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A primeira cousa que chama a atençón é o uso da palabra “vontade”. Neste contexto, a “vontade” está desvinculada do âmbito psicolóxico. Nietzsche non utiliza o termo para referir unha faculdade humana, a nossa capacidade consciente de querer algo que nos falta. A “vontade” é aqui um motor interno presente em todos os processos orgânicos (em certas ocasións a “vontade” de poder apresenta-se como um princípio aplicábel ao universo inteiro, e non só aos seres vivos. De facto, Nietzsche recusa a existência de unha separaçón clara entre o orgânico e o inorgânico. Como é habitual nele, defende que, onde xulgamos que se dá unha ruptura, há, na verdade, unha subtil gradaçón. Daqui em diante, no entanto, vamo-nos centrar na “vontade de poder” como fundamento dos seres vivos, e non como teoría cosmolóxica xeral de Schopenhauer.) “A vontade de poder” define-se como unha tendência para o aumento e desenvolvimento, unha “luta por ser mais e melhor”. Non se trata unicamente de unha “vontade de viver”, nem de um mero instinto de conservaçón ou sobrevivência como o que guia a evoluçón segundo Darwin. Nietzsche acredita que em todos os seres -unha hedra que vai trepando, nunha aranha que tece a teia, num ser humano que escrebe um libro- latexa o impulso de crescer e de se expandir. Com a outra palabra da expressón, “poder”, Nietzsche rompe também com o significado habitual. “A vontade de poder”, non é unha “vontade de domínio”. Os seres vivos non querem exercer ou ter o poder, mas afirmar-se a si próprios, “descarregar a sua força”, expressar a sua diferença individual. O seu poder é o poder de se autotranscender, de chegar, em cada instante, até às últimas consequências. Esse é o segredo que a Vida confia a Zaratustra: “eu som aquele que tem de superar-se sempre a si mesmo”.
TONI LLÁCER