cada instante e os pulmóns, non acostumados a essa sensaçón nova, respiram acelerados, com a alegria com que os páxaros batem as asas na madrugada. A viáxe em carruáxe é dura e mortificante, polas sacudidas continuádas do chan que está destruído constantemente polas chuvas e a frequência do trânsito. Miro o futuro com invéxa observando os trabalhos que se efectuam, no meio de tantas dificuldades, para trazar unha linha férrea. ¿Será leváda esta a bom termo? Polo menos, consta que é unha aspiraçón colectiva em Venezuela, porque dela, como de algunhas outras non tanto extensas, depende a transformaçón deste país. Às oito e meia da noite chegamos por fim àquel val delicioso, tantas vezes regado polo sangre, em cuxo seio está Caracas, a nobre cidade que foi berço e que é tumba de Bolivar.
MIGUEL CANÉ