Ao contrário de outras figuras centrais desta história, como Heisenberg ou Schrödinger, von Neumann é relativamente desconhecido do grande público. No entanto, as suas valiosas contribuiçóns nos vários domínios em que se interessou fazem dele um dos mais importântes matemáticos do século XX. John von Neumann mostrou desde cedo sinais de ter unha mente priviléxiada. Diz-se que possuía unha memória eidéctica, de tal forma que bastaba ler algo unha vez para o recordar com exactidón. Treinou com os melhores. Foi ensinado por Einstein em Berlim e por Hilbert em Göttingen, a escola de matemática mais prestixiáda do momento. Aos vintinove anos, conseguíu um lugar no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, onde teve unha carreira impressionante. Para além de axiomatizar a “mecânica quântica”, realizou trabalhos notábeis em vários domínios da “matemática pura”, como a “análise funcional” e a “teoria dos conxuntos”. Definiu a “entropia de von Neumann”, um conceito central no domínio da “informaçón quântica”, e inventou a “arquitectura de von Neumann”, o que faz dele um dos pais da “computaçón moderna”. Foi o fundador da “teoria dos xogos”, que teve um grande impacto no domínio da economia. Participou também no “Proxecto Manhattan” para o desenvolvimento da primeira bomba nuclear e foi presidente da Sociedade Americana de Matemática em 1951 e 1952. Infelizmente para a ciência, morreu aos cinquenta e três anos de idade, possíbelmente como resultado das radiaçóns a que estebe exposto durante os seus anos de trabalho em Los Alamos.
Também foi assediado polos seus rivais com o ariete da impiedade: era um ateu por substituir as probas tradicionais da existência de Deus por outras mais fráxeis, que encoraxavam os seus leitores a repudiar o Ser Supremo. Tudo isso terminou por xerar distúrbios nas salas de aula, motivando a publicaçón de panfletos a favor de uns e de outros. Quando se prohibíu o ensino da física copernicana e qualquer noçón de cartesianismo em Utrecht, Descartes tentou usar essa condenaçón dos calvinistas, com o “louco, quezilento, invexoso, pedante, estúpido, hipócrita e inimigo da verdade” Voetius à cabeça, para ganhar o favor dos xesuítas. A cousa acabou por chegar aos tribunais por cruzamento de difamaçóns, e apenas os contactos de Descartes na embaixada francesa conseguiram tirá-lo de apuros. A segunda grande polémica teve lugar em Leiden. Em 1646, um professor de teoloxia discutiu a afirmaçón cartesiana de que “a dúvida é o princípio da filosofia indubitábel”. Segundo ele, isso confundia as mentes dos estudantes, levando-os ao cepticismo e ao ateísmo, xá para non falar da insinuaçón blasfema das “Meditaçóns de que Deus podia enganar-nos”. A filosofia cartesiana foi prohibida em Leiden e o aristotelismo restaurado como doutrina única. Para agravar as cousas, foi acusado também de pelagianismo: non acreditar na doutrina do pecado orixinal. Curiosamente, esta via tinha muito mais fundamento, e Descartes sabia-o, pois tinha defendido a bondade natural do ser humano e a ideia de que todas as almas se salvariam (algo relativamente aceite entre católicos, mas de forma algunha entre calvinistas ortodoxos). Por isso, tentou “sacudir a água do capote” e centrar-se nas acusaçóns de blasfémia incidindo sobre que Deus non nos engana. “Unha tropa de teólogos, seguidores da filosofia escolástica, parece ter formado unha liga para esmagar-me com as suas calúnias.” A hostilidade escalou desta vez até tal ponto, que o príncipe de Orange teve de intervir pessoalmente e prohibir a discussón sobre qualquer tipo de metafísica, fosse cartesiana ou aristotélica. O segundo non tinha precedentes, mas, além disso, a física cartesiana ficava exonerada e podia ser lecionada libremente em Leiden, para escândalo dos teólogos. ¡¡Descartes non perdía batalhas!!
O Cuvée Rosé é muito do estilo Dom Pérignon, sobre tudo pola sua intensidade, sem chegar a ser pesado ao paladar, e pola sua textura cremosa. Mas ao mesmo tempo, este Rosé é unha excelênte alternativa do famoso estilo. Sem viciar a estructura e a complexidade do Dom Pérignon, a composiçón e o equilibrio da mistura rosada som palpabelmente diferentes: a principal diferênça é a maior presença da variedade pinot noir. A temporada de 1990 foi quase perfeita. Trás um Inverno muito suave e unha floraçón temperán, o vrán foi caloroso e especialmente soleado. Para melhorar aínda mais as cousas, unhas oportunas chuvas xusto antes da vindima baixárom o exceso de calor, e axudarom a manter um respeitábel níbel de acidez nos racimos. A côr do Dom Pérignon Rosé é de ouro cobrizo, com refléxos alaranxádos. Os aromas de xenxíbre fresco e anacardos misturam-se com os das cascas da laranxa confitadas. O vinho resulta âmplo e acarícia o paladar; a textura sensitiva resulta à vez sólida e rica, mas com esse rasgo característico de flexibilidade e elegância que determina a essência de Dom Pérignon: sempre com algo em reserva e o longo e preciso retrogosto bem a ser impecábel.
