CELTÍBERO

CELTÍBERO: é a língua em que rexistárom as inscripçóns indíxenas de unha zona da Península Ibérica, que compreende as cabeceiras dos rios Douro, Téxo, Xúcar e Turia, até à nascente do rio Martín, a Oeste, Sul e Leste: e a norte o curso médio do rio Ebro. Os romanos e as fontes antigas, chamarom Celtibéria a este território, habitado polos Belos, Titos, Lusones e Arévacos. Ocasionalmente, os Pelendóns e os Váceos som também citados como Celtíberos. O continuum epigráfico-linguístico dos primeiros insere-se na área descrípta, mas non o dos segundos, embora tivessem, se non a mesma língua, unha muito semelhante. O mesmo acontecería com os Beronos e, talvez, com os Carpetanos, cuxo continuum também se situa fora da área, polo menos em parte. A parte meridional da zona era habitada polos Turboletes, Olcades e Lobetanos. A cronoloxía destes testemunhos vai do final do século III a. C. ao século I d. C. e están escríptos num sistema de escritura próprio, adoptado e adaptádo do semissilabário ibérico levantino, e em alfabeto latino. Foi o trabalho de A. Tovar, nos anos quarenta do século XX, que deu a conhecer na Europa a existência de testemunhos escritos de unha língua celtica com a particularidade de perder o “p” intervocálico orixinal em “veramos” (uper-amos), de tipo “Q”, devido ao tratamento do labiovelar, “QVE” < “-Kw” e, de Penhalba de Villastar (Teruel). A comunidade científica europeia debe ter-se rendido finalmente à celticidade do celtíbero em 1982, com a descoberta do “Primeiro Grande Bronze de Contrebia Belaisca” (Botorrita), o mais longo documento conhecido com sintaxe complexa nunha língua celtica antiga. Deste sítio provêm também o “Terceiro Grande Bronze”, unha lista de mais de duzentas fórmulas onomásticas, cuxa finalidade ainda non foi determinada. Para além destes dous documentos, as tésseras de hospitalidade, com mais de cinquenta documentos, som o tipo mais característico da epigrafía celtibérica. Na Península Ibérica foram também encontrados vestíxios de duas línguas cuxa celticidade é contestada: “Língua do Sudoeste ou Tartéssica”: o seu corpus é actualmente constituído por perto de noventa estelas a maioria das quais localizadas no Sul de Portugal, e alguns grafitos, dactádos entre os séculos VIII e V a. C. Está escrita num semisilabário da mesma família do Ibero e do Celtíbero. “Lusitano”, cuxos testemunhos se situam na metade norte de Portugal e na província de Cáceres na Espanha (séculos I – II d. C .). Som conhecidas até ao momento seis inscripçóns em alfabeto latino: Viseu, Cabeço das Fraguas, Lamas de Moledo, Arronches, Arroyo de la Luz (x2).

CARLOS JORDÁN