
O século XIV representa a eclosón de unha crise, unha viráxe de orientaçón que afecta aos aspectos mais diversos da cultura. O advenimento desta centúria é algo assim como chegar ó cûme de um outeiro, desde o qual pode dilatar-se a vista por inesperados e sorprendentes panoramas. Um dos feitos mais destacados é o ascenso da burguesía, cuxo nascimento xa tivéra lugar na centuria precedente. Esta clásse social, de importância cada vez maior frente ao poder tradicional da Igrexa e da Nobreza, determina a apariçón de unha nova literatura de tôn realista e satírico, na qual a habilidade, a astúcia e o dinheiro prevalecen sobre as preocupaçóns relixiosas e os ideais cabaleirescos. Esta literatura, que pretende ser um reflexo directo da vida ordinária, tende também cara às ensinanzas morais, mas entendidas éstas non exactamente como um ideal de virtude, senón como regra pragmática de vida, como um conselho que axude a navegar entre as dificuldades quotidianas, os perígos e as insídias das xentes, ainda que tampouco faltam, non obstânte, as obras de grave carácter doutrinal, dada a veia ascéptica tan peculiar da Literatura Castelán. Ante a corrupçón xeral das costûmes, agravada polas lutas nobiliárias, que é outro dos rasgos da época, encontramo-nos com unha dupla corrente literária: a dos escritores que reaccionam xocosamente, com desenvuelta sátira, como o Arcipreste de Hita, e os de cenho adusto e amarga pluma como o Cancilher. Entre âmbos, que representam as duas posiçóns extremas, cabe toda a peculiar variedade do século XIV. Advirta-se que a burguesía castelán, menos refinada e rica que a de outros países da Europa, inspira lóxicamente unha literatura também mais popular e rústica, que favorece e explica a insistência no nosso realismo tradidional. Dada a grande extensón na península do elemento árabe e xudeu, em cuxas máns están preferentemente a industria e o comercio, a nossa burguesía non só é mais limitada em número, mas mais próxima do pobo. Outro aspecto definidor do século XIV, que se reflexa ampliamente na sua literatura, é a crise dos ideais relixiosos. A Idade Média é o tempo da Teoloxía e do amor de Deus, o qual se sitúa por cima de todas as cousas; a terra é só um vale de lágrimas, caminho para a vida vindeira, moeda com que se adquere a bemaventurança do mais alá, mas non um bem em si mesma. A morte non é, pois, um mal, senón a porta que abre ó fim a prisón do terreno, com cuxa renúncia se nutre a vida do espírito. Quase todo o pensamento e a literatura da antiguidade clássica que tinha posto o home no centro do Universo, ou tinham sído esquecidas polo home do Médio Evo ou considerados como paganismo repudiábel. Mas pouco a pouco este ideal ascéptico vai cedendo o caminho a unha concepçón mais humanista, aprende-se o gozo de viver, descubrem-se os prazeres do corpo, desexa-se –e aproba-se– o amor em toda a sua plenitude carnal; a vida xá non se concebe como um desterro transitório, senón como um positivo valor. Morrer xá non é, por tanto, a partida para unha feliz eternidade, senón a pérda terríbel e sem remédio de todos os bens deste mundo.
J. L. ALBORG