.
O Champagne R. D. (recentemente degolado) é um conceito exclusivo de Bollinger. Outras casas, muito de vez em quando, degolán um vinho especial estando a maduraçón muito avanzada, mas ningunha o fai com o entusiasmo que esta aristocrática casa tem posto desde 1952. Antes de se convertir em R. D., o vinho é um “Grande Année”, mas madurado durante mais tempo, de oito a vinte anos e às vezes mais. Durante este período, o R. D. desarrolha subtís aromas com muitas capas, ademais de xerar um estilo vinhoso único expressón dunha grande pinot noir, suavizada por unha elegante chardonnay, que representa pouco menos de um terço da mistura. Em 1996 fíxo um tempo extraordinário: um Inverno seco e fresco, com poucas xeládas; a formaçón de xemas baixo o calor de mediádos de Abril, a falta de chuvas e as altas temperaturas forom similares às de 1976; unha difícil floraçón da chardonnay em Xunho; com um vrán muito caloroso até meiádos de Agosto, e depois chuva; um Septembro variábel, com temperaturas nocturnas baixas; com unha vindima baixo um céu soleado e sem nubes. O resultado foi unha rara combinaçón com alto níbel de azúcar natural e acidez. Apressentado como Grande Année, o vinho de 1996 era vigoroso e saltarino, com profundos pozos afrutados com predomínio da pinot. Na sua encarnaçón como R. D., o vigor permanece, mas o aroma desarrolhou complexidades secundárias de chocolate negro e especiarías. Em boca, os sabores confirmam os aromas, com unha crescente vinosidade, textura sedosa e retrogosto muito longo.
.
Esta pequena casa da Champagne, sempre transitou os caminhos da innovaçón, e a última adicçón à sua gama de champagnes, resulta unha das suas iniciativas mais apaixonantes. Os irmáns François e Antoine Rolland-Billecart están orgulhosos da fama de equilibrio, elegância e finura que tem a sua casa, mas querian demonstrar que também podíam produzir vinhos mais ricos e estructurados como este. A hectárea escasa de Clos St.-Hilaire, perto das adegas de Billecart-Salmon em Mareuil-sur-Aÿ, leva o nome de santo patrón do lugar e sempre foi considerádo um sitio especial. Prantou-se pinot noir em 1964 e durante vinticinco anos, utilizou-se para produzir vinho tinto para fazer rosé. Ainda que normalmente a sua exposiçón ao Este non se consideraba ideal, a sua proximidade ao poboádo, as tapias e unha terra nutrída e profunda dán lugar a vinhos ricos e maduros. A concentraçón logra-se limitando a producçón, e só se utiliza o “coeur de cuvée” (a melhor parte do prensado). 1995, foi um debut brilhante, mas o de 1996 é ainda mais espectacular. Degolado ao cabo de dez anos, recebeu um “dosage” de 4,5 g/l de extra brut para suavizar um pouco a dureza desta centelheante anada. Para François Billecart-Salmon é o melhor champagne que xamais produzíu a sua casa. Xunto com o “Vieilles Vignes Françaises” de Bollinger, o “Vauzelle Termes” de Jacquesson e o “Clos des Goisses” de Philiponnat, este “Blanc de noirs” pode-se celebrar como a expressón definitiva de um estilo raro e especial.
O pensamento tem de se concretizar finalmente na ideia de “proxecto”, unha vocaçón insubstituíbel para certos valores e actitudes que também depende da existência de um proxecto nacional comum: de modo parecido à ágora grega, os cidadáns têm de se unir (non só no sentido figurado, mas também realmente) para levarem a cabo um proxecto de maneira solidária. A solidariedade, por sua vez, baseia-se na esperança de realizar essas aspiraçóns. Ortega non pensa apenas no indivíduo, mas também, e sobretudo, no exercício conxunto de unha xeraçón, que se concretiza, afinal de contas, nunha rede comum de opinións que se encaminha para unha determinada direcçón. Ou sexa, que se traduza nunha atençón primária polo âmbito social. É por isso que a rexeneraçóm política passa polo necessário diagnóstico dos males existentes e por unha proposta concreta de soluçóns, em que Ortega insistirá em duas obras tán díspares como próximas: as “Meditaçóns do Quixote” e “A Rebelión das Massas. Como referia na primeira delas, “quando se reúnem alguns espanhóis sensibilizados com a miséria ideal do seu passado, a sordidez do seu presente e a acre hostilidade do seu porvir, desce entre eles Dom Quixote”, paradigmático modelo da coherência social espanhola. Comentando esta passaxem, um dos mais egréxios discípulos de Ortega, o professor e pensador Julián Marías (autor de unha conhecida e edificante “História da Filosofia” que escrebeu ainda muito novo), assegura que “Dom Quixote é o vínculo no qual os espanhóis coincidem e a chave do seu destino comum, aquela forma que, por transcender das amarguras pessoais, permite a compreensón da circunstância comum, ou sexa, saber a que suxeitar-se em relaçón a si próprios”.
Na véspera de me alistar na milícia vi, no Quartel Lénine, de Barcelona, um miliciano italiano, parado defronte da mesa do oficial. Era um xovem de vinte e cinco ou vintiseis anos, ar duro, cabelo louro-encarniçado e ombros possantes, com a pala do boné de couro arrogantemente puxada para um olho. Via-o de perfil, com o queixo encostado ao peito e a olhar, de cenho franzido, para o mapa que um dos oficiais abrira em cima da mesa. Había no seu rosto um non-sei-quê que me impressionou profundamente. Era a cara de um home que assassinaria e daria a vida por um amigo — o tipo de rosto que se esperaria ver num anarquista, embora o mais certo é que fosse comunista. Espelhaba sinceridade e ferocidade, assim como a patética reverência que os iletrados sentem polos seus supostos superiores. Era evidente que non entendia patavina de mapas e que consideraba unha extraordinária proeza intelectual ser capaz de ler um mapa. Non sei bem porquê, mas raramente conhecim alguém –algunha pessoa, quero dizer– que me tenha inspirado unha simpatia tán imediata. Enquanto conversavam à roda da mesa, unha observaçón qualquer revelou a minha qualidade de estranxeiro. O italiano levantou logo a cabeça e perguntou: –Italiano? –Non inglês (respondi, no meu deficiente castelán). –E tú? –Italiano. Ao sairmos, ele atravessou a sala e apertou a minha mán, com muita força. Resulta estranho o afecto que somos capazes de sentir por um desconhecido! Dir-se-ía que o seu espírito e o meu tinham conseguido colmatar momentaneamente o abismo das línguas e da tradiçón, para se encontrarem nunha intimidade absolucta. Desexei que el gostasse tanto de mim quanto eu gostava dele. Mas, também, que para reter aquela primeira impressón a seu respeito, non deberia voltar a vê-lo; e escusado será dizer que nunca mais o voltei a ver. Em Espanha, passávamos a vida a estabelecer contactos desta natureza. Menciono este miliciano italiano porque ele quedou fortemente grabádo na minha mente. Com o seu uniforme roçado e o seu rosto comovente e arrogante, tipifica, para mim, a atmôsfera especial daquele tempo. Esta’ ligado a todas as minhas recordaçóns deste período da guerra: as bandeiras vermelhas em Barcelona, os comboios sombríos que se arrastabam para a frente cheios de soldados mal vestidos, as cidades cinzentas e marcadas pola guerra, mais acima, e as trincheiras enlameadas e geladas nas montanhas. Isto aconteceu em finais de Dezembro de 1936, portanto a menos de sete meses da altura em que escrevo, mas parece ter xá recuado enormemente no tempo. Acontecimentos posteriores obliteraram esse período muito mais completamente do que o ano de 1935 –ou até o de 1905. Chegara a Espanha com unha certa intençón de escreber artígos para os xornais, mas, em vez disso alistei-me quase imediatamente na milícia, porque naquele momento e naquela atmôsfera, essa parecía a única cousa concebível a fazer. Os anarquistas aínda controlabam virtualmente a Catalunha e a revoluçón aínda estaba no apoxeu. A quem lá estivesse desde o princípio, é possíbel que xá em Dezembro ou Xaneiro parecesse que o período revolucionário chegara ao fim, mas, para quem acabava de chegar directamente de Inglaterra o aspecto de Barcelona constituía algo de surpreendente e avassalador. Era a primeira vez que me encontraba nunha cidade em que a classe trabalhadora estaba no poder.
De rerum natura de Lucrecio, representa um dos mais raros logros literários, um poema didáctico conseguido sobre tema científico. Poucos poetas grandes emprenderom unha obra assim e muitos críticos a partir de Aristóteles, tenhem afirmado que as contradiçóns implícitas no xénero, e certamente em toda a poesía didáctica, nunca podem conciliar-se totalmente. “Abomino a poesía didáctica”. escrebeu Shelley no prólogo ao “Prometheus Unbound”, nada pode expresar-se bem em prosa que non sexa tedioso e insoportábel em verso”, e Mommsen rexeitaba a maior parte de “De rerum natura”, como “matemática rimada”. ¿Qual é, pois, a relaçón entre Lucrecio o poeta e Lucrecio o filósofo? ¿Até que ponto coincidem para formar unha unidade lograda? Otto Regenbogen considerou-a a “questón central” na crítica de Lucrecio, e no seu famoso trabalho “Lukrez: seine Gestalt in seinem Gedicht” intentou resolvê-la por três caminhos: examinando o fundo do poema, a personalidade do poeta e a estructura e qualidade da obra mesma. A maior parte da crítica de Lucrecio, falha num ou noutro destes três aspectos, e combém considerar cada um deles consecutivamente. O fundo do poema: um pode imaxinar que unha obra didáctica e moralizante como é “De rerum natura”, tería raíces profundas na sociedade que a criou. Non obstânte, existe unha grande disparidade de opinións sobre o propósito do poema e o carácter do público para o qual foi composto. Evidentemente, tería sído escríto para o patrón aristócrata do poeta Memio, mas como a convençón literária requería que um poema didáctico fora dirixído a algunha pessoa em particular, podemos supôr que detrás dele estaba o leitor xeral. Ambos están vinculados, com certa torpeza, no famoso pasáxe programático sobre a missón do poeta. “…porque a miúdo / parece trato eu de assuntos trístes / para aqueles que xamais pensarom, / e que ao vulgo dos homes disgustam, / com o suave canto das Musas / quixem explicar o meu sistema todo e enmelarte com música pieria… )”. Este pasáxe non afirma explícitamente que o poema está dirixido ao home corrente, mas implica um público âmplo, que pode ter sído atraído para um tratado puramente técnico. Non obstânte, non deberíamos esaxerar a natureza popular do poema. No século I, non pode ter habído, como hoxe mesmo non o hai, um grande número de pessoas interessadas nas magnitudes indivissíbeis do átomo ou muito interessadas na teoría da “homoeomeria de Anaxágoras”. A pesar da referência de Lucrecio ao “vulgo”, claramente tinha em mente um público preparado para seguir unha argumentaçón longa e complexa. Admitá-mos que o poeta simplifica e que alguns dos seus argumentos estabam dirixidos mais para as emoçóns, que para o intelecto, “De rerum natura”, continua sendo um intento sério de explicar as principais doutrinas da física epicúrea e requere cooperaçón do leitor e concentraçón.
“Deus sabe quantas vezes, absorto no mais profundo desespero, pensei em abandonar os territórios da cristandade, e ir para terra de pagáns (“ir com os sarracenos”, na traduçón de Juan de Meung) para viver lá em paz, através do pagamento de algun tributo, viver como cristán entre os inimigos de Cristo. Pensaba que eles me receberíam melhor se me xulgassem menos cristán, atendendo às acusaçóns de que era víctima.” Reaparecem no diálogo alguns dos temas teolóxicos e éticos xá expostos por ele em obras anteriores. Assim, por exemplo, a concepçó de Deus como Sumo Bem, a sua rexeiçón da intolerância, a diferença entre a fé e a filosofia, a conveniência de non se esquecer que os debates teolóxicos têm lugar no terreno da linguaxem ou a semelhança entre a relixión cristán e a filosofía grega. O seu latente ecumenismo, o seu patente racionalismo e o seu cristianismo iluminado brilham neste último escrito. A subtileza do seu enxenho e a riqueza da sua memória, fértil em conhecimentos filosóficos e teolóxicos — que o filósofo eloxiava nele no início do diálogo –, ficam aqui novamente em evidência. Como escrebera Pedro o Venerábel, a Heloísa no seu elóxio póstumo, “com o pensamento, com a palabra, com todo o seu comportamênto, meditava, ensinaba e construía argumentos sempre divinos e sempre filosóficos”.
Por primeira vez en moitos anos –tantos que se xa non acorda– non bailaron “as penliñas”. Xa non quero falar doutras moitas cousas que desluciron as festas patronais de Redondela, que se poden calificar de auténtico desastre, empezando polo día de Xan Carallás até a confección das alfombras, pero insisto: que non sairan “as penlas”, algo úneco e distinto en toda Galicia, indica que non hai planificación, dan un certo aire de que algo anda a deriva no noso concello. Agardaremos tempos millores… Si veñen!
A primeira emanaçón do “Uno” corresponde ao “Nous”, o pensamento ou espírito, que apreende de forma imediata e simultânea todas as Ideias, contidas nele indivisivelmente. O “Nous” é, pois, eterno e atemporal, mas inclui xá, no seu seio, o princípio da multiplicidade. Do “Nous” procede a Alma, um princípio incorpôreo que constitui o vínculo entre o mundo suprassensíbel e o dos sentidos: a parte superior da Alma orienta-se para o “Nous”, enquanto a inferior se orienta para o exterior, produzindo o mundo fenoménico da mudança e da corruptibilidade a partir de unha imaxe ou reflexo das “Ideias do Nous”. Non há dúvida de que a “metafísica de Plotino” está lonxe de ser plenamente compreensíbel. Mas se a despirmos das suas roupaxens místicas e das diversas emanaçóns que a adornam, há unha série de pontos essenciais que convém reter. No essencial, os diferentes níveis do ser concebem-se como unha hierarquia única que, a partir de um único Princípio transcendente e indefiníbel, desce até à matéria. Esse processo de descida implica, em paralelo, unha perda de perfeiçón, de vigor no ser, mas que em nenhum caso é o resultado da acçón ou presença de um princípio diferente. Tudo provém de Deus. Recorrendo à analoxía entre Deus e a luz, tán apreciáda polos platónicos, poderíamos dizer que os níveis inferiores brilham com menor intensidade, som cada vez mais escuros, por estarem mais afastados do “Uno” e non porque exista algo como a “escuridón”; a escuridón non é um princípio ou substância independente, mas simplesmente a mera “privaçón” de luz. Vexamos agora que implicaçóns teria o pensamento de Plotino na evoluçón do pensamento cristán, em xeral, e agostiniano, em particular. Continuando com o aparente xogo de palabras com que abrimos esta parte, convém lembrar que Aurelius Agustinus (e o cristianismo) foi muito mais um “platónico plotiniano” do que um “platónico platónico”.
Em Febreiro de 1912, depois de ter fuxído de Vologda, chegou a Petrogrado, a capital do Império Russo, e tornou-se um dos fundadores do xornal Pravda, que viria a ser o orgán oficial do bolchevismo. O seu primeiro número, datado de cinco de Maio de 1912, contém um artigo do próprio Dzhugashvili entitulado “Os nossos obxectivos”. Foi por esta altura que começóu a firmar os artigos com a alcunha de “Stalín”, um nome formado a partir da palabra russa “stal” (feito de aço). No início do ano seguinte, escrebeu um longo artígo que viría a ser considerado o seu maior contributo intelectual para o debate ideolóxico: “O marxismo e a questón nacional”. O 23 de Febreiro de 1913, foi preso. Depois de alguns meses detído, foi enviádo para aquele que sería o seu último exílio, na aldeia de Kostimo, na província de Turujansk, no coraçón da Sibéria Central. Clima extremo, xelo a perder de vista. Logo foi enviádo mais para Norte, para Kureika, alí quedou em liberdade figurada, em casa de unha família local (a ausência de abrigo e comida, fazía que qualquer tentativa de fuga significaría a morte). Non era obrigado a trabalhar e podía manter correspondência, mas, estaba apartado dos cargos do partido. A Primeira Guerra Mundial, em Xulho de 1914, dificultou aínda mais a sua situaçón. Em 1916, foi chamado para um possíbel alistamento militar, felizmente para el foi declarado inápto, por lesóns da infância. Em 1917, a guerra estaba mais vissíbel para os russos. Além dos contratempos militares, había unha escassez premente de bens de primeira necessidade. Ninguém prevíu o que viria a acontecer em Febreiro. O impensábel aconteceu, unha série de greves e protestas de unha violência xeneralizada, obrigarom o Czar a abdicar, a dous de Março. Formou-se um “Governo Provisório”, baixo a direcçón dos chamados “Kadets” liberais, que em Maio se xuntarom aos “Mencheviques”. Unha das primeiras medidas adoptádas, foi a libertaçón de todos os presos políticos. Iosef Vizsarionovich, regressou da Sibéria em Março, xa deixara de ser membro do “Comité Central”, mas graças às suas protestas, em poucos dias foi nomeado membro do “Presidium do Comité Central” e retomou as suas funçóns de editor e columnista. O Goberno Provisório, chefiádo desde Xulho polo socialista Alexander Kerensky, enfrentaba muitos problemas, o principal era a incapacidade de acabar com a guerra e a oposiçón interna dos “bolcheviques”, que queríam unha “revoluçón comunista” e a “dictadura do proletariádo”. Iosef Vizsarionovich, acabou por alinhar com as “teses de Abril” de Lenine. Estas teses eram: o fim inmediáto da guerra, a recusa a colaborar com o Goberno Provisório e o estabelecimento de um goberno apoiádo polos “sovietes” (Concelhos de Operários e Camponeses).
A sua dedicaçón à causa deu frutos, em Novembro de 1901 foi eleito para o “Comité de Tiblissi do POSDR”. No início de 1902, houbo manifestaçóns por todo o país, e Iosef Vizsarionovich Dzhugashvili acabaría detído em Abril. No “Segundo Congresso do Partido”, realizado em Londres, em Agosto de 1903, surxirom duas correntes abertamente opostas, a “menchevique” sob a liderança de Yuli Martov, que defendia unha linha social-demócrata, e a linha “bolchevique”, liderada por Vladimir Ilyich Ulyanov (“Lenine”), que defendia unha dictadura do proletariádo, dirixída por um núcleo de revolucionários profissionais. Iosef Vizsarionovich passou um ano e meio detído sem xulgamento, nas prissóns de Batumi e Kutaisi, até ser enviádo para Novaya Uda, na Sibéria Central, em Agosto de 1903, chegando em Novembro. No início de 1904, escapou com êxito. Depois de várias semanas, regressou a Tiblissi. Começou a escreber artigos para o xornal clandestino “Proletariatis Brdzola”. Em 1905, aconteceu unha revolta popular espontânea por todo o Império Russo, a causa das derrotas da Russia contra o Xapón na “Guerra Russo-Xaponesa” (1904-1905). Em Outubro, o czar Nicolau II promulgou o “Manifesto de Outubro”, um documento em que concordava introduzir reformas liberais e democráticas no país, e em conceder poderes lexislativos à “Duma”, o parlamento russo. Este acto correspondeu às expectativas da maioría dos insurrectos, mas, non às dos “bolcheviques”, que teimarom em ván manter a revoluçón viva. Como delegado do “POSDR” (facçón bolchevique), participou na reunión que teve lugar em Dezembro de 1905 em Tampere, Finlândia, entón território do Império Russo, aí conheceu Lenine. A partir de entón, a sua carreira política no “POSDR” consolidou-se e foi eleito para participar num congresso do partido, o quarto, realizado em Estocolmo em Abril-Maio de 1906. O assalto ao Banco de Yerevan irritou profundamente aos “mencheviques”, que rapidamente descobriram que o organizador fora Iosef Vizsarionovich, e tentarom expulsá-lo do partido. Foi detído várias vezes, mas conseguíu fuxir outras tantas, e mudava de casa frequentemente. Em poucos anos, tornou-se um dos mais importantes líderes bolcheviques do Império Russo (o segundo Lenine). Em Xaneiro de 1912, atinxíu o auxe do “POSDR” quando, apesar de estar exiliádo em Vologda, foi eleito membro do primeiro “Comité Central da facçón bolchevique” do “POSDR”, um partido que na práctica estaba dividido em dous. Lenine consideraba a Iosef Vizsarionovich, unha peça-chave para convencer as nacionalidades non russas a aderirem ao movimento bolchevique. Durante a sua ascensón no partido, afirmou-se também como escritor e columnista.
Rawls demorou quase trinta anos a referir-se sériamente sobre a xustiça internacional depois da publicaçón da sua obra-prima. Se em 1971 publica “Uma Teoria da Xustiça”, só em 1999 aparece “O Direito dos Povos”, o libro em que o filósofo de Harvard aborda as condiçóns de unha ética entre os povos. A verdade é que nem Rawls, nem practicamente nenhum filósofo contemporâneo tinham abordado a questón da xustiça global nos anos anteriores, a non ser um discípulo do próprio Rawls, Charles Beitz, que em 1979 publicou unha tese de doutoramento na qual aplicava o princípio rawlsiano de diferênça à política internacional. Esse texto e esse assunto mantiveram-se num segundo plano filosófico até que, em 1993, Rawls, convidado por Amnistia Internacional, deu unha conferência na Universidade de Oxford baixo o título “O Direito dos Povos”. Insatisfeito com a publicaçón da conferência, por considerar que o assunto merecia mais espaço e profundidade, iniciou a escrita do texto que acabaria por se converter non só na última grande obra do filósofo, como num estímulo e nunha referência para a filosofía política posterior. Desde entón, a questón da xustiça internacional (ou da xustiça global, como a conhecemos habitualmente, xá que estamos mergulhados num processo de globalizaçón sem retorno) ocupa um lugar de destaque nas preocupaçóns dos filósofos da ética e da política, como veremos no final deste libro. Em “O Direito dos Povos”, Rawls mantém a sua conhecida metodoloxía contratualista baseada na ideia de unha posiçón orixinal como ponto de partida da construçón dos princípios de unha xustiça internacional entre os povos (non entre os Estados nem entre os indivíduos desvinculados dos povos a que pertencem), mas, com grande surpresa para a maioria dos rawlsianos, non se limita a aplicar os princípios descobertos em “Unha Teoria da Xustiça” ao âmbito internacional. Rawls prescinde tanto de unha igualdade de oportunidades global como de um princípio de diferença global. ¿Porquê?
O “Galês”, celta P ou britónico, no qual se podem distinguir três períodos: o “galês antigo”, com unha tradiçón literária que começa nos séculos VI e VII; o “galês médio”, entre os séculos XII e XIV, cuxa obra mais notábel é a colecçón de contos mitolóxicos “Mabinogion”; e o “galês moderno”.
O “gaélico escocês” ainda hoxe é falado na Escócia e em terras do Canadá: o “Córnico”, falado até ao século XIX na Cornualha, os textos mais antigos que subsistem som algunhas glosas do século XII. Actualmente, están a ser desenvolvidos grandes esforços para a sua recuperaçón. O”Bretón”, devido aos confrontos entre os anglo-saxóns e os bretóns, por volta do 450-470 d. C., um grupo de bretóns da Cornualha e de Devon emigrou para o noroeste da França. Instalarom-se nunha rexión a que chamarom “Britânia”, em homenaxe ao seu país de orixem. No século seguinte, seguirom-se mais algunhas vagas de emigrantes. A sua língua evoluíu gradualmente para o “bretón”. A sua cronoloxía é a seguinte: “bretón antigo” (c. 800-1100); “bretón médio” (c. 1100-1600); e “bretón moderno” a partir de 1600, que ainda vai aguantando a pressón do francês. De um ponto de vista xeográfico, deberia ser incluído no celta continental, mas, tradicionalmente, fai parte do celta insular. O “Celta Q”, também conhecido como “goidélico” ou “gaélico”: “Irlandês”, existem unha série de documentos, perto de 370, escritos em pedra, principalmente de carácter funerário, localizados sobretudo na Irlanda, embora também se encontrem no País de Gales, na Cornualha e na Ilha de Man (e com dúvidas na Escócia e em Inglaterra), datados do século IV d. C. ao século VII d. C. Están escritos num sistema de escrita especial, de orixe desconhecida, chamada “ogámico”. A língua escrita neste sistema é considerada unha forma muito antiga do irlandês, designada como “paleo irlandês”. Para além desta etapa, para o estudo da língua irlandesa, estabelecem-se as seguintes: “irlandês antigo” (c. 850); “irlandês médio” (c. 900-1450) e “irlandês moderno” (a partir de 1475). A sua documentaçón está escrita em alfabeto latino ou na sua derivaçón, o “Cló Gaelach”, e a mais antiga data dos séculos VII e VIII d. C. Som textos curtos, xeralmente de carácter relixioso, como as “Glosas de Würzburg”, de “Milán”, etc… Ao longo da Idade Média, a famosa literatura irlandesa desenvolveu-se nos “Ciclos mitolóxicos, do Ulster”, de “Fenian” e o “Histórico”. “Gaélico escocês”: introduzido nas terras altas da Escócia polos colonos irlandeses entre os séculos IV e VI. No século XIII, xá tinha unha identidade própria. Continua a existir non só na Escócia, mas também em partes do Canadá, com as suas próprias variantes. O “Manês”: língua da Ilha de Man, que sobreviveu até à década de 1970.
Os estoicos defendiam a doutrina da “ekpirosis”, segundo a qual Deus cria o mundo e depois absorve-o e consome-o no seu próprio seio, nunha conflagraçón universal em que tudo arde. Existe unha eterna repetiçón de criaçóns e destruiçóns do universo. Sería o equivalente, em metafísica, à noçón cosmolóxica moderna do “Big Crunch” (Grande Implosón ou Grande Colapso), unha evoluçón do “Big Bang”. De acordo com esta teoria (que à semelhança dos estoicos, postula um universo finito ou pechado), a expansón do universo irá abrandando gradualmente devido à força gravitacional causada pola densidade, seguindo-se-lhe unha contraçón na qual todos os elementos se irán aproximando até que a matéria volte a comprimir-se na chamada singularidade espaciotemporal, um ponto de densidade inimaxinábel anterior à Grande Explosón (Big Bang). Se a Grande Explosón e a Grande Implosón se produzem repetidamente dá-se um modelo de Universo Oscilante, no qual sucessivos universos acabam neste grande colapso e orixinam um universo novo com outra explosón. Esta teoria cosmolóxica de vanguarda é precisamente a mesma que os estoicos antigos defendiam, apenas com unha linguáxe diferente. A conflagraçón universal é o equivalente à Grande Implosón. Esta visón dos nascimentos e destruiçóns recorrentes do universo complementa-se com a ideia de que cada universo é idêntico ao anterior: tudo acontece exactamente da mesma maneira, unha e outra vez —todos os seres particulares, todos os factos, se reproduzem de forma idêntica. Non há combinaçóns ou possibilidades variáveis, tudo volta a ser o que era. Vinte e dois séculos depois dos primeiros estoicos, um pensador alemán recuperou essa concepçón abismal. No início de Agosto de 1881, nunha povoaçón dos Alpes suíços, Sils-Maria, “a 6.000 pés acima do mar e das cousas dos homes!”, Friedrich Nietzsche tivo unha revelaçón cósmica do “eterno retorno” de todas as cousas; viu um tempo recorrente, um universo em que tudo xá aconteceu e voltará a acontecer exactamente do mesmo modo, onde cada ser voltará a viver, a fazer, a pensar e a sentir o mesmo, até à eternidade. Os estoicos foram os primeiros a conceber esta ideia cíclica da condiçón cósmica, na qual identificam Deus, a razón universal e providência com o Fado (Fatalidade, Destino) nunha estructura de determinismo universal: tudo está determinado, non existe a continxência, o acaso, a possibilidade de factos fortuitos. Há unha causalidade férrea através da qual unha circunstância reproduz necessariamente outra circunstância, e acreditar nunha continxência só é possíbel se ignorarmos as causas dos efeitos: o acaso é unha causalidade obscura para a razón humana!
O xeórxiano Iosef Vizsarionovich Dzhugashvili, nasceu em Gori, unha cidade xeórxiana a perto de setenta quilómetros de Tiblissi, o seis de Dezembro de 1878. Terceiro filho de unha família pobre, e cuxos dous irmáns morrerom na infância antes de Iosef nascer. A sua nái esforçou-se para proporcionar ao seu pequeno um futuro melhor, e conseguíu metê-lo na escola relixiosa da cidade, unha maneira de os pobres ascender na sociedade e ao mesmo tempo de acceder à cultura, aínda que a ela non lhe importaría que acabase feito um padre. No verán de 1894, concluíu os estudos com notas excelentes e um comportamento exemplar, o qual lhe valeu um lugar no Seminário de Tiblissi. Contrariamente a Gori, que estaba povoada por xeórxianos, Tiblissi era unha cidade multicultural, onde habitavam outras comunidades étnicas importantes, como arménios e russos. Foi aí que teve o primeiro contacto com a realidade multicultural do Império Russo. O Seminário também non se parecia nada com a escola de Gori, había inumeras leituras prohibidas e a disciplina era férrea. “Todas as nossas gavetas eram revisadas, tal como os nossos escritos, mas, sobre tudo, eramos maltratádos intimamente. Foi aí que me preparei para o protesto, quando os primeiros grupos ilegais de marxistas russos chegarom ao Cáucaso, comecei a tomar gosto polos seus escritos.” “Durante o primeiro ano tivem as melhores classificaçóns em todas as disciplinas, mas logo, nos anos seguintes, a minha actitude com relaçón aos estudos mudou, revoltei-me contra o que consideraba abusos, comecei a escreber poesía e a ler obras de carácter político e nacionalista.” Conseguíu também publicar vários poemas em xeórxiano, nas revistas literárias, as composiçóns eram marcadamente nacionalistas, mas non chegavam ó ponto de defender a independência da Xeórxia, o qual o tería colocado em maus lençóis com as autoridades. Nesses anos entrou em contacto com nacionalistas da esquerda xeórxiana e por volta de Agosto de 1898, afiliou-se no “POSDR” (Partido Operário Social-Democrata Russo), fundado em Minsk no mesmo ano. Em Maio de 1899, quando faltavam apenas uns meses para terminar os estudos foi expulso do Seminário, por distribuir propaganda revolucionária. Graças a alguns amigos, em Dezembro de 1899 entrou para o Observatório Físico de Tiblissi, o qual lhe daba tempo para ler e fazer propaganda entre os trabalhadores. Em Março de 1901, teve de escapar da sua pequena casa no Observatório, para evitar ser preso pola Okhana, a polícia política czarista. A partir daí, a sua vida tornar-se-ia unha sucessón de detençóns, prisóns, exílios, fugas e períodos passados na clandestinidade e baixo nomes falsos.